A maioria das pizzarias, 80%, utiliza forno à lenha, que somadas às churrascarias são responsáveis pela emissão de poluentes |
A atual frota de automóveis em circulação ainda representa a principal fonte de poluentes do ar na Região Metropolitana. E as emissões de veículos novos que entram em circulação hoje na metrópole, contudo, tem diminuído nos últimos anos devido a uma série de medidas voltadas a controlar as emissões de acordo com padrões mais restritivos.
De acordo com estimativas de estudo, há 11 mil pizzarias só em São Paulo - a segunda cidade que mais consome pizza no mundo, atrás apenas de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Aproximadamente 80% desses estabelecimentos queimam lenha, principalmente eucalipto, para produzir cerca de 1 milhão de pizzas por dia.
A quantidade média de lenha usada pelas pizzarias na cidade é de 48 toneladas por ano. Esse número perfaz um total de 7,5 hectares de floresta de eucalipto queimados por mês e 307,2 mil toneladas de madeiras incineradas por ano, que resultam na emissão para a atmosfera de cerca de 321 quilos por dia de material particulado, considerado o mais relevante em termos de impactos à saúde. No entanto, isso representa, aproximadamente, 3% das emissões diárias do total de poluentes gerados por veículos e indústrias, o que relativamente é muito pouco.
Acontece que essas informações não estão quantificadas e não são consideradas nos inventários de emissões de poluentes. Nos relatórios do Banco Energético do Estado de São Paulo não há distinção entre lenha e carvão vegetal, e os maiores consumidores dos dois produtos são pizzarias e churrascarias. E as emissões ocorrem no começo da noite, que é quando as condições atmosféricas estão mais estáveis e as partículas dispersam menos. Além do que as chaminés das pizzarias e churrascarias estão situadas no nível do solo, o efeito pode ser muito maior, especialmente durante os meses frios, quando as condições atmosféricas também ficam menos favoráveis à dispersão de poluentes. Por isso, a redução das emissões de poluentes por essas fontes pode se traduzir em melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, da saúde da população.
Fonte: Agência Fapesp
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