terça-feira, 31 de maio de 2016

Região da USP é a área mais poluída por ozônio da região metropolitana

Dentre as 21 estações medidas pela Cetesb, reigão
da Cidade Universitária é a mais poluída pelo
ozônio
      Pelo segundo ano consecutivo, a Cidade Universitária liderou o ranking de a área mais afetada da região metropolitana, tornando-se a parte mais poluída pelo ozônio dentre as 21 áreas de monitoramento pela Cetesb, apesar de ser muito arborizada. Isso não significa que se a medição for feita considerando um outro poluente, como o monóxido de carbono, a área ocupará  a mesma posição.

       Mesmo não sofrendo com o trânsito pesado no seu interior, o campus da Universidade de São Paulo no Butantã sofre com o trânsito do seu entorno, especialmente com a Marginal de Pinheiros e as rodovias que chegam a São Paulo pela zona oeste da cidade, como a Raposo Tavares, a Castelo Branco, a Anhanguera e a Bandeirantes.

      A reação química provocada pelos gases emitidos pelos caminhões e automóveis e a luz solar é a responsável pela produção do ozônio, poluente que teve concentração acima do padrão seguro - de 140 microgramas por metro cúbico em oito horas - em 26 dias na Cidade Universitária em 2015.

       De acordo com a professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, Maria de Fátima Andrade, o ozônio é um poluente secundário, ele se forma na atmosfera. Para o ser humano, o poluente pode causar irritação nas vias áreas e nos olhos, e quando se pratica exercícios em horários de maior irradiação solar, os efeitos do ozônio são mais acentuados

Fonte: Rádio USP

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quando o uso excessivo de certas palavras gera outro significado

      Quitute brasileiro. Termo pejorativo dado aos policiais militares. Rótulo para aqueles que têm uma ideologia política de extrema direita. A palavra "coxinha" é apenas mais uma dentre tantas que, por causa de seu uso excessivo, perdem o sentido. É o mesmo o que ocorre com palavras como "kafkiano", "ontológico", e "literalmente". Todas elas são acusadas de um uso impreciso. Por exemplo, a palavra "kafkiano" corresponde àquilo que remete aos livros do escritor Franz Kafka. É válida geralmente para situações de qualidade labiríntica, surreais, opressivas pelo aspecto de pesadelo. Mas, sua derivação do nome do autor passa por uma redução interpretativa, uma vez que seus livros e estilo têm diversas outras características. Uma delas é o humor, não contemplado pelo sentido usual da palavra "kafkiano".

      Segundo o professor e linguista Henrique Braga vários aspectos podem ser considerados fatores desse processo, sendo o aumento da frequência de uso de determinadas palavras um deles. Com isso, muitas vezes, o valor semântico  se torna mais abstrato e abrangente. Como exemplo, o professor cita o uso da palavra "literalmente", em que muitas vezes não significa "ao pé da letra". "Vi uma manchete que dizia 'o gol do Botafogo literalmente caiu do céu'. Não era um lance em que o jogador chutou a bola para o alto e marcou o gol. No contexto, 'literalmente' ganhou sentido de ênfase, de que o gol indiscutivelmente veio a calhar".

Debate político

        Termos usados para identificar grupos tendem a se tornar mais abstratos. O projeto de lei de Eduardo Bolsonaro, propondo a criminalização do comunismo no Brasil, corrobora no sentido de igualar qualquer menção aos direitos humanos a um discurso "supostamente comunista". E a frequência de uso do termo acaba causando a simplificação. Além desta, palavras como petista e coxinha estão passando por reanálise. A primeira relação entre coxinha e conservadorismo tinha a ver com um modo pejorativo de tratar policiais. As pessoas da periferia, principalmente, tinham esse contato com o policial que parava no bar para comer coxinha e, para depreciar sua autoridade, ele passou a ser chamado de coxinha. E como o posicionamento conservador valida, de modo geral, ações truculentas da polícia, o apoiador do coxinha também passou a ser chamado de coxinha. A origem se perdeu e um novo processo de mudança já identifica a palavra a pessoas da classe média e média alta em geral.

        As palavras assumem significados para além do dicionário. E os significados podem se tornar mais genéricos, se ampliar, se somar e se sobrepor. Usados com frequência, estes termos podem se banalizar no debate político das redes sociais.

Fonte: Nexo Jornal

domingo, 29 de maio de 2016

Segunda etapa de columbofilia acontece em Araraquara


Os pombos-correio retornam ao seu
pombal. Não cumprem a função de ser
leva e traz. O pombo-correio apenas traz.
        A segunda etapa do Campeonato Paulista de Columbofilia irá acontecer no próximo dia 31, quando cerca de 4 mil pombos-correio serão soltos na cidade de Araraquara. A primeira etapa ocorreu no mês passado na cidade de Rio Claro.

         Os pombos serão soltos em Rio Claro e deverão voltar para o pombal de suas cidades. Cada ave tem uma anilha com número. Através de relógios específicos, quando elas chegam ao pombal, há um fiscal que faz o registro do horário em que o pombo retornou. A competição leva de uma hora e meia a duas horas. A velocidade média dos pombos é de 70 km/h. Cerca de 90% dos pombos retornam, os que não voltam são atacados por gaviões no trajeto.

      O controle de corrida desses pombos ocorre previamente quando recebe um anel (anilha) oficial de controle de chegada. Esses pombos, ao chegar aos diversos pombais de cada columbófilo (criador), é registrado num relógios especial e notificado seu tempo. Posteriormente, é calculado através de sua coordenada de solta até sua coordenada de chegada, sua velocidade média onde finalmente o pombo mais rápido recebe sua classificação. No decorrer da temporada, ocorrem provas de velocidade, meio-fundo e fundo.

      Columbofilia, columbismo ou columbicultura, é a prática da criação, seleção e cultivo de pombos-correio para competição. Como modalidade desportiva está relacionada a corrida entre pombos-correio. Os criadores, ou columbófilos, potencializam capacidades físicas e de orientação, para participação de campeonatos. Eles desenvolvem velocidades máximas entre 87 km/h e 102 km/h, em distâncias que podem chegar a pouco mais de 1.200 quilômetros.

