Uma cantora marcada por desilusões amorosas e a perda da sua única filha |
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose
Ainda que o francês não seja uma língua fluente para quem lê os versos acima, certamente a última frase faz lembrar uma das canções francesas mais tocada de todos os tempos - La vie en rose - e imortalizada por Édith Piaf, a cantora francesa que foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. O seu canto expressava claramente sua trágica historia de vida.
Ela nasceu como Édith Giovanna Gassion, no dia 19 de dezembro de 1915, em um distrito parisiense com muitos imigrantes. Recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira britânica da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que foi executada por ajudar soldados franceses a escapar dos alemães. Piaf é um nome coloquial francês para um tipo de pardal, apelido este que recebeu vinte anos depois.
Os pais abandonaram Édith ainda criança, obrigando-a viver com sua avó materna que pouco se importava com os cuidados com a neta. Consta que esta, além de alimentar muito mal a menina, misturava vinho à sua mamadeira. Cerca de 18 meses depois, foi morar novamente com o pai, que acabou sendo convocado para a guerra. A mãe ganhava a vida cantando nas esquinas e nos bordéis, enquanto deixava Édith aos cuidados das prostitutas. E antes que a guerra acabasse, abandonou o lar para sempre. Entregue à própria sorte, a pequena vivia à solta, pelas ruas, com outras crianças da vizinhança. Dois anos depois, o pai voltou da guerra e decidiu enviar Édith para a Normandia, para viver com a avó paterna, que era dona de um bordel.
Dos sete aos oito anos, Édith ficou supostamente cega. De acordo com sua biografia, ela curou-se depois que as moças que trabalhavam no bordel de sua avó orarem no túmulo de Santa Teresa de Lisieux. Devido a esse episódio, Édith tornou-se devota de Santa Teresinha por toda a vida.
Primeiros passos como cantora
O seu canto expressava claramente sua trágica historia de vida |
Em 1935, em uma de suas apresentações mambembes, Édith foi descoberta por Louis Leplée, dono de cabaré localizado na Champs Élysees. Impressionado com a voz da cantora, ele lhe ofereceu um teste profissional. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a apelidou de Piaf (pardalzinho), por conta de seus 1,42m, e disse-lhe para usar um vestido preto durante as apresentações, o que acabou se tornando sua marca registrada. No ano seguinte, assinou seu primeiro contrato. Daí para a plateia seleta do Playhouse de Nova York, em 1947, quando foi paparicada por Gene Kelly, Greta Garbo e Marlene Dietrich, não foi mais uma questão de sorte.
Segundo a amiga Marlene, Édith se achava feia e insegura, mas seu carisma era tão grande que ela podia ter qualquer homem que quisesse. Um deles, foi o lutador de boxe Marcel Cerdan, morto em um acidente de avião, e para quem escreveu Hymne à l'amour (Hino ao Amor). Desiludida, ela passou a exagerar na bebida e a se drogar com morfina, tendo muitas complicações. Passou a esquecer a letra das músicas e sua voz ficou comprometida. Édith Piaf morreu, relativamente jovem, aos 47 anos de idade, em consequência de uma hemorragia.
Fonte: Wikipedia
Bibi-Piaf
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