O artista de 65 anos, junto de uma de suas obras |
O artista americano Richard Prince olhou muito bem a sua volta, mais precisamente na tela do seu notebook, smathphone ou tablet. Prestou atenção nas dezenas ou centenas de fotos de anônimos que via pelo seu Instagram - rede social de compartilhamento de fotos - e a partir daí começou a ganhar dinheiro, muito dinheiro. Usou um famoso evento de arte de Nova Iorque, da Gagosian Gallery, no final do ano passado, para vender algumas obras. No caso, as "obras" são as tais fotos que aparecem em seu Instagram e com alguns comentários inseridos por ele. E pasmem. O valor de cada obra está sendo vendida pela bagatela de 90 mil dólares cada. E mais, esse arrecadação toda vai para sua conta sem que ele repasse parte do lucro para a pessoa que posou para a foto e teve sua imagem exposta em uma parede ser saber que isso iria acontecer. E onde fica a lei de direito autoral? Em sua concepção, a modificação transformou seus objetos em arte. Uma boa forma de "fazer arte" e ganhar dinheiro, com o trabalho e imagens dos outros.
Tenho o mesmo direito que ele, que pegou nossas fotos |
Ousado ou Abusado, Prince reproduziu o anúncio do site em seu Twitter, o que está causando certa polêmica, com críticas pesadas, para desespero das redes sociais.
Segundo Fabio Zugman, em artigo para o portal Administradores, o artista é conhecido por essa ironia com o direito autoral. Quer mais uma ousadia? Há alguns anos, Prince conseguiu imprimir o livro O Apanhador no Campo de Centeio, uma das obras mais importantes da literatura americana. Detalhe, com o seu próprio nome no lugar do autor. Vendeu rapidamente 300 exemplares pelo dobro do preço do original.
Ainda que o processo criativo seja infinito, pode ser que uma determinada hora, se encontre com a ética. Aí, cabe a cada um escolher se ambos podem ou não conviver em harmonia.
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