quarta-feira, 22 de abril de 2015

Qual a sua versão a cerca do descobrimento do Brasil?

Tira da fanpage Humor Inteligente satiriza a exclusão dos índios  
A língua oficial do Brasil é a Língua Portuguesa. Até aí, nenhuma novidade. Mas todos os que aqui habitam falam esta Língua? Não. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, 274 línguas indígenas são faladas no Brasil, por 37,4% dos índios com mais de cinco anos de idade. Do total, seis mil deles falam mais de duas línguas. O português não é falado por cerca de 130 mil pessoas, ou 17,5% do total. 

Excluídos, esquecidos e ignorados, os índios sempre foram tratados como não brasileiros, cujos valores, culturas e crenças aos poucos foram ignoradas pela sociedade atual. 

Descobriram um Brasil que já havia sido descoberto há tempos. Muito tempo. Passamos a nos reconhecer enquanto sociedade a partir dos costumes trazidos pelos exploradores. E foi essa a versão que tivemos do descobrimento do Brasil. Nunca soubemos e nunca iremos saber qual seria versão a cerca do descobrimento dos que aqui já habitavam.

O nordeste foi a primeira área de desembarque dos colonizadores no país, que proibiram os índios de falar suas línguas e impuseram a escravidão. Foi essa a região que recebeu a frota de Cabral, o Pedro Álvares. As etnias indígenas mais numerosas e a maior parte dos índios que ainda falam língua própria está concentrada em terras indígenas reconhecidas pelo governo. Ao todo, vivem nessas áreas 571 mil índios de 250 etnias, de um total de 896 mil.

No processo de colonização, a língua Tupinambá, por ser a mais falada ao longo da costa atlântica, foi incorporada por grande parte dos colonos e missionários, sendo ensinada aos índios nas missões e reconhecida como Língua Geral ou Nheeengatu. Até hoje, muitas palavras de origem Tupi fazem parte do vocabulário dos brasileiros. Em meio a essa diversidade, apenas 25 povos têm mais de cinco mil falantes de línguas indígenas: Apurinã, Ashaninka, Baniwa Baré, Chiquitano, Guajajara, Guarani (Guarani Nandeva, Guarani Kaiowá, Guarani Mbya) Galibi do Oiapoque, Ingarikó, Kaxinawá, Kubeo, Kulina, Kaingang, Kayapó, Makuxi, Munduruku, Sateré-Mawé, Taurepang, Terena, Ticuna, Timbira, Tukano, Wapixana, Xavante,  Yanomami, Ye'kuana.

A Fundação Nacional do índio, a Funai, afirmou existir por parte da entidade um esforço de valorização da língua indígena por meio da educação, e que os dados inéditos daquele Censo de 2010 favorecerão estratégias para mantê-las em prática. Vamos aguardar. 


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