O Aedes Aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode transmitir o zika vírus |
Informações equivocadas têm circulado na internet e aplicativos de celular associando o Zika vírus à doenças neurológicas que acometem idosos e crianças, à vacina de rubéola e ao mosquito transgênico, causando ansiedade e até pânico em quem acredita nelas.
Mosquitos transgênicos
Segundo o entomologista Paulo Roberto Urbinatti, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, não existe nenhuma pesquisa científica comprovando a associação dos mosquitos geneticamente modificados com os casos de microcefalia. Os mosquitos transgênicos foram criados para combater o Aedes Aegypti. Em cidades pequenas onde eles foram soltos na natureza, como em Juazeiro, no interior da Bahia, houve o controle do vetor e consequentemente a transmissão da doença.
Vacina contra a rubéola
Segundo as falsas notícias que circulam na internet, um lote vencido de vacinas contra a rubéola teria sido aplicado em gestantes, e isso teria ocasionado microcefalias nos bebês dessas mulheres. Isso não é possível acontecer, justamente pelo fato de que a vacina da rubéola ser contraindicada à gestantes. Ela é aplicada apenas em crianças aos 15 meses de vida e em mulheres em idade fértil, com a recomendação de que não engravidem nos 30 dias posteriores à vacinação.
No entanto, caso a gestante seja infectada pela doença no primeiro trimestre da gravidez e desenvolva a síndrome da rubéola congênita, ela poderá transmitir a doença ao feto, e este possivelmente terá malformações que vão desde microcefalia, glaucoma congênito, retardo mental, surdez e até o óbito.
Síndrome de Guillain-barré
O Zika vírus pode ter associação com o aumento da Síndrome de Guillain-barré, no caso, no nordeste brasileiro, porém ainda não existe confirmação científica. As pessoas passaram a acreditar nessa ligação porque surgiram mais casos da Síndrome no mesmo período em que cresceu a epidemia do Zika vírus.
De acordo com Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e infectologista aposentado da Faculdade de Medicina da USP, essa conexão poderia ser feita porque certas enfermidades de comprometimento neurológico estão ligadas a vírus e bactérias em geral.
Fonte: USP
Nenhum comentário:
Postar um comentário