terça-feira, 30 de junho de 2015

Ministério da Cultura une esforços para combater a intolerância religiosa

Fiéis de religiões menos divulgadas pela mídia são alvo de
preconceito por serem minorias 
Com o objetivo de promover iniciativas positivas de valorização da diversidade religiosa e cultural brasileira, o Ministério da Cultura, o MinC, em conjunto com as Secretaria de Direitos Humanos, SDH, e Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Seppir, criaram um grupo de trabalho contra a intolerância religiosa, que pretende planejar e desenvolver ações em pelo menos cinco áreas: mobilização social, educação, comunicação, institucional e jurídica. Além de planejar novas ações em conjunto, a ideia é fortalecer e unificar as ferramentas institucionais existentes no governo, aumentando ainda mais o diálogo com a sociedade. A reunião contou com as presenças de integrantes das duas Secretarias e do MinC.

Para Juca Ferreira, ministro da Cultura, é muito grave o desrespeito à religião, à lei. "Precisamos respeitar a liberdade de crença, assumir que somos plurais", disse ele durante reunião com os ministros-chefes da Seppir Nilma Gomes, e Pepe Vargas, da SDH. Para a ministra Nilma Gomes, a intolerância religiosa já chega ao ponto de ser violência religiosa.

De 2011 a 2014, o Disque 100 - Disque Direitos Humanos - recebeu 540 denúncias relacionadas à intolerância religiosa. "Nós recebemos uma denúncia a cada três dias, e o público mais afetado são as religiões de matriz africana", expôs o ministro da SDH, cuja Secretaria mantém, desde 2014, o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, que tem o objetivo de promover a liberdade religiosa no país e a laicidade do Estado.

Fonte: Ministério da Cultura
Ilustração: InfoEnem


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Seminário discute o papel do Partido Comunista na burocracia e na política da China

Partido Comunista Chinês controla também  a mídia e as
forças  armadas
Ao contrário do que muitos pensam, a China não possui apenas um partido; conta com mais oito, que são geralmente chamados de "partidos democráticos". No entanto, estes partidos pouco participam das decisões políticas, pois o Partido Comunista domina o Estado e a sociedade chinesa em praticamente todos os aspectos. É o que explicou a pesquisadora chinesa Yan Zhou, durante o Seminário Internacional China in Latin America: Internal and External Challenges, que aconteceu neste mês, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, a FEA, da Universidade de São Paulo, a USP. A pesquisadora está no Brasil para estudar sobre as desigualdades sociais que ocorrem por aqui.

O Partido Comunista detém o controle das atribuições políticas, como as posições do governo, empresas e universidades. Seleciona funcionários a partir de sua integridade moral e de sua competência profissional. "Porém as promoções forma corroídas pela corrupção. E hoje, a corrupção é um grande problema com a qual lidamos", comenta Yan.

Para regular e economia, a demografia e demandas sociais, são elaborados planos a cada quinquênio. A China não possui um líder supremo desde a morte de Deng Xiaoping em 1997. O Congresso concentra o mais alto nível de poder, mas uma série de órgãos e ministérios são complexamente hierarquizados. O Comitê Central conta com 205 membros e discute a política do governo e aprova planos para a economia. O principal órgão decisório é o Politburo Standing Comitteé que conta com sete membros. O Congresso Nacional do Povo tem dez dias de sessão anual, sendo eleito a cada cinco anos e votando as finanças, leis, líderes do Estado e do Congresso. O poder individual de seus deputados é restrito a submeter propostas de mudanças na lei ou reformas. Apenas deputados do mais baixo nível são eleitos. O Comitê Permanente tem 161 membros, com encontros a cada dois meses, composto por oficiais do Estado e do Partido, líderes dos oito partidos democráticos e figuras de cada campo ou profissão.

A burocracia do Partido conta com diversas comissões, como o corpo anti-corrupção; o departamento de recrutamento e de treinamento de novos membros e funcionários; o departamento de mídia, que controla a publicidade e a ideologia; e a comissão de políticas e leis, responsável pelo controle do aparato de segurança. E desde 1970, há um gabinete para administrar o dia a dia do pais. O presidente é responsável por cerimoniais e protocolos, e o premier encabela o gabinete. O poder de fato é do Conselho de Estado, que controla ministérios e comissões.

Yan Zhou explicou que a política chinesa pode parecer complicada, porque além da complexidade de tantos organismos e hierarquias, há membros idênticos tanto no Partido quanto na Organização do Estado. 

Fonte: USP


domingo, 28 de junho de 2015

Livros de autoajuda. Ajudam?

Dispostos nas livrarias, os livros de autoajuda tem a intenção de mostrar a receita para a felicidade. Como se a sua felicidade depende apenas e tão somente de você. Será? É o que a psicoterapeuta e pesquisadora da Universidade de Campinas, a Unicamp, Vera Lucia Pereira Alves aborda no recém-lançado livro Receitas para a conjugalidade: uma análise da literatura de autoajuda.

Através de mandamentos como "transforme-se como puder" e "siga as regras e, casando com seu amor, viverá feliz para sempre", o leitor que busca neste tipo de literatura receitas para encontrar um parceiro, depara-se, antes de mais nada, com a orientação para que realmente, se case, pois o casamento é prescrito como benéfico e salutar ao desenvolvimento emocional. Estar solteiro, ao contrário, não apresenta, de acordo com os livros de autoajuda analisados, os mesmos benefícios da conjugalidade. Entre estes livros analisados, estão Como conquistar um marido negro (Ed. Summus), Como fisgar um solteiro (Ed. Gente), Tudo que nós homens achamos que uma mulher deveria discutir com o seu homem (Ed. Novo Século), Guia prático da conquista (Ed. Gente), O novo casal: as dez novas leis do amor (Ed. Campus), e outros, passando por autores como Roberto Shnyashiki, Maria Helena Matarazzo e Sergio Savian.

A pesquisadora justificou a escolha deste tema, baseado em relatos de consultório. Pois, segundo ela, muitos de seus pacientes questionavam sobre o sentimento de amor em relação ao parceiro. Confrontavam essa dúvida sobre o amor ao parceiro com as novelas, filmes e romances de literatura. "Perguntavam-me: 'você acha que isso é amor?' A partir dessa vivência  profissional houve o interesse em fazer um estudo sobre a cultura amorosa. E na minha análise, resgatando um pouco disso, eu identifico que, para a literatura de autoajuda, as relações conjugais são quase sinônimos de amor. E, ao colocar esta perspectiva, estes livros deixam o amor na condição de obrigatório", explica.

