sexta-feira, 31 de julho de 2015

O beijo íntimo é um ato romântico ou sexual?

Estudo pretende analisar o conceito do beijo entre as
diferentes sociedades pelo mundo
Você considera o beijo a representação do amor romântico ou um sinal de atração sexual? De acordo com um estudo recente, beijar é um sinal de atração sexual em menos da metade das sociedades do mundo.

Publicada este mês na revista American Anthropologist, a pesquisa mostrou que enquanto concepção sexual, o beijo é assim considerado em 77 países, de um total de 168 analisados, ou seja, 46% apenas. O estudo definiu como beijo íntimo, romântico-sexual - o contato labial por um período indeterminado de tempo.

A visão cultural do beijo íntimo varia de região. Em países do Oriente Médio, o ato é considerado como amor e carinho. No entanto, em países da América Central, nenhum deles projetou ao beijo esta visão romântica. Ampliando mais a pesquisa, 73% das culturas asiáticas, 70% das culturas europeias e 55% das culturas norte-americanas vêem romantismo em um beijo íntimo. Bem diferente ao registrado nos países sul-americanos e culturas africanas, que analisam o beijo como um gesto erótico. Entre povos da Oceania, os pesquisadores concluíram haver uma divisão de conceitos, uma vez que a maneira com que eles se beijam, ser mais associada ao cheiro; portanto, o beijo íntimo pode ser romântico ou sexual. O beijo entre eles também é uma forma de cumprimento. 

Em alguns lugares, o beijo romântico é inédito. Estudiosos que trabalham na África Subsaariana, na Nova Guiné e algumas sociedades isoladas da Amazônia, disseram que nunca viram troca de beijos íntimos entre pessoas nessas culturas.  

O cientista do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana e co-autor do estudo, Justin Garcia, disse que o próximo passo é analisar como as pessoas se beijam em todo o mundo, que significado atribuem ao ato de beijar e quais os fatores explicam a sua presença ou ausência no relacionamento. Ele argumenta que como o comportamento romântico e sexual podem mudar no futuro, o beijo pode se tornar uma coisa do passado. Porque para ele, "à medida que as pessoas recorrem à internet, usem aplicativos de smarthphones ou outras formas de tecnologia para encontrar parceiros amorosos e sexuais, vamos ver uma mudança na forma de avaliar o interesse sexual, por conta de uma intimidade que não exige contato físico direto".

Visão do beijo ao longo da evolução humana

O ato de beijar tem sido considerado como um traço universal entre as espécies. Em 1872, Charles Darwin, cientista que desenvolveu a Teoria da Evolução, ao estudar o beijo e suas características, concluiu que o propósito do gesto era uma forma de desenvolver o prazer na pessoa amada. E para ele, o gesto era um instinto universal. No entanto, algumas culturas vêem a prática como desnecessária e anti-higiênica. De acordo com um site australiano, um representante dos Mehináku, uma tribo indígena brasileira, disse que o beijo era bruto e perguntou ao pesquisador "por que alguém iria querer dividir o seu jantar".

Fonte: Revista NewsWeek
Foto: Internet

quinta-feira, 30 de julho de 2015

QUINTA FEMININA: Helen Keller, uma historia de superação

Helen aprendeu a falar com seis meses e a andar
com um ano de idade
A visão e a audição são dois dos sentidos humanos essenciais para deficientes auditivos e visuais, respectivamente. Aquele que não vê, pode através da audição desenvolver meios para se comunicar; enquanto que aquele que não escuta, conta com a visão para a leitura de lábios. Helen Adams Keller superou sua deficiência e desenvolveu sua comunicação sem ter a visão e a audição para lhe auxiliar, tornando-se escritora, conferencista e ativista social e a primeira pessoa surda e cega a conquistar um bacharelado.

Helen Keller nasceu em 1880 no estado americano do Alabama. Aprendeu a falar com apenas seis meses, mas ficou cega e surda quando tinha apenas 19 meses devido a uma doença diagnosticada como febre cerebral; hoje acredita-se ter sido escarlatina ou meningite. Em sua infância, ela desenvolveu um método limitado de comunicação com Martha Washington, a jovem filha da cozinheira da família. As duas haviam criado um tipo de linguagem de sinais e quando Keller tinha 7 anos, Keller já tinham inventado mais de 60 sinais com os quais se comunicava com sua família. Mas ela havia se tornado muito selvagem e desregrada durante este tempo. Chutava e gritava quando estava irritada, e ria descontroladamente quando feliz.

"Boneca" foi a primeira palavra que Anne ensinou à aluna
Mas Helen precisava aprender a se comunicar com o mundo. Seus pais resolvem então levar a filha para Baltimore para uma consulta com o médico otorrinolaringologista J. Julian Chisolm em busca de aconselhamento. O médico, por sua vez, encaminha a família para Alexander Graham Bell, o inventor do telefone que estava trabalhando com crianças surdas na época. Bell sugeriu que eles viajassem para Boston para matricularem a filha no Instituo Perkins para Cegos. Lá, o diretor Michael Anaganos pediu que a ex-aluna Anne Sullivan, também deficiente visual, para tornar-se instrutora de Helen. Começava aí uma relação que iria durar por 49 anos, durante a qual Sullivan tornou-se governanta e acompanhante de Keller.

Uma relação de 49 anos que nem o casamento
de Anne Sullivan com John Macy conseguiu
abalar
Anne Sullivan foi para a casa de Helen em 1887 e tão logo começou a ensina-la a se comunicar soletrando palavras em sua mão, sendo "boneca" a primeira palavra ensinada por Anne. A princípio, Helen não entendia que cada objeto tinha uma única palavra para identificá-lo e esse começo não foi fácil. 

Um mês depois, Helen conseguiu um grande avanço em seu processo de aprendizagem, quando compreendeu que os movimentos que sua professora fazia na palma de sua mão, enquanto deixava a água escorrer sobre sua outra mão, "simbolizavam a ideia de água". 

Em 1890, Helen começou a ter aulas de voz em uma escola para surdos, também em Boston. Ela levaria 25 anos para aprender a falar de um jeito que os outros conseguissem entendê-la. De 1894 a 1896, em Nova York, estudou na Escola Wright-Humason para Surdos, onde melhorou suas habilidades e estudou assuntos acadêmicos.

Determinada, queria fazer faculdade. Em 1896, participou da Escola de Cambridge para jovens senhoras. Com a ajuda financeira de um amigo, iniciou os estudos na Faculdade de Radcliff, tendo a companhia de Anne Sullivan, que sentava-se ao seu lado para interpretar palavras e textos. Keller já dominava vários métodos de comunicação: Braile, toque, leitura labial, fala, digitação e ortografia "de dedo". Com a ajuda de John Macy, marido de Sullivan e da própria Anne Sullivan, Keller escreveu seu primeiro livro A Historia da Minha Vida. Keller concluiu a faculdade em 1904, época em que Sullivan separou-se do marido em razão de sua devoção à amiga, o que ajudou a distanciar o casal.

