Entre o real e o imaginário, o artista Rogério Fernandes expressa sua arte em causas sociais. O artista que se sobressai vai além do óbvio |
No entanto, o que mais chamou a minha atenção não foi a beleza da modelo, nem as preparativos dos novatos fotógrafos. Meus olhos voltaram-se para dois personagens - nada produzidos, nada belos -, e que cujas poses não chamaram a atenção dos alunos e sequer dos transeuntes. Um casal que a pouquíssimos metros dali repousava em suas camas improvisadas com papelão e folhas de jornal.
Enquanto estavam entretidos com a beleza produzida, a realidade sem enfeites gritava ao lado, cujos sons não ecoavam nos ouvidos tapados pela aprendizagem alienada em massa. Pelo tempo em que fiquei ali observando a cena, nenhum deles ousou em deixar de lado o exercício proposto em sala de aula e explorar, através de clicks, a imagem real. Preferiram o comodismo a ousadia.
E eu, na condição de observadora, preferi a indignação calada a registar a dualidade da cena. Provavelmente, a mesma cena não se repetirá mais. Espero que, numa próxima oportunidade, deixar a indignação de lado, e explorar o click perfeito e único que dificilmente se repetirá.
Foto: Blog Tina Descolada
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