quinta-feira, 30 de julho de 2015

QUINTA FEMININA: Helen Keller, uma historia de superação

Helen aprendeu a falar com seis meses e a andar
com um ano de idade
A visão e a audição são dois dos sentidos humanos essenciais para deficientes auditivos e visuais, respectivamente. Aquele que não vê, pode através da audição desenvolver meios para se comunicar; enquanto que aquele que não escuta, conta com a visão para a leitura de lábios. Helen Adams Keller superou sua deficiência e desenvolveu sua comunicação sem ter a visão e a audição para lhe auxiliar, tornando-se escritora, conferencista e ativista social e a primeira pessoa surda e cega a conquistar um bacharelado.

Helen Keller nasceu em 1880 no estado americano do Alabama. Aprendeu a falar com apenas seis meses, mas ficou cega e surda quando tinha apenas 19 meses devido a uma doença diagnosticada como febre cerebral; hoje acredita-se ter sido escarlatina ou meningite. Em sua infância, ela desenvolveu um método limitado de comunicação com Martha Washington, a jovem filha da cozinheira da família. As duas haviam criado um tipo de linguagem de sinais e quando Keller tinha 7 anos, Keller já tinham inventado mais de 60 sinais com os quais se comunicava com sua família. Mas ela havia se tornado muito selvagem e desregrada durante este tempo. Chutava e gritava quando estava irritada, e ria descontroladamente quando feliz.

"Boneca" foi a primeira palavra que Anne ensinou à aluna
Mas Helen precisava aprender a se comunicar com o mundo. Seus pais resolvem então levar a filha para Baltimore para uma consulta com o médico otorrinolaringologista J. Julian Chisolm em busca de aconselhamento. O médico, por sua vez, encaminha a família para Alexander Graham Bell, o inventor do telefone que estava trabalhando com crianças surdas na época. Bell sugeriu que eles viajassem para Boston para matricularem a filha no Instituo Perkins para Cegos. Lá, o diretor Michael Anaganos pediu que a ex-aluna Anne Sullivan, também deficiente visual, para tornar-se instrutora de Helen. Começava aí uma relação que iria durar por 49 anos, durante a qual Sullivan tornou-se governanta e acompanhante de Keller.

Uma relação de 49 anos que nem o casamento
de Anne Sullivan com John Macy conseguiu
abalar
Anne Sullivan foi para a casa de Helen em 1887 e tão logo começou a ensina-la a se comunicar soletrando palavras em sua mão, sendo "boneca" a primeira palavra ensinada por Anne. A princípio, Helen não entendia que cada objeto tinha uma única palavra para identificá-lo e esse começo não foi fácil. 

Um mês depois, Helen conseguiu um grande avanço em seu processo de aprendizagem, quando compreendeu que os movimentos que sua professora fazia na palma de sua mão, enquanto deixava a água escorrer sobre sua outra mão, "simbolizavam a ideia de água". 

Em 1890, Helen começou a ter aulas de voz em uma escola para surdos, também em Boston. Ela levaria 25 anos para aprender a falar de um jeito que os outros conseguissem entendê-la. De 1894 a 1896, em Nova York, estudou na Escola Wright-Humason para Surdos, onde melhorou suas habilidades e estudou assuntos acadêmicos.

Determinada, queria fazer faculdade. Em 1896, participou da Escola de Cambridge para jovens senhoras. Com a ajuda financeira de um amigo, iniciou os estudos na Faculdade de Radcliff, tendo a companhia de Anne Sullivan, que sentava-se ao seu lado para interpretar palavras e textos. Keller já dominava vários métodos de comunicação: Braile, toque, leitura labial, fala, digitação e ortografia "de dedo". Com a ajuda de John Macy, marido de Sullivan e da própria Anne Sullivan, Keller escreveu seu primeiro livro A Historia da Minha Vida. Keller concluiu a faculdade em 1904, época em que Sullivan separou-se do marido em razão de sua devoção à amiga, o que ajudou a distanciar o casal.

Keller se tornou uma palestrante bem conhecida, compartilhando sua experiência com outros deficientes. Mas sua militância não se restringiu tão-somente à sua deficiência. Ao longo da segunda metade do século 20, abordou temas sociais e políticos, incluindo o sufrágio feminino, o pacifismo e o controle de natalidade. Co-fundou a Helen Keller Internacional para combater as causas da cegueira e da desnutrição. E ajudou a fundar a American Civil Liberties Union. Participou da Federação Americana para os Cegos.

Como membro do Partido Socialista, escreveu vários livros, artigos e ensaios sobre o socialismo intitulado Out of the Dark. Viajou para 35 países para defender suas causas.

Helen recebeu honorários graus de doutorado das
Universidades Temple e Harvard
Em 1961, Helen sofreu vários derrames e passou os últimos anos da vida em casa. Morreu aos 88 anos de idade enquanto dormia no dia 1 de junho de 1968.

Em vida, recebeu muitas honrarias, entre elas, a Theodore Roosevelt Medalha de Serviços Distintos e foi eleita para a Câmara Municipal das Mulheres da Fama. Sua autobiografia foi usada para documentários e séries televisivas, além de ser tema de peça e filme.

Fonte: Museu do Aparelho Auditivo
Fotos: Internet

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