terça-feira, 14 de julho de 2015

O Live Aid e sua importância para o rock mundial

Estádio de Wembley, o templo do futebol inglês
Ao som de ruidosas guitarras, o mundo ontem celebrou o Dia Internacional do Rock. Poucos sabem, mas o gênero musical ganhou uma data especial depois que o Live Aid transformaria o mundo da música, há exatos 30 anos, em 13 de julho de 1985. Foi neste dia que o planeta foi testemunha do maior concerto de rock de todos os tempos. Mas afinal, qual foi o legado do Live Aid?

Se o Woodstock, em 1969, é considerado o sinônimo de festival de rock - símbolo de um gênero musical e de toda uma geração -, o Live Aid foi muito mais do que isso. O evento tinha como objetivo angariar fundos em prol dos necessitados da Etiópia. 

E pensar que a ideia surgiu, ao acaso, quando o cantor irlandês Bob Geldof assistia pela televisão a um documentário sobre a seca que atingia o nordeste da África, levando milhões de habitantes da Etiópia a padecer de fome total - tudo isso agravado pelas disputas políticas e guerra civil. Indignado com a cenas de crianças esquálidas disputando migalhas com corvos e urubus, Geldof decidiu agir. A primeira coisa que pensou foi na gravação de um single para arrecadar fundos para combater a fome africana. Pediu ajuda a Midge Ure, da banda pop Ultravox, e juntos escreveram a música Do They Know It's Christmas? (Eles Sabem Que É Natal?) Em seguida, ligou para os amigos Bono e The Edge (ambos do U2), Boy George, Paul McCartney, Duran Duran, entre outros. Surgia o Projeto Band Aid, em dezembro de 1984. Gravado a toque de caixa, para aproveitar o Natal daquele ano, o sucesso foi absurdo com vendas no mundo todo. A ideia rendeu frutos, e em 1985, Michael Jackson, Stevie Wonder e Lionel Ritchie compuseram nos Estados Unidos We Are The World. 


Geldof acompanhou as apresentações com a realeza britânca
Instigado por Paul MacCartney e por jornalistas da BBC de Londres, a dupla Ure e Geldof conseguiu apoio para a realização de um grande concerto de rock reunindo quase todos os participantes do Band Aid. Inicialmente programado para o dia 13 de julho no estádio de Wembley, em Londres, o evento teve que ser desmembrado para outro local diante do enorme número de artistas. Foi então que empresários norte-americanos viabilizaram o estádio JFK, na Filadélfia, para que um evento paralelo e simultâneo fosse realizado. Em Londres, o evento reuniu aproximadamente 82 mil pessoas, enquanto que nos Estados Unidos a marca chegou perto de 100 mil e contou com a participação de mais de 100 artistas.

Freddie e Paul na apresentação de encerramento
Alguns artistas apresentaram-se também no Japão, Sydney e Moscou. Foi uma das maiores transmissões  de todos os tempos; estima-se que 1,5 bilhão de telespectadores, em mais de 100 países, tenham assistido a apresentação ao vivo. Ambos os eventos terminaram com seus respectivos hinos anti-fome, o Do They Know It's Christmas, no Reino Unido, e We Are The World, nos EUA. 

Legado financeiro e artístico

O Live Aid arrecadou, ao longo dos anos, cerca de 150 milhões de libras, superando e muito as expectativas iniciais de 1 milhão de libras.

Tina e Mck em um dueto explosivo
Apesar da grandiosidade do evento, a revista News Week dessa semana, destaca que críticos do evento acreditam que o legado do Live Aid foi controverso, sendo mais uma contribuição para marcar esteriótipos de uma África como nada além de crianças famintas e uma imagem distorcida sobre a omissão das pessoas com relação a ajuda externa. As críticas ao trabalho de Geldof giram também em torno de argumentos sobre a forma como os recursos foram alocados. 

Em uníssono, plateia bate palmas
durante a música Rádio Ga Ga
Por outro lado, artisticamente, o legado foi imenso, pois o evento foi palco para apresentações memoráveis. Freddie Mercury levou a plateia ao delírio quando, juntos, - ídolo e público - cantaram verso por verso das canções We Will Rock You e We Are The Champions. A apresentação do Queen acabaria sendo eleita como o Melhor Show ao Vivo já realizado. O concerto foi palco também para duetos impensáveis como Mick Jagger e Tina Tuner.

Em reconhecimento a seus esforços, Geldof seria posteriormente condecorado com a ordem de Cavalheiro  do Império Britânico.

Fonte: News Week, Estadão e Wikipedia
Fotos: Internet

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