segunda-feira, 2 de maio de 2016

Maioria dos gestores contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir Lei de Cotas

A empresa que contrata cumpre a lei, mas
as pessoas com deficiência não são aceitas
internamente pelas pessoas
      Na condição de empresário, você contrataria uma pessoa com deficiência pela capacidade que ela teria para desempenhar uma função profissional ou apenas para cumprir uma lei que determina uma porcentagem para contratação de pessoas nestas condições? Se respondeu que sim para a segunda opção, você iria fazer parte da maioria dos gestores que ainda têm resistência em contratar pessoas com algum tipo de deficiência. E quando o fazem é apenas para cumprir a Lei de Cotas. Segundo pesquisa feita com profissionais de Recursos Humanos, apenas 33% dos gestores contratam o candidato se ele estiver dentro do perfil da vaga.

       A diretora da Diversidade da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil), Georgete Lemos, disse que a pesquisa deixa em evidência valores muitas vezes enraizados de não reconhecer a capacidade das pessoas com deficiência. Para ela, o RH tem que ajudar as empresas a realinhar suas ações aos valores que estão sendo adotados pela sociedade. Embora existe a Lei de Cotas e até uma boa intenção por parte dos gestores, falta a atitude compatível. E essa equação pode se resolvida com a incorporação de valores na organização como um todo, começando pelos gestores e se estendendo à totalidade do corpo de funcionários.

       A pesquisa Expectativas e Percepções sobre a Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho foi feita em 2015 por uma consultoria com foco no mercado de trabalho, em parceria com a Catho e com o apoio da ABRH.

Lei de Cotas

      A Lei de Cotas prevê que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2 a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência. De acordo com Georgete, 86% das empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a lei; 2% das que contratam porque valorizam a diversidade; 3% porque acreditam no potencial destas pessoas e 9% demonstram interesse no perfil do candidato.

      Além disso, a maioria dos profissionais de RH afirmam que as pessoas contratadas acabam sofrendo preconceito no próprio ambiente de trabalho, seja por parte dos colegas, gestores ou clientes.

      Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existem no Brasil 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa  23,92% da população brasileira.

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