Para ela, embora a conjugalidade seja a meta, a individualização é o caminho. Em nenhum momento os autores destes livros apontam para que o leitor esteja em relação. É sempre no sentido de que a pessoa precisa se aprimorar individualmente. Ela exemplifica com uma frase muito comum na nossa cultura é a de que se você não se ama, você não será capaz de amar o outro. "Um clichê". 

As respostas que a literatura de autoajuda oferecem podem ser encontradas nas obras analisadas neste estudo. "Se serão eficazes, se funcionarão, isso já é outra questão", pondera.

O livro de Vera é resultado de sua pesquisa de doutorado defendida em 2005 junto à Faculdade de Educação da Unicamp.

Fonte: Unicamp

sábado, 27 de junho de 2015

Junho comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Vitiligo. Há tratamento para a doença

Dermatologista é o profissional mais indicado para realizar o
diagnóstico
No último dia 25, foi comemorado o Dia Mundial de Combate ao Vitiligo, doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As manchas brancas se formam devido à diminuição ou ausência de melanócitos - células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele.

As áreas afetadas mais comuns as mãos, pés, cotovelos, joelhos, face e genitais. Essas manchas não são contagiosas nem comprometem  qualquer órgão interno, e podem ser desencadeadas por diversos fatores, entre eles, o componente genético e as alterações e traumas emocionais. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo.

Entretanto, por não apresentar sintomas além da descoloração da pele, muitas pessoas não buscam ajuda rapidamente e a doença acaba avançando. Segundo orientação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, a chance de evitar que as manchas fiquem resistentes é maior. Há tratamentos capazes de controlar, melhorar e, dependendo do caso, até mesmo de curar a doença; no entanto, exigem paciência e devem ser feitos por um profissional adequado.

Prevenção

Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar uma vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso sejam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente.

Fonte: SBD

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pessoas desorganizadas podem ser mais criativas

Escritório de Einstein em Princeton. Revista Life, 1955
No imaginário popular acredita-se que pessoas organizadas são mais bem sucedidas, e aquelas que não mantêm o hábito em deixar as coisas no lugar são mais criticadas. Mas este senso-comum pode ter um certo equívoco: pessoas desorganizadas são mais criativas. De acordo com um estudo realizado em 2013, pela Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, pessoas que possuem quartos, escritórios e mesas bagunçadas possuem a tendência de serem mais inventivas do que quem tem mania de deixar tudo impecavelmente organizado. É claro que, não se trata de deixar a higiene de lado, permitindo que o lixo se acumule, mas, sim, deixando a já conhecida "bagunça organizada" acumular.


Local onde a criatividade de Jobs surgia
"Se a sua mesa for bagunçada, mas você ainda tiver total controle sobre ela, pode indicar que seu nível criativo é elevado. A criatividade pode ser notada, também, em casos em que a pessoa mais desorganizada é a mais metódica", observa o psicólogo e master coachJoão Alexandre Borba. E segundo ele, ambientes desorganizados podem estimular a criatividade, pois faz a pessoa pensar fora das linhas de raciocínio tradicional. Um exemplo, Albert Einstein e Steve Jobs. "Personalidades influentes e que causaram um grande impacto no mundo, eram conhecidas por não serem organizadas, e acredita-se que isso pôde influenciar nas suas capacidades criativas".

Foto: Internet

quinta-feira, 25 de junho de 2015

QUINTA FEMININA: Pérola Ellis Byington: uma ativista social em prol da infância e da mulher

Em sua homenagem, Pérola é nome
de um município no Paraná
Nascida em 1879, em Santa Bárbara D'Oeste, Pearl (Pérola, em inglês) Ellis McIntyre, era filha de imigrantes colonos norte-americanos, que vieram para o Brasil, após a guerra civil, em busca de trabalho e liberdade. Foi uma mulher à frente do seu tempo, com um projeto de assistência social e uma longa experiência adquirida em trabalhos realizados junto à Cruz Vermelha dos Estados Unidos e do Brasil. O sobrenome Byington é fruto de seu casamento com um dos precursores da indústria no Brasil, Alberto Jackson Byington.

A partir de 1930, Pérola liderou, ao lado da professora Maria Antonieta de Castro, uma campanha contra a mortalidade infantil, numa época em que as diferenças sociais começavam a se acentuar, e as taxas de mortalidade, principalmente infantil, eram altíssimas. 

A Cruzada Pró-Infância nasceu com o objetivo de coordenar e ampliar os esforços feitos em prol das crianças e das gestantes, mas com o tempo essa ideia cresceu e o programa da Cruzada incluía uma grande variedade de atividades. Sempre junto à educadora Maria Antonieta, Pérola criou dispensários com serviços de clínicas geral, higiene infantil e pré-natal; organizou parques e creches; criou bibliotecas infantis e patrocinou a criação de um lactário. Procurou influenciar autoridades para a execução de programas voltados ao cumprimento dos direitos da mulher, e foi uma das primeiras a defender a divulgação das causas da mortalidade no parto e no pós-parto, com o objetivo de melhorar o pré-natal. 


 Hospital Pérola Byington
Em 1959, inaugurou o Hospital Infantil e Maternidade da Cruzada Pró-Infância, onde além dos atendimentos à população, eram oferecidos cursos de formação para estagiários acadêmicos. Para conseguir mantê-lo, Pérola divulgou os projetos da instituição e, através dos meios de comunicação, convocou a população a participar dos eventos para arrecadar fundos. Conseguiu que profissionais renomados fizessem os atendimentos, muitas vezes de forma voluntária. Laboratórios realizavam os exames gratuitamente, e as farmácias cediam os medicamentos necessários.

Pérola Byington foi diretora geral da Cruzada - desde a fundação, até sua morte, em 1963. Faleceu em Nova Iorque, mas foi sepultada no Cemitério da Consolação, segundo sua vontade. Seu nome sempre estará associado à historia da assistência à infância e à maternidade no Brasil. Em função dessa dedicação, o antigo Hospital da Cruzada, hoje Centro de Referência da Saúde da Mulher, leva o nome de Hospital Pérola Byington.

Foto: Internet e Wikipedia

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Modalidades esportivas? Há controvérsias

Pesquisa inédita do Ministério dos Esportes mostra que sedentarismo no Brasil atinge 45,9% da população. Ao todo foram realizadas 8.902 entrevistas para o Diagnóstico Nacional do Esporte: Diesporte, com pessoas entre 14 e 75 anos. Mas se você não foi um dos participantes ouvidos e ainda assim está dentro do percentual dos sedentários, porém não sente aptidão a nenhum dos esportes, digamos assim, tradicionais, a saída é optar por outros um tanto quanto bizarros.


