quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

QUINTA FEMININA: Édith Piaf, a voz da França

Uma cantora marcada por desilusões amorosas e
a perda da sua única filha
    Quand il me prend dans ses bras
    Il me parle tout bas
    Je vois la vie en rose

    Ainda que o francês não seja uma língua fluente para quem lê os versos acima, certamente a última frase faz lembrar uma das canções francesas mais tocada de todos os tempos - La vie en rose - e imortalizada por Édith Piaf, a cantora francesa que foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. O seu canto expressava claramente sua trágica historia de vida.

    Ela nasceu como Édith Giovanna Gassion, no dia 19 de dezembro de 1915, em um distrito parisiense com muitos imigrantes. Recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira britânica da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que foi executada por ajudar soldados franceses a escapar dos alemães. Piaf é um nome coloquial francês para um tipo de pardal, apelido este que recebeu vinte anos depois.

     Os pais abandonaram Édith ainda criança, obrigando-a viver com sua avó materna que pouco se importava com os cuidados com a neta. Consta que esta, além de alimentar muito mal a menina, misturava vinho à sua mamadeira. Cerca de 18 meses depois, foi morar novamente com o pai, que acabou sendo convocado para a guerra.  A mãe ganhava a vida cantando nas esquinas e nos bordéis, enquanto deixava Édith aos cuidados das prostitutas. E antes que a guerra acabasse, abandonou o lar para sempre. Entregue à própria sorte, a pequena vivia à solta, pelas ruas, com outras crianças da vizinhança. Dois anos depois, o pai voltou da guerra e decidiu enviar Édith para a Normandia, para viver com a avó paterna, que era dona de um bordel.

     Dos sete aos oito anos, Édith ficou supostamente cega. De acordo com sua biografia, ela curou-se depois que as moças que trabalhavam no bordel de sua avó orarem no túmulo de Santa Teresa de Lisieux. Devido a esse episódio, Édith tornou-se devota de Santa Teresinha por toda a vida.

Primeiros passos como cantora


O seu canto expressava claramente sua trágica historia
de vida
      De volta à Paris, ela acompanhava o pai nos espetáculos de rua, recolhendo moedas, oferecidas ao final das apresentações. Juntos, percorreram o país durante anos. Enquanto o pai fazia suas performances acrobáticas, Édith, então com 14 anos de idade, cantava em público. Aos 15 anos, deixou o pai e foi viver sozinha. Aos 18, teve sua primeira filha, fruto de uma paixão repentina por um entregador. A filha morreu, repentinamente, quando tinha 2 anos de idade, de meningite. Segundo artigo de Angela Maria Pereira Glavan, dizem que Édith se prostituiu para conseguir dinheiro para o funeral da filha. Sensibilizado, o cliente ofereceu o dinheiro sem exigir nada em troca.

     Em 1935, em uma de suas apresentações mambembes, Édith foi descoberta por Louis Leplée, dono de cabaré localizado na Champs Élysees. Impressionado com a voz da cantora, ele lhe ofereceu um teste profissional. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a apelidou de Piaf (pardalzinho), por conta de seus 1,42m, e disse-lhe para usar um vestido preto durante as apresentações, o que acabou se tornando sua marca registrada. No ano seguinte, assinou seu primeiro contrato. Daí para a plateia seleta do Playhouse de Nova York, em 1947, quando foi paparicada por Gene Kelly, Greta Garbo e Marlene Dietrich, não foi mais uma questão de sorte. 

     Segundo a amiga Marlene, Édith se achava feia e insegura, mas seu carisma era tão grande que ela podia ter qualquer homem que quisesse. Um deles, foi o lutador de boxe Marcel Cerdan, morto em um acidente de avião, e para quem escreveu Hymne à l'amour (Hino ao Amor). Desiludida, ela passou a exagerar na bebida e a se drogar com morfina, tendo muitas complicações. Passou a esquecer a letra das músicas e sua voz ficou comprometida. Édith Piaf morreu, relativamente jovem, aos 47 anos de idade, em consequência de uma hemorragia.

Fonte: Wikipedia
            Bibi-Piaf

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