quinta-feira, 2 de junho de 2016

QUINTA FEMININA: Madeleine de Scudéry ou Safo, a primeira mulher literata da França

Suas obras deram vida a novas
emoções, como a melancolia, o
tédio e a inquietude
       Escritora conhecida pelo pseudônimo de Safo, Madeleine de Scudéry era a irmã mais nova do também escritor George Scudery. Nasceu na Normandia no dia 15 de novembro de 1607, mas foi em Paris que fez história. Criou o seu próprio salão literário, onde era comum a presença da maioria das celebridades da época.

      Escreveu volumosas novelas, desprovida de toda e qualquer semelhança histórica, como Artémene ou le Grand Cyrus (10 vol. 1649-1653), a novela mais longa da literatura francesa. Suas obras deram vida a novas emoções: a melancolia, o tédio, a inquietude, o desassossego, e outras fantasias. As conversas cheias de sentido e engenho das suas personagens converteram-se numa espécie de manual da sociedade elegante. Estas novelas puseram na moda as novelas preciosistas, dando uma visão idealizada do amor e uma pintura poética da sociedade mundana.

      Madeleine foi a primeira mulher que obteve o prêmio de eloquência da Academia Francesa. Morreu em 2 de junho de 1701.

A grega Safo


Platão a considerava como a décima musa,
contrariando a mitologia grega que descreve como nove
as musas, filhas de Júpiter 
      Safo foi uma poetisa grega que viveu na cidade lésbia de Mitilene, ativo centro cultural do século 7 a.C. Lésbia ou Lebos é uma ilha grega localizada no nordeste do mar Egeu. É a terceira maior ilha grega e a sétima maior do Mediterrâneo. Filha de família rica, ainda pequena deixou sua cidade natal, Eresso, para morar em Mitilene.

      Nascida em Eresos entre 630 e 612 a.C. foi muito respeitada e apreciada durante a Antiguidade, sendo considerada a "décima musa por Platão". No entanto, sua poesia, devido ao conteúdo erótico, sofreu censura na Idade Média por parte dos monges copistas e o que restou de sua obra foram escassos fragmentos. O termo lésbica é derivado da interpretação dos poemas de Safo, em função do conteúdo emocional dirigir-se a outras mulheres. Graças a tal associação, Lesbos e a cidade de nascimento de Safo, Eresos, são visitadas frequentemente por turistas lésbicas.

       Começou a escrever seus poemas aos 19 anos de idade, causando fúria ao ditador Pítaco, que a condenou a um exílio fora da ilha de Lesbos. Tentando a retomada do poder, os aristocratas conspiraram, mas foram derrotados. Seus líderes, exilados, dentre os quais Safo e o poeta Alceu de Mililene. Consta que o poeta, em exílio, tenha enviado a Safo um convite amoroso. Oh pura Safo, de violetas coroada, e de suave sorriso, queria dizer-te algo, mas a vergonha me impede. Eis que Safo lhe responde: Se teus desejos fossem decentes e nobres e tua língua incapaz de proferir baixezas, não permitirias que a vergonha te nublasse os olhos - dirias claramente aquilo que desejasses. Como poetisa, seus trabalhos deram origem  ao termo safismo, depois conhecido como lesbianismo.

       Casou-se com um rico comerciante, que após o falecimento, lhe deixou uma rica herança e uma filha. Após cinco anos exilada, voltou para Lebos, onde se tornaria líder intelectual. Por lá, criou uma escola para moças, para lecionar poesia, dança e música. Ali, as discípulas eram chamadas de amigas e não de alunas. Safo apaixonou-se por todas elas, em especial Atis, aquela viria a se tornar a sua maior amante. Mas Atis apaixonou-se por um moço e seus pais a retiraram da escola.

Sua arte pós morte

        Safo era considerada por muitos como uma prostituta. Sua morte é controversa. Alguns dizem que a poetisa cometeu suicídio, pulando de um precipício; outros dizem que ela morreu em decorrência da velhice.

         Considerada por muitos como a maior de todas as poetisas, sua arte e personalidade, milênios após a sua morte, teve momentos de glória e desprezo. Em 1073, suas obras, junto com as de Alceu, foram queimadas em Constantinopla e em Roma. Mas foram redescobertas cerca de seiscentos versos dela em 1897, o suficiente para reconhecê-la como a maior poetisa lírica da Antiguidade. Assim como Homero era conhecido como "O poeta", Safo ficou conhecida como "A poetisa".

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