A baiana Tia Ciata conquistou o respeito na cidade do Rio de Janeiro, algo incomum para os moradores negros da época |
Nascida em Santo Amaro da Purificação, em 1854, também ficou conhecida como uma das principais animadoras da cultura negra nas nascentes favelas cariocas. Ela era a dona de uma casa onde se reuniam sambistas. Foi lá que se deu a criação do primeiro samba, Pelo Telefone, gravado em disco, e assinado por Donga e Mauro de Almeida. Tia Ciata era a mais famosa dentre as Tias Baianas que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais, no início do século.
Seu marido morreu em 1910, época em que ela já havia conquistado o seu lugar de estrela no universo do samba |
Mais tarde, Tia Ciata casou-se com João Batista da Silva, e deste casamento resultaram 14 filhos. Recebia todos os finais de semana em sua casa, nos pagodes, como eram conhecidas as festas dançantes, regadas à música da melhor qualidade e seus quitutes.
Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros, como Donga, Sinhô e João da Baiana, para os saraus. A casa da Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca, tanto que nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, o cortejo era obrigado a passar diante de sua casa.
A nata do samba carioca reunia-se na casa da Tia Ciata |
Além da venda dos doces, Tia Ciata alugava as roupas de baiana para os teatros, a fim de serem usados como figurinos das peças e para o Carnaval dos clubes. Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. E por isso, muitos moradores da Zona Sul, da alta sociedade, passaram a frequentar a casa de Tia Ciata. Era nestas festas que ela dava consultas com seus orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.
Durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo dede trabalhadores até a fina flor da malandragem. E por lá, eram lançadas as músicas, as conhecidas marchinhas, que ficariam famosas no Carnaval do Rio de Janeiro.
Tia Ciata morreu em 1924, mas até hoje é parte fundamental da memória do samba.
Fonte: Wikipedia
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