sábado, 16 de julho de 2016

Dia do Homem ter consciência da importância da sua saúde

         Com o objetivo de chamar a atenção para a saúde do homem, o dia 15 de julho foi proposto pela Ordem Nacional dos Escritores, em 1992, para ser comemorado o Dia Nacional do Homem, ainda que o dia 19 de novembro seja comemorado o Dia Internacional do Homem. No entanto, ambas as datas têm o propósito de conscientizar a sociedade para problemas e circunstâncias que possam atingir, em especial, o sexo masculino.

           Desde o início do século 21, muitas campanhas vêm sendo feitas em vários países para que os homens compreendam a importância de cuidarem de seu corpo e de sua saúde. Um exemplo desse tipo de conscientização diz respeito ao câncer de próstata, que atinge boa parte da população masculina de todo o mundo. Outras doenças relacionadas com o uso do tabaco e de bebidas alcoólicas também são colocadas em questão.

           Um ponto importante a destacar que um outro objetivo está na reflexão que a data propõe sobre a igualdade entre os gêneros masculino e feminino, tendo como incentivo a mudança de comportamento com relação a muitas posturas colocadas, tanto por condutas machistas quanto por condutas do radicalismo feminista, que tendem a restringir o debate da valorização profissional e social da mulher e do papel fundamental que o homem desempenha nesse processo.

            Por isso, tanto o dia 15 de julho quanto o dia 19 de novembro são situações oportunas para esse tipo de reflexão.

Fonte: Brasil Escola
Ilustração: Livraria Florence

sexta-feira, 15 de julho de 2016

LER&SER: Neruda para Jovens - Pablo Neruda

        Em edição bilíngue, a coletânea do grande poeta chileno, Pablo Neruda, é destinada ao público infanto-juvenil. Sobre poeta, escreveu Ferreira Gullar: Neruda é uma voz inconfundível na poesia, e não apenas na poesia de língua espanhola. Não há exagero em afirmar que Neruda inventou um novo idioma poético que supera e adverte a ordem natural do discurso sem no entanto torna-lo hermético e incomunicável. Pelo contrário, graças à sua magia vocabular, consegue tocar um número muito grande de pessoas que ao longo dos anos constituíram o seu público espalhado pelo mundo inteiro.

       Reunindo poemas de alguns de seus livros mais famosos, como Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (1924) e Canto Geral (1950), Neruda Para Jovens é uma antologia obrigatória para todos que querem conhecer um pouco mais da obra deste grande nome da poesia mundial.

        Pablo Neruda nasceu no dia 12 de julho de 1904. Seus primeiros poemas foram escritos no periódico A Manhã. Em 1921, radicou-se em Santiago, onde passa a publicar com mais frequência seus poemas. Seis anos depois, começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul na Birmânia. Em suas viagens, conhece Federico Garcia Lorca e Rafael Alberti. Depois que deixou a carreira diplomática, foi eleito senador em 1945.

       Em 1965 lhe foi outorgado o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford. E em 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Morreu em 23 de setembro de 1973, de câncer de próstata.

       

quinta-feira, 14 de julho de 2016

QUINTA FEMININA: Emmeline Pankhurst e o movimento sufragista

No filme As Sufragistas, coube à
Meryl Streep dar vida à Emmeline
Pankhurst
        A inglesa Emmeline Goulden nasceu no dia 14 de julho de 1858. Uma das fundadoras do movimento britânico sufragista, ficou mais conhecida como a Sra. pankhurst depois do casamento com o advogado Richard Marsden Pankhurst. O nome está, mais do que qualquer outro, associado com a luta pelo direito de voto para mulheres de classe média alta no período imediatamente antes da Primeira Guerra Mundial.

       O marido já era um apoiador do movimento das sufragistas e foi o autor da legislação Married Women's Propriety Acts (Lei da Propriedade da Mulher Casada), de 1870 e 1882. Em 1889, Emmeline fundou a Liga do Franchise das mulheres, e mesmo com a morte do marido a campanha não foi interrompida. As táticas da Sra. Pankhurst para atrair a atenção do movimento tiveram como resultado o aprisionamento por diversas vezes. 

        Viúva, se viu diante da necessidade de sustentar sozinha os quatro filhos, o que fez acrescentando à atividade na sua loja, um emprego como auxiliar em um cartório de registros. Suas duas  filhas, Christabel e Sylvia, aderiram à luta da mãe, embora em posições diferentes. Christabel e Emmeline apoiaram o liberalismo britânico, assumindo uma posição patriótica durante a Primeira Guerra, enquanto que Sylvia aderiu ao movimento socialista contra a guerra, chegando a se tornar uma figura de relevo no Partido Comunista Britânico. 

         Em 1926 Emmeline foi escolhida como candidata do Partido Conservador pelo distrito eleitoral do East End de Londres, importante região operária na época, mas caiu doente antes da eleição. A autobiografia Minha Própria História foi publicada em 1914. Morreu em 1928, tendo atingido o maior de seus objetivos: o direito de voto para as mulheres no Reino Unido.

Fonte: Revolução Feminista

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Morte entre os jovens coloca o Brasil na terceira posição

Grande parte da violência contra os jovens ocorre
dentro da própria residência
       O Brasil é terceiro país com maior número de mortos na faixa etária dos dez anos. Foi o que apontou pesquisa  realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, que analisou um grupo de 85 nações. Somente em 2013, 10.520 crianças e adolescentes perderam a vida de forma violenta no País, o que representa uma média de 29 mortes por dia. 

       Além disso, o Brasil apresenta também taxas muito altas de violência geral e agressões, sendo boa parte delas de ocorrência doméstica. Ou seja, a violência na própria residência é um risco para os jovens brasileiros.

       O pesquisador Renan Theodoro, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo explica que na última década, o peso proporcional das mortes por causas naturais diminuiu, o que representa um fator positivo do aumento da qualidade de vida dos jovens no Brasil.

       Mas há de se considerar que foi registrada uma queda significativa nos homicídios de crianças brancas a partir de 2003, o número de crianças negras mais que dobrou, o que mostra um alvo para os homicídios no País e este alvo tem cor e perfil socioeconômico bem definido. 

Fonte: Universidade de São Paulo

terça-feira, 12 de julho de 2016

Tratamentos dermatológicos devem ser feitos por profissionais qualificados

A dermatologia é uma das especialidades mais
amplas e generalistas da medicina
        É fato e notório que o Brasil é um país onde cada vez mais as pessoas investem em tratamentos estéticos. E o mercado, a fim de atender a este público, apresenta as mais variadas ofertas, que vão desde tratamentos a preços baixos, até os procedimentos mais complexos, cujos valores cabem no bolso de apenas uma pequena parcela da sociedade. Mas, ainda que o interesse seja grande, é preciso cuidados na hora da escolha do profissional. A Sociedade Brasileira de Dermatologia repudia a realização de procedimentos cosmiátricos praticados por não médicos.

