Preocupação do MinC é garantir que os artistas sejam remunerados pelo seu trablho |
Recentemente, foi publicado um conjunto de quatro normativas: o decreto, uma portaria, duas INs que regulamentam a fiscalização estatal do serviço de gestão coletiva. Com isso, o Ministério da Cultura passa a ter um papel estratégico de acompanhamento e fiscalização da gestão coletiva. "Isso significa uma reorganização do setor".
Ele conta ainda que a Lei de Direitos Autorais precisa ser revista, incluindo o texto que será encaminhado ao Congresso Nacional para incluir a questão do direito autoral digital na internet. Segundo ele, hoje a União Brasileira de Editoras Musicais passou a estabelecer acordos com algumas empresas, como o Google, que se tornam ilegais a partir da promulgação do decreto; uma vez que a gestão do direito tem que ser feita por quem realmente detém o direito. "Não pode haver intermediários, como gravadoras, fazendo a gestão dos direitos em nome dos autores. Ainda que hoje o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, o ECAD, possa oferecer algum tipo de suporte aos artistas, a questão vai além, "porque se passa a lidar com gestão coletiva com as diferentes indústrias que atuam com direito autoral, e não somente com a música. O ECAD é uma instituição privada instituída pela lei 5.988/73 e mantida pela Lei Federal 9.610/98 e 12.853/13. Seu principal objetivo é centralizar a arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública musical.
A preocupação do MinC é como garantir que os criadores, os artistas brasileiros, sejam remunerados pelo seu trabalho, ao mesmo tempo, prover acesso o mais amplo possível do público a essas produções.
Hoje, os principais atores de venda de conteúdo cultural na internet não são nacionais. Ainda assim, o secretário-executivo do MinC acredita ser possível agir; desde que haja uma discussão de governança na internet. "Acho que isso dialoga, em parte, com a convenção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, que garante aos Estados nacionais a possibilidade de adotar regras diferenciadas para fortalecer a diversidade cultural", acredita.
Outra preocupação do MinC é com o modelo atual adotado por algumas empresas com o setor, a Apple, por exemplo. "Ao fazerem contratos diretos com as gravadoras, dizem garantir o pagamento dos direitos autorais aos artistas, quando na verdade o autor brasileiro não recebe quase nada. Como ele está no catálogo da empresa, entra numa conta geral", garante ele, que acredita ser possível o Brasil interferir neste sistema. "O País é um mercado grande o suficiente para poder definir suas regras e fazer com que as empresas se adaptem às regras brasileiras".
Fonte: Ministério da Cultura
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