quarta-feira, 23 de março de 2016

O perigo da venda casada para as crianças

É preciso um trabalho em conjunto entre a família e a
sociedade com o propósito de formar a base de uma educação
voltada para o senso crítico
      A 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, decidiu proibir a campanha da Bauducco É Hora de Shrek. Com ela, os relógios de pulso com a imagem do ogro Shrek e de outros personagens do desenho poderiam ser adquiridos. No entanto, para comprá-los, era preciso apresentar cinco embalagens dos produtos Gulosos, além de pagar 5 reais. A ação civil pública do Ministério Público de São Paulo teve origem em atuação do Instituto Alana, que alegou a abusividade da campanha e o fato de se tratar de nítida venda casada.

     O ministro Humberto Martins, relator do recurso, defendeu seu voto alegando que o consumidor não pode ser obrigado a adquirir um produto que não deseja.Trata-se de uma simulação de um presente, quando na realidade se está condicionando uma coisa à outra.

      A decisão do colegiado foi unânime, e o caso foi considerado típico de publicidade abusiva e venda casada; e a situação se agrava ainda mais por ter como público-alvo a criança.

       Em artigo publicado no Portal Administradores, Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento e diretora-presidente da EP Grupo, especializada no segmento infantil, explica que quem acompanha o tema da publicidade infantil - debatido entre mercados, entidades e poder judiciário, há pouco mais de dez anos, - sabe que o mercado dedicado a este público, de modo crescente, segue trabalhando suas estratégias com o objetivo de estabelecer uma comunicação adequada e pertinente com o seu consumidor.

      Para Marici, de nada adianta proibir a publicidade infantil se a família e a sociedade como um todo não estiverem envolvidas no sentido de formar a base de uma educação voltada para a autonomia, pensamento crítico e educação para o consumo.

Ilustração: Brasil Post

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