      No Brasil, competições são realizadas anualmente de maio a outubro. A inserção do pombo-correio no Brasil começou pelo Exército Brasileiro para fins de "Comunicações". A população estimada de pombos-correio no Brasil gira em torno de 1 milhão. Portugal tem o desporto da columbofilia como o segundo mais popular daquele país, contemplando com 4.500.000 pombos para fins desportivos. Por lá, as competições ocorrem anualmente de março a junho. Bélgica, Holanda e Alemanha são fortes concorrentes em grandes campeonatos mundiais.

Características

      O atual pombo-correio é o fruto de cruzamentos de algumas raças belgas e inglesas, efetuadas na segunda metade do século 19. Esse padrão de pombo foi continuamente selecionado a fim de apurar duas características principais: a capacidade de orientação e um morfótipo atlético. São capazes de percorrer num só dia claro, distâncias de 700 km a 1.000 km, a velocidades médias superiores a 90 km por hora.

Cher Ami foi o único animal condecorado na Primeira Guerra.
Ele foi o responsável por entregar doze mensagens de vital
importância ao quartel general norte-americano na França e
salvar a vida de cerca de 200 homens
        A plumagem nos pombos-correio cumprem vários fins: formam um capa termo-isoladora, organizam as superfícies impulsoras da asa e dão ao corpo a forma aerodinâmica característica. Eles se orientam pelo campo magnético da Terra, e não ao seu olfato. De acordo com o recente estudo, estas aves possuem uma magnetita no bico que permite a eles ter uma percepção magnética dos percursos e cobrir grandes distâncias sem se perderem. Alguns especialistas discordam dessa teoria, pois alegam que as aves são orientadas por certos odores presentes na atmosfera.

Pombos de rua

       Os pombos de rua e os pombos-correio pertencem ao mesmo grupo familiar. Mas os pombos-correio são maiores e possuem uma carúncula mais acentuada na base do bico. Além do que a forma de tratamento é o que difere entre si. O treinamento começa logo quando a ave começa a voar, por volta dos 30 dias de vida. A partir dos três meses, já se pode afastá-lo uns 30 km de sua casa que ele saberá voltar. Os pombos-correio são registrados e rastreados por uma unidade federativa, e por consequência por clubes afiliados. Os pombos de rua possuem uma reprodução descontrolada, vivem predominantemente próximos a pontos onde sobrevivem pela facilidade de acesso à alimentação, e não possuem responsáveis nominados.

       Fisicamente, visualiza-se uma grotesca diferença morfológica. Os atletas possuem e devem ter uma plumagem perfeita e limpa e uma estrutura muscular imponente, construídas por treinos e uma dieta diferenciada a cada estágio e categoria desportiva.

Fonte: Federação Paulista de Columbofilia
          Wikipedia
Fotos: Pet Brazil

sábado, 28 de maio de 2016

Os 55 anos da fundação da Anistia Internacional

      Viva a liberdade. Uma simples expressão que já foi motivo de prisão. Foi em 1960, ano em que dois estudantes portugueses foram condenados a sete anos de prisão por darem um viva a liberdade numa esplanada no centro de Lisboa durante o regime de Salazar. Foi então que o advogado britânico Peter Benenson apelou aos países que libertassem pessoas detidas por motivos de consciência, incluindo convicções políticas e religiosas, preconceitos raciais ou linguísticos. O movimento foi formalmente lançado com a publicação, em 28 de maio de 1961, no jornal The Observer, do artigoThe forgotten Prisioners, denunciando vários casos mundiais. Foi então fundada a Anistia Internacional, uma organização que defende os direitos humanos.

      A Anistia Internacional averigua denúncias de prisões políticas, torturas ou execuções. Para isso, o Secretariado Internacional, através de seu Departamento de Investigação, recolhe toda a informação possível relacionada com os casos suspeitos e, se necessário, envia missões de investigação,  ou para a observação de julgamentos.

      Mas o movimento obriga-se à imparcialidade das suas tomadas de decisão e, para isso, impõe às suas estruturas operacionais, suas células de base, que não recebam nem tratem  casos relacionais com o próprio país. As únicas exceções são o trabalho de divulgação ativa dos direitos humanos, a luta contra a pena de morte ou a proteção dos refugiados objeto de perseguição política nos seus países de origem.

       A Organização atua em mais de 150 países e possui mais de 2,2 milhões de membros e ativistas. Diferentemente de outras ONGs, a Anistia Internacional não aceita nenhum tipo de doação oriunda de instituições públicas. Atua através de ajudas financeiras de seus próprios membros e simpatizantes, além de campanhas para arrecadação de verbas. Esta posição garante à Organização autonomia na realização de investigações, de forma totalmente independente e sem nenhuma imposição estatal.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

LER&SER: O Livro Secreto de Dante - Francesco Fioretti

     Dante realmente morreu em Ravena, por causa da malária, como todos pensam, ou alguém teria motivos para desejar sua morte, em, com ela, o desaparecimento de um segreedo? Atormentados por essa dúvida, a filha do poeta, Irmã Beatrice, um ex-templário chamado Bernard e um médico, Giovanni de Lucca, iniciam uma dupla investigaçãi para esclarecer o que havia acontecido. Tentam, com dificuldade, decifrar uma mensagem codificada deixada por Dante em nove folhas de pergaminho e, ao mesmo tempo, começam a seguir as pistas de seus prováveis assassinos, descobrindo que muitas pessoas nutriam ua profunda antipatia pelo poeta.

      Não será nada fácil encontrar a chave do segredo escondido em A Divina Comédia e descobrir quem teria interesse em impedir o poeta de terminar sua obra. E por que Dante teria decidido escondere com tanto cuidados os últimos treze cantos do Paraíso? Teoremas requintados, intrigas complicadas e verdades a serem descobertas se escondem entre os versos das três partes do poema, como a identidade de Veltro, o anúncio da chegada de um misterioso vingador... No pano de fundo histórico da crise política e econômica do século 17, O Livro Secreto de Dante entrelaça fatos reais e personagens de ficção, tecendo tramas cheias de mistério e dúvidas intrigantes.