Modalidades nem tão esportivas assim, cujo objetivo é mais o entretenimento do que o físico; ainda que entreter tenha lá outros significados. Proibida em muitos países, como França e alguns estados dos Estados Unidos, a prática Arremesso de Anões já foi comum nos bares da Flórida, que costumavam até realizar competições para atrair clientes. Os anões aceitavam a oferta porque, segundo eles, recompensava financeiramente. Em 2011, um deputado fez um projeto de lei permitindo a competição para ver quem joga o anão mais longe, por acreditar que a proibição diminui as oportunidades de trabalho para essas pessoas. Já os defensores da proibição, alegam que a prática é desumana e humilhante.


Para aqueles que tem fôlego, na Georgia, nos Estados Unidos, acontece um concurso, com participantes do mundo todo, cujo objetivo é estourar bolsas com o nariz. Os participantes devem encher e estourar as bolsas soprando pelo nariz. O campeão mais recente conseguiu encher e estourar três bolsas de água quente em menos de um minuto.

Voltado única e exclusivamente para o público masculino, na China acontece um campeonato de masturbação, onde um grupo de homens - claro - competem com todas as suas forças para ver quem consegue se masturbar por mais tempo. E eles devem fazer isso, apenas olhando para uma boneca inflável. 


O concurso pode se estender por horas, até restar um participante. O vencedor recebe um prêmio que varia de concurso para concurso e a boneca inflável.

Depois dessa, tente escolher aquele que melhor lhe agradar, ou então, repense sua condição de sedentário.

Foto e fonte: De Onde Saiu Isso?

terça-feira, 23 de junho de 2015

Homenagem ao mais popular dos carros, o Fusca

Ao longo dos anos, vários versões para o velho Fusquinha
Ele já foi o primeiro carro de muitos grandinhos que tem acima dos 40 anos de idade. Já foi tema de música: quem não se lembra do clássico de Almir Rogério Fuscão Preto? Difícil encontrar quem nunca tenha passeado em um dos seus vários modelos. E quase todo mundo, se pudesse, transformaria-o num modelo de acordo com o seu perfil. Sucesso de vendas, no dia de ontem foi comemorado o Dia Mundial do Fusca. Data celebrada desde 1995, porque em 22 de junho de 1934 foi assinado contrato entre a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã e o projetista austríaco de carros Ferdinand Porshe, que foi o responsável por desenvolver o protótipo do carro popular.

As primeiras unidades do carro foram testadas em um enduro de 50 mil Km, de outubro a dezembro de 1936. Dez anos depois, a fabricante já alcançava o Fusca número 10 mil produzido. Embora a Volkswagen tenha enfrentado dificuldades para manter a produção nos anos seguintes à 2ª Guerra Mundial, a fabricação continuou e, em 1947 começaram as primeiras exportações do Fusca. O primeiro país a receber o modelo foi a Holanda.


Modelos "tunados" dão graça e beleza ao simpático Fusca
Em 1955, a Volkswagen alcançou uma nova marca: 1 milhão de Fuscas produzidos, e produção diária de cerca de 1 mil veículos. O recorde mundial de produção chegou em 17 de fevereiro de 1972, quando mais de 15 milhões de Fuscas foram fabricados e passou a ser o carro mais produzido até então, batendo o Ford T.

Brasil

Em 1951, o modelo chegou ao Brasil, e somente em janeiro de 1959, passou a ser construído no país. Por aqui, ele foi produzido até 1986, quando tinha 3,3 milhões de unidades vendidas no país. Em 1993, a produção foi retomada, mas só continuou até 1996.

Em julho de 2003, o último Fusca foi produzido, na fábrica de Puebla, no México. Mas em 2012, a Volks anunciou a nova versão do automóvel. O carro chegou às concessionárias deixando para trás os traços do New Beetle, uma versão moderninha do Fusquinha. O modelo oferece 200 cavalos de potência pelo menor preço de mercado, mas está muito longe de ser o "popular" que liderou as vendas no passado.

Curiosidades


Ex-presidente do Uruguai, José Mujica e seu Fusca. Sheik
árabe ofereceu 1 milhão de dólares pelo veículo e Mujica
recusou.
Em 1931, a Alemanha era assolada por uma dura recessão e tinha um dos piores índices de motorização da Europa. A maioria de suas fábricas era de carros de luxo, caros, e fabricados à mão. Daí a necessidade de um carro pequeno, econômico e popular. Nasceu aí o conceito do "Volks Auto" ou "Volks Wagen", expressões alemãs que traduzem a ideia de carro popular.

O Volkswagen recebeu nomes diferentes em quase todos os países em que foi vendido. Na Dinamarca foi chamado de Boblen (bolha), na Indonésia ficou conhecido como Kodok (sapo), em Portugal como Carocha e no Brasil como Fusca.

A ideia de construir uma versão conversível do Fusca aconteceu em 1948, mas um incêndio na fábrica que produziria o modelo fez com que o projeto fosse abandonado em 1952, após apenas 696 conversíveis terem sido feitos. 

Fonte: Terra

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Projeto revitaliza áreas da Santa Casa de Valinhos

Trabalho voluntário ajudou na requalificação das áreas
Ambientes hospitalares, de modo geral, não são agradáveis. Paredes cinzas, que compõem uma arquitetura de concreto e com pouco ou quase nada de verde para contrapor com o aspecto frio e sombrio. Nas primeiras décadas do século 20, profissionais da área da saúde investiram em ambientes funcionais de trabalho, dando ênfase à implantação de equipamentos de alta tecnologia, sem se preocupar com o grau de conforto proporcionado pelo ambiente físico. Mas isso é uma característica que pode mudar com o tempo, porque trabalhos científicos classificaram estes espaços como estressantes e inadequados em razão de não observarem as carências emocionais e psicológicas dos usuários; aquele que já não está bem, fica ainda pior diante do cenário.

Orientada pelo professor do Departamento de Ciências Florestais, Demóstenes Ferreira da Silva, a arquiteta e urbanista Léa Yamaguchi Dobbert propôs a direção da Santa Casa de Valinhos, interior de São Paulo, a recuperação do local por meio da implantação de componentes arbóreos e vegetação, requalificando as áreas livres existentes entre as áreas de internação. E o motivo foi além do profissional. Quando internada na própria Santa Casa, Léa sentiu falta de um espaço não só agradável, mas saudável, para realizar as caminhadas orientadas pelo médico, sendo obrigada a caminhar nos corredores escuros e com pouca ventilação.