       Uma importante área de atuação é a cosmiatria, que propõe tratamentos baseados em amplos estudos científicos. No entanto, o que vemos hoje é a banalização dos tratamentos da pele. Como exemplo, é o peeling de fenol, que quando realizado por um profissional não habilitado pode causar queimaduras. Este tipo de tratamento deve ser realizado exclusivamente por médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos. Não é um tratamento adequado para áreas extensas, como toda a face, além de ter que ser realizado com amplo monitoramento cardíaco, pois a substância pode provocar efeitos cardiotóxicos. Sua utilização correta requer anamnese (história do paciente), exame físicos e exames laboratoriais prévios, já que o fenol é absorvido sistematicamente a partir da pele, podendo provocar efeitos nocivos no coração, sistema circulatório, rins, fígado, além de coma.

       Por isso, antes de realizar um tratamento de pele, é importante se certificar que o profissional responsável é um médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina e com especialização pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. É também recomendável verificar se o local tem  autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A importância do apoio familiar às vítimas de abuso sexual

"São os inúmeros julgamentos que a culpam, que
tornam a vítima da situação culpada"
       Grande parte das pessoas que passam por uma situação de abuso sexual não recebe apoio dos próprios familiares e amigos, que duvidam da veracidade dos fatos ou tratam o caso com frieza. Para a psicóloga Flávia Roberta Eugênio, membra do Comissão Gestora do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o primeiro passo é dar o acolhimento à vítima, sem julgamento.

       Além disso, é importante também a vítima ter acompanhamento psicossocial e orientação jurídica, quanto a seus direitos na busca por justiça. Às vezes essa falta de apoio vem das próprias mulheres que acabam acusando a vítima de ser em parte responsável pelo abuso. "Nós mulheres somos socializadas em uma sociedade machista. É a cultura do estupro que faz isso. A naturalização que acaba culpando as mulheres", enfatiza Flávia.

       De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, somente na região do ABC uma mulher é estuprada por dia. Mas a psicóloga acredita que o número é muito maior, pois os dados não contam com os casos de mulheres que não denunciam por medo, vergonha ou por possuir algum vínculo afetivo com o agressor.

Vítimas infantis

       Se para um adulto denunciar o abuso sexual é difícil, imagine para uma criança que, às vezes, nem compreende que é vítima. Flávia diz que as crianças dão sinais de que algo não vai bem: isolam-se, tornam-se agressivas, adoecem, apresentam distúrbios no sono, na alimentação e no aprendizado. Mas quando elas contam o que aconteceu muitos pais não acreditam nela. Por isso, é necessário que a família, amigos, vizinhos e a comunidade escolar estejam próximos para perceber os sinais de uma criança que precisa de ajuda.

Fonte: Conselho Regional de Psicologia

     

domingo, 10 de julho de 2016

Medicamentos humanos podem ser nocivos aos animais

Muitos tutores acreditam que apenas diminuir a dose
do medicamento resolverá o problema do cão ou
gato. Mas, na maioria dos casos, a medicação é tóxica
e poderá causar um grande dano, independentemente
da dose
      Às vezes, na boa intenção de querer aliviar a dor do bichinho de estimação, muitos donos acabam por administrar medicamentos de uso humano, na ideia - equivocada - de que se não faz mal ao humano mal não fará ao animal. Mas não é bem assim, a prática é perigosa e poderá acarretar em danos irreversíveis. Nas clínicas veterinárias são comuns os atendimentos a animais intoxicados por medicações humanas que foram administradas por seus tutores sem orientação veterinária.

      Medicar animais exige conhecimento profissional e deve ser feito apenas pelo médico veterinário e não pelos donos ou até mesmo pelo atendente de casas de ração ou pet shop.

Alguns medicamentos de uso comum entre os humanos

      Ácido Acetilsalicílico (Aspirina, AAS, Doril, Melhoral): é um anti-inflamatório muito tóxico para gatos devido à deficiência de uma enzina hepática que dificulta a eliminação deste composto. Em humanos, a droga é eliminada de 3 a 4 horas. Os felinos precisam de 3 dias para eliminar o medicamento, que favorece a intoxicação.

      Diclofenaco (Cataflan, Votaren): a molécula deste analgésico e anti-inflamatório não é bem metabolizada por cães e gatos. Seu uso é totalmente contraindicado para ambos.

      Paracetamol (Tylenol): após a administração, o medicamento faz com que ocorra a formação de um produto tóxico após a administração, causando sérios danos aos animais.

      Dipirona (Novalgina, Anador): se for administrada de forma inadequada, a dipirona sódica pode ser tóxica para cães e gatos. A intoxicação geralmente ocorre após o fornecimento de doses repetidas. 

      Ibuprofeno (Advil): este anti-inflamatório e antipirético é contra indicado para cães e gatos.

      Antidepressivos: podem causar vômitos e letargia. Certos tipos de antidepressivos podem levar à Síndrome da Serotonina, uma condição marcada pela agitação, aumento da temperatura corporal, frequência cardíaca e pressão sanguínea, além de desorientação, tremores e convulsões.

Fonte: APIPA

sábado, 9 de julho de 2016

Conjunto da Pampulha poderá ser Patrimônio Mundial do Brasil

No total, 22 países irão avaliar o reconhecimento
desse patrimônio moderno brasileiro
     Nos próximos dias, mais precisamente no dia 15 de julho, o Conjunto Nacional da Pampulha poderá ser mais um Patrimônio Mundial no Brasil reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, com o título inédito de Paisagem Cultural do Patrimônio Moderno, que irá valorizar esse marco vivo, íntegro e autêntico da história da arquitetura mundial e nacional. A decisão acontecerá na 40ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, na Turquia.

     O Conjunto Moderno foi concebido com o objetivo de criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas ao edifícios e estes à paisagem, e conta com as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na década de 1940. O conjunto possui também jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Candido Portinari e esculturas de artistas renomados como Alfredo  Ceschiatti e José Alves Pedrosa. É formado por uma paisagem que agrega quatro edifícios articulados em torno do espelho d'água de um lago urbano artificial, o Conjunto Moderno da Pampulha é integrado pela Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu de Arte de Pampulha), a Casa do Baile (Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Golfe Clube (Iate Tênis Clube), todos bens construídos entre 1942 e 1943.

     O Brasil conta hoje com o total de 19 bens culturais e naturais na lista de 1.031 bens reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Fonte: MinC

sexta-feira, 8 de julho de 2016

LER&SER: The Kiss of Deception - Mary E. Person

       Plante ilusões e você colherá do mundo grandes decepções. A força feminina é a grande estrela neste romance de Mary. E. Person. Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas - menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política.

