quinta-feira, 2 de julho de 2015

QUINTA FEMININA: Joana Angélica, a primeira mártir da Independência no Brasil

"Para trás bandidos. Respeitem a casa de Deus.
Recuai, só penetrareis nesta casa, passando
por sobre o meu cadáver".
A Independência da Bahia foi um movimento iniciado em 1821 e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo, que terminou pela inserção da então província, na unidade nacional brasileira, durante a Guerra da Independência do Brasil. Neste contexto, surge a figura da abadessa Joana Angélica de Jesus, que morreu defendendo o Convento Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana, instituição da qual era diretora. 

Joana Angélica nasceu em Salvador, em 12 de dezembro de 1761. Com 20 anos de idade, entrou para o noviciado no Convento da Lapa. Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira e, finalmente, eleita abadessa, em 1814. Esteve à frente do Convento até 1817, sendo reeleita três anos depois. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclama a Independência do Brasil, separando-o de Portugal. Porém na Bahia, as tropas portuguesas, comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo resistiam às forças aliadas de D. Pedro. 

As freiras viviam em clausura no Convento da Lapa, cuja
principal entrada é guarnecida por um portão de ferro
(ao fundo)
Durante as lutas, os soldados portugueses invadiram o Convento da Lapa. Imediatamente, a abadessa, pressentindo certamente objetivos de profanação da castidade de suas internas, ordena que as monjas fujam pelo quintal. O portão é derrubado e num gesto grandioso, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último empeço à inusitada invasão. Resistiu bravamente, sendo atacada a golpes de baioneta. 

Joana Angélica, assassinada
aos 60 anos de idade
A morte da religiosa e do Capelão do Convento, por soldados bêbados, levou comoção à cidade e estimulou o êxodo da população para o interior da província. A Bahia tinha, naquela época, cerca de 400 mil habitantes, dos quais cerca de 100 mil residiam em Salvador. Portugal era uma nação de 2 milhões de habitantes, a metade da população do Brasil. D. Pedro, ao tomar conhecimento das atrocidades das tropas portuguesas, mandou celebrar uma missa fúnebre. E durante a cerimônia, intimou o general Madeira de Melo a deixar o Brasil e conclamou aos baianos a reagir e a lutar contra aquela tirania.

Sóror Joana Angélica tornou-se assim a primeira mártir da grande luta que continuaria, até o ano seguinte, a 2 de julho, data da Independência da Bahia.


Fonte: Wikipedia e Revista Historia Viva
Fotos: Internet

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