sexta-feira, 6 de maio de 2016

LER&SER: O Melhor de Mario Quintana - Armindo Trevisan,Dulce Helfer e Tabajara Ruas

      Esta obra é uma grande homenagem ao poeta gaúcho, nascido em 30 de julho de 1906 e falecido em 5 de maio de 1994. Armindo Trevisan e Tabajara Ruas analisam a vida e a obra do poeta, e comentam as fotos de Dulce Helfer que, mais do que fotógrafa, era amiga de Quintana e acompanhou momentos de sua vida e de sua intimidade com as lentes de fotógrafa. 

      Trevisan, em um comentário de uma fotografia, escreve uma carta endereçada à Quintana, que começa assim: Caro Poeta... Dulce Helfer realizou tua foto com engenho  e arte. Fez de ti uma foto felina. Felina? De Fellini, e também, de felino... Armindo Trevisan e Dulce Helfer selecionaram textos e poemas de Quintana para ilustrar a rica produção do poeta. 

       No capítulo Mario, a cidade, seus personagens e amigos, os autores reuniram depoimentos de Érico Veríssimo, Paulo Mendes Campos, Marcelo Coelho e Luiz Fernando Veríssimo, e fotografias antigas de Quintana ao lado de Manuela Bandeira, Carlos Drummon de Andrade e da sobrinha Elena. O livro ainda contempla a vida e a obra do poeta, e uma bibliografia detalhada.

         O poeta, jornalista e tradutor Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Viveu boa parte de sua vida em hotéis. Em um destes, foi despejado por falta de pagamento, depois que o jornal Corrio do Povo, para o qual trabalhava, encerrou as atividades. Foi morar no quarto do hotel Royal, cedido pelo dono do local, o ex-jogador Paulo Roberto Falcão. A amiga Dulce achou o espaço pequeno, e na ocasião, ele respondeu: Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas. Foi a própria Dulce que tempos depois conseguiu um apartamento em um apart-hotel no centro da cidade, onde o poeta viveu até a sua morte. Ao conhecer o local, ele se encantou, dizendo: Tem até cozinha. 

       Em 1982, o Hotel Majestic, considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre e uma das moradias de Quintana, foi tombado. Em 1983, atendido a pedidos dos fãs do poeta, o governo local adquiriu o espaço e o transformou em centro cultural, batizado de Casa de Cultura Mario Quintana, com destaque para a reconstrução do quarto em que o poeta morou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário