No conjunto de escritos de e sobre o escritor Lima Barreto, este livro ocupa desde já um lugar de destaque. Empregando o procedimento do corte e da montagem, o historiador da literatura Antonio Arnoni Prado, profundo conhecedor de sua obra, recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornal que iluminam de maneira inédita a formação de sensibilidade e da consciência crítica do autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma. O autor propõe uma sequência de textos que, sem perder a referência ao quadro de origem - sempre elucidado com precisão pelo organizador.
Empregando os procedimentos do corte e da montagem, Lima Barreto - Uma Autobiografia Literária recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornais nos quais ressoa a voz do autor marginalizado, aqui organizada em capítulos como Autorretrato, O narrador, Sobre arte e literatura, entre outros. Na articulação entre os textos (sobretudo na passagem do registro biográfico para a construção ficcional) se fazem presentes, ora na contraluz, ora claramente indicadas, as configurações históricas, culturais e sociais contra as quais o autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma se bateu por toda uma vida. Do cruzamento de todos esses planos emerge o retrato renovado de um intelectual libertário e combatente, de atualidade impressionante.
O jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881 e morreu em 1 de novembro de 1922. Foi um dos mais importantes escritores brasileiros. Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado por escritores contemporâneos por seu estilo despojado e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas.
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