sábado, 16 de julho de 2016

Dia do Homem ter consciência da importância da sua saúde

         Com o objetivo de chamar a atenção para a saúde do homem, o dia 15 de julho foi proposto pela Ordem Nacional dos Escritores, em 1992, para ser comemorado o Dia Nacional do Homem, ainda que o dia 19 de novembro seja comemorado o Dia Internacional do Homem. No entanto, ambas as datas têm o propósito de conscientizar a sociedade para problemas e circunstâncias que possam atingir, em especial, o sexo masculino.

           Desde o início do século 21, muitas campanhas vêm sendo feitas em vários países para que os homens compreendam a importância de cuidarem de seu corpo e de sua saúde. Um exemplo desse tipo de conscientização diz respeito ao câncer de próstata, que atinge boa parte da população masculina de todo o mundo. Outras doenças relacionadas com o uso do tabaco e de bebidas alcoólicas também são colocadas em questão.

           Um ponto importante a destacar que um outro objetivo está na reflexão que a data propõe sobre a igualdade entre os gêneros masculino e feminino, tendo como incentivo a mudança de comportamento com relação a muitas posturas colocadas, tanto por condutas machistas quanto por condutas do radicalismo feminista, que tendem a restringir o debate da valorização profissional e social da mulher e do papel fundamental que o homem desempenha nesse processo.

            Por isso, tanto o dia 15 de julho quanto o dia 19 de novembro são situações oportunas para esse tipo de reflexão.

Fonte: Brasil Escola
Ilustração: Livraria Florence

sexta-feira, 15 de julho de 2016

LER&SER: Neruda para Jovens - Pablo Neruda

        Em edição bilíngue, a coletânea do grande poeta chileno, Pablo Neruda, é destinada ao público infanto-juvenil. Sobre poeta, escreveu Ferreira Gullar: Neruda é uma voz inconfundível na poesia, e não apenas na poesia de língua espanhola. Não há exagero em afirmar que Neruda inventou um novo idioma poético que supera e adverte a ordem natural do discurso sem no entanto torna-lo hermético e incomunicável. Pelo contrário, graças à sua magia vocabular, consegue tocar um número muito grande de pessoas que ao longo dos anos constituíram o seu público espalhado pelo mundo inteiro.

       Reunindo poemas de alguns de seus livros mais famosos, como Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (1924) e Canto Geral (1950), Neruda Para Jovens é uma antologia obrigatória para todos que querem conhecer um pouco mais da obra deste grande nome da poesia mundial.

        Pablo Neruda nasceu no dia 12 de julho de 1904. Seus primeiros poemas foram escritos no periódico A Manhã. Em 1921, radicou-se em Santiago, onde passa a publicar com mais frequência seus poemas. Seis anos depois, começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul na Birmânia. Em suas viagens, conhece Federico Garcia Lorca e Rafael Alberti. Depois que deixou a carreira diplomática, foi eleito senador em 1945.

       Em 1965 lhe foi outorgado o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford. E em 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Morreu em 23 de setembro de 1973, de câncer de próstata.

       

quinta-feira, 14 de julho de 2016

QUINTA FEMININA: Emmeline Pankhurst e o movimento sufragista

No filme As Sufragistas, coube à
Meryl Streep dar vida à Emmeline
Pankhurst
        A inglesa Emmeline Goulden nasceu no dia 14 de julho de 1858. Uma das fundadoras do movimento britânico sufragista, ficou mais conhecida como a Sra. pankhurst depois do casamento com o advogado Richard Marsden Pankhurst. O nome está, mais do que qualquer outro, associado com a luta pelo direito de voto para mulheres de classe média alta no período imediatamente antes da Primeira Guerra Mundial.

       O marido já era um apoiador do movimento das sufragistas e foi o autor da legislação Married Women's Propriety Acts (Lei da Propriedade da Mulher Casada), de 1870 e 1882. Em 1889, Emmeline fundou a Liga do Franchise das mulheres, e mesmo com a morte do marido a campanha não foi interrompida. As táticas da Sra. Pankhurst para atrair a atenção do movimento tiveram como resultado o aprisionamento por diversas vezes. 

