sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Você conhece os Malucos da Estrada? Com certeza, sim.

Malucos da Estrada reivindicam reconhecimento do trampo
Muitos podem chama-los de hippies - termo não-aceito por eles - mas os malucos da estrada são protagonistas de uma expressão cultural com códigos morais específicos, estética própria e estilo de vida marcado pelo nomadismo, postura marginal (à margem do sistema), e expressão culturais características, marcadas em peças de artesanato expostas e comercializadas em espaços públicos das cidades brasileiras e que de certo todo brasileiro já cruzou com pelo menos um maluco da estrada nos centros urbanos. Habituamos-nos em vê-los por aí como se fizessem parte do cenário da cidade. Agora, os malucos da estrada reivindicam o reconhecimento da arte que praticam junto ao Ministério da Cultura, o MinC.

No último dia 11, um grupo de 60 malucos da estrada foram recebidos no Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, com o objetivo de obter reconhecimento do trampo de maluco como patrimônio da cultura popular brasileira. E o que vem a ser esse "trampo"? São conjuntos de técnicas artesanais, saberes e fazeres relacionados à cultura de estrada.


Movimento conta com mais de 5 mil malucos. Tendência é
crescer, à medida em que o trabalho é passado para as
gerações futuras
Segundo Piauí Ecologia, um dos representantes dos malucos, o movimento conta com mais de 5 mil pessoas, e hoje muitos deles já tem suas famílias, e por isso, a tendência é que o movimento cresça à medida em que a arte passa para as gerações seguintes. De acordo com Rafael Lage, estudioso do movimento, o maluco de estrada é portador de um patrimônio imaterial. Eles vendem uma ideia, e carregam uma memória ancestral do mundo. O pesquisador desenvolve um trabalho de pesquisa e registro dos malucos chamado Beleza da Margem e protagonizou, em Belo Horizonte, um processo que culminou em um precedente jurídico que concedo aos malucos o direito ao exercício da sua identidade cultural.

Posição do MinC

A secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes, disse que irá ajudar a garantir os direitos dos malucos de estrada. Enquanto que a coordenadora de Registro do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Diana Dianovsky, orientou que o movimento a endereçar carta à presidência do Iphan solicitando abertura de processo para que se dê início às discussões para avaliar a viabilidade de reconhecimento dos saberes e fazeres dos malucos de estrada como patrimônio cultural brasileiro.

Fonte: Ministério da Cultura
Foto: Beleza da Margem

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