quinta-feira, 31 de março de 2016

QUINTA FEMININA: estudos de Sophie Germain ajudaram na construção da Torre Eiffel

Uma vida dedicada à matemática sem o reconhecimento
pelos seus estudos
      A matemática, física e filósofa francesa Marie-Sophie Germain nasceu no ano de 1776. Ainda adolescente, começou a estudar a teoria básica de números, cálculos e os trabalhos de Leonhard Euler e Issac Newton. 

     Com a criação da Escola Politécnica de Paris, em 1794, uma academia de excelência para a formação de matemáticos e cientistas de todo o país, veio o sonho de fazer parte da escola. Porém, as vagas eram reservadas apenas aos homens; e sem coragem de se impor ao conselho acadêmico, resolveu adotar a identidade de um antigo aluno da academia, Monsieur Antoine-August Le Blanc. Acontece que a academia não sabia que o verdadeiro Le Blanc havia deixado Paris, e continuou imprimindo e enviando suas lições, que ela, Sophie, interceptava, apresentando semanalmente suas respostas aos problemas sob seu pseudônimo.

     Só que Sophie não poderia imaginar que seu disfarce logo seria descoberto. O verdadeiro Le Blanc era considerado um aluno medíocre, o que acabou despertando a suspeita do supervisor do curso surpreso pela transformação notável do aluno, que agora apresentava soluções engenhosas aos mais variados problemas. Foi então que ele requisitou um encontro com o aluno, motivo pelo qual Sophie Germain foi forçada a revelar sua identidade. Para sua surpresa, Joseph-Louis Lagrange, o supervisor, tornou-se seu mentor e amigo.

      Aos vinte anos, interessada pela teoria dos números, escreveu para Carl Friedrich Gauss, considerado o "Príncipe dos Matemáticos", embora ainda persistisse o medo de não ser levada a sério por ser mulher. Por isso, mais uma vez voltou ao pseudônimo, assinando suas cartas como Monsieur Le Blanc. Quando o imperador Napoleão, em 1806, invadiu a Prússia, Sophie Germain solicitou ao general encarregado das tropas invasoras que garantisse a segurança de Gauss. Surpreso pelo ocorrido, interessou-se em saber quem era a Mademoiselle Shophie Germain que havia salvo sua vida. E novamente, ela teve que revelar sua identidade. Gauss não demonstrou aborrecimento; pelo contrário ficou satisfeito por encontrar-se frente a inacreditável exemplo de uma mulher matemática.

       Gauss foi nomeado professor da Universidade de Gottingen, na Alemanha. E Sophie, sem o seu mentor e confidente, desinteressou-se pela matemática. Iniciou na carreira de física e, mesmo tendo que lidar com os preconceitos existentes, fez importantes contribuições que firmaram os fundamentos para a moderna teoria da elasticidade. Como resultado de suas pesquisas com os números primos e seu trabalho com o Último Teorema de Fermat (uma generalização do famoso Teorema de Pitágoras), ela recebeu uma medalha do Instituto da França e se tornou a primeira mulher que, não sendo a esposa de um membro, podia participar das conferências da Academia de Ciências.

       Retornou o contato com seu mentor, Carl Gauss, que convenceu a Universidade a premiá-la com um grau honorário, mas, em 1831 Sophie morreu antes de receber a honraria.

        Embora tenha sido uma das mulheres com maior capacidade intelectual que a França produziu, na nota oficial de sua morte foi designada como uma rentière-annuitant (solteira sem profissão), ao invés de matemática. Além disso, foi omitido o seu nome da relação dos setenta e dois sábios cujas pesquisas contribuíram  definitivamente para a construção da Torre Eiffel - quando os seus estudos sobre a teoria da elasticidade foram fundamentais para a construção da torre.

Fonte: Torre Eiffel

quarta-feira, 30 de março de 2016

O perigo do consumo do leite humano pelos adultos

O leite não pasteurizado apresenta concentração de
bactérias, e também pela precariedade no transporte
e armazenamento
     Pode parecer estranho, mas há adultos adeptos do consumo do leite humano. Existem até comunidades fetichistas, adeptos de musculação, e de pessoas que sofrem de doenças crônicas, que gostam de consumir, sob as formas de produto natural, sorvete, pirulitos e outras, pois acreditam tratar-se de um superalimento capaz de evitar doenças e melhorar a saúde e a condição física. Primariamente, o leite é ofertado em seu estado natural e pronto para tomar. Na internet, existem sites e fóruns que são frequentados por aqueles que desejam comprar ou vender o leite humano.

     No entanto, quando o leite humano é consumido por adultos o conteúdo nutricional do leite humano é inferior ao leite de vaca, bem diferente do que acreditam estes consumidores. Além disso, os riscos do consumo desse alimento incluem contaminantes químicos e ambientais. 

      E mais, o leite vendido na internet não é pasteurizado, o que expõe o consumidor a doenças relacionadas ao leite natural. A falta de pasteurização promove um alto risco bacteriano, além de expor o consumidor a doenças infecciosas como citomegalovírus, hepatite B e C, HIV e sífilis, entre outras. Álcool, drogas lícitas ou ilícitas, tabaco e cafeína passam para o leite paralelamente com outros contaminantes naturais ambientais.

Inglaterra e Brasil

     O famoso site inglês Only The Breast, que entrou no ar no início de 2010, tem hoje mais de 7 mil mães para vender ou comprar leite materno. Há, inclusive, área para doação e também para a venda para homens adultos, que acreditam que o leite materno ajuda a ganhar massa muscular de forma mais rápida. Mas por lá este mercado ainda não é regulamentado.

      No Brasil, de acordo com a legislação vigente, tecidos, órgãos e fluídos corporais - como leite, sangue e saliva - não podem ser comercializados. Por aqui, o leite materno não é, nem pode ser, uma fonte de renda. O modelo brasileiro é diferente do modelo norte-americano, onde não há um critério único. Lá existem bancos de leite em que a mãe paga pelo serviço de coleta, por exemplo, e há bancos em que não se paga. Nos Estados Unidos, 30 ml de leite podem custar até US$ 4. Por isso, estes sites ganham importância e são perigosíssimos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

terça-feira, 29 de março de 2016

Envelhecimento da população e a importância da gerontologia

O desafio dos gerontólogos é lidar com o envelhecimento sem o país
ainda ter resolvido a prevalência de doenças infectocontagiosas, que
atingem diferentes faixas etárias
      De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, em 2050, a população de idosos brasileiros será quase triplicada e o Brasil será considerado uma nação envelhecida. A mudança no perfil socioeconômico da população abriu mais oportunidades para o profissional da gerontologia. Diferentemente da geriatria que trabalha com patologias específicas da faixa etária, o gerontólogo se ocupa do processo de envelhecimento da forma mais ampla. Ele promove ações para que as pessoas vivam a idade madura com saúde, independência e autonomia. 

