sábado, 11 de junho de 2016

Celebre o amor, enquanto isso o comércio comemora

      Amanhã é dia de celebrar o amor. Se bem que qualquer pode ser a data para comemorá-lo. Mas foi preciso a criação de um dia - ainda que o comércio também comemore - para despertar nos apaixonados a lembrança do amor vivido, do amor sentido. Porém, em alguns países a data é comemorada no dia 14 de fevereiro. Por aqui, o dia 12 de junho foi escolhido por ser véspera do dia de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro.

       Foi a partir da Idade Média que o Dia de São Valentim começou a ser associado ao amor e ao romantismo; até então, era um dia dedicado ao jejum. Valentim, até então um bispo, lutou contra as ordens do imperador romano Cláudio II (213-270), que havia proibido o casamento durante as guerras por acreditar que os solteiros eram melhores combatentes. Além disso, a partir do século III (d.C.) o cristianismo avolumou-se no coração do Império Romano. Muitas pessoas que viviam na Europa, antes adeptas das religiões pagãs, converteram-se à religião cristã e passaram a exercer uma conduta que se ajustava aos dogmas e à moral do cristianismo. Neste contexto, muitos imperadores começaram a perseguir cristãos, sobretudo aqueles que se destacavam ou realizavam alguma atividade que incomodava as determinações do Império. De forma clandestina, Valentim continuou celebrando casamentos de jovens cristãos. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. E ele apaixonou-se pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente devolveu-lhe a visão. Antes da execução, o bispo escreveu um bilhete de adeus para ela.

       Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de fevereiro - também marca a véspera de lupercalia, festa anual celebrada na Roma antiga em honra a deusa Juno (deusa da mulher e casamento) e ao deus Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.



      Na sua versão moderna, a tradição surgiu em 1840, nos Estados Unidos, depois que Esther Howland vendeu 5 mil dólares em cartões do Dia dos Namorados, uma quantia elevada na época. Desde aí, a tradição de enviar cartões continuou crescendo, e no século 20 espalhou-se para todo o mundo. No Brasil, o hábito de se comemorar a data surgiu de forma estritamente comercial. No ano de 1949, o empresário do ramo de publicidade, João Dória, elaborou um plano comercial que estaria relacionado com a comemoração do dia dos namorados. O dia escolhido foi em referência ao santo casamenteiro, Santo Antônio.

Casar está na moda?

        Casar por amor, por modismo, por conveniência, com a ajuda de Santo Antônio, ou não, seja qual for o motivo, fato é que o número de casamentos cresceu no Brasil. Pesquisa do IBGE mostrou que somente em 2014, o Brasil registrou 1.106.440, o que representou um aumento 5,1% em relação a 2013. Em números absolutos, isso representa 53.993 casamentos a mais de um ano para outro. O dado faz parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil de 2014.

        Somente no Estado de São Paulo tiveram um aumento de 3% no ano de 2013, chegando a um maior número em 30 anos. Segundo levantamento feito pela Fundação Seade, foram 280,3 mil uniões legais, o que corresponde a uma média de 768 por dia. Como justificativa, a Seade aponta a facilidade para obtenção de divórcio, a mudança da união consensual para casamento civil e os incentivos dos programas de casamentos coletivos. Outro ponto foi o número de casamentos homoafetivos, que chegou a 1.996 (0,7%). Desde 2011, os casais do mesmo sexo tinham a união estável reconhecida, mas apenas em maio de 2013 o Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, converteu a união estável em casamento civil.

Fonte: Wikipedia e Fundação Seade

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