Enquanto não se proíbe o uso de animais, a fiscalização é necessária para garantir o bem-estar dos animais |
A primeira visita foi às instalações do curso de Medicina Veterinária das Faculdades Metropolitanas Unidas, a FMU. Ainda em São Paulo, outras seis instituições sorteadas serão visitadas neste mês, e sempre com a participação das Comissões de Ética no Uso Animal de cada local.
As visitas conjuntas fazem parte de um acordo de cooperação entre os dois Conselhos que visa à conjunção de esforços técnicos para o monitoramento das instalações animais das instituições que produzam, mantenham ou utilizem animais para fins de ensino ou pesquisa. Além de verificar os requisitos editados quanto ao funcionamento das instalações utilizadas e quanto ao pessoal envolvido na manipulação dos animais, bem como com relação ao registro dos procedimentos realizados.
Os técnicos do CRMVSP avaliarão a presença do médico-veterinário responsável técnico e o seu papel na preservação do bem-estar dos animais. Após estas visitas técnicas, os fiscais deverão indicar ao Concea possíveis infrações que encontrarem e que possam resultar em processos administrativos.
Está também programada para o dia 25 de novembro, a publicação de manuais de bem-estar animal para as diferentes espécies. E que após 90 dias da divulgação, deverão ser iniciadas fiscalização em biotérios e demais instalações.
Biotérios
Biotério é o local onde são criados e mantidos animais, com a finalidade de serem usados como cobaias em experimentação animal |
De acordo com o artigo da bióloga Paula Louredo, a questão sobre os direitos do animais e sua utilização em experimentos científicos vem sendo discutida desde muitos anos, mas em 1860, um fato ocorrido foi decisivo para o estabelecimento de limites no uso de animais como cobaias em experimentos de laboratório. O fisiologista francês Claude Bernard dizia que o uso de animais vivos era indispensável para experimentações e, por isso, ele mantinha um laboratório e um biotério nos porões de sua própria casa. Cansadas de ouvir os gritos de animais que diariamente eram torturados, a esposa e a filha de Claude o abandonaram e fundaram a primeira sociedade francesa em defesa dos animais. A partir daí, diversas outras sociedades protetoras dos animais também foram fundadas, assim como leis específicas para este tipo de uso dos animais.
Em 1959, o zoologista Willian M.S. Russel e o microbiologista Rex. L. Burch publicaram um livro em que estabeleceram os três Rs das pesquisas em animais: replace (substituir), reduce (reduzir) e refine (refinar). Para eles, em substituição aos animais, pode-se utilizar culturas de células, simuladores e modelos matemáticos. Ainda, de acordo com os pesquisadores, os experimentos devem ser mais bem planejados e as instalações adequadas, com pesquisadores capacitados para fazerem pesquisas em animais.
Fonte: CRMVSP
Brasil Escola
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