      Embora a regulamentação da profissão ainda esteja tramitando no Senado Federal e aguardando aprovação terminativa, os profissionais vêm ampliando sua área de atuação. Eles trabalham em hospitais, centros de acolhidas de idosos, programas sociais, planos de saúde, atendimento domiciliar. Há ainda os profissionais que estudam doenças como Parkinson e Alzheimer. 

     Há poucas décadas, o Brasil era um país jovem e hoje, devido às melhorias das condições sanitárias, descobertas de fármacos que diminuíram os efeitos das doenças crônicas e campanhas de vacinação, a situação mudou. Hoje, os 12,5% de idosos que compõem a população brasileira vão chegar a uma taxa de até 30% até a metade do século.

Fonte: Universidade de São Paulo

segunda-feira, 28 de março de 2016

O que o jornalismo brasileiro não aprendeu com o Caso Escola Base

Manchete do extinto jornal Notícias Populares,
pertencente ao Grupo Folha 
      Caso estudado nas faculdades de jornalismo, a Escola Base foi uma escola particular, localizada na cidade de São Paulo, e fechada em 1994 por supostas acusações de abusos sexuais. A professora Maria Cristina Franca foi acusada de abusar sexualmente de uma criança de quatro anos. Saulo e Mara da Costa Nunes, perueiros, receberam a acusação de abusar das crianças dentro da Kombi, e os proprietários Paula Milhim Alvarenga e o seu marido Maurício Monteiro de Alvarenga, e o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, foram acusados de participar do esquema todo. Todos eles foram injustamente acusados pela imprensa.

      O chamado Caso Escola Base envolve o conjunto de acontecimentos ligados a essas acusações, tais como a cobertura parcial por parte da imprensa e as atitudes precipitadas e muito questionadas por parte do delegado de polícia, Edécio Lemos, responsável pelo caso, que supostamente teria agido pressionado pela mídia televisionada e pelas manchetes de jornais. O caso foi arquivado pelo promotor Sérgio Peixoto Camargo por falta de provas. Em 1995, ambos os casais moveram uma ação por danos morais contra a Fazenda Pública do Estado. Além disso, os órgãos de imprensa processados por danos morais foram os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de São Paulo, a revista Veja e as emissoras de televisão Globo, SBT, Record, TV e Rádio Bandeirantes. Vinte anos depois, os antigos donos conseguiram uma indenização mínima, comparada aos prejuízos sofridos.

Opinião pública pedia e exigia justiça, tendo
por base apenas uma versão dos fatos
      Em artigo, o jornalista Luiz Nassif, recorda que o delegado do caso aparecia falando muito, expondo vastas certezas, e não apresentava fatos objetivos. O advogado do caso, procurou a TV Bandeirantes, a emissora menos radical a tratar o assunto, informando estar de posse de um lado que comprovaria o dilatamento no ânus de um dos garotos que seria mais provável tratar-se de uma assadura do que a penetração por um adulto. Na ocasião, Luiz Nassif disse que estava havendo um massacre por parte da imprensa. "Mais do que isso, um linchamento. Se eles forem culpados, não é mais que merecidos. E se não forem? Até agora não há nenhuma prova. Tem-se apenas a opinião dos policiais".

Depois do massacre por parte da imprensa,
matéria confirma o erro na cobertura do caso

       Décadas depois, e o que o jornalismo atual aprendeu com o Caso Escola Base? Parece que quase nada. Hoje vemos uma imprensa que, diretamente, não acusa, mas provoca com insinuações tendenciosas, e que vê que seus objetivos alcançados quando consegue conduzir a opinião pública de acordo com os seus interesses. As matérias se repetem igualmente nos canais de televisão. Sutilmente, nota-se alguma diferença.

      Além disso, substituídos pela grande mídia, os blogs são os acusadores do momento. Crescem e se proliferam com total descomprometimento de manter a veracidade da notícia. Na era da informação rápida e imprecisa, a mídia continua assumindo o papel de vilã.

        

domingo, 27 de março de 2016

Plantas decorativas podem ser tóxicas aos animais

As plantas estão por toda parte; por isso, todo cuidado é pouco
     Quando se tem animais em casa, é sempre bom pensar neles quando se pretende adquirir uma planta decorativa; algumas podem apresentar uma toxicidade que aos animais podem causar diversos sintomas, muitos deles semelhantes com outras doenças, o que pode levar a um diagnóstico equivocado.

       As plantas decorativas nem sempre são inofensivas aos pets. Elas são facilmente encontradas em vasos de ambientes internos, jardins e calçadas. Mas o desconhecimento sobre a toxicidade de algumas delas expõe os animais de estimação ao perigo. Além disso, o sintomas de intoxicação podem ser confundidos com outros tipos de afecções como doenças infectocontagiosas. O nível de toxicidade depende de fatores como presenças de princípios ativos, tipos de cultivo, quantidade ingerida e condições específicas do animal. 

       Um estudo de alunos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, da Universidade de São Paulo, apontou que a campeã absoluta de ingestão por cães e gatos foi a Dieffenbachia sp, a popular "comigo-ninguém-pode". A toxicidade dessa planta ainda não está totalmente clara, mas acredita-se que grande parte dos sintomas é causado pelo oxalato de cálcio, que provoca irritação e edema na boca, língua, glote e cordas vocais, causando dificuldade para deglutir. Pode levar à morte.

      Por isso, os donos devem ficar atentos aos tipos de plantas que têm em casa. O ideal é tirá-las do alcance dos bichos e prestar atenção ao passear com o cão. Além disso, aconselha-se que o consumo de plantas para uso medicinal seja feito apenas com orientação de um médico veterinário.

