domingo, 12 de abril de 2015

Parcerias buscam novo tratamento para a leishmaniose

Leishmaniose viceral
Uma parceria entre o Instituto de Física da Universidade de São Paulo, a USP e o Instituto Adolfo Lutz está procurando, em algum fármaco já existente no mercado, propriedades que permitam um novo tratamento para a leishmaniose visceral. O Brasil registra, por ano, quatro mil casos de leishmaniose visceral e 22 mil casos de leishmaniose cutânea. 

A leishmaniose é uma doença registrada em 98 países do globo e está listada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “doença negligenciada”, juntamente com outras velhas conhecidas (principalmente) dos países em desenvolvimento: malária, dengue, doença de Chagas, esquistossomose, tuberculose, hanseníase, entre outras. As doenças negligenciadas são aquelas que não recebem nenhuma atenção da indústria farmacêutica ou do setor privado, no sentido do desenvolvimento de pesquisas para vacinas e para novos medicamentos. O Instituto de Física e também o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, LNLS, em Campinas, procuram buscar uma caracterização estrutural dos lipossomos na ausência e na presença do fármaco, já usado no tratamento de uma doença para o qual ele não foi criado, E esse fármacos testados são transformados, e assim pode-se de alguma forma, dizer como é a interação do fármaco com os lipossomos. Daí a importância do Instituto de Física.

Há duas formas da leishmaniose: a tegumentar (ou cutânea) e a visceral. A tegumentar provoca úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas. Já a leishmaniose visceral ataca os órgãos internos e é fatal em 100% dos casos não tratados. Ambas são transmitidas pelo mosquito-palha (Lutzomyia spp.) que, ao picar, introduz o protozoário Leishmania na circulação do hospedeiro. A doença era, até pouco tempo atrás, identificada como uma enfermidade de meio rural. Mas está em franca expansão no interior de SP e, segundo Tempone, caminha rapidamente para a capital do Estado. Uma das explicações é o aumento da população canina, tanto na capital quanto no interior, pois o cão é o principal vetor da doença. O mosquito pica o cão infectado e depois pica o ser humano. Como não há cura para a doença, quando ela ataca o cão, a solução é o sacrifício do animal. “O problema é que as pessoas não entendem isso e não querem, evidentemente, sacrificar seus cães”, diz Tempone. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário