domingo, 6 de setembro de 2015

Transição do sinal analógico para o digital no Brasil é avaliado em estudo

"O switch off é uma oportunidade de trazer o cidadão para
mais perto da televisão e das suas necessidades, e
transformá-la em uma ferramenta política, de monitoramento
social e curadoria"
     Começa em novembro, mais precisamente no dia 29, na cidade goiana de Rio Verde, o desligamento do sinal analógico de televisão aberta e a sua substituição pelo sinal do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, ISDB-t, conhecido como switch off. Em São Paulo, a interrupção está prevista para 15 de maio de 2016. E a finalização no Brasil de todo o processo de desligamento deverá terminar em 2018. A transmissão simultânea do sinal digital com o analógico de televisão terrestre (canais abertos) começou em 2007.

     Os desafios de infraestrutura e de preparação de recursos humanos do Brasil para realizar o desligamento são mostrados na tese de doutorado A televisão na era da convergência digital das mídias. Uma reflexão sobre a comunicação comunitária, da jornalista Deisy Fernanda Feitosa, defendida na Escola de Comunicações e Artes, a ECA, da Universidade de São Paulo, a USP.

     A pesquisa identificou desconhecimento por parte da população em relação à TV Digital; muitas pessoas confundem o conceito de transmissão digital terrestre (gratuita) com a transmissão a cabo e satélite (paga). Há ainda, de acordo com a pesquisa, pouco conhecimento por parte dos próprios distribuidores e vendedores sobre a tecnologia de TVD ofertada e repassada ao cliente. "No Reino Unido, que desligou o sinal analógico em 2012, eles receberam treinamento sobre o funcionamento do sistema, sobre como melhor orientar as pessoas acerca do processo de transição e sobre a utilização do equipamento digital", informa Deisy.

     Tanto no Reino Unido, quanto a Itália, "optaram por uma forma de atuação local, por intermédio de uma força-tarefa formada por várias representações (governos, indústria, sociedade civil e radiodifusores), para divulgar a transição e dar suporte às famílias", afirma. Segundo a jornalista, especialistas recomendam a necessidade de mensagens de conscientização divulgadas sejam claras e tenham formatos direcionados a diferentes perfis de públicos, para que haja um "apagão analógico" bem-sucedido. E exemplifica, mostrando que o modo humanizado pelo qual o Reino Unido conduziu a transição no tocante aos idosos, às comunidades de cidadãos estrangeiros e às pessoas com deficiência pode servir de exemplo para o Brasil. "Mais do que a simples troca de sistema, foram estabelecidas estratégias para gerar laços de confiança e solidariedade entre os colaboradores e as famílias, a começar pelo trabalho dos antenistas", destaca. 

Fonte: Agência USP

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