        Viúva, se viu diante da necessidade de sustentar sozinha os quatro filhos, o que fez acrescentando à atividade na sua loja, um emprego como auxiliar em um cartório de registros. Suas duas  filhas, Christabel e Sylvia, aderiram à luta da mãe, embora em posições diferentes. Christabel e Emmeline apoiaram o liberalismo britânico, assumindo uma posição patriótica durante a Primeira Guerra, enquanto que Sylvia aderiu ao movimento socialista contra a guerra, chegando a se tornar uma figura de relevo no Partido Comunista Britânico. 

         Em 1926 Emmeline foi escolhida como candidata do Partido Conservador pelo distrito eleitoral do East End de Londres, importante região operária na época, mas caiu doente antes da eleição. A autobiografia Minha Própria História foi publicada em 1914. Morreu em 1928, tendo atingido o maior de seus objetivos: o direito de voto para as mulheres no Reino Unido.

Fonte: Revolução Feminista

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Morte entre os jovens coloca o Brasil na terceira posição

Grande parte da violência contra os jovens ocorre
dentro da própria residência
       O Brasil é terceiro país com maior número de mortos na faixa etária dos dez anos. Foi o que apontou pesquisa  realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, que analisou um grupo de 85 nações. Somente em 2013, 10.520 crianças e adolescentes perderam a vida de forma violenta no País, o que representa uma média de 29 mortes por dia. 

       Além disso, o Brasil apresenta também taxas muito altas de violência geral e agressões, sendo boa parte delas de ocorrência doméstica. Ou seja, a violência na própria residência é um risco para os jovens brasileiros.

       O pesquisador Renan Theodoro, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo explica que na última década, o peso proporcional das mortes por causas naturais diminuiu, o que representa um fator positivo do aumento da qualidade de vida dos jovens no Brasil.

       Mas há de se considerar que foi registrada uma queda significativa nos homicídios de crianças brancas a partir de 2003, o número de crianças negras mais que dobrou, o que mostra um alvo para os homicídios no País e este alvo tem cor e perfil socioeconômico bem definido. 

Fonte: Universidade de São Paulo

terça-feira, 12 de julho de 2016

Tratamentos dermatológicos devem ser feitos por profissionais qualificados

A dermatologia é uma das especialidades mais
amplas e generalistas da medicina
        É fato e notório que o Brasil é um país onde cada vez mais as pessoas investem em tratamentos estéticos. E o mercado, a fim de atender a este público, apresenta as mais variadas ofertas, que vão desde tratamentos a preços baixos, até os procedimentos mais complexos, cujos valores cabem no bolso de apenas uma pequena parcela da sociedade. Mas, ainda que o interesse seja grande, é preciso cuidados na hora da escolha do profissional. A Sociedade Brasileira de Dermatologia repudia a realização de procedimentos cosmiátricos praticados por não médicos.

       Uma importante área de atuação é a cosmiatria, que propõe tratamentos baseados em amplos estudos científicos. No entanto, o que vemos hoje é a banalização dos tratamentos da pele. Como exemplo, é o peeling de fenol, que quando realizado por um profissional não habilitado pode causar queimaduras. Este tipo de tratamento deve ser realizado exclusivamente por médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos. Não é um tratamento adequado para áreas extensas, como toda a face, além de ter que ser realizado com amplo monitoramento cardíaco, pois a substância pode provocar efeitos cardiotóxicos. Sua utilização correta requer anamnese (história do paciente), exame físicos e exames laboratoriais prévios, já que o fenol é absorvido sistematicamente a partir da pele, podendo provocar efeitos nocivos no coração, sistema circulatório, rins, fígado, além de coma.