       O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro? O primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio evoca culturas do nosso mundo e as transpõe para  história de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o romance de Pearson é capaz de mudar a nossa concepção entre o bem e o mal e aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância da autodescoberta, do amor e como ele pode nos enganar, e de uma protagonista em busca de sua liberdade e felicidade a qualquer custo.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

QUINTA FEMININA: Artemísia Gentileschi, a artista que expressou na pintura seu feminismo

Artista expressava seu feminismo em
suas obras
        No dia 8 de julho de 1593, em Nápoles, nascia Artemísia Gentileschi, uma das únicas mulheres a serem mencionadas no ramo da pintura artística do barroco, sendo a primeira a possuir uma posição privilegiada. Dedicou-se a temas trágicos em que suas personagens femininas representam papéis de heroínas. Evitou as naturezas mortas e as flores, comuns para as artistas da época. Talvez porque expressava em sua arte a dor por ter sido estuprada pelo seu professor de pintura aos 17 anos de idade, em uma época em que a versão da mulher aos fatos pouco importava. No julgamento de seu algoz, Agostino Tassi, torturaram-na para julgar a veracidade de sua versão.

        Não podendo ficar em Roma, foi-lhe arranjado um casamento de conveniência. Separou-se depois de dez anos e partiu rumo à Florença, onde descobriu uma vida empolgante no mundo das artes na Itália do século 17 e, com o crescente sucesso de suas obras, tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia de Artes de Florença.

         Artemísia aprendeu a arte ainda na oficina do pai que tinha o estilo de trabalho inspirado em Caravaggio, o que acabou influenciando nas obras da filha. Recebeu grande incentivo do pai uma vez que nessa época, durante o século 17, as mulheres não eram consideradas suficientemente inteligentes para trabalhar. Seu primeiro trabalho, aos dezessete anos de idade, foi Susana e os Anciões, uma obra em que mostra como Artemísia assimilou o realismo de Caravaggio.

         Em 1611, Orazio Gentileschi trabalhou com Agostino Tassi e o contratou para ser tutor da filha. Durante a tutela, Agostino estuprou Artemísia. E após o crime, a jovem continuou mantendo relações com Orazio na esperança de que fossem se casar e assim pudesse restaurar sua dignidade e seu futuro. Tassi negou a promessa de casamento, e depois do estupro, quando Orazio descobriu que Artemísia e Tassi não iriam mais se casar, processou Tassi. Durante o julgamento, que durou sete meses, descobriu-se que Tassi tinha planejado assassinar sua esposa, junto com sua cunhada, com quem teve um caso. No julgamento, Artemísia foi submetida a um exame ginecológico e torturada para verificar seu testemunho. Tassi foi condenado a um ano de prisão, mas nunca chegou a cumprir o tempo total da pena. O julgamento influenciou a visão feminista de Artemísia.

Nova vida

        Orazio arranjou para sua filha um casamento modesto com um jovem artista. Pouco tempo depois do casamento, o casal mudou-se para Florença. Ela tornou-se uma pintora de sucesso da corte e foi nessa ocasião que recebeu a proposta de pintar Madona com o menino, obra que atualmente se encontra na Galeria Spada de Roma.

          Artemísia pintou muitos retratos de mulheres fortes e fez disso sua especialidade. Em Florença, ela manteve boa relação com os artistas mais respeitados da sua época. Com Galileu Galilei manteve correspondência por um longo tempo.

         Apesar da fama, problemas financeiros fizeram com que ela voltasse à Roma, em 1621, mas sem o marido. Em 1630, muda-se para Nápoles em busca de novas e mais lucrativas oportunidades de trabalho. À medida que envelhecia, suas obras foram se tornando mais graciosas, revelando uma mudança  no seu gosto e sensibilidade. Especula-se que ela tenha morrido em 1654, em consequência de uma praga em Nápoles.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O olhar da Psicologia sobre o racismo no Brasil

        Nos últimos anos, têm sido ampla a discussão sobre os crimes de racismo, principalmente quando as vítimas são pessoas públicas, questões que envolvem o Direito. Quando se quer entender o racismo no contexto histórico, busca-se referências na Historia, nos estudos sobre a escravidão. Entende-se que os negros ganham menos e são minoria em cargos de chefia, quando se estuda o tema sob a ótica da Economia. E quando se quer estudar o negro na atual configuração da sociedade brasileira, busca-se referência na Sociologia. Isso mostra que as relações étnico-raciais têm sido tratadas predominantemente no Brasil sob os pontos-de-vista dessas áreas. Mas, apesar da evidente repercussão psicológica das questões de raça, desigualdade racial, preconceito e discriminação, o assunto foi menos investigado no âmbito da Psicologia.

        Foi por sentir, literalmente na própria pele, que o psicólogo Alessandro de Oliveira dos Santos resolveu abordar o tema. Ele é professor do Departamento  de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. "Fui um estudante negro em uma classe de professores brancos. E, agora, sou um professor negro em uma classe de alunos brancos", disse.

       A sociedade brasileira se estruturou sobre o regime escravista, com a escravização do indígena primeiro e do africano depois. E mais de três séculos de escravidão deixaram  marcas muito profundas no País. O avanço da legislação não tem impedido que discriminações e ofensas de cunho racial ocorram diariamente e que o discurso racista, explícito ou camuflado, se dissemine pelas redes sociais, seja acolhido com condescendência na mídia e se expresse até mesmo nos órgãos máximos do Poder Legislativo.

      O Direito Romano que "legitimou" a escravidão antiga, negava ao escravo a condição humana. O escravo era coisa, não pessoa. A pesquisa de Santos investigou as relações étnico-raciais em geral, com ênfase na relação entre negros e brancos. "Na esfera do discurso científico, a humanidade do negro só foi explicitamente admitida no Brasil em 1900, mais de uma década depois da abolição da escravidão". O professor explica que o médico  Raimundo Nina Rodrigues, no livro Os Africanos no Brasil, foi o primeiro a investigar, no final do século 19, as características psicológicas dos escravos e ex-escravos, a "massa negra", considerada por uma parcela da sociedade brasileira um "elemento perigoso", e, por isso, sujeito ao controle e à exclusão social. Até Nina Rodrigues, os negros eram vistos como massa indiferenciada. A nova abordagem proposta por ele permitiu que a Psicologia passasse a enxerga-los como seres humanos.