Keller se tornou uma palestrante bem conhecida, compartilhando sua experiência com outros deficientes. Mas sua militância não se restringiu tão-somente à sua deficiência. Ao longo da segunda metade do século 20, abordou temas sociais e políticos, incluindo o sufrágio feminino, o pacifismo e o controle de natalidade. Co-fundou a Helen Keller Internacional para combater as causas da cegueira e da desnutrição. E ajudou a fundar a American Civil Liberties Union. Participou da Federação Americana para os Cegos.

Como membro do Partido Socialista, escreveu vários livros, artigos e ensaios sobre o socialismo intitulado Out of the Dark. Viajou para 35 países para defender suas causas.

Helen recebeu honorários graus de doutorado das
Universidades Temple e Harvard
Em 1961, Helen sofreu vários derrames e passou os últimos anos da vida em casa. Morreu aos 88 anos de idade enquanto dormia no dia 1 de junho de 1968.

Em vida, recebeu muitas honrarias, entre elas, a Theodore Roosevelt Medalha de Serviços Distintos e foi eleita para a Câmara Municipal das Mulheres da Fama. Sua autobiografia foi usada para documentários e séries televisivas, além de ser tema de peça e filme.

Fonte: Museu do Aparelho Auditivo
Fotos: Internet

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Exercícios garantem qualidade de vida para pessoas asmáticas

Grupo que realizou exercícios aeróbicos conseguiu reduzir HB e os
níveis de citocinas
Um estudo com 58 pacientes com idades entre 30 e 50 anos e com asma moderada a grave comprovou que o exercício aeróbico reduz a inflamação brônquica e gravidade dos sintomas, com melhora na qualidade de vida destes pacientes. A pesquisa foi realizada no Hospital das Clínicas, o HC, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, FMUSP.

Pacientes asmáticos tem a Hiper-responsividade Brônquica, a HB, como uma importante característica; condição que faz com que fatores alérgenos que numa pessoa sem asma não causam problema algum, nos asmáticos causam uma irritação que ocasiona o fechamento de suas vias aéreas. Entende-se por fatores alérgenos como mudança de temperatura, poluição, ácaro, fumaça de cigarro, pelos de animais, mofo entre outros. Os pesquisadores analisaram a HB como fator de comparação no antes e depois dos exercícios.

Para a pesquisa, os participantes foram divididos em dois grupos: os que realizaram exercícios placebo respiratórios e os que realizaram 35 minutos de exercícios aeróbicos em esteira, duas vezes por semana, durante três semanas, entre os anos de 2013 e 2014. De acordo com o coordenador do estudo, o professor Celso Carvalho, o grupo que realizou exercício placebo não apresentou benefício algum. Já o grupo que realizou os exercícios aeróbicos, a HB reduziu em uma dupla dose, o que significa que os pacientes eram capazes de tolerar duas vezes os fatores que desencadeiam os sintomas. Além de reduzir, nestes pacientes, os níveis de citocinas inflamatórias, diminuindo a inflamação e o número de dias livres de sintomas de asma aumentou. Os efeitos foram mais acentuados em pessoas com níveis mais elevados de inflamação sistêmica.

Fonte: Agência USP

terça-feira, 28 de julho de 2015

Lei Brasileira de Inclusão entrará em vigor em janeiro de 2016

A partir de janeiro de 2016, já entrará em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, LBI, sancionada neste mês pela Presidência da República. Um importante passo para fortalecer o segmento da pessoa com deficiência e que se soma a outras leis de igual importância, como a Convenção da Organização das Nações Unidas, a ONU, sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e a Lei de Cotas, que reserva postos de trabalho às pessoas com deficiência. Aliás, o objetivo é chegar próximo à Convenção da ONU, cujo teor é voltado ao protagonismo, cidadania e inclusão social.

A LBI teve como proposta modificar o Estatuto da Pessoa com Deficiência, autoria do então deputado Paulo Paim. E após passar por várias revisões, estudos e modificações capitaneadas pela deputada federal Mara Gabrilli, chegou-se a uma versão que se aproxima do tratado pela ONU.

Direitos

A LBI aprova o Auxílio Inclusão para trabalhadores com deficiência que exerçam atividade remunerada. O trabalhador poderá utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, para aquisição de órteses e próteses e, também, haverá proibição aos planos de saúde de praticarem qualquer tipo de discriminação em razão de sua deficiência.

A Lei proíbe às instituições de ensino cobrarem a mais dos alunos com deficiência. Garante 10% de reserva de vagas em instituições de ensino superior ou técnico e obriga o poder público a fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras.

Em estacionamentos, a Lei garantirá a reserva de 2% das vagas; 5% dos carros de autoescolas e de locadoras de veículos deverão ser adaptados a motoristas com deficiência.

No campo da moradia, a LBI determina a reserva de 3% de unidades habitacionais em programas públicos ou subsidiados com recursos públicos. Na cultura, estabelece que teatros, cinemas, auditórios e estádios passam a ser obrigados a reservar espaços e assentos adaptados. No turismo, determina que 10% dos dormitórios sejam de fácil acesso.

A nova Lei aumenta de 2% para 2,7% o valor da arrecadação com loterias federais para o esporte. Desse total, 37,04% devem ser repassados ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, CPB, e 62,96% ao Comitê Olímpico, o COB. Atualmente, o CPB fica com 15% enquanto que o COB com 85%.

A LBI prevê, entre outras garantias de direito, que boletos, contas, extratos e cobranças deverão ser em formato acessível. Pessoas com deficiência terão o direito de participar da política ativamente, com a garantia do direito de participar  da política ativamente. Também permite que pessoas com deficiência intelectual casem legalmente ou formem união estável. 

Fonte: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
  

segunda-feira, 27 de julho de 2015

USP oferece cursos para a Terceira Idade. E grátis

De hoje até o dia 31 de julho, estão abertas inscrições para cursos e disciplinas na Universidade Aberta da Terceira Idade, a UniATI, da Universidade de São Paulo, a USP, oferecendo mais de 5 mil vagas gratuitas em disciplinas regulares de graduação e atividades complementares nos campi da Universidade: capital paulista, Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos. Para se inscrever nos cursos que começam no 2º semestre, é preciso apresentar o RG no dia da inscrição e ter no mínimo 60 anos. As vagas serão preenchidas de acordo com a ordem de chegada, sem necessidade de processo seletivo. Para as disciplinas regulares de graduação, o candidato deve ter concluído o ensino médio. Após o término do curso ou atividade, os alunos da UniAti terão direito a um comprovante de participação.