Fonte: Universidade de São Paulo

sábado, 26 de março de 2016

Filmes dirigidos por mulheres em cartaz na Mostra Carmen Santos

Carmen Santos, uma das mulheres mais
importantes do cinema brasileiro. Como
homenagem, ela dá nome à edital que premia
produções assinadas por mulheres
      Em uma área com predominância masculina - o setor audiovisual - as mulheres buscam protagonismo, trabalham para ocupar espaço em cargos de liderança e se empenham para retratar, na tela, mulheres fora de rótulos e cujos papéis não sejam apenas secundários. E puderam mostrar seus trabalhos na noite da última terça-feira durante a abertura oficial da Mostra Edital Carmen Santos - Cinema de Mulheres e Filmes Convidados, que segue até o dia 4 de abril, com entrada franca, no Centro Cultura Banco do Brasil, de Brasília.

      Os curtas-metragens apresentados foram Prelúdio, de Julia Peres, e Fábula de Vó Ita, de Joyce Prado e Thalita Oshiro, e ao média-metragem Corpo Manifesto, de Júlia Bahia Bock e Carol Araújo.

      O festival ainda exibirá nove curtas e seis média-metragens premiados no edital Carmen Santos Cinema de Mulheres, lançado em 2013 pelo Ministério da Cultura, MinC, com o objetivo de apoiar a produção de filmes assinados por mulheres. Além das obras premiadas, o festival exibirá, ainda, sete longas-metragens dirigidos exclusivamente por mulheres brasileiras.

Quem foi Carmen Santos

       A portuguesa Maria do Carmo Santos Gonçalves nasceu no ano de 1904. Foi atriz, produtora e diretora de cinema brasileiro. Foi uma das primeiras mulheres a produzir e dirigir filmes para o cinema brasileiro. 

       Carmen Santos chegou ao Brasil quando tinha 8 anos de idade. E aqui fundou a Film Artístico Brasileiro nos anos 20 para a produção de filmes. Com a chegada do cinema falado, em 1933 fundou a produtora Brasil Vox Filmes na cidade do Rio de Janeiro, que em 1935 mudou de nome para Brasil Vita Filmes. No filme Inconfidência Mineira, ela foi atriz, produtora e diretora. Poucos de seus filmes sobreviveram ao tempo, é o caso de Sangue Mineiro e Limite, que são indispensáveis para quem deseja ter uma ideia do que foi sua obra, e sua importância para o cinema brasileiro. Carmen Santos faleceu em setembro de 1952.

Fonte: Ministério da Cultura

sexta-feira, 25 de março de 2016

LER&SER: Jorge Luis Borges, um escritor na periferia - Beatriz Sarlo

      Peça fundamental da fortuna crítica do autor, Jorge Luis Borges, um escritor na periferia chega em boa hora às mãos dos leitores brasileiros. Publicado originalmente em inglês, em 1993, este é um desafio polêmico à visão corrente - e unânime, demasiado unânime - de Borges como um fabulista soberano que nada deve à história nacional e à tradição literária de sua Argentina de origem. 

     Beatriz Sarlo é a primeira a reconhecer o tanto que há de "justiça estética" na "universalização triunfal" da obra do autor - mas, suspeitando que nesse reconhecimento vai uma dose de perda, a crítica argentina prefere trafegar na contramão do lugar-comum vigente e providenciar "uma paisagem para Borges". Não para prendê-lo aos limites de uma literatura nacional, não para devolvê-lo a um "cenário pitoresco e folclórico que ele sempre repudiou". 

     Trata-se aqui de resgatar o diálogo do autor portenho com os textos e os autores a partir dos quais ele produziu suas rupturas estéticas e suas polêmicas literárias. Isto é, com Dante, Cervantes, Kafka e as Mil e Uma Noites, certamente, mas também com Sarmiento, Evaristo Carriego, Macedonio Fernández e o Martin Fierro - com vultos e livros que estão longe de pertencer ao cãnone ocidental ou universal, mas que solicitaram e mereceram a atenção de Borges ao longo de toda a sua vida. O resultado, de gosto muito borgiano, é o retrato perspicaz de um escritor que, longe de negá-la, converteu sua condição periférica - argentina e latino-americana - em situação privilegiada da qual perturbar as fronteiras entre os gêneros, inverter os fluxos da história literária e perturbar a fundo as noções de local e universal, de centro e periferia.

quinta-feira, 24 de março de 2016

QUINTA FEMININA: Toda mulher é meio Leila Diniz?

A bombástica entrevista, onde os palavrões
foram substituídos por símbolos. Depois
desta matéria, o Decreto Leila Diniz
instituiu censura prévia à imprensa
      Toda mulher quer ser amada. Toda mulher quer ser feliz. Toda mulher se faz de coitada. Toda mulher é meio Leila Diniz. Rita Lee quando cantou o refrão da música Todas as Mulheres do Mundo, em 1993, usou dos versos para falar da mulher que, morta vinte anos antes, acreditava em uma liberdade num sentido mais amplo, onde todos tinham o direito de viver como quisessem. Para ela, isso incluía não apenas a liberdade de chamar um homem para a cama, ter sete namorados por semana, escolher o pai de sua filha sem precisar casar com ele e ir à praia grávida e de biquíni. Assim como ter a liberdade de casar virgem, ser mulher de um homem só e fazer tudo segundo os velhos figurinos, se fosse isso o que a moça preferisse. Esta foi Leila Diniz. E era assim que ela pensava e foi o que aconteceu. E Leila deixou-se julgar por um país inteiro para que ninguém mais julgasse ninguém.


Recebeu da atriz Virgínia Lane o título de Rainha
das Vedetes, quando reabilitou o Teatro de
Revista, e teve uma curta e bem sucedida carreira
de vedete
      Mas por que Leila Diniz tornou-se um mito? Porque para ela seu modo de viver nunca foi um segredo. E sua liberdade, uma opção de vida. Leila dizia e fazia o que muitos tinham o desejo de fazer e dizer. Chocou o País quando disse: Transo de manhã, de tarde e de noite. Ela é apontada como uma precursora do feminismo no Brasil, ao afirmar publicamente seus comportamentos e idéias a respeito da liberdade sexual, ao recusar os modelos tradicionais de casamento e de família e ao contestar a lógica da dominação masculina, e passou a personificar as radicais transformações da condição feminina - e também masculina - que ocorreram no Brasil. Apesar da discordância de algumas feministas por acreditarem que seu feminismo era estar a serviço dos homens.


