Entre os médicos, salário das mulheres é menor que dos homens

Os homens ainda são a maioria entre os
médicos brasileiros, mas essa diferença
poderá diminuir nos próximos anos

     De acordo com a pesquisa Demografia Médica do Brasil de 2015, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, os homens ainda são a maioria exercendo a profissão de médico. Mas esse quadro poderá ser alterado nos próximos anos. Desde 2010, no Brasil, as mulheres são maioria entre os novos registros de médicos e mesmo nos cursos de graduação de medicina, essa é uma tendência consistente.

     Em 2014, os homens representavam 57,5% dos médicos no País, e as mulheres, 42,5%, entre quase 400 mil profissionais. Contudo, entre médicos com 29 anos ou menos, ou seja, aqueles que estão se formando nos cursos de medicina, as mulheres já são a maioria, com 56,2% contra 43,8% dos homens. Já entre 30 e 40 anos, são 49,9% de mulheres e 50,1% de homens. O percentual de homens é maior, passando de 55,6% no grupo com 50 a 54 anos e chegando  a 77,6% entre os médicos com idade entre 65 e 69 anos.

Remuneração

     A remuneração das mulheres não acompanha a dos homens. Na menor faixa de salário da pesquisa, que vai até R$ 8 mil, estão 27,9% das mulheres. Nessa mesma faixa, os homens são 14,1%. E na faixa salarial mais alta - de R$ 24 mil ou mais - estão 20,1% dos homens e 4,4% das mulheres.

     Ainda que os salários sejam mais baixos, é no setor público que as mulheres médicas se destacam. De acordo com a pesquisa, há mais mulheres médicas na esfera pública, 52,7%, contra 47,3%. Esses dados podem, futuramente, ter reflexos positivos para o sistema de saúde. "As mulheres médicas estão presentes em especialidades médicas essenciais, responsáveis pelo atendimento da maior parte dos problemas de saúde da população. Num sistema de saúde como o SUS, orientada a partir da atenção primária, isso pode ser benéfico", analisa o professor Mario Scheffer e coordenador da pesquisa,

Fonte: Agência USP