quinta-feira, 19 de maio de 2016

QUINTA FEMININA: Maria Lacerda de Moura e a luta em prol das mulheres

Maria Lacerda ousou, lutou, escreveu e subverteu por
acreditar numa verdadeira emancipação feminina
                Uma anarquista brasileira que se notabilizou por seus escritos feministas. Maria Lacerda de Moura formou-se na Escola Normal de Barbacena, onde trabalhou como educadora. Casou-se aos 17 anos, mas com 27 anos começou a recusar a identidade doméstica e estudar diversos assuntos, até se encontrar numa posição de feminista radical, mas seu feminismo focava-se mais na condição, da mulher operária.       

Ela nasceu em 16 de maio de 1887. Foi escritora, militante, jornalista, conferencista e educadora, considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Em 1920, a mineira Maria Lacerda de Moura fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher.


         Após mudar-se para São Paulo, em 1921, se tornou colaborada da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O Combate. Ainda assim, recusou convites para ingressar no recém-formado Partido Comunista do Brasil. Entre 1928 e 1937, viveu numa comunidade agrícola localizada na cidade paulista de Guararema, formada principalmente por anarquistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial. O conceito da comunidade defendia uma vida livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais.

       O estilo de vida alternativo foi interrompido quando a repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a comunidade a se desfazer, levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Mayrink Veiga, lendo horóscopos.

       Maria Lacerda é considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil, e uma das poucas que observaram a condição feminina dentro da perspectiva da luta de classes. A Liga pela Emancipação Feminina tinha o objetivo de defender instrução feminina como forma de emancipação. E uma das formas visualizadas por ela de emancipar a mulher era a proposta de inserção  da matéria "História da Mulher" nos currículos escolares. Entre seus temas preferidos, escreveu sobre a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, assuntos considerado tabu à época.

      No livro Religião do Amor e da Beleza, Maria Lacerda defende o amor livre, onde as mulheres não fossem compelidas aos braços dos homens, nem estivessem atadas a preconceito religiosos de qualquer natureza. Maria Lacerda morreu no dia 20 de março de 1945.
     

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