       Por isso, antes de realizar um tratamento de pele, é importante se certificar que o profissional responsável é um médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina e com especialização pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. É também recomendável verificar se o local tem  autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A importância do apoio familiar às vítimas de abuso sexual

"São os inúmeros julgamentos que a culpam, que
tornam a vítima da situação culpada"
       Grande parte das pessoas que passam por uma situação de abuso sexual não recebe apoio dos próprios familiares e amigos, que duvidam da veracidade dos fatos ou tratam o caso com frieza. Para a psicóloga Flávia Roberta Eugênio, membra do Comissão Gestora do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o primeiro passo é dar o acolhimento à vítima, sem julgamento.

       Além disso, é importante também a vítima ter acompanhamento psicossocial e orientação jurídica, quanto a seus direitos na busca por justiça. Às vezes essa falta de apoio vem das próprias mulheres que acabam acusando a vítima de ser em parte responsável pelo abuso. "Nós mulheres somos socializadas em uma sociedade machista. É a cultura do estupro que faz isso. A naturalização que acaba culpando as mulheres", enfatiza Flávia.

       De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, somente na região do ABC uma mulher é estuprada por dia. Mas a psicóloga acredita que o número é muito maior, pois os dados não contam com os casos de mulheres que não denunciam por medo, vergonha ou por possuir algum vínculo afetivo com o agressor.

Vítimas infantis

       Se para um adulto denunciar o abuso sexual é difícil, imagine para uma criança que, às vezes, nem compreende que é vítima. Flávia diz que as crianças dão sinais de que algo não vai bem: isolam-se, tornam-se agressivas, adoecem, apresentam distúrbios no sono, na alimentação e no aprendizado. Mas quando elas contam o que aconteceu muitos pais não acreditam nela. Por isso, é necessário que a família, amigos, vizinhos e a comunidade escolar estejam próximos para perceber os sinais de uma criança que precisa de ajuda.

Fonte: Conselho Regional de Psicologia

     

domingo, 10 de julho de 2016

Medicamentos humanos podem ser nocivos aos animais

Muitos tutores acreditam que apenas diminuir a dose
do medicamento resolverá o problema do cão ou
gato. Mas, na maioria dos casos, a medicação é tóxica
e poderá causar um grande dano, independentemente
da dose
      Às vezes, na boa intenção de querer aliviar a dor do bichinho de estimação, muitos donos acabam por administrar medicamentos de uso humano, na ideia - equivocada - de que se não faz mal ao humano mal não fará ao animal. Mas não é bem assim, a prática é perigosa e poderá acarretar em danos irreversíveis. Nas clínicas veterinárias são comuns os atendimentos a animais intoxicados por medicações humanas que foram administradas por seus tutores sem orientação veterinária.

      Medicar animais exige conhecimento profissional e deve ser feito apenas pelo médico veterinário e não pelos donos ou até mesmo pelo atendente de casas de ração ou pet shop.

Alguns medicamentos de uso comum entre os humanos

      Ácido Acetilsalicílico (Aspirina, AAS, Doril, Melhoral): é um anti-inflamatório muito tóxico para gatos devido à deficiência de uma enzina hepática que dificulta a eliminação deste composto. Em humanos, a droga é eliminada de 3 a 4 horas. Os felinos precisam de 3 dias para eliminar o medicamento, que favorece a intoxicação.

      Diclofenaco (Cataflan, Votaren): a molécula deste analgésico e anti-inflamatório não é bem metabolizada por cães e gatos. Seu uso é totalmente contraindicado para ambos.

      Paracetamol (Tylenol): após a administração, o medicamento faz com que ocorra a formação de um produto tóxico após a administração, causando sérios danos aos animais.

      Dipirona (Novalgina, Anador): se for administrada de forma inadequada, a dipirona sódica pode ser tóxica para cães e gatos. A intoxicação geralmente ocorre após o fornecimento de doses repetidas. 

      Ibuprofeno (Advil): este anti-inflamatório e antipirético é contra indicado para cães e gatos.

      Antidepressivos: podem causar vômitos e letargia. Certos tipos de antidepressivos podem levar à Síndrome da Serotonina, uma condição marcada pela agitação, aumento da temperatura corporal, frequência cardíaca e pressão sanguínea, além de desorientação, tremores e convulsões.