      

quinta-feira, 26 de maio de 2016

QUINTA FEMININA: Amélia Rodrigues e o despertar da consciência para os problemas brasileiros

Educadora ou poetisa, a
personalidade de Amélia visava
contudo a educação
       Nascida no dia 26 de maio de 1861, a baiana Amélia Rodrigues foi uma educadora, escritora, teatróloga e poetisa brasileira. Começou a escrever poesias aos 12 anos de idade. Como professora, lecionou nos municípios de Arraial da Lapa, posteriormente em Santo Antônio da Purificação e depois para Salvador. Lá, um de seus alunos, em 1905, foi selecionado para lecionar inglês pelo sistema do filósofo Spencer. Amélia Rodrigues não só o ajudou a compreender o pensamento daquele filósofo, como complementou o seu aprendizado.

      Aposentada, não abdicou de seu ideal de ensinar. Retornou ao Magistério de forma ainda mais marcante. Fundou o Instituto Maternal Maria Auxiliadora, que mais tarde transformou-se na Ação dos Expostos.

      Dedicou-se ao jornalismo como colaboradora de publicações religiosas. Escreveu algumas peças teatrais, entre as quais Fausta e a Natividade. É autora dos poemas Religiosa Clarisse e Bem me queres. Além de mostrar claramente sua ideologia abolicionista, produziu ainda obras didáticas, literatura infantil e romances. Usou do conto e do romance, da dramaturgia, da tradução, do apostolado, para mais e melhor ser mestra. Nasceu para lutar, onde houvesse luta, paladina do ideal pelas melhorias humanas. Humanista por índole, por educação, por ante-visionismo político, no seu tempo, sob o puro liberalismo político, a educadora foi aberta ao problema social e usou da poesia para alertar a todos sobre o destino triste da criança sem escola e sem amparo da sociedade. Assim em Réu de Amanhã.

      O dia inteiro pelas ruas anda
      Enxovalhado, roto, indiferente, mãos nos bolsos,
      Olhar impertinente,
      Um machucado chapeuzinho à banda,

      Cigarro à boca, modos de quem manda,
      Um dandy da miséria
      Alegremente  a procurar ocasiões somente
      Em que as tendências bélicas expanda.

      E tem doze só!...flor do monturo,
      Que lhe arranca o veneno ao seio impuro
      E os tentáculos do mal, que entorno avança?!

      Quem vai fazer-lhe  a peregrina esmola
      De atirá-lo à oficina, ao templo, à escola,
      Mudando essa ameaça numa esperança?!...

      Amélia tem nos seus livros, em prosa ou em verso, a nota quente do patriotismo. Nos tempos da Abolição defendeu os escravos. A figura da educadora é notável pela sua participação cívica. Conferencista, é muio vasto seu discurso público em favor de uma nacionalidade fruto da democracia e da liberdade, ou em prol dos menos favorecidos materialmente, ou ainda, com o devotamento de um cristã que além de qualquer doutrina, punha em prática os ideais do humanismo. Amélia Rodrigues morreu no dia 22 de agosto de 1926, aos 65 anos de idade

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Mortalidade materna faz mil vítimas por ano no Brasil

Muitas mortes poderiam ser evitadas se não houvessem
negligências nos atendimentos.  A hemorragia, uma das
principais causas da mortalidade materna é prevenível
      Sem levar em conta as causas acidentais ou incidentais, a cada dois minutos uma mulher morre no mundo por complicações relacionadas à gravidez. No Brasil, por ano, cerca de mil mulheres são vítimas fatais deste tipo de situação. 

      De acordo com a professora Janine Schirmer, diretora da Escola Paulista de Enfermagem, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, que estuda o tema da saúde da mulher há quase 30 anos, existem duas causas de mortalidade materna: as diretas, que estão relacionadas às doenças próprias do período reprodutivo, e as indiretas, que são doenças que a mulher já possui e que, ao engravidar, sofrem complicações, levando-a à morte, tais como diabetes, nefropatias, cardiopatias.

      Por aqui, as principais causas desse tipo de morte são e sempre foram hemorragias, hipertensão, infecção e aborto feito de forma insegura. Janine explica que a hemorragia é algo absolutamente prevenível. "Não podemos imaginar que, numa estrutura de saúde que temos, uma mulher ainda possa morrer dessa forma, pois nenhum profissional percebeu os sinais ou a cuidou adequadamente". 

      Um outro dado assustador revela que o número alto de cesáreas praticadas no país também é responsável pela mortalidade materna. Mais de 90% dos partos das maternidades privadas são cesáreas e 60% nas maternidades públicas. Este tipo de parto aumenta em cinco vezes a possibilidade de se ter uma infecção, comparado ao parto normal.

       Apesar de ainda ser um número alto, o Brasil conseguiu reduzir as mortes em 55%. Na década de 1990, 140 mulheres morriam a cada 100 mil nascidos vivos. Hoje morrem 62. Em países desenvolvidos, esse número fica entre cinco e oito mortes por 100 mil nascidos vivos. E como 99% das mulheres dão à luz dentro dos hospitais no Brasil, só mostra o quanto é preciso investir na qualificação dos serviços. 

      O dia 28 de maio é tido como o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna

Fonte: Unifesp
Foto: Blog da Grávida

terça-feira, 24 de maio de 2016

Bagaço da cana-de-açúcar pode ser alternativa de combate às larvas do Aedes

Apesar da grande produção de cana-de-açúcar, 70% do bagaço é
aproveitado na geração de energia, o restante se perde
       O que pode ser a solução para um possível combate ao mosquito Aedes aegypti é diariamente descartado, principalmente ao final das feiras livres. O bagaço da cana-de-açúcar é a matéria-prima de um biolarvicida capaz de eliminar as larvas do mosquito em até 24 horas, ao dificultar sua respiração e desestruturar seu exoesqueleto. Desenvolvido por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, o produto é um biossurfactante, um tipo de detergente de origem natural, que não agride o meio-ambiente e apresenta baixa toxicidade para seres humanos.

     O Aedes aegypti pousa na superfície da água para colocar seus ovos. Em poucos dias, eles dão origem às larvas, que depois de desenvolvidas se tornam insetos adultos. Nos experimentos realizados durante a pesquisa, as larvas foram destruídas em até 24 horas. O que ocorre é que a estrutura química do composto, com regiões polares e apolares, altera a tensão superficial dos líquidos, diminuindo a "elasticidade" da membrana líquida e fazendo com que qualquer coisas localizada na superfície aquosa tenda a afundar, fenômeno chamado de redução de tensoatividade", explica o professor Sílvio Silvério

      Agora, após o depósito da patente do composto, os pesquisadores buscam apoio para realizar novos testes e viabilizar a produção industrial do biolarvicida. "Agora que foi comprovada a eficiência do composto, será preciso apoio para a realização de novos, visando o lançamento de um produto que possa ser feito em escala industrial.