"Quando a Psicologia considera o ser humano como fonte do
seu próprio sofrimento, não dá o devido peso aos processos
e ao meio social na criação de modos de ser, pensar e agir"
      Nas décadas de 1990, os estudos adquiriram uma conotação mais política, associando-se às lutas identitárias e contra o preconceito. Nesse período, ocorreu também uma virada  epistemológica, com os estudos sobre branquitude e branqueamento. Pesquisadores brancos entenderam que, ao fazer do negro ou do indígena, o seu tema de estudo, eles estavam mais uma vez, produzindo o "outro", em uma relação assimétrica entre sujeito e objeto. E voltaram o olhar para si mesmos, colocando a autoimagem do branco em questão. "Entrevistamos alunos e professores de Psicologia para saber como pensam as relações étnico-raciais. E um aspecto que chamou a minha atenção nas entrevistas foi o fato de os alunos utilizarem a palavra raça apenas para se referir aos negros. Isso mostra que a "branquitude" como construção de identidades brancas ainda não emergiu como algo a ser percebido. A percepção de que os brancos também são sujeitos racializados ainda é incipiente.

       De acordo com o professor, os psicólogos entrevistados tinham pouco conhecimento dos aspectos históricos e sociais das relações étnico-raciais no Brasil, bem como dos efeitos psicossociais do racismo. Os profissionais entrevistados atuam nas áreas: Clínica, Recursos Humanos, Atendimento à Saúde. "Os psicólogos organizacionais deparam com o fato nu e cru de que, a despeito da legislação, raça continua a ser um dado importante na decisão de contratação ou não contratação de funcionários pelas empresas. E os entrevistados autoclassificados brancos não se perceberam  como indivíduos racializados, atribuindo a categoria "raça" apenas aos outros grupos, aos negros em especial", exemplificou.

Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 5 de julho de 2016

Pizzarias e churrascarias também são responsáveis pela poluição do ar

A maioria das pizzarias, 80%, utiliza forno à lenha, que
somadas às churrascarias são responsáveis pela emissão
de poluentes
        Não somente os carros, mas outras fontes de emissão de poluentes, como pizzarias e churrascarias, também estão sendo responsáveis pela qualidade do ar na Grande São Paulo. "Apesar da maioria das emissões de poluentes na Região Metropolitana de São Paulo ser proveniente da frota veicular, há outras fontes que devem ser consideradas, como a contribuição de queimadas oriundas dos processos agrícolas em São Paulo e de florestas da Amazônia, e outras mais locais de queima de biomassa, como a de lenha por pizzarias e de carvão vegetal por churrascarias", disse Maria de Fatima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. O estudo é fruto de um trabalho em conjunto com pesquisadores University of Surrey, na Inglaterra, da North Carolina State University, dos Estados Unidos, e das Universidades Federal de Minas Gerais e Tecnológica Federal do Paraná.

        A atual frota de automóveis em circulação ainda representa a principal fonte de poluentes do ar na Região Metropolitana. E as emissões de veículos novos que entram em circulação hoje na metrópole, contudo, tem diminuído nos últimos anos devido a uma série de medidas voltadas a controlar as emissões de acordo com padrões mais restritivos.

        De acordo com estimativas de estudo, há 11 mil pizzarias só em São Paulo - a segunda cidade que mais consome pizza no mundo, atrás apenas de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Aproximadamente 80% desses estabelecimentos queimam lenha, principalmente eucalipto, para produzir cerca de 1 milhão de pizzas por dia.

        A quantidade média de lenha usada pelas pizzarias na cidade é de 48 toneladas por ano. Esse número perfaz um total de 7,5 hectares de floresta de eucalipto queimados por mês e 307,2 mil toneladas de madeiras incineradas por ano, que resultam na emissão para a atmosfera de cerca de 321  quilos por dia de material particulado, considerado o mais relevante em termos de impactos à saúde. No entanto, isso representa, aproximadamente, 3% das emissões diárias do total de poluentes gerados por veículos e indústrias, o que relativamente é muito pouco.

         Acontece que essas informações não estão quantificadas e não são consideradas nos inventários de emissões de poluentes. Nos relatórios do Banco Energético do Estado de São Paulo não há distinção entre lenha e carvão vegetal, e os maiores consumidores dos dois produtos são pizzarias e churrascarias. E as emissões ocorrem no começo da noite, que é quando as condições atmosféricas estão mais estáveis e as partículas dispersam menos. Além do que as chaminés das pizzarias e churrascarias estão situadas no nível do solo, o efeito pode ser muito maior, especialmente durante os meses frios, quando as condições atmosféricas também ficam menos favoráveis à dispersão de poluentes. Por isso, a redução das emissões de poluentes por essas fontes pode se traduzir em melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, da saúde da população.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma esperança no fundo do mar para o tratamento do câncer de mama

Esponja Geodia Corticostylifera contém o
composto Geodemolídeo, capaz de conter
o avança da célula tumoral
      A cada ano, o Brasil registra 57.960 casos novos de câncer de mama. Tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo, seu desenvolvimento se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença fica mais agressiva quando essas células migram para outra parte do corpo, chamado de metástase. Agora, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo descobriram uma molécula presente em esponjas que seja capaz de impedir esse processo.

    Durante a pesquisa, coordenada pela professora Glaucia Maria Machado, descobriu-se um composto presente nesses organismos marinhos chamado de Geodemolídeo, que tem função antiproliferativa, e através de testes, percebeu-se que essa molécula atacava o citoesqueleto de actina das células tumorais. E essa estrutura está relacionada com a mobilidade, a ação do Geodemolídeo acaba impedindo a ação a migração das células para outras partes do corpo. Isso não significa que o composto irá matar a célula tumoral, mas sim afetar a sua capacidade de metastização. Por isso, a produção de uma droga que consiga conter o processo de metástase.

     Como as esponjas não se movimentam no mar, acabam produzindo toxinas diferentes para viver. Além disso, elas também possuem uma relação de interação com micro-organismos simbiontes. Dessa forma, há uma troca, as esponjas proporcionam um ambiente para esses organismos sobreviverem  e eles produzem moléculas que as ajudam a se proteger dos predadores. O próximo passo do trabalho é descobrir se essas toxinas são sintetizadas pelas próprias esponjas ou por simbiontes. Como explica a professora, se essas substâncias forem produzidas por esses micro-organismos, há uma grande vantagem, porque os compostos podem ser cultivados em laboratório.

Fonte: Universidade de São Paulo

    

domingo, 3 de julho de 2016

Capturar para exibir. A curta vida de um animal raro

Depois de capturada, viveu apenas três anos presa a um
aquário
      Em 1962, o Miami Seaquarium, liderado pelo capitão Gray, partiu para uma expedição para Beaufort, na Carolina do Sul, para capturar o único golfinho albino conhecido no mundo. A missão era muito discreta, pois o clamor público contra a captura era evidente. No início dos anos 1960, cartas foram escritas para jornais locais e a oposição à captura desse raro e belo animal aparecia também em programas de rádio.