Leila Diniz escandalizou um Brasil
conservador ao exibir sua barriga de
biquini
       Leila Roque Diniz nasceu no município de Niterói, Rio de Janeiro, no dia 25 de março de 1945. Formou-se em Magistério e trabalhou como professora no jardim da infância. Aos dezessete anos, conheceu seu primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira, com quem se casou. Três anos depois, já separada, veio a oportunidade de trabalhar como atriz, atuando no teatro e em telenovelas. Mais tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha, Janaína.

       Em 1969, deu uma entrevista bombástica para o Jornal O Pasquim, onde a cada trecho falava palavrões que eram substituídos por asteriscos, e disse: Você pode amar uma pessoa e ir para a cama com outra. Isso já aconteceu comigo. E foi depois dessa publicação que foi instaurada a censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz. 

      Alegando razões morais, a TV Globo do Rio de Janeiro não renovou o contrato de atriz. De acordo com a novelista Janete Clair, não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas da emissora.

     Leila Diniz morreu num acidente aéreo, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama, quando viajava em viagem à Austrália.

quarta-feira, 23 de março de 2016

O perigo da venda casada para as crianças

É preciso um trabalho em conjunto entre a família e a
sociedade com o propósito de formar a base de uma educação
voltada para o senso crítico
      A 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, decidiu proibir a campanha da Bauducco É Hora de Shrek. Com ela, os relógios de pulso com a imagem do ogro Shrek e de outros personagens do desenho poderiam ser adquiridos. No entanto, para comprá-los, era preciso apresentar cinco embalagens dos produtos Gulosos, além de pagar 5 reais. A ação civil pública do Ministério Público de São Paulo teve origem em atuação do Instituto Alana, que alegou a abusividade da campanha e o fato de se tratar de nítida venda casada.

     O ministro Humberto Martins, relator do recurso, defendeu seu voto alegando que o consumidor não pode ser obrigado a adquirir um produto que não deseja.Trata-se de uma simulação de um presente, quando na realidade se está condicionando uma coisa à outra.

      A decisão do colegiado foi unânime, e o caso foi considerado típico de publicidade abusiva e venda casada; e a situação se agrava ainda mais por ter como público-alvo a criança.

       Em artigo publicado no Portal Administradores, Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento e diretora-presidente da EP Grupo, especializada no segmento infantil, explica que quem acompanha o tema da publicidade infantil - debatido entre mercados, entidades e poder judiciário, há pouco mais de dez anos, - sabe que o mercado dedicado a este público, de modo crescente, segue trabalhando suas estratégias com o objetivo de estabelecer uma comunicação adequada e pertinente com o seu consumidor.

      Para Marici, de nada adianta proibir a publicidade infantil se a família e a sociedade como um todo não estiverem envolvidas no sentido de formar a base de uma educação voltada para a autonomia, pensamento crítico e educação para o consumo.

Ilustração: Brasil Post

terça-feira, 22 de março de 2016

Brasil: terceiro maior celeiro de répteis

Espécie Rondonops apresenta duas fileiras longitudinais de
escamas que começam na nuca, e da quinta fileira para baixo,
se dividem em diversas outras fileiras
       Em 2005, o Brasil era o lar de 633 espécies de répteis. De lá pra cá, essa diversidade pulou para 773 espécies, tornando o País o terceiro maior celeiro de diversidade de répteis, atrás da Austrália e do México. Os dados são da Sociedade Brasileira de Herpetologia. Ao todo, são 36 espécies de tartarugas, cágados e jabutis (Testudines), 6 espécies de jacarés (Crocodylia) e 731 espécies de Squamata (73 anfisbênias, 392 serpentes e 266 lagartos). Mas os números podem ser ainda maiores, pois foram descobertas mais duas novas espécies de lagartos, pertencentes a um novo gênero, Rondonops, uma homenagem ao marechal Cândido Rondon, explorador da Amazônia no início do século 20. 

      O lagarto do gênero Rondonops é um animal pequeno. Seu comprimento, da ponta do focinho até a base da cauda, é de 6,5cm. Ele se locomove como se fosse uma cobra, quase que nadando entre a folhas caídas, num movimento serpentiforme. As principais características da espécie são a forma e a contagem de escamas e sua coloração muito específica. Para sinalizar a existência de uma espécie de lagarto, é necessário analisar o tamanho das escamas, seu ordenamento e quantidade. "As escamas não cobrem simplesmente o corpo do bicho. Elas recobrem o bicho de acordo com um padrão específico e particular, que muda de um gênero para outro, e de uma família para outra", explica o herpetólogo Guarino Colli, da Universidade de Brasília, um dos responsáveis pela pesquisa. 

       A má notícia é que a espécie já corre risco de extinção. Encontrada em dois locais de Rondônia e também no Mato Grosso, em Pimenta Bueno, em Rondônia, a mata está sendo rapidamente substituída pelo gado e pela soja. E de acordo com os pesquisadores, é possível haver muitas outras espécies desconhecidas nestas regiões, e que estão virando fumaça. A outra espécie do gênero Rondonops foi encontrada no sudeste do Amazonas. E devido a presença de muitas comunidades indígenas, a região se encontra muito melhor preservada, o que oferece menor risco de extinção à espécie; mas apenas por enquanto, pois a região já começa a ser explorada. 

     No entanto, no caso das cobras, ainda é necessário um trabalho de conscientização para alterar o padrão de comportamento que é comum entre os mateiros: o extermínio descontrolado. Além disso, para contribuir, a Mata Atlântica, onde a derrubada é proibida, vai sendo sub-repticiamente detonada. Segundo Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, o Cerrado e a Caatinga estão sendo destruídos numa velocidade impressionante. E desde 2003, o governo federal não cria nenhum novo parque nacional, nenhuma nova reserva biológica.

Fonte: Agência Fapesp
Foto: Miguel Trefaut Rodrigues

segunda-feira, 21 de março de 2016

A droga do câncer poderá curar a droga do câncer?

Comissão do Senado estudo liberar a substância,
que foi até agora testada apenas em ratos
     No passado, quando o vírus do HIV tornou-se o mal do século, muitos acreditavam que a cura do câncer poderia ser uma possibilidade mais concreta do que o assustador e, até então, desconhecido vírus. O novo século chegou. E embora até o momento não há um medicamento, ou até mesmo uma vacina - capazes de erradicar ambos os males, pode se dizer que os portadores do vírus HIV vêm mais luz ao final do túnel. 

