sábado, 12 de dezembro de 2015

A dança argentina que encanta. Um viva ao tango

A dança que nasceu nas camadas mais populares
conquistou o mundo
     Rivais no futebol, mas próximos na dança? Dentre dessas coincidências inexplicáveis, uma semana depois que o Brasil celebra o Dia do Samba, no dia 11 de dezembro é a vez dos argentinos comemorarem a dança mais popular do país, o tango. Não por acaso, mas a data escolhida é uma homenagem às datas de nascimento dos criadores de duas vertentes da dança: Carlos Gardel (1890), e Julio de Caro, diretor de orquestra (1899).

     Gardel foi o maior propagador do tango no mundo. Faleceu aos 45 anos de idade em acidente de avião com toda a sua orquestra, mas deixou preparado o caminho para outros tangueiros.

Origem do nome

     A origem do nome Tango tem várias definições. Alguns atribuem à expressão tamgu, da Nigéria, que significa bailar ao som do tambor. Em Buenos Aires, acreditava-se que os negros designavam seu instrumento de "tangor" porque tinham dificuldade de pronunciar "tambor".

     Inicialmente, o tango era interpretado ao som da flauta, violão ou violino. No início de 1900, foram chegando os imigrantes alemães e com eles, os acordeons. Começou aí uma mistura de habaneras com polcas e ritmos já existentes, nascendo daí, segundo alguns historiadores, o Tango. Hoje, sua interpretação é executada quase sempre por bandoneons. 

 O ritmo

     O tango tem sua origem popular, o que, por conta disso, acabou sofrendo o preconceito inicial por parte da camada mais favorecida da população, por ser dançado nas periferias de Buenos Aires e Montevidéu. É uma dança sensual, trágica, elegante e performática, em que a emoção prevalece.

     A dança apareceu em Buenos Aires  a partir do final do século passado derivando da habanera, da milonga e de certas melodias populares europeias, e com certa influência dos escravos. No começo, o tango era dançado nos bares, nos cafés e em locais de prostituição. E como só as prostitutas se aventurassem pelas veredas da dança, no começo era normal ver pares de homens bailando ao som deste estilo musical.

     Mas foi somente a partir das décadas de 30 e 40 que ele começou a ser dançado nos salões. A maneira de dançar foi se modificando e evoluindo de acordo com a época. A partir de 1880, que surge o tango como música. A coreografia era totalmente improvisada, com muitos "cortes", que era quando o dançarino parava de dançar para fazer poses com sua parceira e "quebradas", movimentos de cinturas imitados dos negros. Os pares dançavam muito unidos, o que causava escândalo na época.

     O tango desembarcou na Europa no começo do século 20, pelas mãos dos marinheiros franceses. Os parisienses logo se identificaram com este estilo sensual e excêntrico. Iniciou-se um intercâmbio musical entre Argentina, Uruguai e Paris. De acordo com estudiosos, o tango pode ser compreendido em duas etapas. Na década de 20, surge a primeira fase, quando artistas argentinos e uruguaios se dedicam a estimular o desenvolvimento desse ritmo. É aí que surgem cantores como Gardel, Ignacio Corsini, Rosita Quiroga e Azucena Maizani. Na década de 40, floresceram talentos como Aníbal Troilo, Astor Piazzola, Armando Pontier, entre outros.

     Na década de 60, esse ritmo praticamente desapareceu no exterior, só se preservando na Argentina. Ele renasceu através de Piazzola, que inovou os padrões clássicos do tango. O tango ainda se configura como um fator de identidade desse povo portenho.

Ilustração: Taste for Tango
Fonte: Portal São Francisco

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