Depois do trabalho feito, através da doação de viveiros de plantas, a pesquisadora realizou entrevista com 596 usuários dos espaços analisados, a fim de verificar o grau de conforto térmico e bem estar. E os benefícios puderam ser constatados através dos relatos. "O paciente, já fragilizado pelo estado em que se encontra, quando tem um ambiente mais aconchegante e familiar, certamente se sente mais calmo, o que reflete de forma direta em sua saúde", avalia a arquiteta.

Fonte: Agência USP 

domingo, 21 de junho de 2015

A ditadura brasileira e o movimento LGBT em debate

Livro de autoria do expositor do debate, Renan Quinhalha
Quais as relações entre a ditadura brasileira (1964-1985) e as várias formas de homossexualidade - lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros? E de que maneira a ditadura dificultou tanto os modos de vida de gays, lésbicas e pessoas trans quanto a afirmação do movimento LGBT no Brasil durante os anos 60, 70 e 80.

Para discutir questões como essas, o Centro de Documentação e Memória, o Cedem, da Universidade Estadual de São Paulo, a Unesp, promove, dia 30 de junho, o debate Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade, livro organizado por James M. Green e Renan Quinalha. O debate será mediado pelo jornalista e assessor-chefe da Assessoria de Comunicação e Imprensa da Reitoria da Unesp, Oscar D'Ambrósio. E contará com a participação do autor do livro, Renan Quinhalha, assessor da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo; da psicanalista, ensaísta e crítica literária, Maria Rita Kehl; e Edson Teles, professor da Unifesp e ativista da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura.

A homossexualidade constituía, segundo a própria visão oficial do governo, uma ameaça subversiva ao regime autoritário. O anticomunismo se articulava com valores morais conservadores na produção de políticas repressivas de Estado contra pessoas LGBT, pelos riscos que elas representavam "à família", "à moral" e aos "bons costumes". O livro se insere neste contexto mais amplo da luta por verdade, justiça e reparação em relação aos crimes praticados durante a ditadura brasileira, conferindo visibilidade e o devido reconhecimento para as experiências de vida dos homossexuais e para a atuação do movimento LGBT durante essa época histórica.


Ditadura e Homossexualidade: repressão, resistência e a busca da verdade
Dia: 30/06/2015
Horário: 19h
Onde: Praça da Sé, 108 - São Paulo

Fonte: Unesp

sábado, 20 de junho de 2015

USP participa de movimento mundial da ONU pela igualdade de gêneros

A Universidade de São Paulo, a USP, foi uma das dez Universidades mundiais - e a única latino-americana - escolhidas para fazer parte do movimento solidário HeForShe (ElesPorElas), desenvolvido pela UN Women, instituição da Organização das Nações Unidas dedicada a projetos na área da igualdade de gêneros e empoderamento das mulheres. O HeForShe é um movimento global de solidariedade que convoca pessoas de todo o mundo para desenvolver iniciativas e advogar pela igualdade de gêneros.

Para ser aceita, a USP teve que obedecer alguns critérios: reputação ética, excelência no serviço público, relevância e alcance global, além de boa vontade em usar sua influência para comandar e inspirar mudanças no ensino superior.

A USP terá como meta criar o Programa USP Mulheres, a ser coordenado pela professora da Faculdade de Medicina Lilia Blima Schraiber, responsável por um grupo de pesquisa que desenvolve estudos e intervenções sociais voltadas à violência, gênero e prática de saúde.

Além da USP, as nove Universidades selecionadas foram: Georgetown University; University for Hong Kong; University of Leicester; Nagoya University; Oxford University; Science Po; Stony Brook University (The State of New York); University of Waterloo e University of the Witwatersrand. Está previsto para o segundo semestre de 2016 um encontro internacional com a participação das dez universidades, que terá como tema Erradicando a violência contra as mulheres nos campi universitários.

O projeto faz parte do Programa Impacto 10x10x10, lançado em janeiro deste ano durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos e que reúne 30 líderes mundiais em três setores - público, privado e academia.

Fonte: USP
Ilustração: www.unwomen.org

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Os irmãos Segreto, o cinema e o 19 de junho

Afonso realizou cerca de 60 filmes, entre 1898 e 1901
Italiana era a nacionalidade daquele que teria sido o primeiro cinegrafista e diretor do país a registrar as primeiras imagens em movimento do território brasileiro, no ano de 1898. Afonso Segreto fez então imagens da entrada da Baía de Guanabara, a bordo do navio francês Brésil - a primeira filmagem em território nacional. E foi por conta deste trabalho, realizado no dia 19 de junho daquele ano, que a data passou a ser considerada como o Dia do Cinema Brasileiro; apesar de alguns preferirem comemorar no dia 5 de novembro em função da primeira exibição pública de cinema.

Mas a odisseia cinematográfica começou, anos antes, em 1883, com seus irmãos Paschoal e Gaetano Segreto, quando Paschoal, então com 15 anos e Gaetano, dois anos mais velho, decidem imigrar para o Brasil. No Rio de Janeiro, trabalharam vendendo bilhetes de loterias e jornais e, dada a afinidade com os negócios, passaram a explorar as primeiras formas de divertimento na cidade, como jogos, apostas e loterias - consideradas contravenção - o que os levou a várias passagens pela Casa de Detenção. Quando estavam bem estabelecidos, trouxeram em 1896 o outro irmão, Afonso Segreto.


Morador do bairro Santa Tereza,
Pascoal casou-se, mas não teve filhos
Paschoal começou a observar o surgimento de cabarés, cafés-conserto e salões, onde se ofereciam variados tipos de espetáculos com vários artistas. E sempre havia alguma novidade mecânica, como o Fonógrafo e o Cinematógrafo. Com visão comercial, cria a primeira empresa de porte e de nome nacional do setor, a Empresa Paschoal Segreto. 

Observando o sucesso das exibições irregulares do Cinematógrafo na cidade, e junto com o amigo José Roberto Cunha Salles, em 31 de julho de 1897, inaugura o Salão Novidades de Paris no Rio, com a presença de 1.572 pessoas. Pouco mais de um ano dos irmãos Lumière estrearem o cinema em Paris.

O sucesso do Salão foi tanto, que para atender à crescente demanda por novos filmes, partiram emissários para os Estados Unidos e Europa a fim de adquirir novas produções. Afonso Segreto firmou-se na função e, além disso, aprendeu a usar novos equipamentos cinematográficos. Em 19 de junho do ano de 1898, de volta de uma de suas viagens, trazendo consigo uma câmera de filmar, e ainda a bordo do navio faz os registros da Baía de Guanabara.