As vagas oferecidas nas disciplinas de graduação são: cultura árabe, armênia, chinesa, coreana e japonesa; princípios de administração de empresas; aquicultura, fundamentos de mecânica; jornalismo esportivo; introdução à psicanálise: Freud; imunologia; hidrologia; economia; histologia dos animais domésticos; higiene e segurança dos alimentos; política e gestão ambiental; empreendedorismo, entre outras. Estes cursos começam no dia 3 de agosto e finalizam em 8 de dezembro.

As atividades complementares também são variadas. Há palestras de meditação dirigida; oficinas de arte contemporânea, teatro, memória; canto coral; cursos sobre a arte de envelhecer de uma maneira saudável, introdução à informática, internet, noções gerais de direito, orquídeas; viagem cultural à Explofora na cidade de Holambra; aulas de guitarra, piano; atividades esportivas em pilates, treinamento funcional, atletismo.

As inscrições para todas as atividades devem ser feitas diretamente nas Unidades de Ensino e Pesquisa responsáveis pelas disciplinas. Confira a lista completa das atividades oferecidas no site da UniATI, através do link http://prceu.usp.br/nucleodosdireitos/usp3idade/atividades/

Mais informações pelo telefone: 11 - 3091-9183 ou no e-mail: usp3idad@usp.br

domingo, 26 de julho de 2015

Sergio Buarque de Holanda e Mário Pedrosa: divergências na criação do MAC

Criação do MAC é marcada por divergências entre
Cecílio Matarazzo, Mario Pedrosa e Sérgio
Buarque de Holanda
Em 1963, o acervo do Museu de Arte Moderna, o MAM, foi transferido para a Universidade de São Paulo, a USP, dando origem ao Museu de Arte Contemporânea. O então presidente do MAM e da Fundação Bienal, Cecílio Matarazzo, dizia não ter mais condições de financiar o Museu, por isso a única saída seria entregá-lo à USP. Mas sua vontade divergia com a de Mario Pedrosa, à época diretor do MAM. Essas divergências foram tema de estudo do professor e arquiteto Renato Maia, pós-doutorando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a FAU. Com apoio da Fundação para Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, Maia estudou como se deu essa transferência e os personagens envolvidos. Em suas pesquisas, o arquiteto detectou que houve uma disputa muito grande entre sócios do MAM e um outro grupo liderado por Matarazzo.

Em janeiro daquele ano, Matarazzo convocou uma assembleia, período o qual Maia considera bastante estratégico. Época de férias, e poucos puderam comparecer, o que segundo o professor, contribuiu para que Matarazzo fizesse uma manobra e conseguisse uma decisão favorável ao seu ponto de vista. Enquanto Sérgio Buarque de Holanda apoiava a ideia de transferência do acervo para a USP, Pedrosa era contrário; acreditava que o MAC se engessaria ficando nas mãos da Universidade e poderia perder a capacidade em promover debates com a sociedade e com os artistas. O tempo mostrou o contrário: os artistas da época usufruíram muito do MAC, ainda mais durante a ditadura militar. A propósito, foi Buarque o responsável em receber o acervo do Museu na USP.

Críticos da produção artística

Mário Pedrosa e Sérgio Buarque de Holanda viveram a juventude em meio à efervescência do Modernismo, na segunda década do século 20. Segundo Maia, a historia dos dois está bastante ligada à amizade que tinham com Mário e Oswald de Andrade, figuras essenciais para o advento do Modernismo. Eram jovens questionadores e bastante ativos durante o surgimento do movimento. Nos anos 1950, Buarque prestou concurso para tornar-se professor da USP e recebeu a cátedra da Historia da Civilização Brasileira. Criou em 1961, o Instituto de Estudos Brasileiros, o IEB, um dos maiores acervos sobre historia e cultura brasileira. Também fez parte do grupo que criou o Museu de Arte e Arqueologia e o Instituto de Pré-Historia, embriões do Museu de Arqueologia e Etnologia , o MAE. Além de ter incorporado o Museu Paulista e o MAC à Universidade. Pedrosa, além de diretor do MAM e do Museu da Solidariedade do Chile, participou da organização de uma das primeiras Bienais de São Paulo.

Nos anos 1980, ambos participaram da criação do Partido dos Trabalhadores, o PT, sendo alguns dos primeiros a assinar o documento que deu início à legenda. Durante toda a vida, o episódio do MAM foi o único momento em que Pedrosa e Buarque entraram em conflito, o qual nunca foi direto.

Fonte: USP
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

sábado, 25 de julho de 2015

Projeto pretende regulamentar a capoeira no Brasil

Patrimônio da Humanidade, arte brasileira é praticada em mais
de 160 países
Uma das manifestações culturais mais conhecida no Brasil e reconhecida no mundo, a Roda de Capoeira recebeu, em 2014, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Agora, um projeto pretende regulamentar a capoeira para que o mestre capoeirista tenha formação em Educação Física quando a capoeira for realizada para fins esportivos e de condicionamento físico.

Segundo  o presidente do Conselho Federal de Educação Física, o Confef, Jorge Steinhilber, a exigência não é mantida para a capoeira em seu viés artístico e cultural, como em casos de apresentações em teatros ou em realizações coreográficas, mas é válida para a capoeira enquanto prática esportiva. "A Educação Física não quer dominar a capoeira. E a exigência não se deve por conta da reserva de mercado, mas por conta de defesa do praticante. A lei 9696 foi aprovada para proteger a sociedade, para que todas as pessoas sejam atendidas por pessoas que tenham qualificação técnica, científica, pedagógica, didática e ética profissional", explica o presidente. 

A lei em questão, nº 9696 de 1998, criou o Conselho Federal de Educação Física, o Confef, regulamentou a profissão de educador físico e determinou que todas as atividades físicas e esportivas devam ser orientadas por profissionais de educação física.

A capoeirista Rosângela Costa Araújo explica que a comunidade capoeirista rejeita essa posição. "A primeira vista, um projeto que trata da regulamentação da capoeira pode parecer uma coisa boa, mas precisamos ficar atentos, ler as entrelinhas, entender a quem ela realmente favorece. O diretor de Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Alexandre Santini, defende a formação tradicional do capoeirista. "O que defendemos é o reconhecimento do capoeirista tradicional, que haja uma formação tradicional, com estudo do saber transmitido pela oralidade, pela prática da capoeira. Quem reconhece o mestre é o outro mestre", avalia.