      As manifestações foram em vão. A equipe de Gray capturou o golfinho em 4 de agosto de 1962, dezesseis dias após o início da expedição. Ainda que a Carolina do Sul tivesse aprovado uma lei contra o assédio e a captura de golfinhos nas águas do Condado de Beaufot, neste dia o golfinho foi flagrado nadando ao lado de seu filhote e de outros golfinhos em águas desprotegidas, seguindo um dos barcos de camarão da área.

      Os últimos momentos no oceano foram gastos enquanto ele se debatia em uma rede, ao lado do filhote, tentando repetidamente manter sua liberdade. O golfinho fêmea com olhos cor de rosa e dentes pretos tornou-se uma propriedade do Miami Seaquarium, batizada com o nome de Carolina Snowball e virou a principal atração do aquário. Três anos depois, ela desenvolveu uma infecção na base de sua cauda e morreu pouco depois devido a várias complicações médicas sérias. Seu filhote, chamado Sonny Boy, viveu mais 11 anos em cativeiro e morreu no Seaquarium em 1973. A Carolina do Sul é o único estado norte-americano que proíbe a exibição de golfinhos e de botos.

Fonte: ANDA

sábado, 2 de julho de 2016

A Rebelião de Stonewall: o início do movimento do orgulho gay

     
Bar Stonewall Inn, palco do início das reivindicações pelos
direitos LGBT
       Se hoje as Paradas do Orgulho Gay tornaram-se acontecimentos comuns, incorporados aos eventos oficiais das principais metrópoles mundo afora, é porque décadas passadas um grupo de manifestantes resolveu dar um basta e exigir reconhecimento e direitos iguais. Foi quando teve início a Rebelião de Stonewall, que foi uma série de violentas manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícias de Nova Iorque que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn. Esses motins são considerados como o evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT no país.

       Mas desde os anos de 1950 que os homossexuais norte-americanos enfrentavam um sistema jurídico que se opunha a eles. Os últimos anos da década de 1960 foram muito controversos, visto que muitos movimentos sociais estavam ativos ao mesmo tempo, como os movimentos dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a contracultura dos anos 1960 e as manifestações contra a guerra do Vietnã. Estas influências, juntamente com o ambiente liberal da região de Greenwich Village, serviram como catalisadores para as revoltas de Stonewall.

        Poucos estabelecimentos recebiam pessoas abertamente homossexuais; os que faziam isso eram, frequentemente, bares. Na época, Stonewall Inn era propriedade do grupo mafioso Cosa Nostra Americana. Por sinal, ele recebia uma grande variedade  de clientes e era conhecido por ser popular entre as pessoas mais pobres e marginalizadas da comunidade gay: drag queens, transgênero, homens efeminados, jovens, lésbicas masculinizadas, prostitutas e jovens sem-teto. As batidas policiais em bares gays eram frequentes, mas em Stonewall Inn os policiais perderam o controle. As tensões entre a polícia de Nova Iorque e os residentes homossexuais de Greenwich Village irromperam em mais protestos na noite seguinte e, novamente, em várias noites posteriores. Dentro de semanas, os moradores do bairro rapidamente organizaram grupos de ativistas para concentrar esforços no estabelecimento de lugares que gays e lésbicas pudessem frequentar sem medo de serem presos.

        Depois dessa onda de protestos, num período de seis meses, duas organizações ativistas gays foram formadas em Nova Iorque, concentrando-se em táticas de confronto, e três jornais foram criados para promover os direitos a gays e lésbicas. Em 28 de junho de 1970, as primeiras marchas do orgulho gay aconteceram em Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco e Chicago.

        Em 24 de junho de 2016, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, oficializou o bar Stonewall Inn como um monumento nacional.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

LER&SER: O Velho e o Mar - Ernest Hemingway

      Dando início à renovação da identidade visual de Ernest Hemingway, a Bertand Brasil relança O Velho e o Mar, um dos principais livros de sua carreira. Título mais vendido do autor no Brasil, foi agraciado com o Prêmio Pulitzer, em 1954. 

       Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso, já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento, da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para o alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.

       Esta é a historia de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência, e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea. Uma história dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

      O escritor e jornalista norte-americano Ernest Hemingway chegou a trabalhar como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola, o que lhe serviu de inspiração para escrever uma de suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra, se instalou em Cuba. Em 1953 ganhou o Prêmio Pulitzer, e em 1954, o Prêmio Nobel de Literatura. 

       Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários romances. Ao longo da vida, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muitas frequências. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, professora de canto e ópera o atormentava com sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio, a pistola com a qual o pai havia se suicidado. O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele repetisse o ato ou guardasse a arma como lembrança. Fato é que tomado por uma crise depressiva, e enfrentando problemas de diabetes, hipertensão e perda de memória, o escritor suicidou-se em 2 de julho de 1961, aos 62 anos de idade.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

QUINTA FEMININA: George Sand ou Amandine Aurore Dupin?

Para ela, o romances não precisa ser,
necessariamente, a representação da
realidade
        A maior escritora francesa e uma das precursoras do feminismo, a baronesa Amandine Aurore Lucile Dupin, ficou conhecida pelo pseudônimo de George Sand. Nascida em 1º de julho de 1804, a baronesa era neta do célebre Marechal de França, o conde Maurício de Saxe, sendo este, filho bastardo de Augusto II, rei da Polônia e de Saxe, e da sua amante, a condessa Maria Aurora von Konigsmark.

        Ainda na infância, sua avó a mandou para o Couvent des Anglaises em Paris, onde em Amandine despertou o interesse por música e teatro. Foi a partir daí que começou a escrever peças de teatro a serem representadas por um grupo de teatro criado por ela. As peças eram um sucesso e Amandine começava a gostar da vida no convento. Sabendo disso, sua avó decidiu a levar de volta.

       Após a morte da avó, era preciso casar-se para herdar o vilarejo da família. Casou-se com François-Casimir Dudevant com quem teve dois filhos, mas logo divorciou-se por infidelidade do marido. Fato incomum para à época, no ano de 1836.

Carreira literária

Chegou a escrever contos simples,
com histórias leves, para os netos
        Para ser aceita no meio literário teve que adotar um pseudônimo; o mesmo ocorreu quando escreveu para o jornal Le Figaro. Foi quando nasceu o romance Indiana, seu primeiro livro e primeiro sucesso. De 1832 a 1837, escreveu muitos outros romances, que refletiam seus próprios desejos e frustrações, advogando o direito da mulher de ter um amor sincero e dirigir sua própria vida.

