quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cães auxiliam na terapia de crianças com transtornos psiquiátricos

Mandiba, o vira-lata "doutor", em seu trabalho terapêutico
     Cachorro é tudo de bom. Mais que uma chamada publicitária, a frase vai além do que se pode interpretar apenas como um afeto entre homens e cães. Está mais do que provado que conviver com um cachorro pode diminuir o estresse, baixar a pressão arterial e amenizar - quando não, sarar - os sintomas da depressão. Eles ajudam no controle do diabetes, quando o seu olfato apuradíssimo detecta a alteração nos níveis de açúcar do doente. E mais, eles podem ser bons terapeutas.

     Na Brinquedoteca do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, a USP, um vira-lata, o Mandiba, é um dos "doutores" da associação TAC -  Terapias Assistidas por Cães. Inicialmente, o objetivo era reduzir a ansiedade das crianças com autismo, desenvolvendo atividades com os cachorros enquanto elas aguardavam as consultas ambulatoriais. Hoje, os cães são parte da terapia. Diante dos bons resultados, a iniciativa acabou se estendendo também às crianças internadas no Hospital-Dia infantil, onde os diagnósticos são diversos: esquizofrenia, déficit de atenção, depressão, transtorno bipolar, entre outros. "Estamos também na geriatria e na área de cuidados paliativos, dando suporte aos acompanhantes e à equipe", explica o fisioterapeuta Vinícius Ribeiro, que é um dos fundadores do TAC, além de dono do Mandiba. Segundo ele, a interação com o cão pode ajudar no processo de recuperação de memórias e tirar a pessoa do isolamento.

    Em geral, de três a sete crianças participam do grupo de terapia com cães.  Uma das características mais importantes dos cães que os qualificam para essa "profissão" é a ausência de expectativas. No caso dos pais ou dos próprios terapeutas, por exemplo, existe a frustração quando o paciente não consegue cumprir uma determinada atividade programada, o que por vezes, bloqueia a espontaneidade das crianças. No caso de uma pessoa, é difícil ter certeza se ela está triste ou alegre, as informações afetivas são mais complicadas. Ao contar uma historia para o animal, a criança não sente a cobrança em relação à pronúncia correta, à entonação ou a fluidez de sua leitura, e consegue desenvolver suas habilidades com mais facilidade.  

Fonte: USP
Foto: Cecília Bastos

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Mesa do cochilo ou uma cama de trabalho?

Criada por uma empresa grega, a "mesa do cochilo" é o
sonho de muitos profissionais
     Quem nunca pensou em tirar um cochilo após o almoço? Mas quantos realmente tem a possibilidade de tirar aquela breve cochilada durante a tarde? Para aqueles que depois da refeição, são obrigados a voltar ao trabalho, a famosa sesta não passa apenas de um sonho. Ao menos que se tenha um chefe camarada, e que resolva trocar as mesas comuns pela inusitada invenção grega.

      Trata-se da "mesa do cochilo", que possui um compartimento inferior com capacidade e estrutura para comportar a soneca de uma pessoa deitada. A criação é de uma empresa de arquitetura grega. Contando com um colchão, um travesseiro e até uma pequena televisão, a cama fica abaixo da plataforma superior e essa, por sua vez, é deslizável, de forma a se ajustar para as outras pessoas que estiverem trabalhando.

O colchão retorna à posição vertical para compor a mesa
     A área da soneca pode ser isolada por tampos de madeira, fazendo com que, tanto a pessoa que irá tirar um cochilo, nem os demais colegas de trabalho serão incomodados. Assim, o descanso pode acontecer de forma bem tranquila e confortável.

A sesta na Grécia

     Coincidência ou não, mas a invenção da "mesa do cochilo" surgiu em um país onde a sesta é levada a sério. Às 14 horas, as lojas fecham irremediavelmente as portas na maior parte do país, exceto em Atenas. Abrem às 17 horas e vão até as 22 ou 23 horas. Mais que um hábito comercial, um estudo da Universidade de Atenas mostrou que descansar por um intervalo de cerca de 30 minutos depois do almoço, diminui em 37% o risco de doenças cardíacas.

Fonte: Site Mega Curioso
             Folha de São Paulo
Fotos: Divulgação

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Terror e violência de Estado em debate

O trauma gera manifestações sintomáticas que operam no
campo individual, mas socialmente no âmbito coletivo
     A fim de procurar entender aspectos da violência no Brasil, tendo como agente o poder público, a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, o CFP, promoveu na tarde de hoje o debate online Terror de Estado e Violência de Estado: Como prevenir? Como reparar os danos? O evento discutiu a inserção do trabalho do(a) psicólogo(a) na prevenção e reparação dos danos da crueldade impostas aos sujeitos.

     O terror de Estado é uma prática utilizada em regimes ditatoriais e de exceção, que envolve práticas ilegais de tortura, morte, desaparecimento forçado e perda dos direitos civis dos cidadãos em nome da defesa do Estado, além de tornar invisível a responsabilidade de crimes cometidos. Também gera efeitos nas gerações seguintes, uma vez que o medo e o silenciamento operam em sua faceta perversa de quem viveu algo, mas não consegue falar sobre o vivido.

     De acordo com o CFP, essa herança se evidencia nas práticas da violência de Estado, que ainda hoje persistem sob a forma de utilização de torturas e desaparecimentos forçados que continuam impunes. O debate apontou algumas políticas de direitos humanos e de reparação psíquica que visam quebrar o silenciamento, dar direito à fala e proporcionam formas de escuta do sofrimento.

     Participaram do evento a psicóloga e coordenadora do Projeto Clínicas do Testemunho Rio de Janeiro e da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Vera Vital Brasil, o filósofo e docente da Universidade de Santa Cruz, Julio Bernardes, e Catarina Pedroso, psicóloga e membro do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura. 

     Para assistir ao debate, clique aqui.

Imagem: Blog Levante Popular da Juventude      

domingo, 27 de setembro de 2015

Até onde tudo é culpa da crise?

     Estamos em crise. O dólar está nas alturas. O Brasil perdeu seu grau de investimento, pela empresa Standard&Poors. De fato, temos uma crise econômica, moral e política no governo brasileiro. E tudo isso, devidamente midiatizado e especularizado pelos grandes veículos; afinal tudo isso dá audiência.

