sábado, 11 de julho de 2015

Dos games para o mundo real

Tecnologia dos games a serviço dos deficientes visuais
A partir de uma tecnologia disponível no mercado, o sensor Xbox Kinect, lançado pela Microsoft para jogos de videogame, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, desenvolveram um sistema, ainda em fase experimental, que converte vídeos em informações sonoras para auxiliar deficientes visuais em suas tarefas cotidianas. A tecnologia Kinect possui duas câmeras, uma delas com um sistema que emite e captura luz infravermelha, reconhecido por um algorítimo que confere um valor de profundidade - ou distância da câmera - para cada ponta da imagem. Com base nesses dados é possível identificar objetos e usuários no ambiente sem se confundir com seus contornos e variações de luzes e cores. O projeto foi conduzido na Unicamp em parceria com o pesquisador Dinei Florêncio, da Microsoft. A propósito, a empresa, juntamente com a Fundação de Amparo a Pesquisa, a Fapesp, financiou o projeto dentro do Programa Pesquisa em Parceria para a Inovação Tecnológica.

Para entender como funciona, os pesquisadores colocaram em um capacete de skate, um sensor Kinect com duas câmeras conectadas a um laptop com grande poder processamento de informações, além de um giroscópio, um acelerômetro e uma bússola, dispositivos que registram, em conjunto, mudanças de direção da cabeça. Assim, os dados do ambiente captados pela câmera são processados pelo computador, que retorna a informação para o usuário em áudio. O usuário conta com dois fones de ouvido, onde o áudio é transmitido aos ouvidos por meio da condução do som pelos ossos do crânio.

Mas algumas etapas são necessárias para viabilizar o projeto. Para que o sistema faça o reconhecimento, é preciso primeiro criar um cadastro de pessoas. Quando o usuário entra em um recinto com pessoas previamente cadastradas, o módulo de detecção e reconhecimento de face passa a informação para o módulo de áudio 3D. E ao escutar o nome de cada uma das pessoas, o usuário saberá a posição exata em que ela se encontra. Os testes inicialmente foram feitos em pessoas vendadas. E após aprovação pelo Comitê de ética da Unicamp, a segunda etapa será conduzida com deficientes visuais. E só após a realização de todos os experimentos, ele poderá ser compartilhado com toda a comunidade.

Fonte: Fapesp


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