Fonte: APIPA

sábado, 9 de julho de 2016

Conjunto da Pampulha poderá ser Patrimônio Mundial do Brasil

No total, 22 países irão avaliar o reconhecimento
desse patrimônio moderno brasileiro
     Nos próximos dias, mais precisamente no dia 15 de julho, o Conjunto Nacional da Pampulha poderá ser mais um Patrimônio Mundial no Brasil reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, com o título inédito de Paisagem Cultural do Patrimônio Moderno, que irá valorizar esse marco vivo, íntegro e autêntico da história da arquitetura mundial e nacional. A decisão acontecerá na 40ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, na Turquia.

     O Conjunto Moderno foi concebido com o objetivo de criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas ao edifícios e estes à paisagem, e conta com as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na década de 1940. O conjunto possui também jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Candido Portinari e esculturas de artistas renomados como Alfredo  Ceschiatti e José Alves Pedrosa. É formado por uma paisagem que agrega quatro edifícios articulados em torno do espelho d'água de um lago urbano artificial, o Conjunto Moderno da Pampulha é integrado pela Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu de Arte de Pampulha), a Casa do Baile (Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Golfe Clube (Iate Tênis Clube), todos bens construídos entre 1942 e 1943.

     O Brasil conta hoje com o total de 19 bens culturais e naturais na lista de 1.031 bens reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Fonte: MinC

sexta-feira, 8 de julho de 2016

LER&SER: The Kiss of Deception - Mary E. Person

       Plante ilusões e você colherá do mundo grandes decepções. A força feminina é a grande estrela neste romance de Mary. E. Person. Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas - menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política.

       O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro? O primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio evoca culturas do nosso mundo e as transpõe para  história de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o romance de Pearson é capaz de mudar a nossa concepção entre o bem e o mal e aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância da autodescoberta, do amor e como ele pode nos enganar, e de uma protagonista em busca de sua liberdade e felicidade a qualquer custo.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

QUINTA FEMININA: Artemísia Gentileschi, a artista que expressou na pintura seu feminismo

Artista expressava seu feminismo em
suas obras
        No dia 8 de julho de 1593, em Nápoles, nascia Artemísia Gentileschi, uma das únicas mulheres a serem mencionadas no ramo da pintura artística do barroco, sendo a primeira a possuir uma posição privilegiada. Dedicou-se a temas trágicos em que suas personagens femininas representam papéis de heroínas. Evitou as naturezas mortas e as flores, comuns para as artistas da época. Talvez porque expressava em sua arte a dor por ter sido estuprada pelo seu professor de pintura aos 17 anos de idade, em uma época em que a versão da mulher aos fatos pouco importava. No julgamento de seu algoz, Agostino Tassi, torturaram-na para julgar a veracidade de sua versão.

        Não podendo ficar em Roma, foi-lhe arranjado um casamento de conveniência. Separou-se depois de dez anos e partiu rumo à Florença, onde descobriu uma vida empolgante no mundo das artes na Itália do século 17 e, com o crescente sucesso de suas obras, tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia de Artes de Florença.

         Artemísia aprendeu a arte ainda na oficina do pai que tinha o estilo de trabalho inspirado em Caravaggio, o que acabou influenciando nas obras da filha. Recebeu grande incentivo do pai uma vez que nessa época, durante o século 17, as mulheres não eram consideradas suficientemente inteligentes para trabalhar. Seu primeiro trabalho, aos dezessete anos de idade, foi Susana e os Anciões, uma obra em que mostra como Artemísia assimilou o realismo de Caravaggio.