     Em recente artigo no site Administradores, Marcos Hiller chama a atenção para uma visão equivocada que está sendo mostrada sobre a atual crise. Para ele, crise mesmo foi a de 2008, onde o mundo todo passou pela maior crise econômica de todos os tempos, desde a quebra da bolsa de Nova York, em 1929. Mas qual o verdadeiro tamanho da crise de 2015? Segundo ele, hoje é muito complexo e difícil para analisar.

     Por um lado, "vemos grandes montadoras demitindo centenas de pessoas, vi que a Honda está com fila de espera de quatro meses para o novo HRV. Ao mesmo tempo que vendas do comércio caem, parece que o Magazine Luíza decidiu não entrar na crise esse ano. Poucos meses atrás, em evento em Pernambuco, a presidente do grupo, Luíza Trajano, disse que as expectativas de crescimento e lucro se mantêm esse ano, ainda que o cenário oeconômico não seja dos mais favoráveis para os comerciantes", explica.

     Há sim uma crise no Brasil, mas, segundo o consultor, os principais bancos anunciaram lucro recorde  no primeiro trimestre desse ano. Por isso, "fica claro que a crise atinge apenas alguns setores da economia. E para ele, é comum, num momento como estes, ver pessoas usar o discurso, por exemplo de que "as vendas caíram  por culpa da crise". "Vejo isso, como justificativa para a ineficiência e de graves falhas de gestão. A crise não nasce de uma hora para outra, ela não brota do solo de forma repentina, ela dá sinais. E cabe às empresas captar esses indícios e se preparem. A economia é cíclica.

     

sábado, 26 de setembro de 2015

Aumenta o número de doadores efetivos de órgãos

     O Brasil registrou um aumento no número de doadores efetivos de órgãos. Entre 2010 e 2014, o índice cresceu 43,4%, passando de 9,9 para 14,2 doadores efetivos por milhão da população. Os dados oficiais do Ministério da Saúde demonstram que entre janeiro a junho deste ano, 4.672 potenciais doadores foram notificados, resultando em 1.338 efetivos, o que possibilitou a realização de 12,2 mil transplantes, e fazendo com que crescessem os procedimentos de órgãos mais complexos como pulmão, coração e medula óssea. E mais, o Brasil alcançou a maior porcentagem de aceitação familiar, que foi de 58%, superior aos demais países da América Latina.

     No primeiro semestre de 2015, houve crescimento de 50% no número de transplantes de pulmão, quando comparado do mesmo período do ano passado - em 2014, 28 transplantes, e em 2015, 42. Os transplantes de coração cresceram 11% e os de medula óssea, o crescimento foi de 4%.

A importância da família

     Na América Latina, o Brasil é o país com maior taxa de aceitação familiar para adoção de órgãos. Em 2014, 58% das famílias brasileiras optaram por doar os órgãos de seus familiares, enquanto que em 2013, o índice era de 56%. Atualmente, 95%  dos procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, tornando o País, referência mundial no campo dos transplantes e maior sistema público do mundo.

     O número  de pessoas aguardando por um transplante caiu 36% nos últimos quatro anos. O transplante de córnea é o que mais apresenta redução da lista de espera, isso porque cinco estados zeraram a fila por esta cirurgia em 2014. É o caso de Minas Gerais, Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Fonte: Ministério da Saúde

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

As próteses mamárias e seus modismos

     Esqueça os seios fartos da atriz norte-americana Pamela Anderson. A moda agora são as próteses mamárias cada vez menores em busca de uma naturalidade. Segundo pesquisa recente, realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2014 até os primeiros meses de 2015, o número de intervenções para a troca de um silicone grande por um modelo menor cresceu 15%, somente no Brasil.

     Até mesmo quem decide colocar silicone nos seios pela primeira vez, tem solicitado uma prótese, em média, menor, de acordo com o cirurgião plástico João de Moraes Prado Neto, presidente da Sociedade. "Se antes, os modelos de 300 ml a 400 ml faziam sucesso entre as brasileiras, agora dificilmente eles passam de 270ml.


Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, a tendência
agora são próteses menores, mais próximo do natural

     A explicação pode ser mais clínica do que por um modismo atual. De acordo com o cirurgião, as próteses muito grandes, além de já não proporcionarem mais um visual estético satisfatório, ferem os tecidos da região, provocando um estiramento do revestimento cutâneo. Como resultado, surgem várias estrias irreversíveis.

     E não é somente no Brasil que essa mudança está acontecendo. Nos Estados Unidos, onde existe uma alta preferência por próteses maiores, essa tendência já começa a aparecer. Um outro fator a considerar é que o peso do silicone, associado aos sinais do envelhecimento, como a flacidez, proporcionam uma queda inevitável das mamas; isso sem contar alguns problemas na coluna.

     "Talvez, a questão não se resume apenas na escolha de uma prótese pequena, mas sim, em uma decisão racional, equilibrada e que harmonize com a estrutura corporal de cada pessoa", enfatiza Prado Neto.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Ilustração: Dr. Frederico Vasconcelos

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

QUINTA FEMININA: Elena Piscopia, a primeira mulher da historia a conquistar um diploma universitário

Preterida pela Igreja, Elena finalmente
conquistou seu diploma, discursando
para um público de aproximadamente
30 mil pessoas
     De origem aristocrata, Elena Lucrezia Cornaro Piscopia, uma filosofa veneziana, foi a primeira mulher na historia a receber um diploma acadêmico. Nascida no ano de 1646, precocemente iniciou os estudos. Aos 7 anos de idade começou a estudar Latin e Grego, gramática e música e, em pouco tempo, tornou-se auto-suficiente nos idiomas. Aos 17 anos, foi considerada perita em música, tocando vários instrumentos, entre eles, harpa e violino. Seu auge musical foi coroado pela música que compôs. Aprendeu também Hebraico, Espanhol, Francês e Árabe, conquistando o título de Oraculum Septilingue. Os estudos tardios abrangem matemática, filosofia e teologia; sendo as duas últimas as suas preferidas. 

     Em 1672, seu pai a enviou para a Universidade de Padova, a terceira mais antiga da Itália. Elena não procurou pela graduação, mas por insistência do pai, que queria que o mundo reconhecesse a capacidade da filha, assim, matriculou-se em um Doutorado de Teologia.