     E assim, o sonho de encontrar uma fórmula capaz de acabar com o sofrimento dos pacientes com câncer, e as incertezas do meio científico estão longe de colocar um ponto final na discussão sobre a fosfoetanolamina, conhecida como a "droga do câncer". De um lado, há a crença da eficácia da droga por parte de famílias de pacientes que fizeram uso da substância; do outro, médicos e pesquisadores que afirmam ser impossível haver um único medicamento capaz de curar todo e qualquer tipo de câncer. Na verdade, câncer é um grupo de mais de cem doenças que, em comum têm apenas a célula maligna. 

     Em meio a esta polarização, a Câmara dos Deputados aprovou a aprovação da fosfoetanolamina, droga que teria propriedades antineoplásicas, sem que nenhum estudo tenha sido submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, o órgão brasileiro responsável por avaliar a atividade de medicamentos antes da comercialização. O projeto foi encaminhado para uma comissão do Senado, que não o aprovou por unanimidade por causa do voto solitário do senador Aloysio Nunes. A matéria irá a plenário.

     Os primeiros relatórios sobre as pesquisas financiadas pelo governo federal apontam que as cápsulas analisadas, produzidas pela Universidade de São Paulo, campus São Carlos, têm uma concentração de fosfoetanolamina menor do que era esperado, e que somente um dos componentes da cápsula - a monoetanolamina - apresentou atividade citotóxica e antiproliferativa, ou seja, capacidade de destruir células tumorais e inibir seu crescimento. Ainda assim, apresentando várias ordens de magnitude menos potente, do que medicamentos antitumorais já disponíveis no mercado. Em São Paulo, o Instituto do Câncer, o Icesp, centro de oncologia de projeção internacional, vai iniciar um estudo clínico para testar a ação da substância e definir em que tipo de tumores essa atividade poderia ser documentada.

domingo, 20 de março de 2016

Os astros e as estrelas do mundo animal nas telas do cinema

A série de televisão Lassie estreou em 1954 e foi
produzida até 1973, sendo estrelada por vários
descendentes de Pal
     Eles encantam e emocionam; quando são as estrelas principais nas telas do cinema, provavelmente irão fazer chorar o público. Mas depois que o filme saiu de cartaz, pouco ou quase nada se sabe de suas vidas além das telas. Personagens encantadores, os animais tornaram-se tão importantes na arte de contar historia, que já há uma indústria totalmente especializada para ensinar os peludos a arte de interpretar.

     Quem é que não se lembra do encantador Flipper, que saiu das telas e tornou-se uma série de sucesso? No filme de 1963, Flipper era interpretado por um golfinho fêmea, chamada Mitzi, que morreu de ataque cardíaco em 1967 e está enterrada no Centro de Pesquisas de Golfinhos, em Grassy Key, na Flórida. Na série - de 1964 a 1967 - Flipper ganhou vida graças a cinco golfinhos fêmeas (Susie, Patty, Squirt, Scottie e Kathy). As fêmas são mais dóceis e fáceis de treinar.


Flipper teve um remake em 1996
     A encantadora Lassie foi vivida pela collie Pal, que estreou nos cinemas em A Força do Coração, de 1943. Ela faleceu em 1958, mas sua ligação com a personagem canina mais famosa da telona e da telinha manteve-se por muito tempo: todos os nove cães que encarnaram Lassie - inclusive no remake lançado em 2005 - são descendentes diretos de Pal. O curioso é que são todos machos interpretando uma fêmea.

      A alvinegra mais famosa da tela, Willy, foi interpretada pela orca Keiko, que fazia shows no parque Reino Aventura, no México. Depois da série de filmes, Keiko ganhou fãs, que se engajaram em uma campanha para retirá-la do cativeiro. Em 2002, ela foi solta e partiu para a Noruega, onde morreu em dezembro de 2003, de pneumonia aos 27 anos. Em sua homenagem, foi construído um memorial no Oregon Coast Aquarium, nos Estados Unidos.


A orca Keiko (Sortuda em japonês), deu vida à Willy


      
     Vários foram os porquinhos que deram vida à Babe. No primeiro filme do astro suíno, foram usados 48 porquinhos. No segundo filme - Babe 2, Uma Porquinho na Cidade, foram usados outros tantos. Impossível saber o destino de todos eles, mas os produtores garantiram que não deixariam nenhum deles virar bacon. 

Fonte: Mundo Estranho

sábado, 19 de março de 2016

Intolerância religiosa é debatida no MinC

O ministro da cultura, Juca Ferreira, disse que a pasta
tem a obrigação de cuidar das expressões simbólicas
do País, como as religiões de matriz africana
      A luta contra a intolerância religiosa é uma das pautas do Ministério da Cultura, o MinC. Por conta disso, na última quinta-feira, dia 17, a Fundação Cultural Palmares e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, promoveram, em Brasília, ato de desagravo à recorrente violência contra as casas de matriz africana. Somente em 2015, o Disque 100 (do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos) registrou 705 crimes de intolerância religiosa entre atos de vandalismo, perseguição e racismo no Brasil.

     A presidente da Fundação Palmares, Cida Abreu, enfatizou que a luta contra a intolerância religiosa é agenda prioritária da fundação e frisou a difícil conjuntura política e social atual. Entre as queixas dos líderes religiosos, está a falta de conhecimento e a existência de discriminação por parte de instituições públicas. Outra queixa feita foi com relação ao sentimento de expulsão geográfica dos terreiros para as periferias e entorno do Distrito Federal. Com o tempo, a maioria dos templos foram afastados para longe do centro da cidade.

     A pesquisadora da Universidade de Brasília, a UnB, Ekdje Silvia, disse ao ministro Juca Ferreira que existe uma discriminação das instituições públicas em relação às religiões de matriz africana. Para ela, faz-se necessário a presença de instituições públicas que representem estas religiões. 

Fonte: Ministério da Cultura

sexta-feira, 18 de março de 2016

LER&SER: Chaplin - Uma Biografia Definitiva - David Robinson

     O maior ícone da historia do cinema, Charlie Chaplin, viveu uma das mais dramáticas jornadas da pobreza à fama. Sua vida foi marcada por contrastes extraordinários: a criança de um bairro pobre de Londres que se tornou multimilionário; o palhaço cinematográfico que era um perfeccionista compulsivo por trás das câmeras; o astro bajulado que caiu publicamente em desgraça após escândalos pessoais e políticos.