         Em 1611, Orazio Gentileschi trabalhou com Agostino Tassi e o contratou para ser tutor da filha. Durante a tutela, Agostino estuprou Artemísia. E após o crime, a jovem continuou mantendo relações com Orazio na esperança de que fossem se casar e assim pudesse restaurar sua dignidade e seu futuro. Tassi negou a promessa de casamento, e depois do estupro, quando Orazio descobriu que Artemísia e Tassi não iriam mais se casar, processou Tassi. Durante o julgamento, que durou sete meses, descobriu-se que Tassi tinha planejado assassinar sua esposa, junto com sua cunhada, com quem teve um caso. No julgamento, Artemísia foi submetida a um exame ginecológico e torturada para verificar seu testemunho. Tassi foi condenado a um ano de prisão, mas nunca chegou a cumprir o tempo total da pena. O julgamento influenciou a visão feminista de Artemísia.

Nova vida

        Orazio arranjou para sua filha um casamento modesto com um jovem artista. Pouco tempo depois do casamento, o casal mudou-se para Florença. Ela tornou-se uma pintora de sucesso da corte e foi nessa ocasião que recebeu a proposta de pintar Madona com o menino, obra que atualmente se encontra na Galeria Spada de Roma.

          Artemísia pintou muitos retratos de mulheres fortes e fez disso sua especialidade. Em Florença, ela manteve boa relação com os artistas mais respeitados da sua época. Com Galileu Galilei manteve correspondência por um longo tempo.

         Apesar da fama, problemas financeiros fizeram com que ela voltasse à Roma, em 1621, mas sem o marido. Em 1630, muda-se para Nápoles em busca de novas e mais lucrativas oportunidades de trabalho. À medida que envelhecia, suas obras foram se tornando mais graciosas, revelando uma mudança  no seu gosto e sensibilidade. Especula-se que ela tenha morrido em 1654, em consequência de uma praga em Nápoles.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O olhar da Psicologia sobre o racismo no Brasil

        Nos últimos anos, têm sido ampla a discussão sobre os crimes de racismo, principalmente quando as vítimas são pessoas públicas, questões que envolvem o Direito. Quando se quer entender o racismo no contexto histórico, busca-se referências na Historia, nos estudos sobre a escravidão. Entende-se que os negros ganham menos e são minoria em cargos de chefia, quando se estuda o tema sob a ótica da Economia. E quando se quer estudar o negro na atual configuração da sociedade brasileira, busca-se referência na Sociologia. Isso mostra que as relações étnico-raciais têm sido tratadas predominantemente no Brasil sob os pontos-de-vista dessas áreas. Mas, apesar da evidente repercussão psicológica das questões de raça, desigualdade racial, preconceito e discriminação, o assunto foi menos investigado no âmbito da Psicologia.

        Foi por sentir, literalmente na própria pele, que o psicólogo Alessandro de Oliveira dos Santos resolveu abordar o tema. Ele é professor do Departamento  de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. "Fui um estudante negro em uma classe de professores brancos. E, agora, sou um professor negro em uma classe de alunos brancos", disse.

       A sociedade brasileira se estruturou sobre o regime escravista, com a escravização do indígena primeiro e do africano depois. E mais de três séculos de escravidão deixaram  marcas muito profundas no País. O avanço da legislação não tem impedido que discriminações e ofensas de cunho racial ocorram diariamente e que o discurso racista, explícito ou camuflado, se dissemine pelas redes sociais, seja acolhido com condescendência na mídia e se expresse até mesmo nos órgãos máximos do Poder Legislativo.

      O Direito Romano que "legitimou" a escravidão antiga, negava ao escravo a condição humana. O escravo era coisa, não pessoa. A pesquisa de Santos investigou as relações étnico-raciais em geral, com ênfase na relação entre negros e brancos. "Na esfera do discurso científico, a humanidade do negro só foi explicitamente admitida no Brasil em 1900, mais de uma década depois da abolição da escravidão". O professor explica que o médico  Raimundo Nina Rodrigues, no livro Os Africanos no Brasil, foi o primeiro a investigar, no final do século 19, as características psicológicas dos escravos e ex-escravos, a "massa negra", considerada por uma parcela da sociedade brasileira um "elemento perigoso", e, por isso, sujeito ao controle e à exclusão social. Até Nina Rodrigues, os negros eram vistos como massa indiferenciada. A nova abordagem proposta por ele permitiu que a Psicologia passasse a enxerga-los como seres humanos.