Depois de ficar esquecida e danificada pela
ação do tempo, estátua é transferida para um
outro local na Universidade de Padova
     Depois de um desempenho brilhante, teve uma surpresa desagradável. Uma mulher não tinha permissão para receber um doutorado em Teologia. Gregório Barbarigo, bispo de Padova, argumentou: "A mulher é inferior ao homem e incapaz de raciocinar, incapaz de receber nenhum grau". Ainda mais porque se lhe fosse conferido o título de Teóloga, automaticamente, ela teria o direito de pregar - o que era, e ainda é, contrário à posição da Igreja. À mulher era dado somente o direito de "aprender em silêncio, com subordinação". Foi aí que, novamente, por insistência do pai, matriculou-se no Doutorado em Filosofia. E finalmente, aos 32 anos, em 1678, Elena conseguiu seu diploma, não de Teologia, mas de Filosofia. 

     O diploma foi conferido na Catedral de Pádua, na presença de autoridades da Universidade, professores, senadores de Veneza, bem como convidados das Universidade de Bolonha, Perugia, Roma e Nápoles. Elena tornou-se uma celebridade. Todos queriam falar com ela, até mesmo Luis XVI, rei da França, enviou seus informantes para verificar as qualidades excepcionais da dama. Durante uma hora, a jovem Elena discursou em latim clássico, abrangendo passagens das obras de Aristóteles. Foi ouvida, por cerca de 30 mil pessoas, com respeito e atenção e ao concluir, recebeu aplausos, uma coroa de louros e um anel.


Ao lado da estátua, placa confirma o legado acadêmico de
Elena
     Elena foi membro de várias academias e era admirada em toda a Europa por suas virtudes e conquistas. Os últimos sete anos de vida foram deixados para a caridade e aos estudos.

     Uma vida dedicada aos livros, Elena morreu de tuberculose, em Padova, no ano de 1684, aos 38 anos. Uma estátua em sua homenagem não teve a permissão dos monges beneditinos de ser fixada na Catedral. E hoje, a estátua está localizada na Universidade de Padova. Em 1865, a Universidade cunhou uma moeda em sua homenagem.

Fonte: Wikipedia
            Corriere Univ. It
      

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O que é preciso saber sobre o "viagra feminino"

Durante os primeiros estudos clínicos, as mulheres do grupo
relataram um aumento do desejo sexual
     No artigo A pílula rosa não parece tão rosa assim, publicado no site da Sociedade Brasileira de Diabetes, o médico endocrinologista Reinaldo Albuquerque esclarece que o medicamento que estimula a libido das mulheres - popularmente conhecido como viagra feminino - causa efeitos colaterais importantes, tais como: desmaio, sonolência, pressão baixa e enjoos, além de interagir negativamente com o álcool. Ou seja, é preciso pensar muito, pois é um medicamento que requer cuidados.

     A pílula, que foi aprovada recentemente pela Agência de Controle de Medicamentos Americana, estimula a libido feminino a longo prazo e não tem efeito imediato. A base química é a flibanserina, uma substância desenvolvida para tratamentos de depressão. É preciso lembrar que o Viagra atua na ereção, permitindo o enchimento dos corpos cavernosos do pênis e não no cérebro, como a flibanserina. Enquanto a pílula masculina deva ser ingerida apenas antes da relação sexual, a flibanserina deve ser tomada diariamente. E os efeitos começam a ser percebidos depois de quatro semanas de tratamento. 

     O comprimido, que era pesquisado originalmente como um antidepressivo, age dosando o nível de alguns elementos químicos no cérebro, como a serotonina e a dopamina. Três testes clínicos com a pílula deram bons resultados. As mulheres que participaram do estudo relataram ter em média de dois a três "eventos sexuais satisfatórios por mês no início do estudo. E quando começaram a tomar a droga, o número aumentou, mas em apenas uma a mais por mês, comparando com o grupo de mulheres que tomaram o placebo.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Brasil desmata, enquanto a China planta árvores para ajudar no abastecimento de água

Reservatório de Miyun, que recebe água  da Província
de Herbei
     Ontem, foi o Dia da Árvore, uma data que aqui no Brasil não tem motivos para comemoração. O País lidera o ranking dos países que mais desmataram a Amazônia, com um total de 480 mil hectares, registrados em 2014. Desde 2004, a Amazônia perdeu 3,1 milhões de hectares nos oito países que compõem o bioma além do Brasil (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A área é maior que o estado do Alagoas - 2,7 milhões de hectares.

     Enquanto isso, a China dá o exemplo como o país que mais planta árvores. Somente a capital chinesa, Pequim, plantou mais de 30 mil hectares de florestas, desde 2009, ao longo da fronteira entre a cidade e a adjacente Província de Hebei, no norte do país. De acordo com a Administração Nacional  dos Recursos Florestais, as árvores foram plantadas em torno dos reservatórios Miyun e Guanting, dois dos quatro principais reservatórios que oferecem água potável para a cidade cosmopolita. A mudança reduziu efetivamente o fluxo de sedimentos aos reservatórios.

     Pequim está enfrentando uma carência severa de água. Com uma população de 21, 52 milhões de pessoas, em 2014, a cidade pretende manter sua população abaixo de 23 milhões, até 2020, pois sofre ameaças de escassez de água e outros recursos.

Por dentro do desmatamento

     Geralmente, o desmatamento ocorre por fins econômicos, visando a utilização comercial da madeira das árvores e também para o aproveitamento dos solos para a agricultura e a pecuária. A atividade mineradora e a construção de barragens para hidrelétricas também aparecem como causas de tal ocorrência.

     Os primeiros países a praticarem de forma intensiva o desmatamento, no mundo, foram os países desenvolvidos. Para o crescimento de suas economias, sobretudo após o advento do sistema capitalista, algumas nações  exploraram intensamente os seus recursos naturais, avançando essa exploração também para outras áreas. Com isso, muitas florestas do hemisfério norte foram praticamente dizimadas.

     Atualmente, os países que mais desmatam são os de economias emergentes, pois, embora tentem controlar esse problema, o desmatamento de suas florestas avança à medida que seus sistemas econômicos evoluem. Até pouco tempo atrás, o campeão mundial de desmatamento era o Brasil, principalmente em razão do crescimento da fronteira agrícola sobre as áreas da Floreta Amazônica. No entanto, recentemente o Brasil foi ultrapassado pela Indonésia, que possui uma ampla área verde, mas que vem desmatando duas vezes mais do que é registado no Brasil. 

Fonte: Painel Florestal
            Embaixada da República Popular da China no Brasil
            Brasil Escola

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O incrível mercado dos souvenires inusitados


Grandes eventos como a Copa do Mundo e o Rock in Rio
são ótimas oportunidades para o comércio de souvenires
     Todo mundo conhece alguém que viaja e adora trazer lembrancinhas para presentear os amigos. Ou então, é você quem satisfaz aos anseios alheios, e presenteia a família com mimos trazidos das viagens. De olho nesse público, um mercado paralelo cresce cada vez mais; o dos souvenires inusitados. Mas que sempre encontra alguém disposto a compra-los.

