terça-feira, 24 de maio de 2016

Bagaço da cana-de-açúcar pode ser alternativa de combate às larvas do Aedes

Apesar da grande produção de cana-de-açúcar, 70% do bagaço é
aproveitado na geração de energia, o restante se perde
       O que pode ser a solução para um possível combate ao mosquito Aedes aegypti é diariamente descartado, principalmente ao final das feiras livres. O bagaço da cana-de-açúcar é a matéria-prima de um biolarvicida capaz de eliminar as larvas do mosquito em até 24 horas, ao dificultar sua respiração e desestruturar seu exoesqueleto. Desenvolvido por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, o produto é um biossurfactante, um tipo de detergente de origem natural, que não agride o meio-ambiente e apresenta baixa toxicidade para seres humanos.

     O Aedes aegypti pousa na superfície da água para colocar seus ovos. Em poucos dias, eles dão origem às larvas, que depois de desenvolvidas se tornam insetos adultos. Nos experimentos realizados durante a pesquisa, as larvas foram destruídas em até 24 horas. O que ocorre é que a estrutura química do composto, com regiões polares e apolares, altera a tensão superficial dos líquidos, diminuindo a "elasticidade" da membrana líquida e fazendo com que qualquer coisas localizada na superfície aquosa tenda a afundar, fenômeno chamado de redução de tensoatividade", explica o professor Sílvio Silvério

      Agora, após o depósito da patente do composto, os pesquisadores buscam apoio para realizar novos testes e viabilizar a produção industrial do biolarvicida. "Agora que foi comprovada a eficiência do composto, será preciso apoio para a realização de novos, visando o lançamento de um produto que possa ser feito em escala industrial.

      O Departamento de Biotecnologia tem da Escola de Engenharia tem uma tradição em trabalhar com aproveitamento de resíduos. E no Brasil, há uma grande produção de cana-de-açúcar, e apesar de 70% do bagaço ser aproveitado na geração de energia, o restante ainda não tem nenhum aproveitamento mais nobre pela indústrias.

Fonte: USP

Nenhum comentário:

Postar um comentário