     Esta biografia, definitiva e atraente, é a única a ter tido acesso irrestrito aos arquivos de Chaplin. A presente edição oferece um variado conjunto de fotos e a mais completa filmografia do gênio.

     O livro inclui também novo material revelador acerca dos casamentos de Chaplin, seu caso com a atriz Louise Brooks, a perseguição que ele sofreu do FBI durante a caça aos comunistas, revelando o papel da agência no caso de "prostituição" aberto contra ele, e a importância do filme de Richard Attenborough, Chaplin.

quinta-feira, 17 de março de 2016

QUINTA FEMININA: Para sempre Elis

Seu estilo sempre foi influenciado pelos cantores do rádio, em
especial, Ângela Maria
       Muito antes de descobrirem água em Marte, e possivelmente vida além da Terra, ela ligou para aquele planeta informando aos marcianos os dias turbulentos vividos por um país ainda na ditadura. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, PT, em 1981, Elis Regina sempre criticou o regime - ora publicamente, ora nas canções que interpretava. A música O Bêbado e a Equilibrista coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio. Um deles, citado na canção, era o sociólogo Betinho, irmão do cartunista Henfil. E diante destes dias tensos pelos quais o Brasil está passando - quiçá o mundo -, nada mais atual do que a música Alô, Alô Marciano.

        Há exatos 71 anos, nascia a gaúcha Elis Regina Carvalho Costa, a dona de um talento capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade numa mesma apresentação ou numa mesma música. Do Rio Grande do Sul foi para o Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo, em 1964, que Elis encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos.

        Multifacetada, Elis experimentou o jazz, o samba, o rock e a bossa nova. Interpretou canções como Madalena, Como Nossos Pais e O Bêbado e o Equilibrista, canções que continuam famosas e memoráveis até hoje. E décadas depois de sua controversa morte, em 1982, Elis Regina foi eleita, em 2013, foi eleita a segunda melhor voz da música brasileira pela revista Rolling Stones, superada apenas por Tim Maia. 

O começo


Quando tinha 15 anos, Elis Regina ouviu do produtor Walter
Silva, que ela se tornaria a maior cantora do Brasil
      A gaúcha nascida em 17 de março de 1945 recebeu o nome de Elis por ser este o nome da personagem do livro que sua mãe lia à época, Miss Elis. Enquanto que o nome Regina veio em homenagem a prima de seu paí; contrariado, foi impedido de apenas registrar a filha como Elis Carvalho Costa, o que poderia sugerir um nome masculino.

      Aos onze anos, começou a carreira como cantora em um programa de rádio, ainda na capital gaúcha. Aos 15 anos, um vendedor da gravadora Continental, depois de ouvi-la cantar, sugeriu que a gravadora a contratasse, e em 1962 saiu o disco. Enquanto morava no Rio Grande do Sul, gravou mais três discos.

       De lá, embarca para o Rio de Janeiro, alternando shows em São Paulo. Nessa época, conheceu o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços. Ao final do ano de 1964, conheceu o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Foi neste mesmo ano, que foi convidada a apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues, que ficou no ar até 1967.


A antológica interpretação da música Arrastão,
no Festival, apresentou uma Elis ousada
     Em 1975, o espetáculo Falso Brilhante tornou-se um dos mais bem-sucedidos espetáculos da historia da música nacional e um marco definitivo da carreira. Foi Elis quem lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc. Na Europa, a carreira foi consagrada no Olympia de Paris, onde se tornou a primeira artista a se apresentar duas vezes num mesmo ano, naquela que é a mais antiga sala de espetáculos musicais de Paris. Em 1969, gravou Aquarela do Brasil, em Estocolmo.

     Em 2005, inaugurou-se na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, um espaço memorial para abrigar o acervo Elis Regina. Trata-se de uma coleção de fotografias, artigos, objetos, discos e outros tipos de materiais relacionados  com a vida e a obra da cantora. 


Fonte: Wikipedia
Fotos: Internet

quarta-feira, 16 de março de 2016

Chocolate: um prazeroso benefício

O indicado é o consumo do chocolate amargo, com
60% ou mais de cacau
     A Páscoa se aproxima. E com ela, vem a vontade incontrolável - para muitos - de consumir chocolate em suas variadas formas. Mas a preocupação com o consumo de calorias e os riscos que ele possa causar - principalmente entre as pessoas com diabetes mellitus - por vezes, supera a vontade. 

    Em artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Diabetes, o médico endocrinologista Mateus Dornelles Severo, disse que, em 2012, a publicação New England Journal of Medicine, trouxe um estudo onde os pesquisadores demonstraram que os países onde mais pessoas comiam chocolates, ganhavam mais prêmios Nobel. Pode ser uma evidência epidemiológica de que o consumo regular de chocolate melhora as capacidades cognitivas de quem o saboreia. A explicação pode estar pelo fato do chocolate ser feito de cacau, uma planta rica em flavonoides, que são antioxidantes e anti-inflamatórios naturais. E quando consumidas regularmente, estas substâncias têm o potencial de trazer uma série de benefícios ao cérebro, coração, vasos e metabolismo.

     Um estudo sueco mostrou que o consumo de apenas 28 gramas de chocolate amargo uma ou duas vezes por semana se associou a um risco 32% menor de insuficiência cardíaca. Estudos posteriores evidenciaram melhora na função do endotélio (camada interna dos vasos) e da função das plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue). Ou seja, o chocolate também tem potencial de reduzir infartos e mortalidade por doença coronariana. E as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em pacientes com diabetes mellitus.

     Chocolates com mais de 60% de cacau, apesar de possuírem gorduras saturadas, são capazes de reduzir os níveis de colesterol LDL (ruim) e aumentar os níveis de HDL (bom). E um estudo de 2012, publicado na revista médica Archives of Internal Medicine associou um maior consumo de chocolate a um menor índice de massa corporal (IMC). Isto é, dentro de uma alimentação equilibrada, os antioxidantes do chocolate poderiam ajudar a manter o peso mais próximo do ideal.

      Mas atenção. Os estudos que mostram os benefícios do chocolate, foram realizados com a versão amarga do chocolate, ou seja, com alto teor de cacau - acima de 60%. As versões ao leite e branco são ricas em açúcar e gorduras adicionadas (diferente do ácido esteárico do cacau). Além disso, estas versões são pobres nos benéficos polifenóis, que podem ser prejudiciais à saúde e devem ser evitadas, principalmente por pacientes com diabetes.

terça-feira, 15 de março de 2016

Estudo analisa o fenômeno da pichação em São Paulo

Em São Paulo, fenômeno começou a crescer a partir da década
de 1980
     Por cerca de um ano, o geógrafo Pedro Rangel Filardo observou os escritos e acompanhou os pichadores nas áreas centrais da cidade de São Paulo, para a sua dissertação de mestrado A pichação (tags) em São Paulo: dinâmica dos agentes e do espaço, apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a FAU, da Universidade de São Paulo, a USP.

    De acordo com Filardo, a pichação em São Paulo é exercida por grupos compostos, em sua maioria, por jovens do sexo masculino. E a maior disputa é pelo reconhecimento dos pares. E a forma de pichação mais disseminada e presente na capital paulista são as tags, ou assinaturas estilizadas. Esta forma de pichação de traços retos, semelhante a um estilo gótico, é a que domina a cidade central e a periferia. Em geral são feitas de forma rápida e simples, onde os pichadores utilizam rolos de pintura ou tinta spray. Essas observações foram feitas no ano de 2013.

     Os pichadores são organizados. Costumam se reunir semanalmente, onde, neste encontros, trocam assinaturas (tags) e planejam a maioria das ações de pichação. Os principais alvos desses grupos são os viadutos, locais altos e de difícil acesso e imóveis desocupados. Para eles, o importante é que as inscrições tenham o máximo de visibilidade e durabilidade e que figurem em áreas de maior movimento. E a busca pelo respeito dentro do grupo de pichadores passa pela não utilização de espaços já inscritos. Não há uma pichação sobre outra.

Historia

     Surgido na década de 1960 nos Estados Unidos, ligado às disputas territoriais dos guetos e ao hip-hop, o fenômeno das pichações em São Paulo começou a tomar a sua característica formal principalmente no final da década de 1980, com a utilização do tag reto. Para Pedro Filardo, há muitas formas, públicas e privadas, de combate ao fenômeno, como o uso de arte de rua para evitar as tags, pois os pichadores não fazem inscrições sobre manifestações de arte de rua. E poucas ações da administração pública chegaram a gerar algum resultado.

Fonte: Agência USP

segunda-feira, 14 de março de 2016

Há poesia em sua vida?

Dia Nacional da Poesia, em homenagem a Castro
Alves
      O Brasil nos tempos da cólera, da ira e dos nervos aflorados. As divisões políticas e ideológicas que poderiam somar a fim de construir um caminho novo para o País, tomadas pelo ódio, criam uma atmosfera que nos mostra o quão distantes estamos e ficamos. 

     Temos medo do outro, evitamos um "bom dia", mergulhamos em nosso egoísmo e presos a ele ficamos. Perguntamos se está tudo bem por conveniência, e detestamos quando o outro diz estar nada bem. O cinza do concreto dos prédios identifica-se ao tom da ausência da nossa compaixão. Faltam cores. Faltam rimas. Sobram dores. Sobram cismas. Experimente rimar, e aproveite o dia de hoje, Dia Nacional da Poesia, para sonhar.

      A data, 14 de março, é uma homenagem ao aniversário de Castro Alves, um dos maiores poetas românticos brasileiros. Ele é autor de O Navio Negreiro e de muitos outros poemas célebres, muitos dos quais têm como tema a escravidão negra. Aliás, o poeta foi um fervoroso defensor do abolicionismo. Há um Projeto de Lei no Senado que tenta mudar a data para 31 de outubro, aniversário de Carlos Drummond de Andrade. O Dia Mundial da Poesia é celebrado na semana que vem, dia 21 de março.

A etimologia

      Poesia é uma palavra que vem do grego e significa criação, fabricação. Porém, há muito tempo, essa palavra denomina a arte de escrever em versos. Estes versos são estruturados de forma harmoniosa. É uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela.

domingo, 13 de março de 2016

Blondie, o verdadeiro amor de Hitler?


Blondi teve cinco filhotes, que acabaram sendo assassinados
pelo sargento Fritz Tornow
    Falar dele é relembrar um dos maiores genocídios da história. Ainda assim, é possível acreditar que pudesse haver no DNA do ditador Adolf Hitler, responsável pela morte de seis milhões de judeus, algum grau de bondade? A pastor alemão Blondi, sua cadela de estimação, por um tempo acreditou que sim.

    Blondi foi presente do oficial de alto escalão Martin Bormann a Hitler. O elo entre os dois era tão estreito que o ditador nazista permitia que o animal dormisse em seu quarto no bunker subterrâneo, para onde foi obrigado a se mudar em 1945. Mas a cadela não contava com a simpatia da esposa de Hitler, Eva Braun, que vivia chutando Blondi por baixo da mesa de jantar, segundo relato da secretária pessoal do fuhrer, Traudl Junge.

      Se os animais têm certa percepção de lealdade de seus donos, no caso de Blondi tal instinto com o tempo começou a aflorar. Percebendo a derrocada do nazismo, Hitler ordenou que o médico Werner Hasse testasse comprimidos de cianureto em sua cadela por temer que as pílulas fossem falsas, caso precisasse cometer suicídio, e, assim, evitar sere capturado pelos inimigos. Os testes obtiveram sucesso, e assim Blondi morreu.

    Responsável por todos os cães do bunker, o sargenteto Fritz Tornow matou todos os filhotes de Blondi, chegando ao ponto de arrancar um dos filhotes das mãos dos filhos do chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbles. Ele também assassinou seus próprios cães com injeção letal. Quando foi encerrada a batalha de Berlim, o corpo de Blondi - um dos maiores amores de Hitler - foi exumado e fotografado pelo exército soviético.

     O suicídio de Hitler ainda gera mistério. Há uma versão que diz que ele teria ingerido cianeto após a morte de Blondi. No entanto, outra versão induz que Hitler teria de matado com um tiro. Mas há quem acredita que ele tenha forjado sua própria morte, e fugido para a América do Sul. Seu corpo nunca fora encontrado.