     Em tempos de Rock in Rio, um dos produtos que vem repercutindo na internet é a lama da primeira edição do festival, ocorrido em 1985, que está sendo vendida por 185 reais na loja oficial dentro da Cidade do Rock. A tal lama teria sido retirada do terreno que abrigou o festival 30 anos atrás; embora a retirada tenha sido feita recentemente, onde atualmente é construída a Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos de 2016.

     Em 2011, na época da construção do estádio Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo, punhados da terra do local foram vendidos aos torcedores. No valor de 89,90 reais, o clube lançou o primeiro produto oficial relativo ao estádio, um kit que continha a porção de terra, além de sementes de ipê-de-jardim, e que foi comercializado com o o título de Terra Sagrada.

Bíblia é vendida sem o "autógrafo" de Judas Iscariotes
     Durante a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil, um empresário brasileiro foi desafiado a criar um souvenir inovador. Como resultado, ele apresentou latinhas de sardinhas que supostamente continham o ar de cidades turísticas como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Vendidas por 10 reais, o produto pode ser considerado uma ironia aos souvenires desnecessários. Na verdade, a lembrança é a própria lata personalizada com pontos turísticos de cada cidade.

     Mas o mercado dos souvenires um tanto quanto diferentes, vai além do mundo da música e do esporte; o mundo religioso também abocanha uma fatia da economia mundial e brasileira, no ramo das lembrancinhas. Lascas da cruz de Jesus Cristo são vendidas até hoje na região de Israel para os milhões de peregrinos que visitam os locais considerados santos para a Igreja Católica. Até hoje não há confirmação de que de fato trata-se da real cruz em que Cristo fora crucificado. As lascas de madeira foram retiradas de uma cruz descoberta no ano 318, mas que até hoje não se confirmou tratar-se da verdadeira cruz da Crucificação de Jesus.

Até hoje, não há evidências de que a água vendida é do
Rio Jordão

     Continuando no mundo cristão, também em Israel, são vendidas garrafinhas com suposta amostra da água do Rio Jordão, onde, segundo a crença cristã, São João Batista teria batizado Jesus Cristo. O comércio se estende para outros países, inclusive o Brasil. Ninguém pôde atestar se a água de fato é ou não do Rio Jordão. 

     Em sites de compras, é possível encontrar um exemplar da Bíblia Sagrada "autografada pelos apóstolos, pelo valor de 2 mil reais. Na descrição do produto, o vendedor ressalta  que o apóstolo Judas Iscariotes não assinou a bíblia, pois já havia falecido.

     A historia também encontra espaço no mundo dos souvenires. A queda do muro de Berlim, na Alemanha, foi um marco na historia da Humanidade, e seu feito movimenta a economia local. Lojas de souvenires comercializam supostos pedaços do muro que teriam sido recolhidos na época quando houve a derrubada. Por toda a cidade, é possível encontrar cartões-postais com os famigerados pedaços, que juntos, provavelmente seriam suficientes para reconstruir outros tantos muros com as mesmas dimensões do original. A Grande Muralha da China é outra amostra do fascínio que a historia é capaz de despertar. No entanto, se todos os souvenires que vendem como pedaços seus fossem vendidos; ela não estaria mais em pé.

     Fonte e fotos: Administradores

domingo, 20 de setembro de 2015

O teatro: comemoração através da comédia e da tragédia

As máscaras que representam a comédia e a tragédia
    Mundialmente, ele é comemorado no dia 27 de março, mas aqui no Brasil, a data escolhida para comemorar o Dia do Teatro é em 19 de setembro. A data internacional foi criada em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro, quando neste dia foi inaugurado o Teatro das Nações, em Paris.

     O marco principal do surgimento do teatro foi a reunião de um grupo de pessoas ao redor de uma fogueira, através da qual fazia refletir a imagem das pessoas na parede, o que levou um rapaz a se levantar e fazer gestos engraçados que se refletiam em sombras. Um texto improvisado acompanhava as imagens, trazendo a ideia de personagens fortes e fracos, oprimidos, opressores e até de Deus e do diabo.

Os primórdios

     A representação existe desde os tempos primitivos, quando os homens imitavam os animais para contar aos outros como eles eram e o que faziam, se eram bravos, se atacavam. A primeira forma de teatro surgiu no Oriente, mais com um conceito ligado a rituais religiosos; como forma de arte, surgiu na Grécia Antiga, através das homenagens aos deuses. Os povos da Grécia antiga transformaram essas encenações em arte, criando os primeiros espaços próprios, para que fossem divulgadas suas ideias. As mitologias, agradecimentos  aos vários deuses, dentre outros assuntos.

     No Brasil, o teatro nasceu no século XVI, e tinha como objetivo espalhar a crença religiosa. Mais tarde, esta arte sofreu um retrocesso significativo  por causa da censura imposta pela ditadura militar. O final do regime militar trouxe um novo fôlego e uma nova relevância para os artistas e para o teatro.

A tragédia

     Na época da colheita das uvas, as pessoas faziam encenações em agradecimento ao deus Dionísio, pela boa safra de uvas colhidas, através do sacrifício de um bode. Surgia os primeiros indícios da tragédia. O gênero trágico foi o primeiro a aparecer. Retratava o sofrimento do homem, sua luta contra a fatalidade, as causas da nobreza, numa linguagem bem rica e diversificada. Os maiores escritores da tragédia foram Sófocles e Eurípedes.

     Curioso é que nessa época, somente os homens podiam representar. E diante da necessidade de simular os papés femininos, as primeiras máscaras foram criadas e mais tarde, transformadas nas faces que representam a tragédia e a comédia; máscaras estas que representam o teatro.

A comédia

     A fim de satirizar os excessos, as falsidades, as mesquinharias, deu-se início ao gênero cômico. Um dos principais autores de comédia foi Aristófanes, que escreveu mais de quarenta peças teatrais. No entanto, em suas primeiras apresentações, a comédia não foi bem aceita, pois os homens da época valorizavam muito mais a tragédia, considerando-a mais rica e bonita. Mas somente como surgimento da democracia, no século V a.C, a comédia passou a ser mais aceita, como forma de ridicularizar os principais fatos políticos da época.