      O Departamento de Biotecnologia tem da Escola de Engenharia tem uma tradição em trabalhar com aproveitamento de resíduos. E no Brasil, há uma grande produção de cana-de-açúcar, e apesar de 70% do bagaço ser aproveitado na geração de energia, o restante ainda não tem nenhum aproveitamento mais nobre pela indústrias.

Fonte: USP

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Não tomar sol é tão prejudicial quanto fumar

Deixar de tomar sol é um hábito tão nocivo à saúde
quanto fumar ou estar acima do peso
      Pesquisa realizada com 30 mil mulheres por cerca de 20 anos aponta que pessoas que não fumam, mas também não tomam sol têm a mesma expectativa de vida de pessoas que fumam.

      O estudo, publicado na revista científica Journal of Internal Medicine, indica que evitar o sol é um fator de risco de morte da mesma magnitude que fumar. E quando comparado a alguém que se expõe mais ao sol, a expectativa de vida de quem não toma muito sol pode diminuir até 2 anos e 1 mês.

      Os pesquisadores do Hospital Universitário de Karolinka, na Suécia, responsáveis pelo estudo notaram que mulheres que tomam mais sol têm menos risco de problemas cardiovasculares e doenças crônicas como diabetes e esclerose múltipla do que aquelas que evitam o sol.

      Por outro lado, o estudo mostrou que houve um aumento na incidência de câncer de pele entre quem se expunha mais ao sol. No entanto, a estas pessoas, o câncer de pele tinha um prognóstico melhor do que àquelas que tomavam  menos sol.

      O autor do estudo, o médico Pelle Lindqvist, afirma que a mulher não deve se expor nem demais e nem de menos ao sol. O hábito errado de evitar se expor ao sol entra para a lista das ações que causam danos a nossa saúde. Além deste hábito, fumar, ser sedentário e estar acima do peso podem trazer graves consequências à saúde.

Fonte: Portal do Coração

domingo, 22 de maio de 2016

Molusco de 2mm é encontrado na Bacia de Campos

       Trata-se do Grippina coronata, um molusco bivalve - tem um concha dividida em duas partes - coletado na Bacia de Campos pela Petrobrás e encaminhado à Universidade de Campinas. O G. coronata pertence à família Spheniopsidae, que ainda não havia sido registrada para o Brasil. Segundo o professor Flavio Dias Passos, do Departamento de Biologia Animal do IB-Unicamp, algumas espécies dessa família já tinham sido descritas para a Nova Zelândia, oeste da África, América do Norte e Pacífico, mas até então, na América do Sul, não.

       Através da pesquisa, descobriu-se que a espécie é carnívora, algo não tão comum para os bivalves. Tem um grupo grande de bivalves que é carnívoro, só que até então os pesquisadores não sabiam  que os Spheniopsidae se enquadravam nesse grupo. E o que surpreende é que eles são muito pequenos, e ainda assim, carnívoros.

       Esses animais vivem enterrados, em substratos que podem ser areia ou lodo no fundo do mar e provavelmente se alimentam de larvas de outros crustáceos, ou de animais ainda menores, com tamanho de frações de milímetro.

Estudo

       Para analisar o molusco muito pequeno foi preciso fazer uso de técnicas invasivas para eliminar a concha. E expor a parte interna traz o risco de danificar seriamente o animal, que é extremamente delicado. "A gente geralmente não disseca, porque como o animal é muito pequeno, seria problemático, poderia causar alguma lesão na parte interna. Então, põe-se numa solução levemente ácida que descalcifica a concha, deixando a parte mole exposta", explica o pesquisador Fabrizio Marcondes Machado. Para o futuro, a ambição é conseguir estudar esses animais minúsculos ainda vivos. Através do estudo, foi possível descobrir que, como esses animais não têm dentes, a presa entra viva, cai no esôfago e no estômago. E o estômago é modificado nos bivalves carnívoros. Além de produzir enzimas muito potentes para a digestão, ele tem um revestimento protetor de quitina, para que a presa, ao se debater, não acabe rompendo o órgão. O diferencial do estudo foi observar a parte mole, porque a concha dos moluscos é a parte mais conhecida. Todo mundo gosta e coleciona.

Fonte: Unicamp 

sábado, 21 de maio de 2016

Homossexualidade: entender para não discriminar

A luta deve ser contra a homofobia, não
 com a homossexualidade
       Há vinte seis anos que a Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Foi no dia 17 de maio de 1990 e por causa desse ato que a data foi escolhida como o Dia Internacional de Combate à Homofobia.

       Em seu cotidiano profissional, o papel dos psicólogos é acolher e tratar o sofrimento de quem procura ajuda em razão de problemas enfrentados devido à sua orientação sexual. Esse sofrimento quase sempre tem como motivo a pressão social para se encaixar em um padrão considerado "normal". Uma pessoa que não convive com gays e lésbicas pode ter dificuldades para entender o que é "orientação sexual", bem diferente de "opção sexual", afinal já é cientificamente comprovado que a homossexualidade não é uma escolha, mas sim, um fato biológico inerente à condição humana.

     De acordo com a American Psychological Association, orientação sexual é um padrão emocional, romântico e/ou sexual de atração por homens, mulheres ou ambos os sexos. O documento explica, ainda, que orientação sexual é também o senso de identidade de uma pessoa, geralmente baseado naqueles pelos quais sente atração, bem como em seu padrão comportamental. Orientação sexual independe do gênero de cada pessoa. Nesse sentido, é preciso entender que há quem não se identifique com o próprio gênero.

      Agora, identidade de gênero é a forma como a pessoa se sente psicologicamente - mesmo sendo biologicamente homem e sentindo atração por mulheres, por exemplo, a pessoa pode se identificar psicologicamente com o gênero feminino. Ainda que não seja muito difícil entender que orientação sexual e identidade de gênero são questões inerentes, ou seja, que não são escolhidas, há a questão de que o comportamento homossexual, assim, assim como o transgênero, não faz parte do modelo tradicional de família e sociedade.

