terça-feira, 7 de julho de 2015

SUS oferece tratamento por transplante de medula a portadores da anemia falciforme

Uma boa notícia para portadores da Anemia Falciforme. O transplante de células-tronco hematopoieticas (TCTH), que já é feito para doenças como leucemia e linfoma, agora é uma possibilidade, via Sistema Único de Saúde, SUS, também para os casos graves da anemia falciforme - doença hereditária de maior incidência no Brasil. Até então, o tratamento da doença pelo SUS no controle da doença, consistia no uso de um agente quimioterápico, a hidroxiureia, e transfusões de sangue, que podem causar uma sobrecarga de ferro no organismo. No entanto, com o transplante, as células doentes são substituídas, evitando expor o paciente aos riscos de transfusões contínuas.

O transplante já é aceito mundialmente, há alguns anos. E desde 2009, o Centro de Terapia Celular, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fapesp, sediado na Universidade de São Paulo, a USP, vinha solicitando ao Ministério da Saúde a sua liberação pelo SUS; mesmo porque é o único tratamento com possibilidade de cura para a doença com um índice de 95% de sucesso, segundo explicação da hematologista Belinda Pinto Simões, pesquisadora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea. O Centro é pioneiro na realização do procedimento, tendo oferecido o tratamento experimentalmente para 27 pacientes, com alta taxa de cura.

Na avaliação dos pesquisadores, a posição do Governo em liberar o transplante levou em conta as pesquisas realizadas em Ribeirão Preto, onde foram estudados diversos aspectos do transplante, que tem algumas particularidades. Para aprimorar ainda mais o procedimento a estes portadores, os pesquisadores se concentram em questões como a recuperação imunológica dos transplantados, e a reversão de marcadores da doença nestes pacientes.


Números

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 300 mil crianças nascem por ano com a anemia falciforme; no Brasil são cerca de 3.500. A doença se manifesta nos seis primeiros meses de vida do bebê, sendo a principal forma de diagnosticá-la através do "Teste do Pezinho".

A doença é mais comum em afrodescendentes e, por esse motivo, por aqui a patologia se tornou um problema de saúde pública. A maior parte dos casos encontra-se na Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A portaria determina que serão indicados ao transplante os casos mais graves, como pacientes com lesão cerebral ou risco de ter devido à doença, ou quem sofra com constantes crises de priapismo (ereções prolongadas e dolorosas). A previsão é de que até 50 transplantes sejam realizados anualmente no SUS. E para tal, é necessário que o paciente tenha irmão com possibilidade de doar células-tronco da medula óssea ou do cordão umbilical.

Fonte: USP


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