"Quando a Psicologia considera o ser humano como fonte do
seu próprio sofrimento, não dá o devido peso aos processos
e ao meio social na criação de modos de ser, pensar e agir"
      Nas décadas de 1990, os estudos adquiriram uma conotação mais política, associando-se às lutas identitárias e contra o preconceito. Nesse período, ocorreu também uma virada  epistemológica, com os estudos sobre branquitude e branqueamento. Pesquisadores brancos entenderam que, ao fazer do negro ou do indígena, o seu tema de estudo, eles estavam mais uma vez, produzindo o "outro", em uma relação assimétrica entre sujeito e objeto. E voltaram o olhar para si mesmos, colocando a autoimagem do branco em questão. "Entrevistamos alunos e professores de Psicologia para saber como pensam as relações étnico-raciais. E um aspecto que chamou a minha atenção nas entrevistas foi o fato de os alunos utilizarem a palavra raça apenas para se referir aos negros. Isso mostra que a "branquitude" como construção de identidades brancas ainda não emergiu como algo a ser percebido. A percepção de que os brancos também são sujeitos racializados ainda é incipiente.

       De acordo com o professor, os psicólogos entrevistados tinham pouco conhecimento dos aspectos históricos e sociais das relações étnico-raciais no Brasil, bem como dos efeitos psicossociais do racismo. Os profissionais entrevistados atuam nas áreas: Clínica, Recursos Humanos, Atendimento à Saúde. "Os psicólogos organizacionais deparam com o fato nu e cru de que, a despeito da legislação, raça continua a ser um dado importante na decisão de contratação ou não contratação de funcionários pelas empresas. E os entrevistados autoclassificados brancos não se perceberam  como indivíduos racializados, atribuindo a categoria "raça" apenas aos outros grupos, aos negros em especial", exemplificou.

Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 5 de julho de 2016

Pizzarias e churrascarias também são responsáveis pela poluição do ar

A maioria das pizzarias, 80%, utiliza forno à lenha, que
somadas às churrascarias são responsáveis pela emissão
de poluentes
        Não somente os carros, mas outras fontes de emissão de poluentes, como pizzarias e churrascarias, também estão sendo responsáveis pela qualidade do ar na Grande São Paulo. "Apesar da maioria das emissões de poluentes na Região Metropolitana de São Paulo ser proveniente da frota veicular, há outras fontes que devem ser consideradas, como a contribuição de queimadas oriundas dos processos agrícolas em São Paulo e de florestas da Amazônia, e outras mais locais de queima de biomassa, como a de lenha por pizzarias e de carvão vegetal por churrascarias", disse Maria de Fatima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. O estudo é fruto de um trabalho em conjunto com pesquisadores University of Surrey, na Inglaterra, da North Carolina State University, dos Estados Unidos, e das Universidades Federal de Minas Gerais e Tecnológica Federal do Paraná.

        A atual frota de automóveis em circulação ainda representa a principal fonte de poluentes do ar na Região Metropolitana. E as emissões de veículos novos que entram em circulação hoje na metrópole, contudo, tem diminuído nos últimos anos devido a uma série de medidas voltadas a controlar as emissões de acordo com padrões mais restritivos.

        De acordo com estimativas de estudo, há 11 mil pizzarias só em São Paulo - a segunda cidade que mais consome pizza no mundo, atrás apenas de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Aproximadamente 80% desses estabelecimentos queimam lenha, principalmente eucalipto, para produzir cerca de 1 milhão de pizzas por dia.

        A quantidade média de lenha usada pelas pizzarias na cidade é de 48 toneladas por ano. Esse número perfaz um total de 7,5 hectares de floresta de eucalipto queimados por mês e 307,2 mil toneladas de madeiras incineradas por ano, que resultam na emissão para a atmosfera de cerca de 321  quilos por dia de material particulado, considerado o mais relevante em termos de impactos à saúde. No entanto, isso representa, aproximadamente, 3% das emissões diárias do total de poluentes gerados por veículos e indústrias, o que relativamente é muito pouco.

