domingo, 29 de novembro de 2015

O trabalho indispensável dos cães policiais

Cadela Diesel, morta durante operação de busca aos
suspeitos do ataque terrorista em Paris
     Os atentados à capital francesa deixaram 130 mortos e centenas de feridos. Além das vidas humanas, a barbárie causou, também, a morte da cadela Diesel, da raça pastor belga malinois, cuja tarefa lhe conferia o título de cão de assalto e busca de explosivos. Por ser a primeira a entrar no esconderijo dos suspeitos de envolvimento com os atentados à Paris, no último dia 13, o pastor de 7 anos foi morto pelos terroristas durante a operação. 

     Aliados das corporações, os cães-policiais são indispensáveis em missões de operações. Foi durante a Guerra do Vietnã que eles começaram a serem usados para farejar substâncias ilegais quando o consumo de heroína entre soldados americanos tornou-se um sério problema para o Exército dos Estados Unidos. 

     "No início, a capacidade olfativa era um fator decisivo na seleção dos animais, mas hoje o que qualifica, de fato, um cão é o seu interesse por procurar e encontrar objetos", conta Antonio José Miranda de Magalhães, chefe do canil da Polícia Federal, em Brasília, principal centro de treinamento de cães farejadores no Brasil e, desde sua criação, , em 1988, já formou mais de cem cães para a função.

     Aqui no Brasil, o adestramento começa quando o cão tem apenas 2 meses. Antes do treino específico para achar drogas, os animais passam por um cursinho de socialização e comandos básicos, como responder ao chamado do policial, sentar-se, etc. Isso é feito para que eles não ataquem as pessoas nas ruas. Após completar 1 ano de idade, o cão inicia o treinamento propriamente dito (que dura cerca de dois meses). A partir daí, ele entra em contato com o odor típico da droga, que é acondicionada dentro de tubos de PVC, mangueiras de borracha ou em pequenas bolsas, feitas de lona impermeável, que imitam seus próprios brinquedos. Após acostumar-se com o cheiro de diversos tipos de droga, os brinquedinhos são escondidos para que ele os encontre. O grau de dificuldade aumenta com o tempo. Em nenhum momento do curso, e em hipótese alguma, o cão entra em contato com a droga.

     Em ação, o cão usa os dois tipos de alerta que aprendeu. No ativo, ele arranha e morde o local onde a droga está escondida, ou pode latir para o suspeito de levar tóxicos. No passivo, ele se posiciona ao lado desse local ou da pessoa. Para não se cansar, os cães intercalam períodos iguais de até 50 minutos de trabalho e descanso. O tempo pode variar, mas em geral eles ficam na ativa até os 10 anos de idade.

     Labrador, golden retriever, pastor alemão e pastor belga malinois são as raças mais usadas no combate ao tráfico de drogas. Esses cães têm um fato apuradíssimo, graças aos mais de 200 milhões de células olfativas. Para se ter uma ideia, os humanos possuem apenas 5 milhões dessas células.

Fonte: Mundo Estranho

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