Espécie Rondonops apresenta duas fileiras longitudinais de escamas que começam na nuca, e da quinta fileira para baixo, se dividem em diversas outras fileiras |
O lagarto do gênero Rondonops é um animal pequeno. Seu comprimento, da ponta do focinho até a base da cauda, é de 6,5cm. Ele se locomove como se fosse uma cobra, quase que nadando entre a folhas caídas, num movimento serpentiforme. As principais características da espécie são a forma e a contagem de escamas e sua coloração muito específica. Para sinalizar a existência de uma espécie de lagarto, é necessário analisar o tamanho das escamas, seu ordenamento e quantidade. "As escamas não cobrem simplesmente o corpo do bicho. Elas recobrem o bicho de acordo com um padrão específico e particular, que muda de um gênero para outro, e de uma família para outra", explica o herpetólogo Guarino Colli, da Universidade de Brasília, um dos responsáveis pela pesquisa.
A má notícia é que a espécie já corre risco de extinção. Encontrada em dois locais de Rondônia e também no Mato Grosso, em Pimenta Bueno, em Rondônia, a mata está sendo rapidamente substituída pelo gado e pela soja. E de acordo com os pesquisadores, é possível haver muitas outras espécies desconhecidas nestas regiões, e que estão virando fumaça. A outra espécie do gênero Rondonops foi encontrada no sudeste do Amazonas. E devido a presença de muitas comunidades indígenas, a região se encontra muito melhor preservada, o que oferece menor risco de extinção à espécie; mas apenas por enquanto, pois a região já começa a ser explorada.
No entanto, no caso das cobras, ainda é necessário um trabalho de conscientização para alterar o padrão de comportamento que é comum entre os mateiros: o extermínio descontrolado. Além disso, para contribuir, a Mata Atlântica, onde a derrubada é proibida, vai sendo sub-repticiamente detonada. Segundo Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, o Cerrado e a Caatinga estão sendo destruídos numa velocidade impressionante. E desde 2003, o governo federal não cria nenhum novo parque nacional, nenhuma nova reserva biológica.
Fonte: Agência Fapesp
Foto: Miguel Trefaut Rodrigues
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