Parece, mas não é. Versão integral caseira do Big Mac trás mais benefícios à saúde de crianças e adultos |
O evento ocorre sempre no último sábado de agosto e, há 26 anos, toda renda obtida com a venda do lanche Big Mac é revertida a projetos de instituições que trabalham em benefício de adolescentes e crianças com câncer.
O preocupante lanche
Nas últimas décadas, aumentou a preocupação de entidades médicas quando o assunto é o risco da má-alimentação para o desenvolvimento do câncer, principalmente entre as crianças e os adolescentes; público-alvo principal da rede norte-americana.
É curioso perceber que os milhões de dólares arrecadados na campanha com a venda do lanche destinam-se a combater uma doença, cujo alimento - o Big Mac - pode conter componentes químicos que podem causar o câncer, uma preocupação inclusive do governo norte-americano. Como exemplo, o estado da Califórnia criou uma lei obrigando a rede McDonalds e outras empresas fixarem em suas lojas uma advertência admitindo que certos químicos presentes em seus produtos podem causar câncer.
Aviso em inglês alerta para os riscos de câncer associado ao ingestão de componentes químicos |
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, alguns estudos com roedores descobriram que altos níveis de exposição a acrilamida podem aumentar o risco de desenvolver vários tipos de câncer. Como o ser humano absorve o produto químico de forma diferente do que os ratos, não está claro como a acrilamida seria perigosa ao ser humano. A acrilamida é uma substância de ocorrência natural que se forma quando o alimento é frito, cozido, queimado ou tostado por longos períodos em altas temperaturas.
A Agência Internacional de Investigação de Câncer considera a acrilamida um "provável carcinógeno humano". Até que novas pesquisas sejam feitas, o governo norte-americano incentiva o consumo de frutas e verduras frescas, grãos integrais, baixo teor de gordura ou produtos lácteos sem gordura, carnes magras, aves, peixes, feijão, ovos e nozes. Aconselha-se também evitar o consumo de gorduras saturadas e trans, e altas quantidades de sal e açúcar.
Ainda que não esteja muito clara que a acrilamida seja um potencial causador de câncer, os altos níveis de gordura e sódio presentes nos lanches, por si só, são boas razões para se evitar o consumo. Sem contar a alta presença de conservantes químicos, que preservam o lanche por longos períodos. Testes demonstraram que o lanche demora muito, mas muito tempo para apodrecer. Há relatos de que o lanche se preservou por dois anos, sem sofrer mudança no cheiro, aparência ou sabor.
Em 2004, o produtor independente norte-americano Morgan Spurlock, no documentário Supersize Me, destacou os perigos do consumo de fast foods, que incluía o ganho de peso, alterações de humor, disfunção sexual e danos ao fígado. Posteriormente, adicionou à esta lista de perigos à saúde, o câncer. O documentário, em que o próprio Spurlock se submete a uma dieta por 30 dias apenas com os lanches do McDonalds, teve uma indicação ao Oscar.
Enquanto isso...
Em 2014 foram vendidos 1.789.710 milhões de sanduíches Big Mac em todo o Brasil, o que contribuiu para a arrecadação recorde de 22,4 milhões de reais, representando um crescimento de 9,7% em relação ao resultado de 2013.
A causa é nobre. Mas as entidades que tratam de pacientes com câncer estão abertas para receber doações o ano todo, e sem que para isso, o doador seja obrigado a expôr sua saúde através do consumo de produtos com alto teor de gordura e duvidosas substâncias.
The Racket Report
Care 2
Foto: The Racket Report
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