segunda-feira, 9 de março de 2015

Ecstasy em duas versões: dois perigos para os jovens

Prazer, alegria e euforia são sensações que fazem parte da fisiologia humana. Mas os jovens parecem querer mais. Em busca de um aumento dessas sensações, o ecstasy tornou-se sucesso entre esse público, frequentador das baladas, principalmente na noite paulista. Porém o que muitos não sabem é que apenas 44,7% das drogas sintéticas apreendidas contem  o princípio ativo do ecstasy, a 3,4-metilenodioximetanfetamina, mais conhecida como MDMA, é o que concluiu estudo da Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo. O trabalho, que fi realizado pelo perito criminal José Luiz da Costa, do Núcleo de Toxicologia Forense da Superintendência, em parceria com o bioquímico Rodrigo Resende, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, e poderá ser usado para ajudar os serviços de saúde a realizar o tratamento correto em pessoas que vão parar nos hospitais por causa do uso desse tipo de droga. O usuário informa ao médico ter consumido ecstasy, quando na verdade tomou outra droga sem saber, um ecstasy falso.Isso potencializa o perigo, porque os sistemas de saúde podem administrar o tratamento inadequado. Daí a importância dos resultados verificados no levantamento que o perito realizou.

Para chegar a essa conclusão, foram analisadas amostras provenientes de 150 diferentes apreensões realizadas pela polícia, nas regiões da Grande São Paulo, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto, Bauru e Presidente Prudente, entre agosto de 2011 e julho de 2012. Entre as 20 substâncias detectadas pelo estudo, a segunda mais comum, depois da MDMA, foi a metanfetamina, presente em 22% das amostras analisadas. Da mesma classe da anfetamina, mas mais potente e de efeito prolongado, ela causa dependência e quadro muito semelhante ao da cocaína.

Os resultados do trabalho levaram os pesquisadores a pensar no desenvolvimento de um kit diagnóstico para detectar as drogas usadas pelos usuários. Um problema está justamente na estratégia dos traficantes. Quando o kit para uma determinada substância ficasse pronto, ela já teria sido trocada por outra. Porém poderia ser usado para drogas clássicas como cocaína, maconha e os derivados de ambas, além do próprio MDMA e derivações.

MDMA foi desenvolvida pelo químico alemão Anton Köllisch (1888-1916) para a indústria farmacêutica Merck, que a patenteou em 24 de dezembro de 1912. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário