Se no dia de hoje, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, o mês inteiro é dedicado à conscientização mundial de um mal que acomete muitas delas, a endometriose. Doença que já levou muitas mulheres a desistirem do sonho de engravidar. E descobrir a doença tardiamente compromete ainda mais o tratamento. E cerca de 15% das mulheres brasileiras sofrem da doença; muitas sequer sabem disso. Na maioria das vezes o diagnóstico acaba sendo tardio.
Estudos mundiais mostram que o tempo médio para diagnóstico da endometriose é
de sete anos, deixando clara a necessidade de métodos que facilitem o
diagnóstico precoce. O principal sintoma é a cólica menstrual severa, que tende
a se intensificar com o tempo, levando ao absenteísmo frequente e uso contínuo
de medicações analgésicas. Outros sintomas comuns são a infertilidade e dores
durante as relações sexuais. doença surge quando células do endométrio (camada que reveste o útero internamente) se implantam dentro da cavidade pélvica, próxima aos ovários. Quanto mais cedo é realizado o seu diagnóstico, menor o risco de lesões profundas, quando aumentam significantemente as taxas de infertilidade.
Agora uma pesquisa realizada no Setor de Endometriose e Algia Pélvica do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, abre caminhos para uma possibilidade da utilização de um exame ginecológico simples e barato – semelhante ao Papanicolau – para o diagnóstico precoce da doença, sem a necessidade de iniciar a investigação com procedimentos mais invasivos como a videolaparoscopia.
Agora uma pesquisa realizada no Setor de Endometriose e Algia Pélvica do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, abre caminhos para uma possibilidade da utilização de um exame ginecológico simples e barato – semelhante ao Papanicolau – para o diagnóstico precoce da doença, sem a necessidade de iniciar a investigação com procedimentos mais invasivos como a videolaparoscopia.
Os
pesquisadores consideraram no
estudo 252 genes citados na literatura médica como tendo relação com a origem
da endometriose. Desses, oito foram encontrados em quantidades elevadas no colo
uterino de mulheres com o problema quando comparados ao grupo controle de
mulheres saudáveis. Segundo afirma Eduardo Schor, coordenador do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp, esse é o primeiro estudo que documenta, por meio da
análise gênica de material coletado do colo uterino, obtido em um exame
ginecológico simples, alterações em genes que estão envolvidos na origem e
funcionamento da endometriose. Segundo ele, o método demonstrou ser uma promissora ferramenta
não invasiva no diagnóstico da doença, ajudando a reduzir o tempo entre o seu
estabelecimento e o início do tratamento, já que diversos genes apresentaram
expressão significativamente diferente entre os grupos estudados.
Ainda, de
acordo com Alexander Kopelman, ginecologista e autor da pesquisa, tema
de sua tese de doutorado na EPM/Unifesp, o método preenche pré-requisitos
necessários para que seja incorporado à prática clínica, pois possui fácil
coleta, é indolor e poderá ser utilizado com baixo custo por meio de sequências
gênicas específicas, relacionados aos genes identificados nessa pesquisa. E, ao contrário da análise do Papanicolau que, em até 8% dos casos, exige
interpretação de patologista experiente, a verificação da expressão gênica, por
meio da tecnologia de reação de polimerase em cadeia (PCR), que é amplamente
utilizada em diversos laboratórios de análises clínicas, o método possui
protocolo de execução com menor dependência do operador e possibilita ser
realizado em larga escala.
Grande parte das mulheres, e infelizmente dos médicos também, acreditam que a cólica menstrual faz parte do universo feminino. A mulher deve ficar atenta se a cólica é forte, impede ou dificulta as atividades habituais, não melhora com as medicações analgésicas ou anti-inflamatórias deve-se pensar em endometriose. Por vezes, o diagnóstico só é feito por meio da videolaparoscopia. Os métodos de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, também são utilizados, mas eles diagnosticam a doença em fases um pouco mais avançadas, quando o exame ginecológico também já é capaz de detectar.
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