"O estresse é o resultado da criação da civilização feita pelo homem. E ele mesmo, depois de uma rotina, não consegue mais suportá-la". Essa foi a tese que o médico psiquiatra e consultor da Organização Mundial da Saúde, Wladimir Munique, defendeu em 1988 durante um congresso realizado na Alemanha. A psicóloga e sexóloga Simone Alves de Melo, acrescenta ainda que o estresse distancia as pessoas. Pessoas estressadas tendem a se isolar, impossibilitando-as de observar a perda dos limites.
De acordo com a psicóloga, pessoas muito estressadas acabam não respeitando o tempo do outro. Não conseguem elogiar ou dividir. E por não conseguirem muitas vezes compartilhar tarefas, acumulam funções e, uma vez sobrecarregadas, acabam ficando estressadas. E o estresse pode ser repassado ao outro a partir do momento em que o indivíduo estressado se vê fora do seu eixo emocional. E mais, cobra das pessoas para que tenham o comportamento que ele espera.
É muito comum o indivíduo acometido pelo estresse desenvolver sentimento de medo. "Não só o medo como a insegurança de estar de uma forma confiando no que faz, o que pode também estar associado à baixa autoestima.
E um meio para lidar com o problema é ter a consciência de que corpo e mente trabalham juntos, que um depende do outro. Além disso, é fundamental respeitar o próprio limite, físico, emocional e metal. O indivíduo tem que perceber que muitas vezes não é possível dar conta das tarefas e que, algumas vezes, elas podem não ser de suma importância. "Portanto, se eu busco a perfeição, eu acho que o outro não vai dar conta. O outro não vai fazer igual. E de fato, não irá fazer. E se o importante é se chegar a um resultado, muitas vezes, não será do meu jeito". Para a profissional, é errado cobrarmos do outro a maneira como gostaríamos que este outro fosse. "Acabamos sofrendo por situações que não valem a pena, porque eu também não permito ao outro se arriscar, buscar a sua própria maneira de lidar com as questões. E o perigo é que esta atitude coloque o outro em uma zona de conforto.
Para lidar com o problema, é fundamental também ter boas horas de sono, alimentar-se com calma, para que este tempo dedicado à alimentação também possa ser produtivo. E dedicar um tempo para o lazer, seja ler um livro, ouvir uma música, assistir a um filme. E sem dúvida, melhorar os pensamentos, analisando de forma positiva o momento presente. "O que deu certo hoje"? O amanhã é um outro dia.
Fonte: Universidade de São Paulo
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