Muitas mortes poderiam ser evitadas se não houvessem negligências nos atendimentos. A hemorragia, uma das principais causas da mortalidade materna é prevenível |
De acordo com a professora Janine Schirmer, diretora da Escola Paulista de Enfermagem, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, que estuda o tema da saúde da mulher há quase 30 anos, existem duas causas de mortalidade materna: as diretas, que estão relacionadas às doenças próprias do período reprodutivo, e as indiretas, que são doenças que a mulher já possui e que, ao engravidar, sofrem complicações, levando-a à morte, tais como diabetes, nefropatias, cardiopatias.
Por aqui, as principais causas desse tipo de morte são e sempre foram hemorragias, hipertensão, infecção e aborto feito de forma insegura. Janine explica que a hemorragia é algo absolutamente prevenível. "Não podemos imaginar que, numa estrutura de saúde que temos, uma mulher ainda possa morrer dessa forma, pois nenhum profissional percebeu os sinais ou a cuidou adequadamente".
Um outro dado assustador revela que o número alto de cesáreas praticadas no país também é responsável pela mortalidade materna. Mais de 90% dos partos das maternidades privadas são cesáreas e 60% nas maternidades públicas. Este tipo de parto aumenta em cinco vezes a possibilidade de se ter uma infecção, comparado ao parto normal.
Apesar de ainda ser um número alto, o Brasil conseguiu reduzir as mortes em 55%. Na década de 1990, 140 mulheres morriam a cada 100 mil nascidos vivos. Hoje morrem 62. Em países desenvolvidos, esse número fica entre cinco e oito mortes por 100 mil nascidos vivos. E como 99% das mulheres dão à luz dentro dos hospitais no Brasil, só mostra o quanto é preciso investir na qualificação dos serviços.
O dia 28 de maio é tido como o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna
Fonte: Unifesp
Foto: Blog da Grávida
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