       Sand destacava-se também pela sua ousadia. Vestia-se com roupas masculinas por diversão ou praticidade e comodidade. Também tinha o costume de fumar em público num tempo em que isso era inaceitável para uma mulher. Teve uma vida amorosa agitada, com paixões que a influenciaram consideravelmente, como o escritor Jules Sandeau, que lhe deu o pseudônimo literário, o poeta Alfred de Musset, o advogado  Michel de Bourges, que a converteu aos ideais republicanos e socialistas, o músico  Fréderic Chopin, e seu último amante Alexandre Manceau, dramaturgo.

         De 1838 a 1845, Sand expressou suas preocupações com os problemas sociais em romances como Consuelo e O Companheiro da Viagem pela França. Sonhava com um mundo em que o amor fraterno unisse as classes sociais. Os personagens de Sand e suas histórias são invariavelmente repletos de ingenuidades, poesia e otimismo. George Sand, ou melhor, Amandine Aurore Dupin faleceu no dia 8 de junho de 1876. Alguns de seus romances se transformariam em filmes e séries. Considerada a maior escritora francesa  e a primeira mulher a viver de direitos literários, sua propriedade - Maison de George Sand - em Nohant, foi doada ao governo francês e é aberta a visitação pública. Seus restos mortais de quase toda sua família estão no pequeno cemitério ao lado de sua casa em Nohant. Na ocasião de sua morte, Victor Hugo escreveu: Je pleure une morte, et je salue une imortelle (Eu choro uma morte, e saúdo um imortal.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Árvores monitoradas com chips

Num período de três meses, a capital paulista registrou mais
de 1.200 quedas de árvores
     Árvores plantadas em locais errados ou de forma inadequada, o que representam um risco para a espécie e para as pessoas. Somente na cidade de São Paulo, de 1º de janeiro a 30 de abril deste ano, foram registradas 1.273 quedas de árvores na capital paulista. E para fornecer aos gestores ambientais um recurso ágil para monitorar as condições das árvores, o Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo desenvolveu um projeto para analisar as árvores da Cidade Universitária, em São Paulo.

     Trata-se de um chip instalado dentro de um prego que é implantado na árvore, e que contém todas as informações sobre ela - espécie, idade, doenças, inclinação, geolocalização, latitude, longitude etc, obtidas a partir de um banco de dados pré-existente. A leitura desses dados contidas no chip é feita por um smartphone com sistema operacional Android. Basta aproximar fisicamente o celular do prego com o chip que o aplicativo fornece as informações sobre a árvore. Chamado de Inventário Ambiental na Cidade Universitária, o projeto piloto é uma parceria com a Prefeitura do Campus da USP da Capital e incluiu a instalação de chips em cerca de 200 árvores do campus.

Cidades Inteligentes

        Este projeto da USP tem um caráter experimental  e está inserido no conceito de Cidades Inteligentes, que visa o uso de tecnologias diversas e da internet para o desenvolvimento sustentável. Baseia-se também  no conceito de Internet das Coisas, uma revolução tecnológica, que propõe a ligação de todos os objetos do dia a dia à rede mundial de computadores.

        De acordo com  Carlos Eduardo Cugnasca, professor da Poli e coordenador do projeto, essa tecnologia já vem sendo usada no exterior e com muito êxito. Em Paris, colocam o chip em todas as árvores da cidade, possibilitando uma forma mais racional de tratar a questão, pois consideram  a árvore como um ser vivo, que é plantado, se desenvolve, cresce, dura um certo período de vida e morre como qualquer outro ser. Só que antes da planta morrer, a substituem por outra.

Fonte: Universidade de São Paulo

terça-feira, 28 de junho de 2016

Um panorama da cirurgia plástica no Brasil

Comparado com 2009, o número de cirurgias plásticas
mais que dobrou em 2014
         A mais recente pesquisa traçou o perfil da cirurgia plástica no Brasil. Realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o objetivo do trabalho foi dar um panorama da Cirurgia Plástica, comparando os dados de 2009 com os atuais de 2014. Os dados foram tabulados em 2015 e apresentados no ano atual.

         Em 2009, foram realizadas pouco mais de 600 mil cirurgias plásticas, e em 2015 esse número mais que dobrou, sendo realizadas quase 1,34 milhão de cirurgias. Com crise ou sem crise, a maioria delas foi de natureza particular (82%), ainda que este índice represente uma pequena queda comparado à 2009,  por convênio médico (19%).Houve um ligeiro aumento de cirurgias realizadas pelos homens, enquanto que entre as mulheres, houve queda, num percentual perto dos 2%. Mas ainda assim, as mulheres ocupam o primeiro lugar nos procedimentos estéticos e de reparação. E a faixa etária que mais realizada as mudanças estéticas fica entre 19 e os 35 anos.

         A região Sudeste continua dominando o ranking de procedimentos cirúrgicos realizados. Os números não alteraram e, assim como 2009, em 2015 a região foi a responsável por 60,4% das operações realizadas no País. O mesmo aconteceu com o Sul, com um alteração pouco significativa, passando de 16,8% para 16,7%. O Nordeste apresentou ligeira queda, com 11,4%, mesmo índice apresentado pela região Centro-Oeste, que em 2009 era de 10,9%.

         As cirurgias plástica com finalidade estética continuam em alta, ainda que tenham representado uma queda. Em 2009, 73%, e em 2014, 60,1%. Ao contrário das cirurgias reparadoras, que apresentaram um aumento de 12,9%. Os hospitais públicos foram os responsáveis pelo menor número de cirurgia plásticas realizadas, tanto em 2009 (1,1%) e 2014 (1,3%).

          Houve ainda um aumento significante na faixa de cirurgiões plásticos com até 5 anos de especialista: em 2009 eram 25,7% em 2014, 33,9%. Os últimos dados mostram que 1/3 dos cirurgiões  plásticos são especialistas há 5 anos, 1/3 entre 6 e 15 anos e 1/3 há mais de 16 anos.

          De acordo com a entidade, a atual mudança no cenário político e econômico, certamente refletirá nos números apresentados. Por isso, com o objetivo de avaliar as dimensões destas mudanças, faz-se necessário um novo estudo, possivelmente  no início de 2017, para avaliar o ano de 2016.