      Ainda que a homossexualidade deixou de ser classificada como doença, muitos tratamentos já foram realizados na tentativa de fazer uma "conversão" e, no aspecto religioso, ter a intenção de "livrar" os homossexuais do "pecado". Em 1979, William Masters e sua esposa Virginia Johnson realizavam estudos com pessoas homossexuais e garantiam que a "cura" era realmente possível. Em cinco anos de tratamentos com diversas pessoas - homens e mulheres - o casal dizia ter solucionado mais de 70% dos casos. No entanto, nenhum dos casos foi comprovado, não houve depoimentos afirmativos dos homossexuais. Masters se dizia terapeuta, embora nunca tenha tido um diploma para exercer a profissão. Alguns anos depois, Johnson, ao analisar a obra do marido, o definiu como "criativo" e admitiu não haver tratamento para a homossexualidade. Masters morreu afirmando que era possível "curar" pessoas gays.

Testes

      Anos atrás, o médico Christian Jessen, homossexual assumido, aceitou passar por três tentativas de "cura"; uma de aversão, no Reino Unido; uma de alteração cerebral; e outra de reabilitação, nos Estados Unidos. Todo o processo foi registrado por ele e, depois, transformado em documentário. O primeiro foi à base de xarope de ipeca, conhecido por provocar vômito. Enquanto vomitava durante horas, Jessen era obrigado a olhar imagens de homens sem roupa ao mesmo tempo em que ouvia mensagens sobre homossexualidade ser uma prática pecadora. De acordo com o médico, essa prática foi adotada entre os anos de 1920 e 1980, quando as pessoas recebiam injeções a cada duas horas para provocar vômito e diarreia. A ideia desse tipo de terapia era fazer com que o homossexual assimilasse a sensação de enjoo e desconforto com a imagem de uma pessoa do mesmo sexo. 

       Na segunda terapia, Jessen procurou um ex-pastor que afirmava ser também médico, consistia em colorir o desenho de um cérebro. Jessen seguiu as instruções e repassou o conteúdo ao suposto médico, que era daltônico, para avaliar a questão das cores. De acordo com as explicações médicas, as partes em que Jessen havia pintado de preto representava abusos sofridos na infância, o que de longe retratava a real infância de Jessen.  

      O terceiro tratamento, John Smid, que defendeu a "cura gay" por 18 anos e se revelou homossexual no final de 2014, na época em que acreditava no tratamento submetia homossexuais à reabilitação, isolando totalmente o paciente de seu "vício". Na internação, a única música permitida é a gospel; até mesmo a música clássica é proibida. Para Jessen, a coisa mais chocante é ver que líderes religiosos não aceitam o fato das pessoas simplesmente nascerem homossexuais, e associam o fato a uma condição provocada por um trauma de infância. A conclusão a que chegou, com as três tentativas, é que as pessoas homossexuais não têm absolutamente nada do que se envergonhar. "Não há nenhum sentido nestes tratamentos".

Dados assustadores

      A intolerância, o preconceito, o fanatismo, a falta de empatia e o ódio colocam o Brasil em um ranking assustador: em relação aos Estados Unidos, por aqui acontecem 785% de casos a mais de crimes contra homossexuais. Estima-se que pelo menos 216 pessoas foram assassinadas no País entre janeiro e setembro de 2014. Infelizmente, no Brasil a homofobia ainda não é crime.

Fonte: Conselho Regional de Psicologia
           Portal Mega Curioso

       

sexta-feira, 20 de maio de 2016

LER&SER: A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac

       Antes de Emma Bovary, antes de Anna Kariênina, existiu Julie. Contrariando os conselhos do pai, ela julga-se apaixonada e decide se casar ainda muito jovem com um coronel do exército napoleônico. Em pouquíssimo tempo, descobre-se infeliz no casamento e na maternidade.

      A isso se seguem as paixões por outros homens, e anuncia-se o destino trágico da protagonista. Mas A Mulher de Trinta Anos não é a historia particular de Julie, e sim a de alguém em quem convergem as contradições do que representava ser mulher no século 19 e, por extensão, as contradições da própria sociedade moderna.

     A Mulher de Trinta Anos é dividido em seis partes, escrito entre 1829 e 1842. O livro é classificado nas Cenas da vida privada em A Comédia Humana. O termo Balzaquiano entrou para o Português não só como relativo à obra de Balzac, mas também como adjetivo para qualificar pessoas com mais de trinta anos de idade, especialmente na forma feminina: uma balzaquiana. Isso se deve justamente a este romance, um dos mais populares do autor.

     Honoré de Balzac nasceu em 20 de maio de 1799 e foi um escritor francês notável pelas suas agudas observações psicológicas. É considerado o fundador do Realismo na literatura moderna. A sua A Comédia Humana consiste e 95 romances, novelas e contos que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Naopleão Bonaparte em 1915. Balzac morreu no dia 18 de agosto de 1850.

     Esta edição do mais famoso texto traz uma introdução da escritora, ensaísta e crítica literária Eliane Robert Moraes.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

QUINTA FEMININA: Maria Lacerda de Moura e a luta em prol das mulheres

Maria Lacerda ousou, lutou, escreveu e subverteu por
acreditar numa verdadeira emancipação feminina
                Uma anarquista brasileira que se notabilizou por seus escritos feministas. Maria Lacerda de Moura formou-se na Escola Normal de Barbacena, onde trabalhou como educadora. Casou-se aos 17 anos, mas com 27 anos começou a recusar a identidade doméstica e estudar diversos assuntos, até se encontrar numa posição de feminista radical, mas seu feminismo focava-se mais na condição, da mulher operária.       

Ela nasceu em 16 de maio de 1887. Foi escritora, militante, jornalista, conferencista e educadora, considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Em 1920, a mineira Maria Lacerda de Moura fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher.


         Após mudar-se para São Paulo, em 1921, se tornou colaborada da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O Combate. Ainda assim, recusou convites para ingressar no recém-formado Partido Comunista do Brasil. Entre 1928 e 1937, viveu numa comunidade agrícola localizada na cidade paulista de Guararema, formada principalmente por anarquistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial. O conceito da comunidade defendia uma vida livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais.