Fonte: Brasil Escola

sábado, 19 de setembro de 2015

Prótese feita em 3D devolve qualidade de vida a tucano

A prótese é presa na parte avariada com o uso de cola
      Apreendido pela Polícia Federal em 2013, um tucano de bico verde, com uma deformidade no bico superior, foi encaminhado ao Centro de Pesquisa, Triagem e Reabilitação de Animais  Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade de São Paulo, a USP. O defeito que a ave apresentava prejudicava a sua alimentação, e que somente agora, graças à tecnologia, a ave voltou a ter condições para se alimentar de forma adequada.

     No final de agosto, uma prótese desenvolvida em uma impressora 3D foi fixada com resina no bico afetado. E poucas horas após o procedimento, o animal já estava se alimentando normalmente. O processo todo envolveu a moldagem do bico com gesso dentário e a confecção de réplica em 3D. A prótese foi fixada na ave com resinas odontológicas especiais, em cirurgia realizada pelo doutorando do Departamento de Cirurgia da FMVZ, Roberto Fecchio, que começou a utilizar essa técnica este ano, sendo o tucano o seu terceiro caso.

Desperdício de alimentos

     Segundo o professor Ricardo José Garcia Pereira, coordenador do Centro, o tucano desperdiçava alimento, pois não conseguia manipular direito os diferentes itens de sua dieta e precisava ficar isolado para não ter de concorrer com outras aves em condições normais. " Com o bico reconstruído, a ave ainda está em fase de adaptação, mas já é possível observar melhora em seu comportamento alimentar.

     "O resultado da junção da peça, neste tipo de técnica, é um desafio, pois depende da adaptação do animal e da resistência da área reconstruída. A eficácia da utilização de impressora 3D na confecção de moldes ou peças é relativamente nova e os resultados precisam ser estudados", explica o professor Marco Antonio Gioso, orientador do doutorando Roberto Fecchio.  

Fonte e foto: USP 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Brasil ganha novos patrimônios culturais

A festa engloba a memória, a identidade e a formação da
sociedade brasileira
     Ontem, durante a 80ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, a festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, no Ceará, o conjunto arquitetônico Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, Minas Gerais, e a antiga sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, ganharam título de patrimônios culturais brasileiros. O acervo do Museu já tinha sido tombado em 1939 e agora ocorre o tombamento do conjunto arquitetônico.

     A proposta de tombamento do conjunto teve como base o valor arquitetônico dos imóveis, com sua arquitetura eclética, exemplar único em Minas Gerais, sua decoração, mobiliário, além da importância do acervo que abriga. Além disso, destaca-se o valor paisagístico atribuído ao Parque Glaziou, com seus prédios, estátuas, monumentos, fontes e outros. "O conjunto conta com um extraordinário jardim do século 19", comentou o diretor do museu, Douglas Fasolato.

Parque do Glaziou, do Museu Mariano Procópio,
em Minas Gerais
     Já a antiga sede do Arquivo Nacional ganhou o título por conta de seu valor histórico, que sediou inúmeras instituições de importância para a memória nacional. As fachadas originais do prédio estão associadas ao período de transição que marcou a passagem da arquitetura da fase colonial para a neoclássica, ao final do século 18 e início do 19. Originalmente, o imóvel pertenceu ao Barão de Ubá, foi adquirido por D. João VI em 1818, assim que chegou ao Brasil, e passou por diversas reformas ao longo do tempo.

Prédio do Arquivo Nacional, localizado na Praça da
República, região central do Rio de Janeiro
 
     Parte da identidade de um povo há 200 anos, a festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, no Ceará, ganhou registro como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Os festejos a Santo Antônio de Pádua ocorrem  desde o final do século 18, quando foi erguida uma capela em devoção ao santo, dando origem ao desenvolvimento da cidade de Barbalha. São treze dias de festa, sendo a data central, o domingo mais próximo de 31 de maio, dia do Carregamento e Hasteamento do Pau da Bandeira. É uma referência cultural importante que foi exercida, principalmente, pelas camadas populares do Nordeste.
    

Fonte: Ministério da Cultura
Foto 1: Prefeitura de Barbalha
Foto 2 e 3: Iphan

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

QUINTA FEMININA: a solitária e incompreendida Virgínia Woolf

"Imagine acordar e descobrir que se
é uma fraude. Esse horror era parte
da minha loucura"
     "Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção".
     Virgínia Woolf, nascida em Londres no ano de 1882, cresceu em meio a elite intelectual e artística da época. Seu pai era historiador, escritor, ensaísta e biógrafo, e realizava saraus na residência da família, onde corriqueiramente frequentavam, Thomas Hardy, Henry James,  Alfred Tennyson e Edward Burne-Jones. De família numerosa, tinha três irmãs, uma meia-irmã, do primeiro casamento de seu pai, além de outros três, do primeiro casamento da mãe. Dois destes filhos de sua mãe, segundo psicanalistas e biógrafos a abusaram ou, pelo menos, tocaram-na de forma um tanto imoral, o que poderia ter causado a doença maníaco-depressiva, hoje conhecida como transtorno bipolar. Além da permanente frigidez sexual.

     Outros pesquisadores, no entanto, trabalham com a predisposição genética de sua família. O pai de Virgínia, também era conhecido por sofrer de casos de autodúvida  e sintomas de estresse, expressados em persistentes dores de cabeça, insônia, irritação e ansiedade, reclamações parecidas com as posteriores de sua filha. Teve seu primeiro colapso mental aos 13 anos de idade, com a morte da mãe. Aos 16 anos, apaixonou-se por uma mulher. Nada de sexo, puro amor e afeto.

     Virgínia Stephen - sobrenome do pai - não frequentou escola; foi educada por professores particulares e através de aulas com seu pai. Tomou gosto pela arte literária por conta da vasta biblioteca particular de Leslie Stephen e pelo trabalho de editor do Dictionary of National Biografy, também de seu pai. Em 1904, Virgínia conheceu o amigo de um de seus irmãos, seu futuro marido Leonard Woolf, estudante de Direito.

     Começou então a escrever os primeiros ensaios, publicando alguns destes nos suplementos femininos do jornal The Guardian. Em fevereiro de 1922, com a morte do pai, teve sua segunda crise mental, do qual não se recuperaria antes do final daquele ano. Tentou se matar, ao jogar-se de uma janela, mas a baixa altura do local apenas lhe causou alguns ferimentos. A alma estava profundamente ferida e sua saúde mental abalada, a ponto de dizer que ouvia pássaros cantando em grego. Por conta da insistência da família e de amigos que exigiam dela o matrimônio, Virgínia casou-se com Leonard em 1912. O casamento foi um grande "negócio" para ela, aumentando o seu equilíbrio emocional e a sua segurança enquanto escritora.

