segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma esperança no fundo do mar para o tratamento do câncer de mama

Esponja Geodia Corticostylifera contém o
composto Geodemolídeo, capaz de conter
o avança da célula tumoral
      A cada ano, o Brasil registra 57.960 casos novos de câncer de mama. Tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo, seu desenvolvimento se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença fica mais agressiva quando essas células migram para outra parte do corpo, chamado de metástase. Agora, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo descobriram uma molécula presente em esponjas que seja capaz de impedir esse processo.

    Durante a pesquisa, coordenada pela professora Glaucia Maria Machado, descobriu-se um composto presente nesses organismos marinhos chamado de Geodemolídeo, que tem função antiproliferativa, e através de testes, percebeu-se que essa molécula atacava o citoesqueleto de actina das células tumorais. E essa estrutura está relacionada com a mobilidade, a ação do Geodemolídeo acaba impedindo a ação a migração das células para outras partes do corpo. Isso não significa que o composto irá matar a célula tumoral, mas sim afetar a sua capacidade de metastização. Por isso, a produção de uma droga que consiga conter o processo de metástase.

     Como as esponjas não se movimentam no mar, acabam produzindo toxinas diferentes para viver. Além disso, elas também possuem uma relação de interação com micro-organismos simbiontes. Dessa forma, há uma troca, as esponjas proporcionam um ambiente para esses organismos sobreviverem  e eles produzem moléculas que as ajudam a se proteger dos predadores. O próximo passo do trabalho é descobrir se essas toxinas são sintetizadas pelas próprias esponjas ou por simbiontes. Como explica a professora, se essas substâncias forem produzidas por esses micro-organismos, há uma grande vantagem, porque os compostos podem ser cultivados em laboratório.

Fonte: Universidade de São Paulo

    

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