quinta-feira, 17 de março de 2016

QUINTA FEMININA: Para sempre Elis

Seu estilo sempre foi influenciado pelos cantores do rádio, em
especial, Ângela Maria
       Muito antes de descobrirem água em Marte, e possivelmente vida além da Terra, ela ligou para aquele planeta informando aos marcianos os dias turbulentos vividos por um país ainda na ditadura. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, PT, em 1981, Elis Regina sempre criticou o regime - ora publicamente, ora nas canções que interpretava. A música O Bêbado e a Equilibrista coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio. Um deles, citado na canção, era o sociólogo Betinho, irmão do cartunista Henfil. E diante destes dias tensos pelos quais o Brasil está passando - quiçá o mundo -, nada mais atual do que a música Alô, Alô Marciano.

        Há exatos 71 anos, nascia a gaúcha Elis Regina Carvalho Costa, a dona de um talento capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade numa mesma apresentação ou numa mesma música. Do Rio Grande do Sul foi para o Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo, em 1964, que Elis encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos.

        Multifacetada, Elis experimentou o jazz, o samba, o rock e a bossa nova. Interpretou canções como Madalena, Como Nossos Pais e O Bêbado e o Equilibrista, canções que continuam famosas e memoráveis até hoje. E décadas depois de sua controversa morte, em 1982, Elis Regina foi eleita, em 2013, foi eleita a segunda melhor voz da música brasileira pela revista Rolling Stones, superada apenas por Tim Maia. 

O começo


Quando tinha 15 anos, Elis Regina ouviu do produtor Walter
Silva, que ela se tornaria a maior cantora do Brasil
      A gaúcha nascida em 17 de março de 1945 recebeu o nome de Elis por ser este o nome da personagem do livro que sua mãe lia à época, Miss Elis. Enquanto que o nome Regina veio em homenagem a prima de seu paí; contrariado, foi impedido de apenas registrar a filha como Elis Carvalho Costa, o que poderia sugerir um nome masculino.

      Aos onze anos, começou a carreira como cantora em um programa de rádio, ainda na capital gaúcha. Aos 15 anos, um vendedor da gravadora Continental, depois de ouvi-la cantar, sugeriu que a gravadora a contratasse, e em 1962 saiu o disco. Enquanto morava no Rio Grande do Sul, gravou mais três discos.

       De lá, embarca para o Rio de Janeiro, alternando shows em São Paulo. Nessa época, conheceu o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços. Ao final do ano de 1964, conheceu o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Foi neste mesmo ano, que foi convidada a apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues, que ficou no ar até 1967.


A antológica interpretação da música Arrastão,
no Festival, apresentou uma Elis ousada
     Em 1975, o espetáculo Falso Brilhante tornou-se um dos mais bem-sucedidos espetáculos da historia da música nacional e um marco definitivo da carreira. Foi Elis quem lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc. Na Europa, a carreira foi consagrada no Olympia de Paris, onde se tornou a primeira artista a se apresentar duas vezes num mesmo ano, naquela que é a mais antiga sala de espetáculos musicais de Paris. Em 1969, gravou Aquarela do Brasil, em Estocolmo.

     Em 2005, inaugurou-se na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, um espaço memorial para abrigar o acervo Elis Regina. Trata-se de uma coleção de fotografias, artigos, objetos, discos e outros tipos de materiais relacionados  com a vida e a obra da cantora. 


Fonte: Wikipedia
Fotos: Internet

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