Obra rara de Mário de Andrade será relançada |
Na segunda viagem, Mário de Andrade parte sozinho para o Nordeste, em novembro de 1928, onde permanece até fevereiro do ano seguinte. É recepcionado entre outros, por Ascenso Ferreira, Jorge de Lima, Cícero Dias e Câmara Cascudo. O contato com a floresta e com o sertão, com os diversos tipos humanos e manifestações culturais, a religiosidade, os folguedos, as danças, as músicas, quase sempre impregnadas de sincretismo e superstição, causam nele grande impacto, consolidando uma visão de nacionalidade abrangente em oposição às concepções regionais até então majoritárias.
O relato das viagens reforça valores já presentes na Semana de Arte Moderna de 1922. O resgate de um Brasil de feição mestiça e desgarrado dos padrões europeus, até então. Não é por acaso que Macunaíma, uma das obras mais importantes do autor, vem à luz em 1928, entre as duas viagens. O Turista Aprendiz foi concluído em 1943. Teve sua primeira edição em 1976 e a última em 1983.
Relançamento
A obra O Turista Aprendiz será relançada no próximo dia 12 de novembro na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. O projeto é uma iniciativa dos Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, a USP e conta com o apoio da Fundação Vale.
A edição dos diários textuais da obra chega acompanhada de CD-Rom dos diários de Mário de Andrade fotógrafo, formado por imagens e legendas que também narram as duas viagens. Também será encartado com a publicação o DVD com o documentário de autoria de Luiz Bargmann, A Casa de Mário, exibindo facetas do cotidiano do escritor.
Fonte e imagem: IPHAN
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