Mudança de comportamento

          Ainda que o mercado de procedimentos estéticos segue aquecido, alheio à crise econômica, a surpreendente alta na demanda por tratamentos menos invasivos e financeiramente mais acessíveis nas redes de estética ocorre no mesmo momento em que o Brasil acaba de perder a liderança mundial em número de cirurgias plásticas realizadas. Esse movimento talvez se explica pela migração  da demanda de procedimentos cirúrgicos, que são mais complexos e caros, para o mercado de estética, que tem oferecido tratamentos seguros, acessíveis e cada vez mais eficazes. Ou seja, o mercado de estética vive um momento positivo, com um grande aumento do público consumidor em potencial.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
          Negócio Estética

          

segunda-feira, 27 de junho de 2016

O estresse corresponde a uma relação entre o indivíduo e o meio

      "O estresse é o resultado da criação da civilização feita pelo homem. E ele mesmo, depois de uma rotina, não consegue mais suportá-la". Essa foi a tese que o médico psiquiatra e consultor da Organização Mundial da Saúde, Wladimir Munique, defendeu em 1988 durante um congresso realizado na Alemanha. A psicóloga e sexóloga Simone Alves de Melo, acrescenta ainda que o estresse distancia as pessoas. Pessoas estressadas tendem a se isolar, impossibilitando-as de observar a perda dos limites.

        De acordo com a psicóloga, pessoas muito estressadas acabam não respeitando o tempo do outro. Não conseguem elogiar ou dividir. E por não conseguirem muitas vezes compartilhar tarefas, acumulam funções e, uma vez sobrecarregadas, acabam ficando estressadas. E o estresse pode ser repassado ao outro a partir do momento em que o indivíduo estressado se vê fora do seu eixo emocional. E mais, cobra das pessoas para que tenham o comportamento que ele espera.

        É muito comum o indivíduo acometido pelo estresse desenvolver sentimento de medo. "Não só o medo como a insegurança de estar de uma forma confiando no que faz, o que pode também estar associado à baixa autoestima.

         E um meio para lidar com o problema é ter a consciência de que corpo e mente trabalham juntos, que um depende do outro. Além disso, é fundamental respeitar o próprio limite, físico, emocional e metal. O indivíduo tem que perceber que muitas vezes não é possível dar conta das tarefas e que, algumas vezes, elas podem não ser de suma importância. "Portanto, se eu busco a perfeição, eu acho que o outro não vai dar conta. O outro não vai fazer igual. E de fato, não irá fazer. E se o importante é se chegar a um resultado, muitas vezes, não será do meu jeito". Para a profissional, é errado cobrarmos do outro a maneira como gostaríamos que este outro fosse. "Acabamos sofrendo por situações que não valem a pena, porque eu também não permito ao outro se arriscar, buscar a sua própria maneira de lidar com as questões. E o perigo é que esta atitude coloque o outro em uma zona de conforto.

         Para lidar com o problema, é fundamental também ter boas horas de sono, alimentar-se com calma, para que este tempo dedicado à alimentação também possa ser produtivo. E dedicar um tempo para o lazer, seja ler um livro, ouvir uma música, assistir a um filme. E sem dúvida, melhorar os pensamentos, analisando de forma positiva o momento presente. "O que deu certo hoje"? O amanhã é um outro dia.

Fonte: Universidade de São Paulo

domingo, 26 de junho de 2016

Descaso à ameaça de extinção das girafas africanas

Na África, número de girafas está em torno dos 90 mil
        De acordo com o IBTimes, atualmente, na África, há apenas 90 mil girafas selvagens, cujas populações diminuíram 40% desde 2001. Esse número é menor do que o de elefantes cuja população é estimada entre 450 mil e 700 mil. No entanto, especialistas temem que a extinção de elefantes possa ocorrer até 2025, e no caso das girafas não se tem nenhuma informação neste sentido.

         "Estou absolutamente espantado de que ninguém tem uma pista. Esta é uma extinção em silêncio. Algumas populações possuem menos do que 400 mil animais", declarou Julian Fennessy, diretor-executivo da Fundação para Conservação de Girafas, acrescentando que as girafas estão mais ameaçadas do que qualquer gorila ou outro grande mamífero do mundo. Elas já foram extintas em sete países da África. Nas regiões de Eritreia, Guiné, Mauritânia e Senegal as girafas já foram extintas, enquanto que na Angola, Mali e Nigéria é possível que já tenham sido extintas.

         E apesar dos números alarmantes, nem mesmo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza considerou essa extinção silenciosa, pois a organização ainda classifica a situação da girafa como menos preocupante. Cita apenas que a degradação de habitatis e a caça como as duas maiores ameaças enfrentadas pelas girafas. De acordo com o IBTimes, o aumento das populações humanas, a exploração de petróleo e os combustíveis também têm contribuído para esta redução.

          A notícia boa é que, algumas populações de girafa, como as que vivem no sul, ainda estão prosperando. 

Fonte: Agência de Notícias de Direitos dos Animais
Foto: África Turismo

sábado, 25 de junho de 2016

Produção literária numa única plataforma

Um único espaço onde será possível abrigar toda a
produção literária brasileira
       Uma plataforma de gestão de metadados sobre a produção literária. Foi essa proposta apresentada pelo presidente da Câmara Brasileira do Livro, Luís Antonio Torelli ao ministro da Cultura Marcelo Calero. A Books in Print Brasileira é uma parceria entre a CBL e a empresa MVB, subsidiária da Associação de Editores e Livreiros Alemães.

        Por meio da ferramenta, editoras cadastrarão seus títulos, que poderão ser acessados por qualquer pessoa. Cada livro poderá ter diversas informações, como autor, capa, sinopse, entrevista com o autor, ficha catalográfica e ISBN, entre outras. 

        De acordo com o presidente, hoje cada editora tem seu próprio sistema de metadados, os quais não conversam entre si. Ou seja, não há um único local onde esteja disponível toda a produção literária brasileira. Por isso, com o Books in Print Brazil o público poderá, inclusive, saber qual livraria tem o livro que se deseja comprar.

        A versão beta da ferramenta, voltada a editores e livreiros, será lançada durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. E a versão final, aberta ao público, está prevista para entrar em operação em janeiro de 2017.

Fonte: Ministério da Cultura

sexta-feira, 24 de junho de 2016

LER&SER: A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo

       Filipe convida seus amigos de faculdade para passar o Dia de Sant'Ana numa paradisíaca Ilha do Rio de Janeiro (a Ilha de Paquetá), no casarão de sua avó. Augusto confessa-se volúvel e inconstante, a ponto de não ser capaz de se ocupar de uma mesma moça por mais de quinze dias. Filipe e Augusto fazem então uma aposta: se Augusto amar uma única mulher durante quinze dias ou mais, terá de escrever um romance sobre o acontecimento; caso contrário, Filipe é quem deverá escrevê-lo.

       Lançado em 1844, A Moreninha é tido como o primeiro romance publicado no Brasil, embora tenha sido precedido por O Filho do Pescador, de Teixeira e Souza, que, entretanto, é tido como uma obra menor, desenvolvida a partir de um enredo pouco articulado e confuso. A Moreninha marca o início da ficção do romantismo brasileiro. O livro faz parte da fase do romantismo no Brasil, e tem grande sucesso ainda nos dias hoje. É considerado o primeiro romance tipicamente brasileiro, pois retratou hábitos da juventude burguesa carioca, contemporânea à época de sua publicação.