Desfeita a sociedade com Cunha Salles, um incêndio destrói por completo o Salão e o resto da construção, inclusive os dois andares onde os Segreto moravam e guardavam equipamentos. Como o prédio tinha seguro, em janeiro de 1899 Paschoal reabre o espaço e entra de vez no ramo do entretenimento. Inaugura o Parque Fluminense, com um cinematógrafo ao ar livre e uma pista de patinação no gelo. Depois, abre o Coliseu Boliche, o Maison Moderne, o Moulin Rouge e o High Life Club; em todas as casas, o cinema era a atração central, porém não exclusiva. Em Niterói, São Paulo e Santos controlou várias casas de espetáculos e jogos.

Diferente de outros empresários que já despontavam, Paschoal foi o primeiro a exibir em suas salas produções nacionais, principalmente as realizadas pelo irmão Afonso. Por conta de discussões e desacordos políticos entre eles, Afonso foi afastado da Empresa Paschoal Segreto e muda-se para São Paulo, e abre um laboratório fotográfico. Tempos depois, retorna á Itália, onde morre quase que anonimamente. Em 1902, a empresa apresenta um único filme - Vistas Nacionais - com o reaproveitamento de filmagens de Afonso. Paralisa as atividades cinematográficas em 1907.

Gaetano Paschoal continuou trabalhando com a distribuição de jornais. Tornou-se editor de um jornal publicado no Rio, em italiano. Casou-se e teve dez filhos. Morreu na Itália em 1908, deixando nove filhos, que passaram a ser criados por Paschoal.

Com o surgimento da gigante Companhia Cinematográfica Brasileira, Paschoal se manteve no setor apenas como um pequeno exibidor, mas continuou empresariando entretenimentos variados. Enriqueceu, trazendo para o teatro seus conceitos de entretenimento a preços populares. Contribuiu para a  formação de um teatro nacional cômico e musical, o Teatro de Revista. Procópio Ferreira, ator e diretor teatral, o chamava de Papa do teatro brasileiro. 

Em comemoração ao centenário de Niterói, em 1919, trouxe uma novidade do exterior, o Carrossel. Faleceu em fevereiro de 1920 e foi sepultado no Cemitério São João Batista


Fonte: Blog Salas de Cinema
Foto: Wikipédia

quinta-feira, 18 de junho de 2015

QUINTA FEMININA: Dorina Nowill, uma historia de superação e auxílio aos deficientes visuais

Primeira cega a frequentar um curso regular
Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em 28 de maio de 1919. Ficou cega aos 17 anos de idade em virtude de uma infecção ocular. Mas isso não foi motivo para abandonar os estudos, e naquela época, livros em Braille eram raríssimos. Mesmo assim superou dificuldades e formou-se professora. Percebendo, desde então, a carência de livros em Braille no Brasil, criou, com a participação de Adelaide Reis de Magalhães e mais seis normalistas da Escola Normal Caetano de Campos, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas atividades em 1946 e desde 1990 passou a se chamar Fundação Dorina Nowill para Cegos, em sua homenagem.

Especializou-se em educação de cegos no Teacher's College, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Naquela ocasião, participou de uma reunião com a Diretoria da Kellog's Foundation e expôs o problema da falta de livros em Braille para os cegos brasileiros e da necessidade de se conseguir uma Imprensa Braille para a Fundação. Em 1948, a Fundação Dorina Nowill para Cegos recebeu da Kellog's Foundation uma Imprensa Braile completa com maquinários, papel e outros materiais. Hoje, esta Imprensa Braile utiliza produção em larga escala, equipamentos de grande porte, recursos humanos especializados e matéria prima especial.


Mais de 60 anos de trabalho e auxílio
Lutou também pela abertura de vagas e encaminhamento das pessoas com deficiência visual para o mercado de trabalho. Escreveu o livro E Eu Venci Assim Mesmo, lançado em 1996 e traduzido para o espanhol.

Pioneira em seu tempo, ocupou importantes cargos em organizações internacionais de cegos. Foi inclusive Presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, hoje União Mundial dos Cegos. 

Casou-se com o advogado Edward Hubert Alexander Nowill, a quem conheceu quando estudava na Universidade de Columbia, como bolsista de uma fundação voltada para a educação e reabilitação de cegos. Tornou-se mãe e avó de vários netos. Morreu em 2010, aos 91 anos em função de uma parada cardíaca.

A Fundação


Há mais de seis décadas, a Fundação Dorina Nowill tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da produção e distribuição gratuita de livros em Braille, falados e digitais acessíveis, diretamente para pessoas com deficiência visual e para cerca de 2.500 escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A Fundação é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico e, ao longo dos anos, produziu mais de seis mil títulos e dois milhões de volumes impressos em Braille. Produziu ainda mais de 1.600 obras em áudio e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis. Além disso, mais de 17 mil pessoas foram atendidas nos serviços de clínicas de visão subnormal, reabilitação e educação especial.

Com sede em São Paulo, a Fundação Dorina Nowill atua em todo o Brasil por meio de projetos e ações que visam a inclusão de pessoas com deficiência visual.

Fonte e fotos: Fundação Dorina Nowill e Ethel Rosenfeld

quarta-feira, 17 de junho de 2015

SUS oferecerá tratamento inovador para pacientes com Hepatite C

Uma boa notícia para os pacientes brasileiros com Hepatite C. Ainda este ano, eles poderão contar com um dos tratamentos mais inovadores disponíveis no mundo, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir e que apresenta uma taxa de cura de 90%, maior que todos os tratamentos utilizados até o momento e com duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia anterior. Além de ser um tratamento totalmente via oral.

"A principal revolução desses novos medicamentos é que eles garantem um percentual de cura inimaginável se comparada aos tratamentos do passado, quando a chance de cura variava entre 50 e 70%. É uma mudança que reduzirá a carga de hepatite C para uma nova geração, que praticamente poderá pensar em eliminar a doença no futuro. Outra vantagem é que o novo tratamento poderá ser usado em pacientes que não obtiveram sucesso com nenhum dos outros tratamentos ofertados", explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Os pacientes com Hepatite C crônica poderão ter acesso a esses medicamentos até o final do ano, que serão adquiridos de maneira centralizada pelo Ministério da Saúde para a distribuição aos estados. A publicação da portaria que comunicará a inclusão dos medicamentos no Sistema Único de Saúde, o SUS, tem previsão de ser publicada já na próxima semana.