Originada no século XVII, a capoeira desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados e como estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo o território nacional, além de ter praticantes em mais de 160 países.

A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira tiveram o reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2008 e estão inscritos, respectivamente, no Livro  de Registro das Formas  de Expressão e no Livro de Registros dos Saberes.

Amanhã, a partir das 10 horas, será realizada em Brasília, uma roda de conversa que debaterá a regulamentação da capoeira, a representação feminina e os impedimentos à cidadania plena da mulher dentro e fora dessa arte. O evento fará parte do 5º Encontro de Mulheres Capoeiristas com o apoio do Ministério da Cultura e promovido pelo Grupo Nzinga de Capoeira Angola e pelo Festival da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, o Latinidades.

Fonte: Ministério da Cultura

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Exposição de risco ao HIV poderá ser controlada com medicamentos

O Ministério da Saúde lançou protocolo para uso de medicamentos em situações de exposição de risco ao HIV, a chamada profilaxia pós-exposição, PEP, que passa a valer na rede pública ainda este mês.

De acordo com o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, há três tipos de PEP: acidente ocupacional, violência sexual e relação sexual consentida. O documento recomenda também a redução do tempo de acompanhamento do tratamento de seis para três meses. Há ainda a recomendação de que os medicamentos utilizados para o tratamento sejam ministrados até 72 horas após a exposição ao vírus; sendo que o ideal é usar os medicamentos nas primeiras duas horas após exposição ao risco.

"A grande vantagem desse protocolo é a simplificação e unificação da PEP em um esquema único de medicamentos. Com isso, não será preciso um especialista em aids para dispensar a PEP. Isso não só irá ampliar o acesso à população de forma geral, mas também facilitar o procedimento para os profissionais de saúde como um todo", avalia o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fabio Mesquita.

O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais que dobrou de 2005 para 2014 - passando de 165 mil pacientes para 400 mil. Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 12 são produzidos no Brasil.

Desde os anos 1980, o Brasil registrou 757 mil casos de aids, e a epidemia no país está estabilizada. Hoje, a taxa de detecção é de cerca de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa perto de 39 mil novos casos de aids por ano. 

As pessoas morrem menos de aidis, pois o coeficiente de mortalidade caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,4 casos de mortes por 100 mil habitantes, em 2003, para 5,7 casos, em 2013. Ainda assim, todo cuidado é pouco, principalmente para o público juvenil, que apresentou a maior taxa de detecção da doença, de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS de 2014.

Fonte: Ministério da Saúde

quinta-feira, 23 de julho de 2015

QUINTA FEMININA: Sofonisba Anguissola, a artista que abriu os caminhos para as mulheres na arte

Auto-retrato com cavalete, 1556, óleo sobre tela
Primeira mulher a adquirir fama internacional nas artes, admirada por Michelângelo e Anthony von Dyck, Sofonisba Anguissola, também conhecida por Anguisciola, foi uma pintora renascentista italiana, discípula de Bernardino Campi. Nascida em Cremona no ano de 1532 - alguns estudiosos creditam a 1538 como o ano de seu nascimento -faleceu em Palermo em 1625.

Anguissola era a filha mais velha de sete irmãos, dentre os quais, quatro irmãs dedicaram-se também à pintura. Sua família pertencia à pequena aristocracia cremonense, mas era uma família com formação suficiente para que seus pais se preocupassem em oferecer aos filhos uma educação completa, que incluía estudar as belas artes. Foi a partir de Anguissola que as portas abriram-se para que outras mulheres pudessem ser aceitas como estudantes de arte. 

Quando jovem, viajou para Roma onde teve a oportunidade de conhecer Michelângelo que logo reconheceu nela o talento como pintora. Em sua passagem por Milão, pintou o Duque de Alba e a rainha Isabel de Valois, mulher do rei Felipe II da Espanha. Em 1569, Anguissola foi convidada para ir à Madri para ser tutora de Isabel, com o posto de dama de companhia. Mais tarde, tornou-se pintora oficial da corte e adaptou seu estilo às exigências mais formais de retratos oficiais para a corte espanhola. Após a morte da rainha, Filipe ajudou a organizar um casamento aristocrática para Sofonisba com o membro de uma família nobre da Sicília, Fabrício Moncádia. Quatro anos depois, seu marido morre num navio atacado por piratas. Na viagem de volta à sua terra natal, conhece um capitão de navio com quem se casa, menos de um ano depois. 

Estilo

A Partida de Xadrez, 1955, óleo sobre tela. Retrato em grupo
de suas irmãs Elena, Lucia e Minerva, observadas pela serva
da família
Suas pinturas mais características e atrativas são os retratos de si e de sua família.  Um de seus retratos mais famosos, e um dos mais interessantes, do ponto de vista temático é A partida de xadrez, retrato em grupo de suas irmãs, assinado e datado na borda do tabuleiro. A temática deste retrato de grupo é curiosa, pois representa um momento de intimidade e lazer das irmãs, ao mesmo tempo em que revela o ambiente intelectual em que elas viviam.

Na corte espanhola pintou retratos formais do Estado no estilo oficial em vigor, apesar de não assinar nenhum deles, pois na corte seu trabalho era ser dama de companhia da rainha e de suas filhas, as princesas Isabel Clara Eugênia e Catalina Micaela. Ao final da vida, também pintou temas religiosos, embora muitas das suas pinturas religiosas tenham sido perdidas. Anguissola tornou-se uma rica patrona das artes após o enfraquecimento de suas vistas.

Suas obras e seu estilo tiveram influência duradoura sobre gerações seguintes de artistas e o seu sucesso abriu caminhos para as mulheres seguirem carreiras sérias como artistas. As suas pinturas podem ser vistas em galerias em Boston, Bérgamo, Bréscia, Budapeste, Madri, Nápoles, Siena e em Florença.  

Fonte: Wikipedia e Isabel Hargrave - Encontro de Historia da Arte (Universidade de Campinas)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

As transformações dos teatros na cidade de São Paulo

Praça da Sé, 1890
Com o objetivo de resgatar a historia do teatro na cidade de São Paulo, assim como a atmosfera dos palcos paulistanos entre meados do século 19 e início do século 20, a coordenadora do Centro de Documentação do Laboratório de Informação e Memória (LIM), Elizabeth Ferreira Cardoso Ribeiro Azevedo, coordenou a pesquisa Inventário da cena paulistana: antigos edifícios teatrais (de meados do século XIX ao fim da Primeira República). O LIM pertence ao Departamento de Artes Cênicas, da Escola de Comunicações e Artes, a ECA, da Universidade de São Paulo, a USP. A pesquisa, inédita, teve apoio da Fapesp, através do Conselho do Patrimônio Histórico e Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, o Condephaat, por meio de um convênio entre as duas instituições.


