sábado, 18 de junho de 2016

Dança circular: o resgate de uma prática ancestral

      Um trabalho que começou em 1984 e que vem se espalhando com muita força em todos os estados e segmentos do País. O movimento intitulado Danças Circulares, ou Dança dos Povos, nasceu com o coreógrafo alemão Bernhard Wosien quando, em 1976, visitou a Comunidade de Findhorn, no norte da Escócia e pôde ensinar, pela primeira vez, uma coletânea de danças folclóricas para os residentes. Foi neste momento que, ao ensinar a dança, compreendeu que já havia encontrado o que buscava em suas viagens: uma dança capaz de expressar verdadeiramente os seus sentimentos. Essa dança foi denominada de dança circular sagrada.

       O círculo, símbolo universal, tendo como centro muitas vezes o fogo ou objetos sagrados como talismãs e flores, representava o espaço da comunidade para celebrar rituais de passagem como nascimento, casamento, morte e outros momentos importantes da vida humana. Portanto, a Dança Circular Sagrada não é uma invenção dos tempos modernos; muito pelo contrário, é apenas o resgate de uma prática ancestral muito antiga e profunda, vestida para os tempos atuais.


A dança circular sagrada, ou dança de roda, é
uma prática que reúne vários tipos de danças
tradicionais, em locais distintos
      Por aqui, a partir da década de 1980, por meio de Carlos Solano, que conheceu o trabalho na Escócia, as danças se espalharam formando rodas em parques, escolas, universidades, hospitais, órgãos públicos, ONGs, instituições e empresas dos mais variados segmentos. O principal na Dança Circula Sagrada não é a técnica e sim o sentimento de união de grupo, o espírito comunitário que se instala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apoiam e auxiliam os companheiros. 


     Assim, ela é indicada para pessoas de qualquer idade, raça ou profissão, auxiliando o indivíduo a tomar consciência de seu corpo físico, acalmar seu emocional, trabalhar sua concentração e memória e, principalmente, entrar em contato com uma linguagem simbólica, que embora acessível a qualquer um, não é utilizada no dia a dia.


As danças circulares reúnem as pessoas com o objetivo de
celebrar a vida, redescobrir o prazer de pertencer ao corpo
social e nele semear o amor fraterno
      As danças podem ser simples e de fácil aprendizado. Ou podem ser danças mais sofisticadas, para quem já dança há mais tempo. 

      As músicas escolhidas são de todos os países e as danças podem ser tradicionais, regionais, folclóricas ou contemporâneas. 

      Em roda, de mãos dadas, olhos nos olhos, o resgate das danças folclóricas traz a ancestralidade à flor da pele e conecta cores, raças, tempos e espaços, acessando outros níveis de consciência e percepção. 

       Cada coreografia reverbera uma intenção, seja emanar boas vibrações para o planeta, expressar gratidão por aquilo que recebemos diariamente, reverenciar os quatro elementos - terra, fogo, água e ar -, seja atiçar nossa criança interior, além de muitas outras temáticas.

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