         Acontece que essas informações não estão quantificadas e não são consideradas nos inventários de emissões de poluentes. Nos relatórios do Banco Energético do Estado de São Paulo não há distinção entre lenha e carvão vegetal, e os maiores consumidores dos dois produtos são pizzarias e churrascarias. E as emissões ocorrem no começo da noite, que é quando as condições atmosféricas estão mais estáveis e as partículas dispersam menos. Além do que as chaminés das pizzarias e churrascarias estão situadas no nível do solo, o efeito pode ser muito maior, especialmente durante os meses frios, quando as condições atmosféricas também ficam menos favoráveis à dispersão de poluentes. Por isso, a redução das emissões de poluentes por essas fontes pode se traduzir em melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, da saúde da população.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma esperança no fundo do mar para o tratamento do câncer de mama

Esponja Geodia Corticostylifera contém o
composto Geodemolídeo, capaz de conter
o avança da célula tumoral
      A cada ano, o Brasil registra 57.960 casos novos de câncer de mama. Tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo, seu desenvolvimento se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença fica mais agressiva quando essas células migram para outra parte do corpo, chamado de metástase. Agora, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo descobriram uma molécula presente em esponjas que seja capaz de impedir esse processo.

    Durante a pesquisa, coordenada pela professora Glaucia Maria Machado, descobriu-se um composto presente nesses organismos marinhos chamado de Geodemolídeo, que tem função antiproliferativa, e através de testes, percebeu-se que essa molécula atacava o citoesqueleto de actina das células tumorais. E essa estrutura está relacionada com a mobilidade, a ação do Geodemolídeo acaba impedindo a ação a migração das células para outras partes do corpo. Isso não significa que o composto irá matar a célula tumoral, mas sim afetar a sua capacidade de metastização. Por isso, a produção de uma droga que consiga conter o processo de metástase.

     Como as esponjas não se movimentam no mar, acabam produzindo toxinas diferentes para viver. Além disso, elas também possuem uma relação de interação com micro-organismos simbiontes. Dessa forma, há uma troca, as esponjas proporcionam um ambiente para esses organismos sobreviverem  e eles produzem moléculas que as ajudam a se proteger dos predadores. O próximo passo do trabalho é descobrir se essas toxinas são sintetizadas pelas próprias esponjas ou por simbiontes. Como explica a professora, se essas substâncias forem produzidas por esses micro-organismos, há uma grande vantagem, porque os compostos podem ser cultivados em laboratório.

Fonte: Universidade de São Paulo

    

domingo, 3 de julho de 2016

Capturar para exibir. A curta vida de um animal raro

Depois de capturada, viveu apenas três anos presa a um
aquário
      Em 1962, o Miami Seaquarium, liderado pelo capitão Gray, partiu para uma expedição para Beaufort, na Carolina do Sul, para capturar o único golfinho albino conhecido no mundo. A missão era muito discreta, pois o clamor público contra a captura era evidente. No início dos anos 1960, cartas foram escritas para jornais locais e a oposição à captura desse raro e belo animal aparecia também em programas de rádio.

      As manifestações foram em vão. A equipe de Gray capturou o golfinho em 4 de agosto de 1962, dezesseis dias após o início da expedição. Ainda que a Carolina do Sul tivesse aprovado uma lei contra o assédio e a captura de golfinhos nas águas do Condado de Beaufot, neste dia o golfinho foi flagrado nadando ao lado de seu filhote e de outros golfinhos em águas desprotegidas, seguindo um dos barcos de camarão da área.

      Os últimos momentos no oceano foram gastos enquanto ele se debatia em uma rede, ao lado do filhote, tentando repetidamente manter sua liberdade. O golfinho fêmea com olhos cor de rosa e dentes pretos tornou-se uma propriedade do Miami Seaquarium, batizada com o nome de Carolina Snowball e virou a principal atração do aquário. Três anos depois, ela desenvolveu uma infecção na base de sua cauda e morreu pouco depois devido a várias complicações médicas sérias. Seu filhote, chamado Sonny Boy, viveu mais 11 anos em cativeiro e morreu no Seaquarium em 1973. A Carolina do Sul é o único estado norte-americano que proíbe a exibição de golfinhos e de botos.

Fonte: ANDA

sábado, 2 de julho de 2016

A Rebelião de Stonewall: o início do movimento do orgulho gay

     
Bar Stonewall Inn, palco do início das reivindicações pelos
direitos LGBT
       Se hoje as Paradas do Orgulho Gay tornaram-se acontecimentos comuns, incorporados aos eventos oficiais das principais metrópoles mundo afora, é porque décadas passadas um grupo de manifestantes resolveu dar um basta e exigir reconhecimento e direitos iguais. Foi quando teve início a Rebelião de Stonewall, que foi uma série de violentas manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícias de Nova Iorque que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn. Esses motins são considerados como o evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT no país.

       Mas desde os anos de 1950 que os homossexuais norte-americanos enfrentavam um sistema jurídico que se opunha a eles. Os últimos anos da década de 1960 foram muito controversos, visto que muitos movimentos sociais estavam ativos ao mesmo tempo, como os movimentos dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a contracultura dos anos 1960 e as manifestações contra a guerra do Vietnã. Estas influências, juntamente com o ambiente liberal da região de Greenwich Village, serviram como catalisadores para as revoltas de Stonewall.

        Poucos estabelecimentos recebiam pessoas abertamente homossexuais; os que faziam isso eram, frequentemente, bares. Na época, Stonewall Inn era propriedade do grupo mafioso Cosa Nostra Americana. Por sinal, ele recebia uma grande variedade  de clientes e era conhecido por ser popular entre as pessoas mais pobres e marginalizadas da comunidade gay: drag queens, transgênero, homens efeminados, jovens, lésbicas masculinizadas, prostitutas e jovens sem-teto. As batidas policiais em bares gays eram frequentes, mas em Stonewall Inn os policiais perderam o controle. As tensões entre a polícia de Nova Iorque e os residentes homossexuais de Greenwich Village irromperam em mais protestos na noite seguinte e, novamente, em várias noites posteriores. Dentro de semanas, os moradores do bairro rapidamente organizaram grupos de ativistas para concentrar esforços no estabelecimento de lugares que gays e lésbicas pudessem frequentar sem medo de serem presos.

        Depois dessa onda de protestos, num período de seis meses, duas organizações ativistas gays foram formadas em Nova Iorque, concentrando-se em táticas de confronto, e três jornais foram criados para promover os direitos a gays e lésbicas. Em 28 de junho de 1970, as primeiras marchas do orgulho gay aconteceram em Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco e Chicago.

        Em 24 de junho de 2016, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, oficializou o bar Stonewall Inn como um monumento nacional.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

LER&SER: O Velho e o Mar - Ernest Hemingway

      Dando início à renovação da identidade visual de Ernest Hemingway, a Bertand Brasil relança O Velho e o Mar, um dos principais livros de sua carreira. Título mais vendido do autor no Brasil, foi agraciado com o Prêmio Pulitzer, em 1954. 

       Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso, já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento, da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para o alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.

       Esta é a historia de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência, e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea. Uma história dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

      O escritor e jornalista norte-americano Ernest Hemingway chegou a trabalhar como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola, o que lhe serviu de inspiração para escrever uma de suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra, se instalou em Cuba. Em 1953 ganhou o Prêmio Pulitzer, e em 1954, o Prêmio Nobel de Literatura. 

       Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários romances. Ao longo da vida, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muitas frequências. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, professora de canto e ópera o atormentava com sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio, a pistola com a qual o pai havia se suicidado. O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele repetisse o ato ou guardasse a arma como lembrança. Fato é que tomado por uma crise depressiva, e enfrentando problemas de diabetes, hipertensão e perda de memória, o escritor suicidou-se em 2 de julho de 1961, aos 62 anos de idade.