Pátio do Colégio. À esq. a Casa da Ópera. Foto: Ed. Abril
A pesquisa procurou identificar o momento em que o teatro deixou de ser exclusivo das elites para chegar a outros grupos sociais, como imigrantes, que começavam a ter mais relevância na cidade que crescia economicamente. Do final do século 18 até meados do século 19 só havia o Teatro São Paulo, também conhecido como Casa da Ópera, que ficava no Pátio do Colégio. Por volta de 1860, foi erguido o Teatro São José, (foto abaixo), um teatro público construído na área que hoje corresponde aos fundos da Catedral da Sé.


Teatro São José, onde hoje é a Praça da Sé. Em 1898,
um incêndio destruiu totalmente o prédio
Banqueiros e empresários paulistas consideravam esses teatros precários, por isso, em 1873, construíram e inauguraram o Teatro Provisório, na Rua 3 de Dezembro, não muito distante de onde ainda hoje está a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. O teatro foi inaugurado com a apresentação de uma montagem feita por estudantes da Faculdade. Ele funcionou como teatro até 1900.

De acordo com a pesquisa, no final do século 19 houve um aumento considerável no número de teatros em São Paulo; apenas nas regiões centrais eram 53 na Sé, 35 na República e 28 no Brás. Grandes companhias dramáticas e líricas se apresentaram na cidade, mas a maior parte dos teatros era considerada área de "baixa moralidade". 


Em 1909, um outro Teatro São José foi construído ao
lado do Viaduto do Chá
A região central também abrigava os chamados Salões, onde se apresentavam os artistas amadores. Segundo a pesquisadora, as apresentações de espetáculos para um número expressivo de pessoas faziam parte do lazer cotidiano da cidade; além de entreter, o teatro cumpria um papel social. Somado a isso, havia na época um discurso de que o teatro deveria ser uma escola de moral e bons costumes, na dramaturgia e nas encenações; portanto, o teatro que se desviava da arte era considerado mero entretenimento.

No entanto, este teatro de entretenimento era tratado como assunto de polícia: os jornais publicavam os relatórios que os distritos policiais recebiam dos agentes encarregados de supervisionar os espetáculos, avisando em quais teatros havia acontecido algum incidente.

Teatro de variedades


Teatro Santana, inaugurado em 1908, pela Companhia
Dramática Italiana
Nos anos seguintes, boa parte desses teatros e salões iria se transformar em salas de cinema, os chamados cineteatros como forma de enfrentar a concorrência com os filmes.

Construído pelo conde Álvares Penteado, no mesmo local onde funcionava o Teatro Provisório - onde hoje está o Viaduto Boa Vista - o teatro Santana era o mais famoso dos cineteatros paulistanos, com cinema, luta livre, espetáculos de mágica e conferências. Um outro teatro Santana foi construído pela família do conde na Rua 24 de Maio.

Formada por industriais, a família Penteado era um exemplo de como as elites investiam em teatro. "Eles mantinham inclusive o Casino Penteado, um teatro dentro de suas fábricas", explica Elizabeth Azevedo.

O cinema como concorrente

Mas com o tempo, o cinema ganhou ainda mais espaço e alguns teatros passaram a exibir exclusivamente películas da Europa e dos Estados Unidos. É o caso do Teatro São Pedro, na Barra Funda, ainda hoje em atividade, com espetáculos de teatro e música, e que durante muito tempo funcionou como cinema.

Mais acessível, o cinema não fazia concorrência direta aos espetáculos mais elitistas, como as óperas, mas sim ao chamado teatro popular. Com a linguagem ainda mais próxima à dos palcos, o cinema é incorporado pelo teatro de variedades, que passa a exibir filmes como uma de suas atrações, ao lado de esquetes cômicos, mágicos e cantores.

Os teatros e a arquitetura


Com mais de cem anos, o Teatro Municipal, criado
para atender principalmente às óperas, continua a ser
o mais de São Paulo, inspirado no Teatro Ópera de Paris
Na região da Praça da República havia teatros mais estruturados, como o Casino Antárctica, no Vale do Anhangabaú. Entre os teatros com arquitetura significativa, destaque para o Teatro Municipal e o Teatro São Pedro; outros sobreviveram como edifício, mas com outras funções, como igrejas e estacionamentos, A maioria foi demolida.

De pequenos salões, até teatros para 2 mil pessoas, a pesquisa revelou na região do Brás, o Teatro Braz Polytheama e o Teatro Popular, do Teatro Colombo. E o Teatro Royal, em Santa Cecília. E o Santa Helena, que sobreviveu com 1.300 lugares até 1970, e desapareceu com a reforma e ampliação da Praça da Sé. 


Teatro São Pedro, na Barra Funda, construído em 1917. Foto:
Prefeitura de São Paulo
Nas primeiras décadas do século 20, o teatro entra em baixa, perde espaço como negócio, mas mantendo de alguma forma seu prestígio cultural. E o cinema passa a ficar em voga. A partir disso, a sociedade paulistana passa a cobrar do poder público mais atenção para o teatro. Um exemplo, é a criação do Departamento de Cultura da Municipalidade Paulistana, nos anos 1930, pelo escritor Mário de Andrade, e que mais tarde se tornaria a Secretaria Municipal de Cultura. 

No blog O Manifesto Digital, o escritor Jeocaz Lee-Meddi relata que onde hoje é a Secretaria de Cultura, anos antes era o prédio do antigo Teatro Mouling Rouge, um cabaré que marcou a vida noturna de São Paulo. 

Prédio do Mouling Rouge
abrigou também o antigo
Rinque de Patinação
Localizado na Avenida São João, esquina com a Rua Dom José de Barros, o Mouling Rouge era inspirado nos cafés parisienses, e em 1905 tornou-se o Teatro Carlos Gomes, que por sua vez , anos depois, cederia lugar para o Teatro Variedades. Quando a Rua tornou-se Avenida São João, o nome foi mudado para Teatro Avenida e, finalmente, Cine Avenida.


Acervo para consulta pública

Segundo a pesquisadora, o teatro foi uma grande oportunidade de contato com as principais metrópoles do mundo à época, numa São Paulo ainda provinciana. E também um espaço de convivência entre pessoas de diferentes origens e condições sociais e econômicas. 

O trabalho foi fruto de uma longa pesquisa. E todo esse acervo coletado pela coordenadora poderá ser consultado pela internet. Para isso, foi criado o site Inventário da Cena Paulistana para tornar acessível o conteúdo do estudo. O site pode ser acessado no endereço: www.2.eca.usp.br/cdt-inventario/. 