A doença

A Hepatite C é causada pelo vírus HCV. A transmissão ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de seringas, lâminas de barbear e depilar, alicates de unha, além de outros objetos que furam ou cortam, bem como na confecção de tatuagem e colocação de piercings. A transmissão via sexual é pouco frequente, mas pode ocorrer.

No Brasil, estima-se que 1,4 e 1,7 milhão de pessoas podem ter tido contato com o vírus, sendo a maior parte na faixa etária dos 45 anos ou mais, justamente porque até o início de 1990 não existiam testes capazes de detectar o vírus da Hepatite C em transfusões de sangue e os procedimentos de biossegurança em atendimentos médicos e odontológicos eram muito menos rigorosos que os atualmente empregados. E muitos desconhecem que estão infectados, porque a Hepatite C é uma doença silenciosa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoa com mais de 45 anos faça o teste para detectar o vírus da Hepatite C, disponível no SUS. 

Fonte: Ministério da Saúde
Ilustração: Hepcentro

terça-feira, 16 de junho de 2015

Tatuagens urbanas nas calçadas, uma herança portuguesa

Calçadão de Copacabana é cartão-postal do Rio 
Elas são lindas, formam desenhos no calçamento urbano de várias cidades, e difícil desassociá-la à imagem da praia de Copacabana. As calçadas portuguesas ganharão uma exposição só para elas. Até o dia 1º de agosto, o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, recebe a versão ampliada da exposição Tatuagens urbanas e o imaginário carioca, que apresenta a arte portuguesa de se fazer calçadas desenhadas, popularmente conhecidas como calçadas de pedras portuguesas: pavimentação que se utiliza de mosaicos de calcário em sua estrutura e cujos desenhos ganharam as ruas de cidades europeias e brasileiras.

Promovida pela prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Comitê Rio 450, a parceria com a Câmara de Lisboa possibilitou empréstimos de obras originais, além de fotografias de várias épocas. A exposição está dividida em três módulos: O primeiro, apresenta um Recorte Histórico com acervos de instituições como o Museu da Cidade de Lisboa, Museu da Cidade e Museus Castro Maya/ Ibram, além de registros relacionados aos calçadões de Copacabana e Ipanema. Já o módulo Calceteiro conta com acervo do Museu dos Moldes de Lisboa. O terceiro módulo, Imaginário Carioca, reúne objetos inspirados nas calçadas do Rio de Janeiro e revela como o carioca se apropriou dessa marca registrada da cidade no design de joias, mobiliário, obras de arte, moda, etc.

A capital fluminense possui 1,218 milhões de metros quadrados de calçamento em pedras portuguesas, sendo os mais conhecidos o canteiro central da orla de Copacabana, projetado pelo paisagista e arquiteto Burle Max (1909-1994) e o Calçadão de Copacabana.

Em paralelo à exposição, o projeto vai discutir a importância da conservação e adaptação das calçadas aos novos padrões de mobilidade e acessibilidade urbanas, além de formar novos calceteiros por meio de seminários e oficinas especializadas.

Serviço:
O Museu Histórico Nacional está localizado na Praça Marechal Âncora, no centro do Rio.
Terça a Sexta-feira - das 10h às 17h30
Sábados, domingos e feriados - das 14h às 18h
R$ 8,00. Gratuito aos domingos

Fonte: Ministério da Cultura

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A presença alemã na construção da cidade de São Paulo

Bresser propôs a captação da água na Cantareira. Hoje, sistema está em baixa

Talvez poucas pessoas saibam, mas muito da arquitetura da cidade de São Paulo é fruto do trabalho de engenheiros alemães, presente não só no trabalho especializado e em novas técnicas construtivas, entre as quais, o uso do tijolo, mas também na evolução urbana, como a instalação de cemitérios, mercado público, matadouro e as propostas para abastecimento de água.

Os primeiros imigrantes alemãs chegaram a São Paulo entre 1828 e 1830, com o patrocínio do governo imperial. Em 1854, um grupo de 204 trabalhadores alemães e 119 portugueses foram requisitados pelo governo da província ao Senador Vergueiro, que realizava o agenciamento de imigrantes. No ano seguinte, um decreto da Assembléia constituiu uma Companhia de Operários, com 500 trabalhadores, todos contratados na Europa, numa época em que São Paulo tinha cerca de 20 mil habitantes. Segundo relatórios escritos pelo presidente da província ao imperador Dom Pedro II revelam que houve uma grande intervenção para a remodelação da cidade na década de 1850, que incluiu a construção de mercado público, matadouro, cemitérios, teatro e seminários, além de reformas de igrejas, a maioria com verbas públicas. De acordo com documentação do Arquivo Nacional do Estado de São Paulo, além dos engenheiros, os imigrantes alemães atuavam em obras públicas e particulares como pedreiros, marceneiros, carpinteiros, canteiros, que trabalhavam com pedras, e calceteiros, incumbidos das estradas e vias públicas.


Cemitério da Consolação, obra do eng. Rath

Segundo a pesquisa da arquiteta Adriane Acosta Baldin sobre o trabalho dos artífices e engenheiros vindo dos estados alemães e descrita em tese de doutorado apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a FAU, da Universidade de São Paulo, além dos operários especializados, também vieram da Alemanha quatro engenheiros que atuaram na cidade: Carlos Abraão Bresser, Carlos Rath, Hermann Gunther e Hermann Bastide.

Foi Bresser que, em 1838, supervisionou as obras da estrada para Santos, e em 1852, junto com Porfírio da Lima, propôs a utilização da água da Serra da Cantareira para o abastecimento da cidade. Rath definiu a localização e projetou o Cemitério da Consolação, em 1858, numa região que era afastada do núcleo urbano da época. 

Para a doutoranda, os alemães trouxeram ideias que revolucionaram a cidade e são diretrizes urbanas que chegaram até os dias de hoje. 

Fonte: Agência USP de Notícias
Foto: Internet

domingo, 14 de junho de 2015

Produção brasileira ganha espaço no mercado predominantemente estrangeiro

Público-alvo é de crianças entre 4 e 7 anos de idade
Ele é muito conhecido entre os telespectadores mirins do canal de TV paga Discovery Kids; e para os pais, só mais um desenho animado. E o grande público provavelmente não saiba, mas Peixonalta e Show da Luna são duas produções. totalmente brasileiras.

No ar desde 2009, a série-animada Peixonauta, da produtora TV PinGuim, apresenta as aventuras de um peixe agente secreto que vive entre o mundo aquático e terrestre em busca de soluções para proteger o meio ambiente. O sucesso é creditado em boa parte pela animação aliar entretenimento e conscientização ambiental, através de um conteúdo educativo.