Leonard adorava a capacidade intelectual de
Virgínia e não se preocupava com a
frigidez sexual dela
     Com o romance A Viagem, Virgínia Woolf fez sua estreia na literatura, e trilhou, a partir daí uma carreira como escritora com uma série de obras notáveis, influenciada em partes pelo grupo Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra, se posicionaria contra tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana (período do reinado da Rainha Vitória). A pequena burguesia inglesa era contra o que queriam lutar no campo da literatura, da arte e da sexualidade. Virgínia era grata por poder participar do grupo - do qual ela e uma de suas irmãs eram as únicas mulheres.

     Sua obra é classificada como modernista, e suas reflexões sobre a arte literária - da liberdade de criação ao prazer pela leitura - baseadas em obras primas de Dostoievski, Joyce, Tolstoi, Tchekov, entre outros clássicos, foram reunidos em dois volumes publicados pela sua editora, a Hogarth Press sob o título de The Common Reader (O Leitor Comum), homenagem de Virgínia Wolf àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para o seu próprio desfrute pessoal. Com isso, é considerada uma das maiores romancistas do século 20. E uma grande inovadora do idioma inglês. Em seus trabalhos, experimentou a psicologia íntima.

     Virgínia Woolf foi chamada por alguns de antissemita, apesar de um casamento feliz com seu marido judeu. A razão por esse julgamento ocorreu pelas inúmeras vezes escrever sobre personagens judeus sob arquétipos e generalizações estereotipados. É provável que o crescente antissemitismo da época a influenciou. Avessa ao fascismo, ela e seu marido, sem saber, figuraram a lista de Hitler.

     Com o estopim da Segunda Guerra, a destruição de sua casa em Londres e a fria recepção da crítica à sua biografia do amigo Roger Fry, Woolf foi condicionada ao impedimento de sua escrita e caiu em uma depressão semelhante às que sofreu na juventude. No dia 28 de março de 1941, aos 59 anos de idade, Virgínia colocou seu casaco, encheu os bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse, perto de sua casa e se afogou. Seu corpo foi encontrado somente três semanas mais tarde, por um grupo de crianças. Deixou um bilhete de despedida ao marido, onde reconheceu a sua fraqueza em lidar com a sua confusão mental.

     Virgínia teve um teto todo seu, mas deixou que a sua vida fosse a sua ficção.
    

    

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Campanha de prevenção de quedas de lajes tem caráter permanente

     De acordo com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, somente em 2011, foram registrados 2.649 internações causadas por quedas acidentais de estruturas como lajes, balcões ou sacadas, muros e telhados. Desse total, 136 pessoas morreram. As internações custaram 3,2 milhões de reais ao Sistema Único de Saúde, o SUS.

     Para tentar reverter esse quadro, desde o ano passado, a Secretaria, em parceria com a Associação Paulista de Medicina, lançou a Campanha de Prevenção de Quedas de Lajes, com o slogan Se for cair, caia de amor, caia no samba, caia na gandaia, mas não caia da laje. De caráter permanente, a campanha tem o apoio da Sociedade Brasileira de Coluna, da Sociedade Paulista de Medicina Física e Reabilitação e da Rede de Reabilitação Lucy Montouro.

     A ideia da campanha surgiu tendo em vista os vários levantamentos feitos em hospitais, centros de atendimentos e centros de estudos de grandes faculdades, que demonstraram evidências de que a maioria dos acidentes na região de São Bernardo do Campo e Diadema - para citar apenas duas cidades - se deu por quedas de cima de lajes, gerando deficiências e óbitos.

Fonte: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Como descobrir novos talentos no esporte?

Sistema poderá identificar talentos esportivos em qualquer
cidade brasileira
      A tecnologia pode ser o caminho. Alunos de pós-graduação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo, a USP, desenvolveram um sistema que promete revolucionar a busca por atletas de ponta nas escolas brasileiras. A partir de um modelo estatístico, o programa coleta e compara diversos dados para indicar quais jovens têm mais chances de se tornarem esportistas. O iSports foi coordenado por Francisco Louzada, pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp.

     A partir de alguns testes realizados com alunos, em provas de habilidades como passe, drible e chute e provas físicas como corrida de resistência, de velocidade e de potência anaeróbica, é criado um banco de dados a partir do qual atletas ou grupos de atletas podem ser comparados. Nesta primeira etapa, o iSports, que será finalizado antes das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, focou-se apenas no futebol.

     O professor explica que o projeto é multidisciplinar e que os testes aplicados nos alunos são passados por especialistas. "Quem nos fornece os testes adequados são os treinadores e os educadores físicos. Nós entramos com a metodologia estatística e com o desenvolvimento do sistema", conta.

     Agora, três anos depois do início da criação do sistema, o iSports iniciará a fase de testes. E quando implantado, Louzada acredita que o programa possa ajudar a descobrir talentos escondidos no País. "Às vezes, uma cidade lá no Amazonas tem um talento esportivo e você não consegue descobrir esse esportista. Ele está lá e pode ser um excelente jogador de futebol, mas você não vai descobri-lo porque nenhuma pessoa conseguiu detectar que ele teria essa capacidade. O iSports te dá essa capacidade", argumenta. A estrutura permite interações entre os professores, como pela rede social Facebook, facilitando a estes treinadores compararem seus alunos. O sistema calcula automaticamente e detecta, entre as turmas, quais são os melhores atletas.

     Desenvolvido pelos alunos Alexandre Maiorano e Anderson Ara, o iSports também poderá ser usado para levantar dados de esportistas de outras modalidades. Para isso, basta trocar os exercícios dos testes, pois o método de comparação já está pronto. O próximo passo, é ver como as escolas reagirão ao produto, que será disponibilizado para algumas escolas.

Fonte: Agência USP

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Aulas de remo trazem benefícios às mulheres que tiveram câncer de mama

A prática de exercícios melhora a aptidão física, a auto-
estima e a saúde mental do paciente oncológico
     Com o objetivo de reabilitar através do esporte, a Universidade de São Paulo, oferece às pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o ICESP, a prática do remo no intuito de proporcionar qualidade de vida a estas mulheres que tiveram câncer de mama e ainda diminuir a probabilidade de reincidência da doença. O Remama é um projeto realizado desde 2013 na Raia Olímpica da USP pelo Centro de Práticas Esportivas, o Cepeusp, em parceria com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro.