      Joaquim Manuel de Macedo nasceu no ano de 1820, e no mesmo ano que formou-se em Medicina, 1844, escreveu aquele que viria a ser seu romance mais conhecido, A Moreninha, que lhe deu fama e fortuna. Além de médico, Macedo foi jornalista, professor de Geografia e Historia do Brasil. Escreveu um poema-romance A Nebulosa, considerado por críticos como um dos melhores do Romantismo. 

       Depois que abandonou a Medicina, Joaquim Manuel criou uma forte ligação com Dom Pedro II e a Família Imperial Brasileira, chegando a ser professor dos filhos da Princesa Isabel. Na política, como militante pelo Partido Liberal, foi deputado provincial e deputado geral. Nos últimos anos de vida padeceu de problemas mentais, morrendo pouco antes de completar 62 anos de idade.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

QUINTA FEMININA: Saartjie Baartman, um símbolo da exploração ocidental

Georges Cuvier a descreveu como uma
mulher inteligente e de personalidade
alegre
         O dia em que ela nasceu pouco se sabe, mas foi no ano de 1789. Mas o que tornou Saartjie Baartman famosa não foi um dom artístico, nem um trabalho de destaque. Considerada como uma aberração, foi o seu biotipo que a transformou em atração na Europa do século 19, sob o nome de "Vênus Hotentote". Hotentote era o nome para o povo khoi, mas que hoje é considerado um termo ofensivo, enquanto que Vênus é referência à deusa romana do amor. Saartjie pertencia a uma família khoisan, que vivia numa região onde hoje está localizada a província do Cabo Oriental, na África do Sul. Khoisan é a designação unificadora de dois grupos étnicos do sudoeste da África.

         Saartjie era criada de servir numa fazenda de holandeses perto da Cidade do Cabo. O irmão de seu patrão, Hendrick Cezar, sugeriu que ela se exibisse no Reino Unido, prometendo que isso a tornaria rica. Inocente, ela aceitou a proposta e viajou para Londres em 1810. Por todo o Reino Unido exibiu as suas dimensões corporais inusitadas, segunda a perspectiva europeia. Mediante um pagamento extra, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar-lhe as nádegas, cujo volume parecia estranho e perturbador ao europeu da época. Além disso, uma característica comum em algumas mulheres khoisan era possuir longos lábios vaginal. 


Alguns registros sugerem que chegaram a colocar
em Saartjie uma coleira ao redor de seu pescoço,
sendo tratada como um animal
          A sua exibição em Londres causou escândalo. A sociedade filantrópica African Association criticou a iniciativa e abriu um processo. Durante seu depoimento, Saartjie declarou, em holandês, não se considerar vítima de coação, aceitando metade da receita das exibições. O tribunal decidiu arquivar o caso. No final de 1814, Saartjie foi vendida a um francês, domador de animais, que a mantinha em condições mais duras. Foi exposta em Paris, tendo de aceitar exibir-se completamente nua, o que contrariava o seu voto de jamais exibir os órgãos genitais. 

           As celebrações da reentronização de Napoleão Bonaparte incluíram festas noturnas. A exposição de Saartjie manteve-se aberta durante toda a noite e os muitos visitantes bêbados divertiram-se apalpando o corpo da indefesa mulher. As pessoas não a viam como uma pessoa, mas sim um animal.

          Foi exposta a multidões. Era alvo de caricaturas, mas também chamou o interesse de cientistas e pintores. Seu corpo foi totalmente investigado e medido, com registro do tamanho das nádegas, do clitóris, dos lábios e dos mamilos para museus e institutos zoológicos e científicos. Com a derrota de Napoleão e o fim de seu governo, e a ocupação da França pelas tropas aliadas, em junho de 1815, as exibições tornaram-se impossíveis. Saartjjie foi levada a prostituir-se e tornou-se alcoólatra.

Análise de seu corpo

          O corpo de Saartjie foi definido sob a ótica entre a mulher africana "anormal" e a mulher branca "normal". Por conta de suas medidas, foi considerada uma mulher selvagem. Ela tinha uma estrutura mandibular peculiar, um queixo curto e um nariz achatado, que se assemelhava ao de um "negro". Ela foi considerada parte da "raça negra", o que na época era considerado o menor tipo de seres humanos. Ela, às vezes, foi comparada a um orangotango. Após sua morte, o corpo de Saartjie  foi enviado para o laboratório para exames. George Cuvier, do Museu Nacional de História Natural, quis testar a sua teoria de que, quanto mais primitivo era o mamífero, mais acentuados seriam seus órgãos sexuais e desejo sexual. O corpo de Saartjie nunca recebeu um enterro apropriado.

          Entre 1814 e 1870, houve pelo menos sete descrições científicas onde a anatomia dos corpos de mulheres negras eram comparadas. A dissecção do corpo de Saartjie por Cuvier ajudou a moldar a ciência europeia. Ela e outras mulheres africanas que foram dissecadas eram referidas como hotentotes, para satisfação da elite francesa. A mulher selvagem era muito distinta do feminino civilizado europeu.

Legado



          Saartjie morreu no dia 29 de dezembro de 1815, por conta de uma doença inflamatória. George Cuvier, através de seus estudos, pode observar que seu objeto de estudo era uma mulher inteligente, com uma memória excelente. Além de sua língua nativa, ela falava neerlandês fluentemente, tinha um inglês razoável e algum conhecimento de francês.

          Seu esqueleto, órgãos genitais e cérebro foram preservados e colocados em exposição em Paris, até 1974, quando então foram retirados da visitação pública e guardados. Houve pedidos esporádicos para o retorno de seus restos mortais ao continente africano, começando na década de 1940. Um poema escrito em 1978, por Diana Ferrus, também descendente do povo khoisan, intitulado Eu vim para te levar para casa, desempenhou um papel fundamental  no estímulo ao movimento para levar os restos mortais de Saartjie para sua terra natal. 

            Após a vitória do Congresso Nacional Africano na eleição geral na África do Sul, o presidente Nelson Mandela solicitou  formalmente que a França devolvesse os restos mortais de Saartjie. Depois de muita luta, o governo francês aceitou o pedido em 6 de março de 2002. Seus restos mortais foram repatriados para sua terra natal, e foram enterrados em 9 de agosto de 2002, sobre Vergaderingskop, uma colina na cidade de Hankey, mais de 200 anos depois de seu nascimento. Atualmente, ativistas e acadêmicos consideram Saartjie um símbolo da exploração ocidental dos africanos e do racismo.