Fonte: Pet Shop Lovers

sábado, 12 de março de 2016

Especial 8 de março: Quadrinista brasileira representará o Brasil em evento na Suécia

Bianca Pinheiro luta para conquistar seu lugar
num universo com predominância masculina
     Em um mercado predominantemente masculino, ela luta pelo reconhecimento de seu trabalho. Bianca Pinheiro é carioca e tem 28 anos, e desde criança é apaixonada pelo mundo dos quadrinhos. Teve o primeiro contato com as aventuras da Turma da Mônica, figuras fundamentais durante seu processo de alfabetização. E hoje, é um dos principais nomes femininos no mercado de quadrinhos brasileiro. 

     No segundo semestre, a autora terá sua primeira experiência fora do País; ela irá representar o Brasil na Feira Internacional do Livro de Gotemburgo, na Suécia.

     O que era um hobby, foi mantido em segredo até 2012, quando Bianca começou a divulgar suas ilustrações e textos. Mas o reconhecimento veio com Bear, história que nasceu em 2013. A cada semana, Bianca divulgava na internet uma página da historia. Para ela, essa foi a forma de mostrar o trabalho sem ter que pagar nada, além de ter um retorno quase que imediato de seus leitores. 


     Bear conta a historia da pequena Raven, uma garotinha que se perdeu de seus pais e que, em meio à sua busca pela floresta, encontra Dimas, um urso marrom mal-humorado e rabugento. Juntos, os dois enfrentam uma longa e divertida jornada que acaba por aproximá-los. Apesar de seguir disponível na internet, os livros foram publicados em 2014 e 2015.

      De acordo com Bianca, de modo geral, as quadrinistas brasileiras recorrem a temas feministas. A relação com o próprio corpo, o protagonismo da mulher na sociedade e a opressão masculina são alguns dos temas comuns a estes enredos. Diferentemente de seu trabalho, onde ela retrata o universo feminino de forma sutil. Ela diz preferir tratar do feminismo mais como um sentimento e menos como uma declaração.

    

Fonte: Ministério da Cultura
Foto: CCXP 
Ilustração: Internet

sexta-feira, 11 de março de 2016

LER&SER: Filhos do Silêncio - Elisa Marina

  Há pouco mais de três anos, eu começava a escrever as primeiras páginas do meu primeiro livro, Filhos do Silêncio. Em princípio, pensava em outros desdobramentos para a historia, onde abordaria a falta de ética na conduta de um médico ginecologista. Ainda abordasse a falta de ética de uma parcela dos médicos que não levam o juramento a sério, este tipo de abordagem poderia colocar minha história em risco; desviando de seu foco principal - a maternidade - sendo obrigada a traçar um desfecho sobre esta conduta; não poderia deixar sem solução o crime.

     Foi então, que, por motivos inesperadamente surgiu o tema "estupro". Neste caso, não abordei sob a ótica do crime, mas sim o conflito psicológico pelo qual passam as mulheres vítimas deste crime. 

      Natália é uma mulher perto do seus 40 anos de idade que sempre teve como foco engravidar. As frustrações com seus relacionamentos jogavam por terra o seu desejo. Desiludida, pensa em deixar para trás os envolvimentos afetivos, para focar somente na sua carreira profissional. Sentindo-se livre e feliz, a gravidez ocorre pela forma mais terrível e destrutiva que uma mulher possa esperar. Vítima de estupro, passa a questionar sua vida, e, principalmente, a condição da mulher nos dias de hoje. Sem perceber, o tempo passa, e com ele surge a sua principal dúvida: abortar ou não.

      Com uma narrativa em primeira pessoa, tento fazer com que o leitor sensibilize-se com o drama de Natália, principalmente o público masculino.

quinta-feira, 10 de março de 2016

QUINTA FEMININA: Raymonde de Laroche, primeira mulher a obter licença de piloto

Graves acidentes aéreos não a fizeram desistir da
carreira de piloto

   Elisa Léontine Deroche, conhecida também pelo nome artístico da época de atriz: Raymonde de Laroche. Esta parisiense, nascida no ano de 1882, foi a primeira mulher no mundo a obter uma licença de piloto e, em seguida, a primeira mulher no mundo a fazer um voo solo, em 1910.

    Desde criança, gostava de esportes e, com o tempo, veio a paixão por automóveis e motocicletas. A veia artística surgiu na adolescência. Mas o que Elisa queria mesmo era conseguir voar. Em 1909, apelou para o amigo, o aviador e construtor de aviões Charles Voisin, para ensiná-la a voar. O avião de Voisin só admitia um único tripulante; enquanto ela operava o avião ele, em terra, lhe dava as instruções. Depois que aprendeu a taxiar pelo aeroporto, Laroche efetuou um voo de 270 metros. Este voo é citado como o primeiro de uma mulher numa máquina voadora motorizada mais pesada que o ar. Porém, há evidências de que duas outras mulheres, P. Van Pottelsberghe e Thérèse Peltier tenham voado no ano anterior.

    E no dia 8 de março de 1910, Laroche tornou-se a primeira mulher do mundo a receber uma licença de piloto, quando o Aeroclube da França emitiu a licença de número 36 da Federátion Aéronautique Internationale. A imprensa francesa lhe atribui o título de Baronesa à Laroche.

Acidentes

    Ainda em 1910, durante participação em um show aéreo, seu avião caiu e ela sofreu ferimentos graves. Recuperada, voltou a voar. Dois anos depois, ela e Charles Voisin se envolveram num acidente automobilístico; ele morreu, e ela ficou gravemente ferida. E novamente, a vida lhe deu mais uma chance. Laroche não se abalou pelos acidentes, e em 25 de novembro de 1913, ganhou uma competição feminina por um voo de longa distância sem escalas de mais de 4 horas de duração.

    Em junho de 1919, Laroche estabeleceu dois recordes  de altitudes para mulheres: um de 4.800 metros, e também o recorde de distância para mulheres de 323 quilômetros. No mês seguinte, o objetivo era se tornar a primeira mulher piloto de teste profissional. Neste voo, ela atuou como copiloto de um voo experimental; em sua aproximação para o pouso, o avião entrou em mergulho e caiu, matando ambos os tripulantes.

     Existe uma estátua de Laroche no Aeroporto de Le Bourget, na França. Em sua homenagem, foi criada a Semana Mundial da Aviação Feminina que ocorre durante a semana que inclui o dia 8 de março, aniversário da licença de piloto de Raymonde de Laroche. O objetivo do evento é promover a diversidade na aviação celebrando a historia das mulheres nessa área, apresentando oportunidades na aviação para mulheres e garotas, com a colaboração de empresas do setor aeronáutico.

Fonte: Wikipedia