Em um mercado de séries infantis predominantemente ocupado por produções britânicas e norte-americanas, como Peppa Pig, Backyardigans e A Hora de Aventura, Peixonauta ganhou destaque. A série feita pela produtora brasileira, em associação com a Discovery Kids, tem como público-alvo crianças entre 4 e 7 anos e está em sua segunda temporada.

A Produtora

Com sede em São Paulo, e fundada por Célia Catunda e Kiko Mostrorigo, a produtora TV PinGuim conseguiu fazer o que nenhuma outra havia conseguido: produzir uma série de animação inteiramente no Brasil e conquistar seu espaço nos canais de TV. Pioneira no mercado de animação, a produtora foi buscar no mercado internacional, a chance de se firmar como uma produtora independente, o que não foi possível aqui no Brasil, que não havia mercado para as independentes.

O sucesso foi tanto na América Latina, que Peixonauta já foi vendido para mais de 80 países, entre eles, Estados Unidos, Canadá, índia, Emirados Árabes, Iraque, Hong Kong, Coreia e Angola. No entanto, os desafios são grandes e muito ainda tem que ser feito. Um bom começo, é investir em mais produções e agilizar o acesso aos recursos para viabiliza-las, porque tecnologicamente, a realidade brasileira ainda é muito distante do mercado norte-americano; mas em termos de narrativa e criatividade, a competição se iguala.

Fonte: Site Administradores 



sábado, 13 de junho de 2015

Em um ano, Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência registrou 14 mil casos

Desde que foi criada, em junho do ano passado, até hoje, a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo contabilizou mais de 14.100 registros, entre os meses de maio de 2014 a maio de 2015. Diretamente, a unidade já atendeu 761 casos; foram lavrados 212 Boletins de Ocorrência e instaurados 82 inquéritos. Soma-se a esses dados, os acompanhamentos das denúncias que chegam pelo serviço Disque 100 e pelas ocorrências provenientes de todo o estado. 

A Delegacia opera com modelo diferenciado e conta com um Centro de Apoio Integrado por assistentes sociais, psicólogos, intérpretes de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), cientista social e recursos de tecnologia assistiva, que facilitam o acesso à informações para pessoas com deficiência visual. Além do atendimento direto, os policiais e a equipe multidisciplinar oferecem suporte remoto ou presencial a outros distritos policiais, realizam visitas domiciliares e encaminham as vítimas para serviços de proteção social. Um outro serviço, é informar policiais sobre as características da violência contra pessoas com deficiência e capacitá-los para melhor atender as vítimas com este perfil. Mais de 300 alunos da Academia de Polícia, Acadepol, já passaram por este treinamento.

Uma violência quase invisível

Dados internacionais da Organização das Nações Unidas reforçam a necessidade de um olhar específico aos portadores de algum tipo de deficiência que tem 1,5 vezes mais chances de ser vítima de abuso sexual e 4 a 10 vezes maior probabilidade de ter vivenciado maus-tratos quando criança. Esse público também tem mais dificuldade em acessar serviços e obter a intervenção da polícia, proteção jurídica ou cuidados preventivos, seja por problemas de locomoção ou de comunicação.

Para enfrentar essa situação, surgiu o Programa Estadual de Prevenção e Combate à Violência contra Pessoas com Deficiência, oficializado por meio do decreto 59.316, de 21 de junho de 2013.

Contato:

Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência - DPPD
Rua Brigadeiro Tobias, 527 - térreo - próximo à estação Luz do metrô
2ª a 6ª feira - das 9h às 18h
Tel.: 11 3311-3380 / 3381 / 3383
e-mail: violenciaedeficiencia@sedpcd.sp.gov.br
Skype: apoio_dppd

Fonte: Secretaria de Direito da Pessoa com Deficiência

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Toca Raul. Sim, ele toca


Figurino é rico em detalhes, para se aproximar ao do ídolo
Há seis anos que Renato Ignácio toca Raul, quando decidiu levar a sério os comentários de amigos sobre sua aparência e semelhança com o ídolo Raul Seixas. Mas para chegar o mais próximo do homenageado, Renato mergulhou nas obras do roqueiro, assistindo vídeos, e se atentando a detalhes. "Claro que a semelhança ajudou, mas esse trabalho de pesquisa, em conjunto com a minha esposa Karin Figueira, foi muito importante para incorporar características e compor o figurino", explica o músico. Aliás, as roupas de Raul são um show a parte, pois vão muito além dos padrões comportados de alguns roqueiros da atualidade.

Renato se dedica de corpo e alma para interpretar as canções imortalizadas por Raulzito. E isso ficou evidente no primeiro show que aconteceu num local, que segundo o próprio Renato, "tinha a cara do Raul". Então, a partir daí, do show no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, de Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, que o Projeto Viva Raul ganhou vida, através da parceria com a Branco Produções. Esta nova etapa começou com um show em São Paulo, quando Renato e sua banda subiram ao palco do Teatro Bradesco.

Poaense tem 40 anos de idade
Raul Seixas (foto abaixo) morreu quando tinha 44 anos e, se vivo estivesse, completaria 70 anos no próximo dia 28 de junho. "Depois de anos, nos deixou uma obra imensa e maravilhosa”, comenta Renato. E para comemorar a data, Renato foi convidado por Kika Seixas, viúva de Raul, a fazer parte do show intitulado Baú do Raul, que irá acontecer no dia 25 de junho, no HSBC, em São Paulo. "Sou muito grato à ela e a toda família. Obter o reconhecimento do meu trabalho, pra mim é de suma importância. E sou grato também aos meus parceiros, equipe técnica, amigos e familiares. E principalmente, ao público Raul Seixista que nunca deixará sua obra morrer", comenta. 

Se muitos são os fãs, inúmeros são os covers de Raul espalhados pelo Brasil. No entanto, engana-se quem pensa existir concorrência entre eles. Segundo Renato, com alguns deles, faz questão de manter contato; mesmo porque "homenageamos o mesmo mestre". 


Raul Seixas: "Há homens que nascem póstumos"
Natural da cidade de Poá, região metropolitana de São Paulo, Renato trabalhou como tatuador, comunicação visual, e hoje se dedica exclusivamente ao musical Viva Raul. Mas Renato sonha em um dia poder mostrar suas próprias composições. Para isso, ele sabe que um caminho o espera. Mas como ensina o ídolo na música Tente Outra Vez"Veja, não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez". Referência também para ele, esta canção o próprio Renato acha que todo ser humano deveria escutar pelo menos uma vez na vida. Então, vamos tentar quantas vezes for possível.