       O estilo de vida alternativo foi interrompido quando a repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a comunidade a se desfazer, levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Mayrink Veiga, lendo horóscopos.

       Maria Lacerda é considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil, e uma das poucas que observaram a condição feminina dentro da perspectiva da luta de classes. A Liga pela Emancipação Feminina tinha o objetivo de defender instrução feminina como forma de emancipação. E uma das formas visualizadas por ela de emancipar a mulher era a proposta de inserção  da matéria "História da Mulher" nos currículos escolares. Entre seus temas preferidos, escreveu sobre a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, assuntos considerado tabu à época.

      No livro Religião do Amor e da Beleza, Maria Lacerda defende o amor livre, onde as mulheres não fossem compelidas aos braços dos homens, nem estivessem atadas a preconceito religiosos de qualquer natureza. Maria Lacerda morreu no dia 20 de março de 1945.
     

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Tecnologia para tratar a depressão

        A Universidade de São Paulo, em junho vai testar um aplicativo para smartphone, o Conemo, que será testado em 20 Unidades Básicas de Saúde da Zona Leste de São Paulo. Trata-se de uma experiência inovadora no tratamento da depressão. Depois de processar informações sobre o estado emocional dos pacientes, o programa de ativação de comportamento intervém com estímulos propondo a execução de ações prazerosas e saudáveis.

      Por seis meses, os pacientes usarão um smartphone emprestado já com o aplicativo instalado e serão monitorados por profissionais de enfermagem que fazem parte da equipe de saúde de família. Três vezes por semana, os pacientes receberão uma notificação em seu aparelho para entrar no aplicativo. Por meio de questionários, textos e vídeos, eles serão convidados a fornecer informações sobre seu estado emocional naquele determinado dia. Em cima destes dados, o programa encorajará os pacientes a serem mais ativos, propondo-lhes atividades agradáveis e saudáveis como parte de seu dia a dia. Um projeto piloto semelhante a esse já foi implementado na cidade de Lima, no Peru, e obteve resultados positivos.

      Durante a Innovation Fair, realizada nos Estados Unidos, no mês passado, a equipe do médico Paulo Rossi de Menezes, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP apresentou o aplicativo no evento que foi coordenado pelo Mental  Health Innovation Network, World Bank Group e pela Organização Mundial da Saúde. O objetivo da feira é apresentar propostas inovadoras braseadas em evidências que estão melhorando a saúde mental e trazendo benefícios sociais e econômicos.  De acordo com os resultados, o aplicativo poderá ser incorporado ao Sistema Único de Saúde.

Fonte: USP
Ilustração: Jornal da USP

terça-feira, 17 de maio de 2016

Transtorno alimentar: um perigo que se esconde dentro de casa

Os adolescentes são os mais acometidos pelos
transtornos alimentares. Fase em que a aparência
física tem fundamental importância
     O transtorno alimentar tem maior taxa de mortalidade de todas as doenças mentais. Ainda assim, há países na América Latina e em outras partes do mundo em desenvolvimento que não têm um único especialista em Transtorno Alimentar. E a grande maioria dos afetados não está em um tratamento especializado que poderia aumentar substancialmente sua qualidade de vida.

     Daí a importância da conscientização. Por isso, no próximo dia 2 de junho será comemorado o Dia Mundial de Ação para Transtornos Alimentares. A data contará, pela primeira vez, com o apoio de mais de 60 associações se unirão para lutar pela causa.

     Para a médica Eva Trujillo, futura presidente da Academy for Eating Disorders no Congresso Internacional de Transtornos Alimentares, a ser realizado ainda este ano nos Estados Unidos, quando se pensa em transtornos alimentares os profissionais de saúde podem facilmente deduzir as maneiras possíveis em que estas doenças impactam as pessoas afetadas em todos os estratos socioeconômicos, raça e etnia, idade ou sexo, suas famílias, suas comunidades e economias globais. "É por esta razão que acredito ser crucial a existência de programas de prevenção e conscientização social. Quando falamos em transtornos alimentares, a maioria da população está pensando que se trata de um 'problema de alimentos', e são poucos os que sabem exatamente que os distúrbios alimentares são doenças muito graves, tratáveis e que resultam da complexa interação entre genética, biologia e meio ambiente.

     O Dia Mundial de Ação para Transtornos Alimentares não só será uma avanço do conhecimento e compreensão destas doenças na população em geral, como também será uma oportunidade de conexão dentro da comunidade global. Com o objetivo de melhorar o acesso a informações precisas e baseadas em evidências, promover a mudança nas políticas públicas e promover e defender os recursos disponíveis em nível internacional.

Entenda

     Considera-se uma disfunção ou um transtorno alimentar qualquer alteração relacionada à alimentação de alguém. Esta alteração pode ser devido a fatores metabólicos ou psicológicos. A faixa etária mais atingida é a adolescência, tanto devido às adaptações sofridas no corpo quanto a fatores sociais e emocionais envolvendo a convivência na família, na escola, no trabalho, etc. Porém, outras faixas etárias também são atingidas pela doença.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
Foto: Infoescola

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Por bairros mais arborizados

É de fundamental importância o investimento e a
a revitalização das áreas verdes para a garantia
da qualidade de vida da população
     O cenário dos grandes centros urbanos nos remetem a ideia de moradias cercadas de grandes prédios e com a ausência de áreas verdes. Mas esta realidade não se aplica em muitas regiões. Há bairros, principalmente de classe média-alta, que apresentam muitos espaços verdes, com que se é possível conviver com o verde. Além de ajudar a compor uma bela paisagem, estes espaços garantem qualidade de vida. A ciência comprova que viver próximo a parques traz benefícios à saúde.

     O médico Paulo Saldiva explica que viver a menos de 500 metros de um parque reduz em quase 30% o risco de enfarto cerebral ou enfarto do miocárdio. O que acontece é que os serviços ambientais do parque diminuem as ilhas de calor e filtram a poluição. Além disso, a proximidade com áreas verdes estimula  a atividade física e a formação de novas redes sociais. Ou seja, abre-se a possibilidade de contato pessoal, principalmente para quem se isola em apartamentos.