     Após o tratamento da doença no ICESP, as pacientes são avaliadas, triadas e encaminhadas por médicos para dar início aos treinamentos das atividades, que começam em aparelhos remo-ergômetros no próprio Instituto. No Cepeusp recebem orientação e preparo do professor Ricardo Linares, um dos coordenadores do projeto pela USP, para fazer as aulas ao ar livre. Após este processo, as mulheres estão aptas para cair na água e dar as primeiras remadas em barcos e canoas. As pacientes praticam a atividade em conjunto com as demais alunas do remo. "Respeitada a individualidade e a limitação de cada uma, exijo igualmente de todas", explica o professor.

     O Remama tem proporcionado inúmeros benefícios às mulheres que passaram pelo câncer. A reincidência da doença é minimizada em virtude do aumento da resistência física. O remo é um esporte aquático completo e proporciona ao praticante condicionamento cardiopulmonar, fortalecimento muscular e controle de peso corporal. Braços, pernas e troncos são bastante requisitados. Por isso, os inchaços nos braços, comum nestas mulheres em decorrência da doença, são reduzidos em virtude do trabalho feito com os membros superiores.

     Pelo aspecto psicológico, Linares percebeu que as mulheres do projeto Remama renasceram ao realizar a atividade física prazerosa, que estimula o convívio e a interação social. Isso porque elas são vistas como alunas e não como pacientes. A prática do remo quebrou um paradigma que impedia exercícios com membros superiores na reabilitação de mulheres em tratamento de câncer de mama.

Fonte: USP
Foto: Blog Professor Cortez

domingo, 13 de setembro de 2015

Parece inofensível, mas não é

A campanha Parece inofensivo, mas fumar narguilé
é como fumar 100 cigarros
 será veiculada até o dia
30 de setembro, nas diversas mídias
     Apesar de o Brasil ter conseguido reduzir em 30,7% no percentual de fumantes nos últimos nove anos, o consumo do narguilé tem aumentado no país, principalmente entre os jovens. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, mais de 212 mil brasileiros admitem usar o cachimbo; entre os jovens homens fumantes (de 18 e 24 anos), o percentual mais que dobrou nos últimos cinco anos.

     Para alertar sobre os malefícios do uso do narguilé, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, apresentaram uma campanha que pretende desmistificar a ideia de que o narguilé é inofensivo. Para se ter uma ideia, uma sessão de narguilé, que dura em média de 20 a 80 minutos, corresponde a fumaça de 100 cigarros. "Queremos consolidar essa informação entre os jovens, que é o público mais seduzido com essa falsa impressão de que o narguilé não faz mal à saúde", adverte o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

     Segundo o coordenador de ensino do Inca, Luiz Felipe Ribeiro Neto, o uso da água no produto não ameniza os efeitos do tabaco, pois o narguilé possui os mesmos componentes nocivos do cigarro, seja da nicotina ou cancerígenos. E o mais preocupante é que o uso do narguilé se dá de forma compartilhada, o que torna o consumo muito mais atraente, especialmente entre os jovens. Por isso, a iniciação ao cigarro e a outros produtos do tabaco, por meio do narguilé, preocupa o Ministério da Saúde. 

     A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revelou que 7,6% dos adolescentes entre 13 e 15 anos afirmaram ter fumado cigarro e/ ou produto de tabaco nos últimos 30 dias. O consumo do narguilé pode contribuir para o surgimento de doenças respiratórias, coronarianas e tipos de câncer, como de pulmão, boca, bexiga e leucemia. Além disso, o narguilé pode causar dependência devido às altas doses de nicotina, de monóxido de carbono expirado e dos batimentos cardíacos. Preocupa também a possibilidade de surgirem doenças infectocontagiosas em razão do hábito de compartilhamento do bucal entre os usuários.

Fonte: Ministério da Saúde

sábado, 12 de setembro de 2015

Brasil apresenta aumento no uso de smartphones

     Segundo dados da empresa Teleco, para cada um dos 204 milhões de habitantes no Brasil, existe 1,38 telefone celular. Com os avanços na tecnologia e o uso das redes móveis, o perfil dos usuários também tem mudado. O Brasil é o quinto maior mercado de smartphones no mundo e encerrou janeiro de 2015 com 7,7 milhões de acessos na tecnologia 4G.

     Dados da Agência Nacional de Telecomunicação, a Anatel, revelam que a maior parte dos celulares brasileiros são pré-pagos (74,85%); ainda que esse número revela uma ligeira queda nos últimos anos, cerca de 0,5 a 1% por ano desde 2009. E desde os ano passado, um dado mostra uma mudança no comportamento destes usuários; pois 90% da população brasileira que possui smartphones se comunica via aplicativos de mensagens instantâneas.

     Segundo pesquisa da Comisión Económica para America Latina y el Caribe, a CEPAL, o Brasil é também o que mais tem celulares por habitantes, se considerarmos América do Sul, América Central, Caribe e México. Porém, por conta dos altos preços dos aparelhos no Brasil - um dos mais caros no mundo -, é muito comum por aqui o uso de vários cartões SIM - diversas linhas de celular no mesmo aparelho. Apenas para efeitos de comparação, na Suécia custa 1 dólar ao mês manter um celular, no Brasil o custo é de 60 dólares.

     Enquanto o Brasil registra aumento no número de celulares, o País finalizou o mês de junho com 44,4 milhões de telefones fixos em serviço; foi um milhão a menos, se comparado com o mesmo período do ano anterior.

Fonte: Administradores

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

MinC oferece material de apoio sobre cultura e diversidade

     Com o objetivo de garantir a circulação das publicações entre os públicos interessados, a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, com o apoio do Ministério da Cultura, o MinC, irá distribuir gratuitamente revistas, livros, catálogos, relatórios e cartilhas. 

     Os 500 kits serão produzidos e distribuídos via Correios. Para receber os materiais, os interessados deverão se inscrever em um formulário e especificar como irão garantir a circulação dos materiais. "Temos muito material aqui parado, queremos que isto chegue até os interessados, livro não deve ficar só na estante, tem que circular", destacou a secretária Ivana Bentes.

     Cada kit contém cerca de 10 materiais de temáticas diversos, entre eles livros infantis, catálogos e livros que versam sobre cultura e diversidade. A seleção será feita pela equipe da Secretaria e os kits, distribuídos até o final de setembro. Os interessados poderão encontrar DVDs com o documentário A Bahia do Afoxé Filhos de Ghandi, livretos com a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais e a Revista da Cultura, produzida pelo MinC. Além desse material, a Secretaria também tem uma biblioteca com materiais disponíveis para livre distribuição.

