domingo, 5 de abril de 2015

Toda bala perdida tem seu alvo


Não existe bala perdida. Ela sempre encontra um alvo
Expressão que se tornou usual para se referir ao assassinato "acidental", a bala perdida não é nem nunca esteve perdida. Equivocadamente dita. Toda bala disparada tem um alvo a procura.

Segundo dados, somente em dez dias, treze pessoas morreram no mês de janeiro, no Estado do Rio de Janeiro, vitimadas pelas tais "balas perdidas". O governo do Rio culpa isso à guerra entre as facções criminosas, nas comunidades onde não foram instaladas as Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Mas é sabido que, em muitos casos, o despreparo policial, e a deficiência nas operações de combate ao crime contribuem para a elevação desses números, não somente no Estado do Rio de Janeiro, como também nos demais estados do país.

Relatório das Nações Unidas divulgado em junho de 2014, mostra que o Brasil é o segundo país da América Latina, atrás somente da Venezuela, com maior registro de pessoas atingidas por balas perdidas.

O que vemos é que infelizmente, a maioria das investigações sobre mortes por balas perdidas acaba sendo arquivada por falta de provas. São mortes que muitas vezes ficam sem respostas, sem punição. E famílias que ficam desacreditadas que a justiça possa ser feita. Pensar em uma morte por bala perdida é como pensar em um crime sem culpados.

Para Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ, e responsável pelo Laboratório de Análise da Violência, "é prematuro afirmar que o aumento de casos de balas perdidas corresponda a uma mudança geral da violência ou a uma simples acumulação casual de tragédias, porque a cidade vive sempre golpe de casos de muita repercussão", disse ele em entrevista ao portal UOL.

Vai chegar o dia, que não sabemos quando, em que "bala perdida" terá um sentido muito mais infantil e cada vez menos associado ao mundo do crime.

Foto: Internet

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