Fonte: Agência Fapesp e O Manifesto Digital
Fotos: Internet

terça-feira, 21 de julho de 2015

Número elevado de suicídios entre médicos causa preocupação

Pesquisa pretende auxiliar profissionais na prevenção e
redução de mortes evitáveis, como o suicídio
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, o Cremesp, divulgou estudo em que descreve a mortalidade decorrente de suicídio no Estado entre 2000 e 2009. Subsidiado pela entidade, a pesquisa foi desenvolvida pelos médicos Hamer Palhares Alves, Daniel Palhares, Ronaldo Laranjeira, Luiz Antonio Nogueira Martins e Zila Sanches. Dados internacionais indicam que os suicídios são mais frequentes entre médicos do que na população em geral, o que evidencia que os médicos são mais suscetíveis ao suicídio; apesar de terem uma expectativa de vida maior e uma menor taxa de mortalidade por doenças evitáveis. 

Embora a taxa de mortalidade por suicídio no Brasil tenha crescido 29,5% em 26 anos (1980-2006), a taxa nacional (4,9 por 100.000 habitantes, em média) ainda é considerada baixa em comparação com as taxas de suicídio em todo o mundo. A mortalidade por suicídio é subestimada no Brasil, e alguns óbitos registrados como tendo uma "causa desconhecida" são revelados mais tarde como suicídios. Portanto, em comparação com o resto da população em idade ativa, os médicos têm uma frequência 2,45 vezes maior de morte por suicídio. Depressão, transtornos por uso de substâncias e estresse ocupacional têm sido citados como fatores de risco para o suicídio entre os médicos, especialmente entre os mais jovens. 

Pouco se sabe sobre a prevalência de suicídio entre médicos no Brasil. Assim, o estudo teve como objetivo descrever a mortalidade decorrente de suicídio entre médicos através de óbitos registrados no Estado de São Paulo entre 2000 e 2009. Para determinar a população de profissionais médicos no Estado, o Cremesp forneceu dados que indicavam o número de médicos cadastrados, novos inscritos, e as mortes durante o período de estudo.

A taxa de mortalidade por suicídio na amostra coletada foi de 4,2 para cada 100.00 médicos, desconsiderando gênero. Separando homens de mulheres, verificou-se que a taxa de mortalidade por suicídio foi de 2,9 por 100.000 para o sexo feminino, e 4,9 por 100.000 para os homens entre 2000 e 2009. Homens e mulheres utilizam-se de métodos diferentes para suicidar-se: 25% das mulheres completaram suicídio por intoxicação, e 25% fizeram por asfixia. Entre os homens, o principal método utilizado não foi definido no certificado de óbito em 34,2% dos casos. Entre os suicídios para os quais o método foi listado, 26,3%, o mais comum envolveu o uso de uma arma de fogo.

É importante ressaltar que a morte prematura por suicídio cria um ônus econômico significativo. Estima-se que a perda de produção causada por suicídio custou ao Brasil R$ 1,3 bilhões em 2001.

A conclusão do estudo é que as mortes por suicídio ocorreram 20 anos antes do que as mortes por outras causas. Instituições médicas devem desenvolver estratégicas para a prevenção e detecção precoce dos transtornos mentais e estresses ocupacionais que elevam o risco de suicídio entre os médicos. Alguns autores indicam que médicos são mal atendidos pela rede de prevenção. Na verdade, um consenso de especialistas americanos sugeriu que a cultura médica tacitamente desencoraja assistência precoce pois os que procuram ajuda podem ser estigmatizados e expostos ao preconceito, correm o risco de preconceito e até de perder sua licença profissional. 

American Foundation for Suicide Prevention - AFSP

Trabalho americano realizado pela AFSP, (Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio) mostra que de 300 a 400 médicos cometem suicídio a cada ano, cerca de um médico por dia. Entre as causas mais comuns estão a depressão, entre médicos residentes e bolsistas. O estudo relata que a formação médica envolve inúmeros fatores de risco para a doença mental, tais como encarar a mudança de responsabilidade social, demanda excessiva de tempo de trabalho, diminuição do sono, sentimentos de isolamento, necessidade de ter um sentido extraordinário de responsabilidade para com a vida humana e a morte, suporte psicológico inadequado e incoerente vendo-se diante da falta de sistemas de apoio.

Um estudo de provas concluiu que os formandos estão em alto risco para a depressão e pensamentos suicidas, mas muitos programas  de treinamento não têm sido capazes de identificar e fornecer tratamento para estes residentes e bolsistas de forma sistemática.

Fonte: Cremesp e News Med

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O sorriso enigmático de Gina

Muitos acreditam que seu nome é GINA, mas o que poucos sabem é que a moça que estampa a caixa da famosa marca de palitos desde 1975 é Zofia Burk, modelo polonesa que chegou ao Brasil quando tinha apenas cinco anos de idade.

Zofia Burk foi modelo dos 16 aos 32 anos. Hoje ela é formada em psicologia, dona de uma agência de viagens, poliglota e não usa palito de dentes, prefere fio dental. 

Quando tinha 29 anos, foi a escolhida para estampar a marca do produto da empresa brasileira Rela Gina, notória no país pela fabricação dos palitos GINA, ramo no qual é líder de mercado com 70% do consumo nacional. No entanto, o nome é uma homenagem à mãe dos fundadores, chamada Rosa Del Nero Rela, muito conhecida pelo apelido de Dona Gina. A marca de palitos foi criada em 1947, e somente em 1975 decidiram usar uma foto para a caixa de palitos. Zofia Burk, uma das modelos mais requisitadas à época, não tinha o perfil físico que a marca queria, por isso tiveram que usar muita maquiagem para que ela lembrasse uma dona de casa na foto.

Diferente do que se imagina, o trabalho não foi bom para a carreira da polonesa. Como seu rosto ficou muito ligado à marca, Zofia deixou de ser chamada para as campanhas e sua carreira definhou. E o pior: ela só ganhou cachê para a foto da época e depois não recebeu mais nada.

Em agosto de 2012, numa brincadeira entre amigos ao acaso, o estudante de publicidade Ricck Lopes criou a página GIna Indelicada, na rede social Facebook, que conseguiu mais de 1,3 milhão de seguidores em apenas uma semana.

Fonte e fotos: Muito Interessante

domingo, 19 de julho de 2015

Instituto Butantan oferece programação de férias

Diversas atrações para a criançada nos museus do Instituto
De 14 a 26 de julho, em mais uma semana de sua Semana de Férias, o Instituto Butantan oferece em seus museus, atividades como jogos interativos, vestir-se de pesquisador, descobrir a historia do Instituto, fazer oficinas de origamis, montar artrópodes, descobrir mais sobre os animais, além de investigar o incrível mundo dos micro-organismos. Abaixo, alguns dos museus.

Museu de Microbiologia

A atividade apresenta o processo científico que levou Carlos Chagas à descoberta do ciclo da Doença de Chagas, o agente transmissor e profilaxia de uma enfermidade endêmica nunca antes descrita.
Público-alvo: geral e crianças menores de 9 anos de idade devem estar acompanhadas. Necessário prévia inscrição e retirada dos ingressos com antecedência.

Museu Biológico - Oficina de Origamis

A oficina estimula a criatividade e a coordenação motora dos participantes, usando como tema os animais estudados no Instituto.
Público-alvo: geral e crianças menores de 9 anos de idade devem estar acompanhadas. Necessário retirar os ingressos com antecedência.

Museu Interativo

Partindo da exposição de materiais biológicos e réplicas, a atividade promove a troca de conhecimentos entre educadores e visitantes, O tema abordado são os animais peçonhentos brasileiros, sua identificação, acidentes, prevenção e curiosidades.
Público-alvo: geral e crianças menores de 9 anos de idade devem estar acompanhadas. Retirada de ingressos com antecedência.

Metamorfose das Borboletas

Atividade que permite que as crianças conheçam o ciclo de vida das borboletas e mariposas
Público-alvo: crianças de 4 a 6 anos de idade devem estar acompanhadas. Deve-se fazer prévia inscrição e retirar os ingressos com antecedência.

Museu Histórico - Caça ao pesquisador

Atividade interativa e intuitiva na qual o visitante, por meio de pistas escondidas, irá descobrir sobre o trabalho dos pesquisadores e cientistas do Instituto.
Público-alvo: livre. Crianças menores de 9 anos devem estar acompanhadas. Necessário prévia inscrição e retirada dos ingressos com antecedência.


Uma história de mais de 100 anos

No dia 18 de julho de 1892, é criada a Lei nº43 do Estado de São Paulo que determina a criação de um laboratório bacteriológico. Anos mais tarde, em 1899, um surto de peste bubônica que se propagava a partir do Porto de Santos levou a administração pública estadual a criar um laboratório de produção de soro antipestoso, vinculado ao Instituto Bacteriológico (atual Adolfo Lutz). Este laboratório, instalado na Fazenda Butantan, foi reconhecido como instituição autônoma em fevereiro de 1901, sob a denominação de Instituto Serumtherápico, sendo designado como seu primeiro diretor o médico Vital Brasil Mineiro da Campanha, estudioso dos problemas de saúde pública.

O Instituto é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande porcentagem da produção nacional de soros hiperimunes e grande volume da produção nacional de antígenos vacinais, que compõem as vacinas utilizadas no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Entre tantas ações, realiza missões científicas no país e no exterior através das Organizações Mundial e Pan-americana da Saúde, Unicef e ONU. Capacita alunos através de estágios e oferece cursos de extensão, visando à formação de profissionais que possam ser multiplicadores de informações em saúde pública.

Tragédia

Em 2010, um incêndio destruiu parte do acervo do Instituto Butantan. O local abrigava as coleções zoológicas foi parcialmente destruído. E somente em 2013, um novo prédio foi inaugurado e, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o local é o mais moderno e seguro da América Latinam com melhor distribuição e organização dos espaços.

Fonte e fotos: Instituto Butantan

Instituto Butantan
Av. Vital Brasil, 1.500 - Butantã - São Paulo
11 - 2627-9300

sábado, 18 de julho de 2015

O choro do mais famoso dos mascotes olímpicos completa 35 anos

Emoção do ursinho Misha ainda hoje é lembrada como uma
das cenas mais marcantes de toda a historia das Olímpiadas
Há quase 35 anos, mais precisamente no dia 3 de agosto de 1980 - milhões de pessoas assistiram à cena protagonizada pelo urso Misha que emocionou e marcou o encerramento do conturbado Jogos Olímpicos de Moscou, na antiga União Soviética, e que começou em 18 de julho. O efeito da lágrima em um dos olhos ocorreu pela formação de placas movimentadas por participantes nas arquibancadas do estádio. 

Aquelas Olimpíadas de Moscou entrou para a historia por contar com o menor número de participantes desde Melbourne, em 1956, devido ao maior boicote entre todas as edições olímpicas, quando a influência da política no esporte chegou ao seu ponto mais alto e decisivo. O boicote foi decidido meses antes dos Jogos, em 21 de março.

No final de 1979, como protesto contra a invasão soviética do Afeganistão, o presidente norte-americano Jimmy Carter anunciou o boicote de seu país aos Jogos de Moscou no ano seguinte, convocando seus aliados pelo mundo a darem o mesmo exemplo; 69 países - um número três vezes maior do que as nações africanas que se recusaram a participar dos Jogos anteriores em Montreal por questões raciais -, seguiram o caminho dos Estados Unidos, levando estes Jogos a um esvaziamento que afetou consideravelmente o nível técnico de diversas modalidades. Mesmo assim, algumas marcas e desempenhos excepcionais foram realizados e até atletas de países que apoiaram a ação americana acabaram participando individualmente sob a bandeira olímpica, pois países como a França, Portugal e Reino Unido deram poder de decisão aos seus atletas em participarem da competição.

O choro do mais popular dos mascotes

Em artigo publicado em 2011 no site Memória do Esporte,Olímpico Brasileiro, Hélio Alcântara comenta que a cena do choro do ursinho Misha representou um recado soviético aos que participaram do boicote americano, como se aquela lágrima lamentasse a ausência dos competidores.

Quando no encerramento das Olimpíadas de Moscou, quando todos esperavam pela tradição olímpica (hasteamento das bandeira soviéticas, o pais-sede, grega, país olímpico e americana, país-sede das Olimpíadas do ano seguinte), houve um desfecho com opção política. Em vez da bandeira americana, foi hasteada a bandeira da cidade de Los Angeles, e no lugar do hino americano foi tocado o hino olímpico.

Ironicamente, os Estados Unidos que protestaram contra a intervenção soviética no Afeganistão, naquele mesmo momento, estavam intervindo na Guerra Civil Libanesa, e três anos mais tarde - um ano antes das Olimpíadas de Los Angeles - os norte-americanos deram início à invasão de Granada, ambos conflitos dos quais a então União Soviética não participou.

Fonte: Wikipedia e Memória do Esporte

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Mundo encantado de Walt Disney completa 60 anos

Criador e criatura. Inicialmente o parque levaria o nome
do ratinho mais famoso dos desenhos
Há sessenta anos, Walt Disney transformava seu sonho num mundo encantado e cheio de magia. Mas para que suas ideias saíssem do papel, um longo caminho foi percorrido.

Após visitar vários parques de diversão com suas filhas nas décadas de 1930 e 1940, Disney sentiu a necessidade de um local onde pais e filhos pudessem se divertir juntos. Nascia nele o desejo em construir a sua Disneyland, (Disneylândia). A pretensão, modesta até então, seria a construção de uma atração turística ao lado de seus estúdios em Burbank para entreter os fãs, sob o nome de Mickey Mouse Park. No entanto, ele logo percebeu que o lugar proposto era muito pequeno, principalmente depois de visitar outros parques para buscar inspiração e ideias, como os Jardins  de Tivoli, na Dinamarca, Efteling, na Holanda e o Greenfield Village, o Playland e o Children's Fairyland, nos Estados Unidos. Walt Disney comprou um local de 65 hectares próximo a Anaaheim em 1953. 

Dificuldades em obter fundos levaram Disney a investigar novos métodos de financiamento, decidindo criar um show chamado Disneylândia, a ser transmitido pela rede ABC, e em contrapartida, a rede concordou em ajudar a financiar o parque. 

No ano seguinte, deu início a construção do projeto, finalmente inaugurado no dia 17 de julho de 1955, durante um evento especial televisionado para a imprensa pela própria ABC, recebendo o nome de Disneylândia, após Walt Disney adquirir todos os direitos sobre o parque.


Primeiro parque idealizado por Walt Disney
A inauguração foi apenas para convidados e para a mídia; e só no dia seguinte, para o público em geral. Pessoas famosas que estavam agendadas para aparecerem em horários alternados, chegaram todas de uma vez. A temperatura chegava aos 38º C e devido a uma greve dos bombeiros locais, Disney teve que fazer uma escolha: optar pelo funcionamento dos bebedouros ou dos banheiros; escolheu o segundo, deixando muitos bebedouros a minguá. Isto gerou uma publicidade negativa, visto que a Pepsi patrocinou a abertura do parque. Visitantes desapontados acreditavam que esse era um meio publicitário para forçar a venda do refrigerante. O asfalto recém-aplicado estava mole o suficiente para o salto das mulheres afundarem nele. Walt Disney convidou todos os presentes a comparecerem novamente numa outra data, como forma de mudar a imagem do parque. Os ativistas dos direitos civis pressionaram a Disneylândia a contratar negros. Os executivos apenas respondiam que iriam considerar o pedido. Apesar da falta de funcionários negros, o parque contratou pessoas de descendência asiática

Desde sua abertura, a Disneylândia passou por várias expansões e renovações, incluindo a adição da New Orleans Square em 1966, o Bear Country em 1972, e Mickey's Toontown, em 1993. O Disney California Adventure Park foi construído no local do estacionamento original da Disneylândia e abriu em 2001.

A Disneylândia em números

A Disneylândia possui o maior público acumulado dentre todos os parques temáticos do mundo com mais de 650 milhões de visitantes desde sua abertura. O parque emprega mais de 65 mil funcionários, sendo 20 mil empregos diretos no Resort e 3.800 empregos de terceiros, isto é, empregados de suas empresas contratadas. 

Logo após ter sido inaugurada, o parque trouxe um lucro extraordinário. A Disneylândia recebeu em 2010 mais de 14 milhões, que gastaram um total  próximo a 3 bilhões de dólares. Vários anos depois da inauguração, a Walt Disney Company construiu grandes parques temáticos na Flórida, França, Japão e Hong Kong. Desde a sua inauguração, o parque já recebeu mais de 500 milhões de visitantes.

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 16 de julho de 2015

QUINTA FEMININA: Christine de Pizan: poetisa precursora do feminismo

Original do livro Le Livre des Trois Vertus
se encontra na Biblioteca Nacional da França
Nascida no ano de 1363, Christine de Pizan,  uma poetisa italiana, ficou conhecida por criticar a misoginia presente no meio literário, predominantemente masculino, e defender o papel vital das mulheres na época em que viveu na França, durante a primeira metade do século XIV. Tornou-se a primeira mulher francesa a viver de seu trabalho, a literatura.

Christine nasceu em Veneza em um ambiente favorável aos seus interesses intelectuais. O pai, Thomás de Pizan era astrônomo e, como tal, foi convidado a viver na corte de Carlos V, rei da França. 

Com o pai, Chrstine aprendeu o latim e a filosofia, matérias que não faziam parte da educação de uma mulher. Aos 15 anos de idade, como de costume à época, casou-se com Etiénne du Castel, secretário real, com quem teve três filhos.

Em 1389, com a morte de seu marido, e anos depois, de seu pai, Christine passou a enfrentar problemas financeiros. Então, decidiu dedicar-se às letras, numa tentativa de sustentar seus filhos. Seus primeiros escritos chamaram a atenção da corte. No entanto, foi com suas duras críticas ao trabalho do escritor Jean de Meung com o seu Roman de La Rose (Romance das Rosas) que se estabeleceu como escritora. Roman de La Rose era um dos livros mais populares na França e em toda a Europa no século XIII e retratava as mulheres como nada mais que sedutoras. Chrstine com o seus poemas Epistre au dieu d'Amours e Dit de La Rose colocou em dúvida o mérito literário do poema de Jean de Meung, criticando os termos vulgares usados pelo escritor para descrever as mulheres.

Estabeleceu-se assim a reputação de Christine como intelectual, capaz de apoiar a sua causa, com argumentos lógicos e bem fundamentados. A sua obstinação e coragem conquistaram a admiração e apoio de alguns dos grandes pensadores da época, como Jean de Gerson e Eustache Deschamps. Até 1430, ano de sua morte, escreveu mais de 15 obras de prosa e outras tantas poesias.

Em seus trabalhos, nunca deixou de defender a importância das mulheres e suas contribuições para a sociedade, ou a igualdade dos sexos, e a necessidade de dar uma educação igual para ambos. No final da vida, aos 54 anos de idade, recolheu-se num convento, onde permaneceu por onze anos. Lá, escreveu sua última obra. Em Ditié de Jeanne d'Arc celebra o aparecimento de uma líder militar feminina, a francesa Joana D'Arc.

O Espelho de Cristina

Versão portuguesa do manuscrito francês de 1405 intitulado Le Livre des Trois Vertus, O Espelho de Cristina consiste em um manual de educação moral onde se procura mostrar a situação da mulher no final da Idade Média. Neste período, os livros destinados a esse tipo de ensinamento moral eram escritos por homens, que classificavam as mulheres em três categorias: as virgens, as viúvas e as casadas. Christine, por outro lado, procurou concentrar sua atenção em mulheres de diversos níveis sociais.