Formulário para solicitação dos kits

Fonte: Ministério da Cultura

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

QUINTA FEMININA: Não provoque, é rosa-choque. É Elsa Schiaparelli

Artista inspirou-se no cubismo e
no surrealismo, e criou um
estilo próprio
    Nascida em Roma, em 1890, Elsa Schiaparelli foi um dos ícones da moda no século 20. Excêntrica, buscava o efeito teatral  através das cores vivas, não muito usadas em sua época. E conseguiu criar um tom de rosa tão forte, que chegava a ser dramático, que o batizou de shocking, o seu rosa-choque. A cor foi usada por ela em muitas criações. Shocking, aliás, foi o nome dado ao seu perfume mais conhecido, lançado em 1938. O frasco tinha o formato do corpo da famosa atriz Mae West

     Sobrinha do famoso astrônomo que descobriu os canais do planeta Marte, Giovanni Schiaparelli, sua família possuía uma boa situação financeira, o que permitiu que ela fosse estudar na Suíça e em Londres, e onde conheceu aquele que vinha a ser seu marido, o filósofo e jogador, Count Wilhelm de Wendt de Kerlor, em 1913. O casal mudou-se para Nova York, mas o casamento não durou muito tempo, e Schiaparelli com uma filha pequena para cuidar, não conseguiu sobreviver muito tempo na América, voltando para a França, em 1922. Nessa época, já desenhava e começava a vender seus primeiros tricôs. Abriu sua primeira butique em 1927 e em 1929 apresentou sua primeira coleção, que foi um sucesso.
O rosa-choque sempre presente nas criações
     Elsa acreditava que a moda não poderia estar desassociada das artes plásticas contemporâneas, principalmente a pintura, e sempre esteve ligada aos artistas da época, como seus amigos Marcel Duchamp, Picabia, Man Ray, Stieglitz, Jean Cocteau, Christian Bérard e Salvador Dalí. Com Dalí, Schiaparelli chegou a trabalhar muitas vezes, o que resultou em várias criações. Como o chapéu em forma de sapato, o tailleur-escrivaninha com bolsos em formato de gaveta, o vestido de seda pintado com moscas, entre outros. E o Roi-Soleil, um perfume cujo frasco foi desenhado por Salvador Dalí. Aliás, foi no surrealismo e no cubismo que ela encontrou sua fonte de inspiração, o que chocava os mais conservadores.

     Diante de todo esse sucesso, Elsa se tornou a maior rival da famosa estilista Coco Chanel; ainda que seus estilos fossem totalmente opostos. Chanel criava roupas funcionais para a mulher moderna; Schiap fazia modelos surrealistas, exóticos.

Estilo
O chapéu-sapato, criado com o amigo, o
pintor Salvador Dalí

     Todas as coleções lançadas por ela se inspiravam em fantasias e partiam de temas dominantes. Inspirou-se no circo quando lançou uma coleção com cavalos, elefantes ou acrobatas no trapézio, bordados em muitas peças. Sempre utilizando babados e cores fortes, Elsa criou a coleção de astrologia, com destaque para uma luxuosa capa com enormes signos do zodíaco bordados em ouro. 

     Elsa inovou nos materiais utilizados em suas roupas, como o zíper, o crepe de seda e o celofane. Suas roupas surpreendiam não só pela elegância e acabamento perfeito, mas pelos motivos inusitados que escolhia: pautas musicais bordadas em vestidos de baile, cuja fivela do cinto era uma caixa de músicas, notícias de jornal impressas em lenços e echarpes. Foi pioneira na introdução da música e da arte nos desfiles.

O pós-guerra

     De 1939 a 1945, Elsa preferiu fechar a sua maison, para colaborar com os esforços antinazistas nos Estados Unidos. Quando guerra chegou ao fim, ela retornou à Paris, em 1945. A maison sobrevivera aos anos de conflito e logo foi reaberta. Nessa época, passaram pelo seu ateliê alguns nomes, hoje famosos, como Hubert Givenchy e Pierre Cardin, que atuaram como assistentes.

     Apesar de todos os esforços, o tempo não foi seu amigo. Com dificuldades financeiras e pessoais, ela acabou fechando a sua maison em 1954. A moda pós-guerra era outra. E com a chegada de nomes como Dior, não havia mais espaço para as suas criações mirabolantes. Lançou um livro de memórias intitulado Schocking life, novamente a cor intensa que acompanhou sua ousadia, excentricidade e o impacto que desejava causar. Elsa Schiaparelli morreu em 1973, aos 83 anos de idade.

Fonte: Almanaque Folha

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Toda pele tem direito a...ter saúde

     A Sociedade Brasileira de Dermatologia, lançou uma campanha de conscientização pública e valorização do médico dermatologista, através da Declaração dos Direitos da Pele. A partir deste mês, a SBD irá veicular nos meios de comunicação, a importância da conscientização pública para mostrar à população quais são os principais direitos e deveres para manter uma pele saudável. A ação faz parte da Campanha para Valorização do Dermatologista deste ano. O filme será veiculado nos canais fechados de televisão e nas redes sociais.

     E o que são os direitos da pele? São dez regras educativas que foram transformadas em um filme publicitário com cenas de praia e práticas esportivas e de lazer ao ar livre. O objetivo é deixar evidente que a pele, o maior órgão do corpo humano, tem o direito a se expor ao sol de forma consciente, sem a devida proteção e orientação de um especialista.

Os dez artigos da pele saudável

- Artigo 1º: Toda pele tem direito à saúde; e parecer saudável é muito diferente de estar saudável. Inclui o direito a consultas regulares com especialistas e cuidados de saúde.
- Artigo 2º: Toda pele tem o direito ao sol consciente e ter a sua cor respeitada.
- Artigo 3º: Toda pele tem direito à proteção com esclarecimento.
- Artigo 4º: Toda pele tem direito a ser tocada.
- Artigo 5º: Toda pele tem direito a beleza, que vai além da vaidade.
- Artigo 6º. Toda pele tem direito a informações reais e atualizadas de fontes confiáveis.
- Artigo 7º: Toda pele tem direito a atendimento médico de qualidade.
- Artigo 8º: Toda pele tem direito a conhecer tecnologias e avanços científicos.
- Artigo 9º: Toda pele tem direito a um tratamento digno.
- Artigo 10º: Toda pele tem direito a um médico dermatologista devidamente credenciado.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia