quarta-feira, 25 de março de 2015

Praga para cães, aliado dos cientistas na luta contra o câncer

Aquela companhia incômoda, que causa muita coceira e desconforto ao cachorros pode se tornar um aliada dos cientistas que buscam novas alternativas de combate ao câncer. Um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado de São Paulo, a Unesp de Rio Claro, e da Brazilian Central of Studies on Ticks Morphology, investigam a aplicação da saliva do carrapato para controlar o desenvolvimento de tumores. Os testes tem sido realizados com diferentes células tumorais, de humanos e de outros animais, cujo estudo, liderado pela professora Maria Izabel Camargo-Mathias, do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências, foi publicado na revista científica norte-americana Pharmaceutical Care&Health Systems.

O trabalho foi divido em duas etapas. Na primeira, foi feita a cultura de células tumorais e depois tratadas com extratos obtidos dos carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus, aquele que se alimenta do sangue dos cães. Nessa fase, a equipe utilizou duas dosagens do extrato, uma com 0,2 micrograma e outra com 0,04 micrograma por microlitro. Depois de 24 horas, verificou-se que o extrato mais diluído provocou a morte das células e o menos diluído inibiu o crescimento dos tumores, bloqueando a divisão celular.

A partir dos resultados positivos, os pesquisadores decidiram partir para a segunda fase, realizando testes em ratas. Para tanto, foi feito um exame da musculatura da perna traseira das ratas, onde foram injetadas células cancerígenas. Em seguida, foi aplicado em algumas delas o extrato e, após 21 dias, observou-se que o volume de células tumorais era muito menor daquelas que não receberam o extrato.

Embora os resultados tenham sido positivos, a pesquisa ainda está em sua fase inicial. E os pesquisadores não sabem ao certo quais são os componentes do extrato com potencial de causar esses efeitos nas células tumorais, uma vez que podem ser encontradas na saliva do carrapato mais de 420 proteínas com funções diferentes.

Fonte: Jornal Unesp

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