Viva a liberdade. Uma simples expressão que já foi motivo de prisão. Foi em 1960, ano em que dois estudantes portugueses foram condenados a sete anos de prisão por darem um viva a liberdade numa esplanada no centro de Lisboa durante o regime de Salazar. Foi então que o advogado britânico Peter Benenson apelou aos países que libertassem pessoas detidas por motivos de consciência, incluindo convicções políticas e religiosas, preconceitos raciais ou linguísticos. O movimento foi formalmente lançado com a publicação, em 28 de maio de 1961, no jornal The Observer, do artigoThe forgotten Prisioners, denunciando vários casos mundiais. Foi então fundada a Anistia Internacional, uma organização que defende os direitos humanos.
A Anistia Internacional averigua denúncias de prisões políticas, torturas ou execuções. Para isso, o Secretariado Internacional, através de seu Departamento de Investigação, recolhe toda a informação possível relacionada com os casos suspeitos e, se necessário, envia missões de investigação, ou para a observação de julgamentos.
Mas o movimento obriga-se à imparcialidade das suas tomadas de decisão e, para isso, impõe às suas estruturas operacionais, suas células de base, que não recebam nem tratem casos relacionais com o próprio país. As únicas exceções são o trabalho de divulgação ativa dos direitos humanos, a luta contra a pena de morte ou a proteção dos refugiados objeto de perseguição política nos seus países de origem.
A Organização atua em mais de 150 países e possui mais de 2,2 milhões de membros e ativistas. Diferentemente de outras ONGs, a Anistia Internacional não aceita nenhum tipo de doação oriunda de instituições públicas. Atua através de ajudas financeiras de seus próprios membros e simpatizantes, além de campanhas para arrecadação de verbas. Esta posição garante à Organização autonomia na realização de investigações, de forma totalmente independente e sem nenhuma imposição estatal.
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