      Essas redes sociais também se formam entre as pessoas que participam de hortas comunitárias. A presença do verde induz hábitos saudáveis e novas relações urbanas. Como por exemplo, as hortas comunitárias cultivadas nos altos dos prédios. "Você entra no elevador e não sabe o nome das pessoas. Mas uma horta comunitária cria um ponto de interação e de relações. E isso é muito importante, porque além da atividade física, existe a quebra de uma solidão coletiva que as cidades têm que estão muito relacionadas a doenças como ansiedade e depressão, por exemplo", explica Paulo Saldiva. 

Fonte: Jornal da USP

domingo, 15 de maio de 2016

Cresce número de animais silvestres atropelados nas estradas

Desmatamento para a construção de estradas e a
a procura de rios como fonte de alimentos colocam
mais ainda os animais sob risco de atropelamentos
        De acordo com o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, o CBEE, 477 milhões de animais silvestres são atropelados por ano nas rodovias brasileiras. A maior parte desse número é representada por pequenos vertebrados, como sapos e cobras, seguida de animais de médio porte como o gambá, por exemplo. O motivo deve-se a expansão da malha rodoviária que apresenta impacto direto na vida destes animais. 
        Ainda que as espécies mais atropeladas sejam aquelas de maior densidade populacional, os animais em ameaça de extinção também são vítimas frequentes.

       Entretanto, o Brasil ainda encontra dificuldades para reverter esse quadro. O programa de desenvolvimento de tecnologia ecológica nas estradas ainda é escasso. O indicado seria a construção de túneis ou viadutos (ecodutos) para passagem dos animais, instalação de cercas ao redor da rodovia nos pontos de maior tráfego e instalação de placas de aviso para os motoristas reduzirem a velocidade; ações que representam impacto significativo na preservação dos animais que habitam as regiões periféricas às infraestruturas.

       O CBEE criou um aplicativo para smarthphones e tablets com o intuito de monitorar o impacto causado pelas rodovias na fauna brasileira. Com isso, qualquer pessoa poderá enviar informações sobre atropelamentos de animais silvestres em rodovias brasileiras. Vale lembrar que os atropelamentos podem causar danos ao homem, especialmente nos acidentes que envolvem animais de grande porte.

Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária
Foto: Noctula Channel

sábado, 14 de maio de 2016

Em defesa da paz, com a união das religiões

         O crescimento da intolerância religiosa e a agressão a pessoas devido à fé que professam foram o motivo da criação da campanha Filhos do Brasil, por parte do Ministério da Cultura, o MinC e da Fundação Cultural Palmares contra a intolerância religiosa. Líderes religiosos estiveram reunidos na última terça-feira para celebrar a diversidade do Brasil e pedir mais harmonia na sociedade, cada qual com seus símbolos, ritos, cantos e expressões.

         Inúmeros casos foram registrados no Brasil nos últimos anos, principalmente contra os praticantes das religiões de matriz africana, como o da mãe Gilda, que faleceu após agressão a seu templo religioso. Em sua homenagem foi sancionada a Lei n. 11.635/2007, que institui o dia 21 de janeiro o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

         Filhos do Brasil é uma campanha mais ampla que trata de direitos, de ter o direito de acreditar naquilo que você professa independentemente da sua fé, da religião e cultura.

Papel do Estado

          A facilitadora nacional da Rede Ecumênica da Juventude, Edoarda Scherer, durante o evento, explicou a importância da campanha para garantir  direitos às diversas vozes com objetivo comum, pois, segundo ela, o desafio ainda está em consolidar o Estado laico para que possam efetivar os direitos daqueles que creem e dos que não creem. Como nação pluralista, o Brasil reúnem inúmeras práticas religiosas, reflexo de uma população culturalmente diversa que reúne ampla gama de valores, comportamentos  e identidades.

          
Fonte: MinC

sexta-feira, 13 de maio de 2016

LER&SER: Lima Barreto - Uma Autobiografia Literária - Antonio Arnoni Prado

      No conjunto de escritos de e sobre o escritor Lima Barreto, este livro ocupa desde já um lugar de destaque. Empregando o procedimento do corte e da montagem, o historiador da literatura Antonio Arnoni Prado, profundo conhecedor de sua obra, recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornal que iluminam de maneira inédita a formação de sensibilidade e da consciência crítica do autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma. O autor propõe uma sequência de textos que, sem perder a referência ao quadro de origem - sempre elucidado com precisão pelo organizador.

      Empregando os procedimentos do corte e da montagem, Lima Barreto - Uma Autobiografia Literária recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornais nos quais ressoa a voz do autor marginalizado, aqui organizada em capítulos como Autorretrato, O narrador, Sobre arte e literatura, entre outros. Na articulação entre os textos (sobretudo na passagem do registro biográfico para a construção ficcional) se fazem presentes, ora na contraluz, ora claramente indicadas, as configurações históricas, culturais e sociais contra as quais o autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma se bateu por toda uma vida. Do cruzamento de todos esses planos emerge o retrato renovado de um intelectual libertário e combatente, de atualidade impressionante.

     O jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881 e morreu em 1 de novembro de 1922. Foi um dos mais importantes escritores brasileiros. Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado por escritores contemporâneos por seu estilo despojado e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

QUINTA FEMININA: Ruth de Souza abriu caminho para o artista negro no Brasil

Fez parte do grupo de Teatro Experimental do
Negro
      Ela nasceu Ruth Pinto de Souza no dia 12 de maio de 1921, no Rio de Janeiro, e foi a responsável por abrir caminho para o artista negro no Brasil, tendo sido a primeira  atriz negra a subir ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro com a peça O Imperador Jones, de Eugênio O'Neill.

      Viveu em Minas Gerais até os 9 anos de idade, e com a morte do pai, ela e a mãe voltam a morar no Rio de Janeiro. Em 1945, entrou para o Teatro Experimental do Negro, grupo liderado por Abdias do Nascimento. Em 1959, protagonizou a peça Oração para uma negra, de William Faulkner, com Nydia Licia e Sérgio Cardoso.

      Por indicação de Paschoal Carlos Magno, recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Rockefeller para estudar por um ano nos Estados Unidos, onde concluiu os cursos na Universidade de Harvard e na Academia Nacional de Teatro.

      No cinema estreou em 1948 com o filme Terra Violenta, baseado no romance Terras do Sem-Fim, de Jorge Amado. Com direção do norte-americano Edmond Bernoudy, o filme tem ainda no elenco Anselmo Duarte, Maria Fernanda, Heloísa Helena e Ziembinski. A partir daí, sua carreira prosseguiu focada no cinema. Participou de inúmeras produções das três empresas pioneiras: Atlântida, Maristela Filmes e Vera Cruz. Em 1953 conquistou reconhecimento nacional por sua participação em Sinhá Moça, o que impulsionou sua carreira de atriz cinematográfica. Por seu desempenho neste filme, tornou-se a primeira atriz brasileira indicada para o prêmio internacional Leão de Ouro, no Festival de Veneza de 1954, em que disputou com as atrizes Katherine Hepburn, Michele Morgan e Lili Palmer, para quem perdeu por dois pontos.


Aos 94 anos de idade, Ruth de Souza
faz parte da historia da teledramaturgia
brasileira e internacional
       Na década de 50, participou de radionovelas  e começou a atuar nos teleteatros da TV Tupi. Na década seguinte, adquiriu sucesso na televisão com a telenovela A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro. 

     Em 1968, entrou para o elenco da TV Globo onde se tornou a primeira atriz negra a protagonizar uma novela: A Cabana do Pai Tomás, em 1969, na qual dividiu o estrelato com Sergio Cardoso.

       Atravessando gerações, marcou presença no cinema com cineastas mais jovens, como Walter Salles, em A Grande Arte (1991), Aluísio Abrances, em Um Copo de Cólera (1999), e Zito Araújo, em As Filhas do Vento (2004).

Fonte: Fundação Nacional das Artes
Foto: Internet

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Ex-ministro da Educação aborda a atual situação da imprensa brasileira

       Diariamente, somos bombardeados com informações vindas dos mais diversos veículos; principalmente diante da proliferação dos blogs de notícias. Mas ainda assim, a grande mídia é a principal fonte de informação de boa parte da população, o que da brecha para que este mesmo público fique a mercê de notícias falsas que se propagam com facilidade. Além disso, não se sabe o que é mentira ou má informação.

      Em recente palestra, o professor da Universidade de São Paulo e ex-ministro da Educação Janine Ribeiro disse que um dos pontos críticos na cobertura jornalística é a mistura entre opinião e relato que, para o professor, é o pior lado da imprensa brasileira, tendo as revistas semanais como principais representantes do problema. Mas o professor aponta uma solução. Para gerar bons relatos, o jornalista deveria fazer o papel de pesquisador, onde a ele - o jornalista - poderia ser proporcionado longos tempos de imersão na realidade a serem tratadas. Como exemplo, ele cita as revistas The New Yorker e Vanity Fair, que para o professor Janine fazem reportagens aprofundadas.

     Janine Ribeiro sentiu na pele os efeitos nocivos da cobertura jornalística à época em que esteve à frente do Ministério da Educação, entre abril e setembro de 2015. Segundo ele, no Ministério ficaram evidentes problemas como a falta de cobertura de assuntos importantes. "Em várias notícias que saíram quando eu era ministro, havia maior interesse em fofocas sobre educação do que sobre educação". O que para ele é preocupante ver que um assunto, constantemente apresentado como a solução para o País - a educação - desperte tão pouco interesse na maior parte dos veículos jornalísticos. O ex-ministro da Educação falou durante o evento A Ética na Imprensa, realizado no último dia 9 no Centro Universitário Maria Antônia da USP.

Fonte: USP 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Atenção quanto ao uso de cosméticos naturais

Qualquer pele pode se beneficiar com produtos
naturais, desde que possuam na sua formulação
ativos em concentrações adequadas
       Um número cada vez maior de pessoas tem optado pelo uso de cosméticos de fórmulas naturais com a finalidade de cuidar da pele e do meio ambiente de maneira consciente e sustentável. Porém, a grande dúvida é se estes produtos de beleza possuem a mesma eficácia que os quimicamente manipulados.

       O dermatologista  Daniel Coimbra esclarece que nem sempre os cosméticos químicos são mais fortes que os naturais, pois são as concentrações das substâncias que irão determinar se um produto será mais ou menos forte que o outro. Além dessa concentração de ativos, o veículo do produto - se em gel, creme ou sérum, por exemplo - será também fundamental para determinar o efeito na pele.

       Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o cosmético natural pode também causar alergias e irritações na pele. Além disso, eles não podem ser usado indiscriminadamente; o ideal é sempre consultar um médico dermatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.

       Os resultados vão depender mais da presença dos ativos dentro dos produtos, como por exemplo, o ácido retinoico e a vitamina C, substâncias extremamente efetivas no tratamento da pele. Por isso, tanto o natural quanto o quimicamente formulado podem trazer bons resultados.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Especialista adverte para o risco da automedicação

As propagandas, de um modo geral, incentivam
a automedicação
      Não é de hoje que o brasileiro tem o hábito - errado - de se automedicar. Tema polêmico que divide opiniões. De um lado, os próprios pacientes que, com a dificuldade de se conseguir atendimento rápido nos hospitais e postos de saúde, acabam recorrendo àquele remédio à disposição na caixinha de medicamentos; afinal se deu certo nas outras vezes, por que não daria agora? E na contramão, há toda a comunidade médica que insiste em dizer - e eles têm razão - que a automedicação pode trazer riscos à saúde.

      Álvaro Atallah, professor titular da Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, explica que a automedicação é uma questão cultural na sociedade. O brasileiro segue os costumes dos Estados Unidos, onde medicamentos como o Paracetamol, Ácido Acetilsalicílico, o AAS, multivitamínico, entre outros, são vendidos indiscriminadamente no balcão das farmácias. "O Paracetamol é a primeira causa de suicídio na Inglaterra. A droga tem ação hepática e em doses altas pode matar, causando insuficiência hepática, como sangramentos".

       E o consumidor ainda conta com as  propagandas que incentivam a automedicação. Os anúncios publicitários de remédios, veiculados na mídia, costumam trazer a mensagem: se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.   E em casos de medicamentos à base de AAS: este medicamento é contraindicado em casos de suspeita de dengue. Para o professor, estas duas mensagens já incentivam o consumo de remédios, uma vez que  o paciente é orientado a procurar um médico apenas se os sintomas persistirem, ou seja, após ter tomado a droga por conta própria.


Fonte: Unifesp