segunda-feira, 11 de julho de 2016

A importância do apoio familiar às vítimas de abuso sexual

"São os inúmeros julgamentos que a culpam, que
tornam a vítima da situação culpada"
       Grande parte das pessoas que passam por uma situação de abuso sexual não recebe apoio dos próprios familiares e amigos, que duvidam da veracidade dos fatos ou tratam o caso com frieza. Para a psicóloga Flávia Roberta Eugênio, membra do Comissão Gestora do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o primeiro passo é dar o acolhimento à vítima, sem julgamento.

       Além disso, é importante também a vítima ter acompanhamento psicossocial e orientação jurídica, quanto a seus direitos na busca por justiça. Às vezes essa falta de apoio vem das próprias mulheres que acabam acusando a vítima de ser em parte responsável pelo abuso. "Nós mulheres somos socializadas em uma sociedade machista. É a cultura do estupro que faz isso. A naturalização que acaba culpando as mulheres", enfatiza Flávia.

       De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, somente na região do ABC uma mulher é estuprada por dia. Mas a psicóloga acredita que o número é muito maior, pois os dados não contam com os casos de mulheres que não denunciam por medo, vergonha ou por possuir algum vínculo afetivo com o agressor.

Vítimas infantis

       Se para um adulto denunciar o abuso sexual é difícil, imagine para uma criança que, às vezes, nem compreende que é vítima. Flávia diz que as crianças dão sinais de que algo não vai bem: isolam-se, tornam-se agressivas, adoecem, apresentam distúrbios no sono, na alimentação e no aprendizado. Mas quando elas contam o que aconteceu muitos pais não acreditam nela. Por isso, é necessário que a família, amigos, vizinhos e a comunidade escolar estejam próximos para perceber os sinais de uma criança que precisa de ajuda.

Fonte: Conselho Regional de Psicologia

     

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