Informações sobre a agenda de shows, através do site: www.vivaraul.com.br

Foto 1 e 2: Arquivo pessoal do site do músico
Foto 3 Raul Seixas: Internet


quinta-feira, 11 de junho de 2015

QUINTA FEMININA: A ilustradora que reinventou os livros de colorir

Criada numa fazenda na Escócia, seu trabalho é inspirado na fauna e na flora
Arte? Mania? Passatempo? Terapia para acalmar os dias de estresse? Seja qual for o motivo, vai marcar 2015 como o ano em que adultos tornaram-se consumidores vorazes de caixas de lápis-de-cor para colorir livros recheados de desenhos em preto e branco. E esse modismo todo começou pelas mãos da ilustradora escocesa de 32 anos, Johanna Basford, que está faturando um bocado com a nova mania entre os grandinhos.

Foi em 2013, que a artista, que tem em seu currículo trabalhos para clientes como Absolute Vodka, a rede de televisão Channel 4, e outros, ficou famosa no mundo todo como autora de livros. O primeiro, intitulado Jardim Secreto, atingiu a marca de 1 milhão de cópias vendidas em todo o mundo. O segundo, Floresta Encantada, lançado em 2015, só em um mês, vendeu 236 mil cópias. 


Para quem não conhece, os livros contem basicamente desenhos em preto e branco para colorir,e por serem complexos em detalhes, são recomendados para adultos. Possuem ilustrações intrincadas, com detalhes ocultos. Enquanto a pessoa está colorindo, por exemplo, uma grande árvore com centenas de folhas, ela acaba encontrando um pássaro ou algum outro animal. Já nas primeiras páginas, Johanna lista quantos animais estão escondidos dentro do livro. E colorir passa a ser uma aventura de descobertas. 

Uma ideia que parecia simples e impossível de ter sucesso, deu certo; especialmente no Brasil. É só entrar nas livrarias, que eles estão dispostos de forma a chamar a atenção. Os adultos que gostam de pintar e adotaram o hábito, afirmaram se sentir mais calmos.

Formação

Johanna formou-se em 2005 em licenciatura em tecidos impressos com um portfólio recheado de serigrafias de seda monocromático e desenhos à mão. A autora não gosta de utilizar o computador, porque acredita que esse tipo de trabalho é frio, enquanto que os desenhos manuais captam uma sensação de energia e caráter que nenhuma máquina consegue reproduzir.

Um caso de amor e ódio com o mercado editorial

Segundo matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, no último dia 26 de maio, 11 dos 20 livros mais vendidos no Brasil são livros de colorir para adultos. O já citado Jardim Secreto e Mãe, Te Amo com Todas as Cores encabeçam a lista.

Há os que discordam da classificação. Carlos Andreazza, editor-executivo da editora Record, lança uma campanha para a maioridade intelectual. "Caderno de atividades não é livro, logo não deve estar na lista de mais vendidos", diz ele na matéria. Pedro Herz, diretor-presidente da Livraria Cultura, critica o que chama de "moda passageira". "Amanhã muda, e será livro de sudoku. Passatempo um pouco mais inteligente". Tanto Herz quanto Andreazza associam o fenômeno à educação deficiente, que afeta o público leitor do país.

Por outro lado, Rafaella Machado, editora do selo Galera, encara como "tolice elitista protestar contra qualquer hype. Esses livros atingem quem lê no máximo um livro por ano".

Para atiçar a polêmica, Carlo Carrenho, editor do site PublishNews, que publica o ranking dos livros mais vendidos, lançou a provocação pelo Facebook: "E um livro para colorir com textos de Paulo Coelho e ilustrações de Romero Britto"? Um afronta para os respectivos fãs.


Foto: Site Cult Pens

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Número de fumantes cai no Brasil

Será o começo de uma crise na indústria tabagista para as próximas décadas...ou anos? Porque segundo dados do Vigitel de 2014, apresentados no mês passado e publicados no site do Instituto Nacional de Combate ao Câncer, o INCA, o percentual de brasileiros que fumam caiu 30,7% nos últimos nove anos; atualmente, 10,8% dos brasileiros fumam. Em 2006, a porcentagem era maior, 15,6%. A redução do consumo é resultado de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Federal para combater o uso do tabaco. A mais recente delas foi a Lei dos Ambientes Livres da Fumaça de Tabaco, em dezembro. 

Entre um dos principais motivos para a queda do consumo, está o aumento no preço dos cigarros. E em função disso, 62% dos fumantes pensaram em parar de fumar. E o combate não para. A mais nova inciativa do Governo Federal e que ainda irá entrar em vigor é a obrigatoriedade de a indústria colocar advertências sobre os malefícios do cigarro em 30% da face principal  dos maços.

Mercado ilegal

Além dos dados do Vigitel, um estudo do INCA apresentou um dado preocupante: houve um aumento do consumo de cigarros industrializados de origem ilícita. Em 2008, 2,4% dos fumantes obtinha cigarro proveniente do mercado ilegal; já em 2013, o percentual passou para 3,7%. 

O Brasil ratificou em 2005, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado internacional de saúde pública da Organização Mundial de Saúde que tem como objetivo reduzir o consumo de derivados de tabaco por meio de um pacote de medidas a serem adotadas pelos países em cooperação. O protocolo entrará em vigor quando 40 países completarem o processo de ratificação, por enquanto apenas oito cumpriram o acordo. Por aqui, o protocolo está em tramitação no Executivo para seguir para ratificação no Congresso.

Mortes evitáveis

O tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis e importante fator de risco para o desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como o câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. No Brasil, ele ainda é maior entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%). A faixa-etária de maior consumo é entre 45 e 54 anos (13,2%) e a menor, entre os 18 e 24 anos (7,8%).

Os homens fumam mais em Porto Alegre, Belo Horizonte e Cuiabá, enquanto que as mulheres fumam mais em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. O tabagismo é menos frequente em Fortaleza, para os homens, e em São Luis, para o público feminino.

Curiosidades

- O cigarro é cultivado pelo homem há 8 mil anos.
- A planta do tabaco foi chamada de Nicotina em homenagem ao francês Jean Nicot.
- A indústria de cigarros brasileira Souza Cruz foi fundada em 1903 pelo português Abílio Souza Cruz.
- O cigarro da marca Marlboro é um dos mais valiosos do mundo.
- No passado, os atores de Hollywood recebiam cachês da indústria do cigarro para fumar nas cenas dos filmes, acordo proibido tempos depois pelo Governo dos Estados Unidos.

Nota: Vigitel - Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico

Fonte: INCA e Site de Curiosidades
Foto: Internet