Menino de Engenho possui como narrador e personagem principal Carlinhos, que em sua fase adulta narra aos leitores um pouco de sua historia, que começa no Recife e passa pelos engenhos nordestinos. Carlinhos, aos quatro anos, estava em casa quando seu pai assassina seu pai com um tiro. Seu tio Juca vai buscá-lo para ir morar com seu avô materno em seu engenho, chamado Santa Rosa. Chegando lá, ao ter contato com o campo, fica encantado. Logo que chega, recebe cuidados carinhosos de sua tia Maria. Aos poucos, vai se familiarizando com o ambiente e seus familiares até então desconhecidos. A tristeza vai dando lugar à curiosidade de um menino diante do desconhecido.
A rotina do engenho com seus costumes e tradições diferentes da cidade, surpreende e encanta o menino. A chegada de um cangaceiro, historias contadas pelas negras da viagem até o Brasil, lendas de lobisomem; tudo vai marcando sua infância. O menino vivencia o sofrimento com as secas e posteriormente as enchentes, quando seu avô e os outros senhores de engenho perdem tudo. Com isso, no engenho, o alimento fica escasso, mas mesmo assim os servos não o abandonam, num laço de fidelidade. José Paulino diz que escravo tem que ser bem alimentado para poder trabalhar mais. Através dos passeios com seu avô pelo engenho para ver os problemas existentes, aprende como o homem tem que ser justo, duro, tendo caráter e bondade, ajudando quem precisa e merece, assim como faz Zé Paulino.
Apaixona-se pela prima e tem seu primeiro beijo. Carlinhos tinha muito medo de morrer; por ter asma crônica se sentia como um pássaro preso. Não podia tomar banho de rio, brincar até tarde, pois poderia ter uma crise. Um dia, seu avô decide colocá-lo num internato. Carlinhos parte de trem, já sentindo saudade do engenho onde passou sua infância e aprendeu tanta coisa.
José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 3 de junho de 1901 no estado da Paraíba. Do seu crescimento no mundo rural nordestino, retira muitas experiências que servirão para suas histórias nos seus treze romances publicados. Em 1926, muda-se para Maceió, onde publica seu primeiro romance, Menino do Engenho. O romancista recebe elogios da crítica e daí em diante suas publicações tornam-se constantes. Em 1935, muda-se para o Rio de Janeiro e em 1955 é eleito para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 12 de setembro de 1957.
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